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sábado, 12 de dezembro de 2020

PRECISA SER MUITO INTELIGENTE PRA SABER?


Em visita ao Rio Grande do Sul, Bolsonaro declarou que "estamos vivendo o finalzinho de pandemia". Disse que houve menos óbitos no continente africano “devido ao uso prévio da cloroquina para tratar malária”. E ajuntou: “Precisa ser muito inteligente pra saber? Não precisa”. 

As bases de dados Coronavirus Facts Alliance e CoronaVerificado desmentiram 161 conteúdos falsos sobre remédios divulgados de janeiro até o dia 20 de julho, dos quais 31,7% envolviam a cloroquina e a hidroxicloroquina. Checadores da Nigéria foram os primeiros a desmentir o boato de que essas drogas, usadas com sucesso no combate à malária, à artrite e ao lúpus, seriam a cura para a Covid-19, mas elas se tornaram bandeira política para Donald Trump e Jair Bolsonaro mesmo assimE ainda que tenha perdido força no resto do mundo, essa desinformação continua sendo compartilhada no Brasil. Mas o fato é que infelizmente ainda não se descobriu um remédio comprovadamente eficaz contra o coronavírus.

Na quarta-feira (9), o Brasil registrou 848 novos óbitos e 54.203 casos da doença. Trata-se do maior número de mortes diárias desde o início de outubro, sem levar em conta os registros elevados ocorridos logo em seguida ao apagão de dados que houve em novembro. A média móvel de mortes também é a maior desde o fim de setembro. No total, o país registrou 179.032 mortes por Covid-19 e a 6.730.118 infecções desde o início da pandemia. E o quadro tende a se agravar por causa das festividades de fim de ano.

A má notícia é que Bolsonaro ignora a gravidade da pandemia do século. A péssima é que, embora os números apontem para o avanço da Covid-19 no Brasil, o presidente se recusa a compreender que ignorar não é o melhor remédio para a ignorância. Confira no vídeo abaixo.

 Gripezinha, conversinha, finalzinho... O que mais assusta na preferência por vocábulos com sufixos diminutivos é a sensação de que o capitão executa uma marcha resoluta rumo à autodesmoralização. Desce ao verbete da enciclopédia como um presidentezinho bem menor do que a crise que engolfa a sua Presidência. Alguém poderia sugerir-lhe a leitura do livro "Why Things Bite Back", de Edward Tenner

O diabo é que a tradução para o português ("A Vingança da Tecnologia", editora Campus, 1997) ocupa 474 páginas — algo intransponível para um presidente que maldiz auxiliares que ousam lhe entregar relatórios com mais de duas folhas. Ainda assim, algum assessor poderia resumir a parte da obra que conta a experiência do Major John Paul Stapp (que vai da página 22 até a 25).

Médico e biofísico, Stapp foi selecionado pela Força Aérea Americana como cobaia de testes para medir a resistência humana a grandes acelerações. Desafiou a velocidade pilotando um trenó com propulsão de foguete. Em 1949, bateu o recorde de aceleração. Não pôde, porém, festejar o feito. Os acelerômetros do trenó-foguete simplesmente não funcionaram. 

Desolado, Stapp encomendou ao Capitão Edward Aloysius Murphy Jr., engenheiro que o ajudava, diligências para identificar a falha. Descobriu-se que um técnico ligara os circuitos do veículo ao contrário. No relatório em que informa sobre o malfeito, o capitão anotou: "Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então alguém fará o trabalho dessa forma". Numa conversa com jornalistas, o major Stapp batizou de "Lei de Murphy" o diagnóstico do auxiliar, e resumiu-o assim: "Se alguma coisa pode dar errado, dará".  

Aplicada ao governo Bolsonaro, a "Lei de Murphy" ajuda a entender por que o governo está sempre dez passos atrás do problema. Podendo administrar a encrenca de várias maneiras, o presidente opta por ligar os fios do seu governo ao contrário. Pluga a administração federal na tomada do negacionismo. Para cada jeito de fazer as coisas, encontra dezenas de desculpas para não fazer.

Bem administrados, os desastres podem se transformar em poderosos instrumentos de mudança. Certas coisas, disse o Capitão Murphy, às vezes só podem dar certo se derem errado primeiro. A despeito da falha que o desconsolou em 1949, o Major Stapp continuou testando, por mais cinco anos, a resistência do organismo humano à alta velocidade. No seu último teste, em dezembro de 1954, ele desacelerou de 1.011 quilômetros por hora para zero em 1,4 segundo, iniciando, em seguida, uma vitoriosa campanha para que os cintos de segurança se tornassem obrigatórios nos automóveis.

A "Lei de Murphy", escreveu Edward Tenner, "não é um princípio fatalista, mas um apelo para que todos se mantenham atentos". Se quisesse levar o que lhe resta de mandato a bom termo, o capitão-cloroquina, assim como o Major Stapp, teria de testar a sua própria resistência à alta velocidade. Mas não dispõe de cinco anos. No seu caso, é preciso cuidar dos minutos, porque as horas passam.

Em sua fala no Rio Grande do Sul, Bolsonaro se comportou como um gênio sem comprovação científica. Ele ainda não se deu conta, mas a diferença entre sua genialidade e a estupidez é que a genialidade presidencial tem limites. Tornou-se uma evidência viva da efetividade da lei do Capitão Murphy: se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então Bolsonaro fará o trabalho dessa forma.

Incapaz de elevar a própria estatura, o mandatário reduz o pé-direito de seu mandato. Presidentezinho incorrigível, virou um problemão sem solução. Para complicar, surgiu um agravante. Até aqui, morria-se de Covid. A partir do instante em que o Reino Unido inaugurou a fase da vacinação, morre-se por falta de vacina.

Faltam aos brasileiros vacinas, seringas e bom senso. As pessoas não tardarão a vincular o excesso de mortes à inépcia que o negacionismo presidencial produziu.

Com Josias de Souza

terça-feira, 20 de agosto de 2019

ABUSO DE AUTORIDADE, ABUSO DA NOSSA PACIÊNCIA E OUTROS ABUSOS...



Como eu disse no post anterior, Bolsonaro tem que decidir se é contra a corrupção ou se vai mesmo se alinhar à banda podre do Congresso e do Judiciário. Não pode agir como os petistas que ele tanto abomina, para quem as leis só valem quando os favorecem. Se quiser passar a ideia de que é inimigo figadal da corrupção e dos corruptos, o presidente terá de vetar integralmente o projeto cafajeste sobre abuso de autoridade aprovado a toque de caixa por foras-da-lei disfarçados de deputados e senadores, que querem dar voz de prisão, em nome da lei, aos defensores da lei.

Da forma como foi redesenhado pelos parlamentares, o projeto não só retira o caráter de proteção geral de cidadãos como se transforma num instrumento de bloqueio da ação dos órgãos de investigação e acusação, além de constranger juízes. De acordo com o Ministério Público, dos 33 crimes tipificados na nova lei, apenas três têm destinação de parlamentares e seis de autoridades e outros agentes públicos. Juízes são alcançados por 20 deles, promotores e procuradores por 21, agentes policiais e profissionais de segurança pública em 28.

A criminalização constrange a capacidade de interpretar as leis, e foi justamente isso que possibilitou os avanços da Lava-Jato. Limitar a interpretação à letra fria da lei ou criminalizar as ações de combate à corrupção deixará temerosos investigadores, juízes, promotores e procuradores — o que, aliás, já vem acontecendo: auditores da Receita Federal foram afastados pelo STF por supostamente investigarem membros do tribunal em “desvio de função”, e o Coaf, que Moro considerava um instrumento fundamental no combate à corrupção e lavagem de dinheiro, foi transferido para o Banco Central.

Antes mesmo da votação dessa vergonha na Câmara, Moro tuitou que “são os assassinos, ladrões e os bandidos que precisam temer a lei.” Delegados, promotores, procuradores e magistrados consideram que o texto contém “pegadinhas” e teria como objetivo emparedar investigações de grande complexidade, como a Lava-Jato.

Na manhã de ontem, o ministro da Justiça se reuniu com Bolsonaro no Palácio do Planalto e sugeriu o veto de nove artigos do texto. À imprensa, o presidente disse que ainda vai analisar possíveis vetos, mas defendeu a necessidade de coibir abusos. “Existe abuso, somos seres humanos. Logicamente, não se pode cercear os trabalhos das instituições, mas a pessoa tem de ter responsabilidade quando faz algo e fazer baseado na lei. Eu sou réu por apologia ao estupro. Alguém me viu dizendo que tinha que estuprar alguém no Brasil?

Parlamentares favoráveis às medidas defenderam o projeto. “A lei que pune o abuso de autoridade coíbe ação de agentes públicos que usam o cargo de acordo com suas posições pessoais, políticas ou partidárias”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Para o presidente da Câmara, o objetivo é evitar que agentes públicos passem de suas responsabilidades”. Segundo o ministro Gilmar Mendes, encarnação do deus-sol neste vale de lágrimas, a lei de abuso representa um “remédio”: “Quem exerce o poder tende a dele abusar e é por isso que precisa ter remédio desse tipo”. Vale lembrar que tanto Gleisi quanto Maia estão enrolados na Lava-Jato, e que Gilmar Mendes... Bem, Gilmar Mendes é Gilmar Mendes.

Mudando de um ponto a outro, a crise provocada pela intervenção de Bolsonaro na PF devolveu a Moro parte do protagonismo perdido com o vazamento de conversas hackeadas e pelo “quem manda sou eu” do presidente (detalhes no post anterior). O ministro e o diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo, mostraram ao capitão que a atitude provocou uma verdadeira comoção na instituição, com risco de pedido coletivo de demissão dos chefes operacionais. Bolsonaro recuou e Moro se capitalizou junto à PF.

A questão é que o que o presidente menos quer a esta altura é desagradar o Congresso, pois cabe aos senadores chancelarem a indicação de Zero Três para a embaixada do Brasil nos EUA. Como boa parte dos parlamentares tem contas a acertar com a Justiça, vetar a Lei de Abuso de Autoridade se tornou um dilema para o capitão: se apoiar o ministro da Justiça, ele se indispõe com os congressistas, e vice-versa. Não há como agradar a todos ao mesmo tempo. Um grupo de 20 políticos de ao menos quatro partidos têm encontro marcado com o presidente nesta terça para tratar do assunto. O prazo para sanção do projeto é de 15 dias.

Falando em agradar todo mundo ao mesmo tempo, Bolsonaro precisa resolver (também) se Raquel Dodge terá um segundo mandato à frente da PGR — as chances parecem mais remotas a cada dia que passa, mas enfim — ou indicar o sucessor da procuradora. O presidente se colocou (mais uma vez) numa sinuca de bico ao dizer que não se balizaria pela lista tríplice do MPF, o que provocou uma avalanche de interessados, indicados pelos filhos, por assessores, por correligionários, e por aí afora. Só que o capitão acha que precisa de alguém com o "perfil ideal", ou seja, submisso ao executivo, mas implacável com a corrupção — desde que o corruptor ou o corrupto não faça parte do seu clã ou do seu círculo de amizades. Na pior das hipóteses, sua excelência nomeará um interino e, quando calhar, o efetivará ou substituirá. Uma decisão infeliz que gera insegurança entre os procuradores e demonstra, mais uma vez, a falta de preparo do Jair Messias Bolsonaro para exercer o cargo ao qual foi guindado porque a alternativa — o bonifrate de Lula — era ainda pior.

Na avaliação de Josias de Souza, o país assiste a uma nova encenação política. Estava em cartaz o enredo baseado no versículo multiuso extraído do Evangelho de João: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." Entrou em cena um roteiro adaptado: "Enfrentareis a verdade, e a verdade vos aprisionará." Nas duas tramas, Bolsonaro faz o papel de si mesmo. A diferença é que, na primeira, ele se apresenta do modo como pensa que é: um político imaculado, estalando de pureza moral. Na segunda, ele é visto da maneira como voltou a ser: um político convencional, com todos os vícios da espécie.

Ex-deputado do baixo clero, Bolsonaro inventou-se como baluarte da extrema-direita, reinventou-se como presidenciável da Lava-Jato e chegou ao apogeu da metamorfose como presidente avesso aos maus costumes. No novo espetáculo, ele desossa o Coaf, intervém no Fisco e na PF, leva
Sergio Moro à frigideira. Enquanto aquele Bolsonaro hipoteticamente ético esteve no palco, travou
com o pedaço do asfalto que o chama de "mito" uma relação de cumplicidade. Quem ouvia seus discursos aplaudia efusivamente ou, pelo menos, dispunha-se a acreditar graciosamente. Agora, o capitão promove um roadshow de horrores.

Bolsonaro arrasta três correntes no palco. A do filho 01 conduziu-o à parceria tóxica com Dias Toffoli. A do 02 enfiou-o num bunker assombrado por inimigos imaginários — dos generais aos comunistas. A corrente do filho 03 empurrou-o para o balcão onde a cadeira de embaixador é trocada por favores variados. Rendido aos interesses de sua dinastia, o capitão mantém com a verdade uma relação rude. Quanto mais ele a enfrenta, mais ela o aprisiona no seu enredo arcaico, onde prevalece não o versículo do Evangelho de João, mas o primeiro mandamento da Lei de Murphy: quando algo pode dar errado, dará.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

O BRASILEIRO MERECE!

Em 1949, ao descobrir que todos os eletrodos de um equipamento destinado a medir os efeitos da aceleração e desaceleração em pilotos, o engenheiro aeroespacial panamenho Edward A. Murphy criou um corolário de máximas que ficaria conhecido, mais adiante, como a “Lei de Murphy”. Alguns consideram-na um tratado de negativismo, mas o fato é que ninguém conseguiu revogá-la.

Se algo pode dar errado, dará”, anotou Murphy. Soa fatalista, mas é pura lógica. Se nada dura para sempre, um dia vai quebrar, estragar, deixar de funcionar ou morrer. É mera questão de tempo. 

No Teorema do Macaco Infinito, descrito pelo matemático Émile Borel em 1913, um macaco, digitando aleatoriamente num teclado por um intervalo de tempo infinito, quase certamente criará a obra completa de Shakespeare. O macaco é apenas uma metáfora para um dispositivo abstrato que produza uma sequência aleatória de letras ad infinitum, mas “quase certamente” é um termo matemático com significado preciso.

Fato é que o pão do pobre sempre cai com o lado da manteiga para baixo, e que basta a gente escolher uma fila para a outra começar a andar mais depressa. Por outro lado, se sempre achamos as coisas no último lugar em que as procuramos, é porque não continuamos procurando depois que as encontramos. Mas isso é assunto para outra hora.

O que me leva a essas considerações é o artigo da Lei de Murphy segundo o qual não há nada tão ruim que não possa piorar. Impossível negar essa dura realidade. Cito como exemplo o cenário político atual. Vejamos isso melhor.

Durante o reinado de Lula, passei a ter vergonha de ser brasileiro. Com Dilma na presidência, a vergonha virou nojo. Num primeiro momento, a deposição da anta e a ascensão de Temer acendeu uma luz no fim do túnel. Mas a conversa de alcova que o vampiro do Jaburu manteve, na calada da noite, com certo moedor de carne bilionário deixou evidente que a tal luz era o farol do trem.  

A chama bruxuleante da esperança ressurgiu com a perspectiva da troca de comando em 2018. Mas durou pouco: tivemos de escolher entre o diabo que conhecíamos e o diabo que inevitavelmente passaríamos a conhecer (votar na marionete do criminoso de Garanhuns jamais foi uma opção). Para impedir que o bonifrate do presidiário levasse sua quadrilha de volta ao poder. elegemos o dublê de mau militar e parlamentar medíocre que hoje ocupa o Palácio do Planalto (e o da Alvorada, e a Granja do Torto, e por aí afora).

No segundo turno, votar em quem não se quer para evitar a vitória de quem se quer menos ainda faz parte do jogo político, mas tudo tem limite. Jamais botei fé no capetão, porém nunca imaginei que sua passagem pela Presidência pudesse ser tão desastrosa. 

Como se  vê, nada é tão ruim que não possa piorar.

Observação: Tanto a insistência do picareta dos picaretas em disputar a presidência, mesmo fingindo cumprir pena em Curitiba, numa sala VIP que se fingia de cela, quanto a excrescência a que chamamos "Justiça Eleitoral" reunir sua mais alta cúpula para julgar um pedido cuja desconformidade com a legislação eleitoral qualquer balconista da repartição pública onde se registram candidaturas não levaria mais que alguns minutos para determinar, foram um escárnio, uma bofetada nas fuças dos cidadãos de bem. A essa altura, porém, eu já nem sabia mais como qualificar meu “sentimento nativista”.

A pandemia foi uma fatalidade imprevisível, mas as coisas já andavam mal muito antes de a Covid-19 dar as caras por aqui. 

Relembro o “pibinho” de 2019, que virou chacota nas redes sociais. 

A reforma previdenciária, por cuja aprovação o presidente não só não se empenhou como fez o possível para atrapalhar

A demissão de Mandetta em meio à maior pandemia sanitária dos últimos cem anos. 

A nomeação de um general da ativa para transformar o ministério da Saúde em cabide de fardas (general esse que se sujeita ao papel de taifeiro do capitão-cloroquina e, feito por ele de gato e sapato, dá de ombros e diz que “um manda e o outro obedece”). 

As articulações para empurrar com a barriga a investigação sobre sua interferência na PF (visando proteger familiares e amigos, como o próprio presidente reconheceu). 

A nomeação de ministros da pior qualidade (só na Educação foram quatro até agora, e um pior que o outro). E por aí segue a procissão.

Pelas últimas contas, mais de 50 pedidos de impeachment dormitam sobre a mesa do presidente da Câmara, que só tem olhos para a própria reeleição. Não fosse assim, “Botafogo” veria que o morubixaba de festim afrontou a lei em diversas oportunidades. Entre outras:

Ao apoiar manifestações antidemocráticas;

Ao declarar, em Miami, que as eleições de 2018 foram fraudadas

Ao postar conteúdo pornográfico durante o Carnaval de 2019; 

Ao mandar comemorar o golpe militar de 1964

Ao praticar ofensas de cunho sexual contra a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha

Ao ignorar lei federal e atuar de modo temerário, propiciando a expansão do coronavírus

Ao flertar com a greve de PMs no Ceará, reconhecendo a suposta legitimidade do movimento

Ao afirmar abertamente que foi à CIA para tratar da deposição de Nicolás Maduro

Ao permitir que ministro, sob o seu comando, demitisse de cargo de confiança um fiscal que o havia multado por pesca irregular;

Um oficial militar disse a Eliane Cantanhêde que, para parar de falar besteira, o presidente tem de “tomar um remedinho”. A jornalista comentou: “Isolado no plano internacional, Bolsonaro será derrotado na eleição para prefeitos e tem contra si parcelas expressivas de governadores, juristas, cientistas, médicos, professores, ambientalistas, diplomatas, artistas e analistas. Não satisfeito, bate boca com Mourão, o que divide os militares. Aonde, afinal, o presidente quer chegar?

Pode-se acusar Bolsonaro de tudo, menos de ser original. Até porque a originalidade exige... bom, deixa pra lá. 

Difícil é identificar de quem o presidente de turno “herdou” seus invejáveis predicados. Seu populismo desbragado teria vindo de Lula ou de Jânio? Sua falta de compostura seria inata ou copiada de Trump? Sua inglória gestão acabará como a de Dilma, de Collor, de Jânio ou de Getúlio? Façam suas apostas.

Para concluir, um texto atribuído ao cineasta e jornalista carioca Arnaldo Jabor:

Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca. 

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua, ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza; aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitacos na forma como tratamos nossa criminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.

Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão. 

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, em vez de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. 

Brasileiro é vagabundo por excelência. O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade são oriundos do povo. O brasileiro, ao mesmo tempo que fica indignado ao ver um deputado receber R$ 33 mil por mês para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe que se estivesse no lugar dele faria o mesmo. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de R$ 300 mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

Brasileiro é um povo honesto. Mentira. Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. 

Se você oferecer 50 euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas. O brasileiro, ao mesmo tempo que fica indignado com a roubalheira dos políticos, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Já foi. 

Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos, retornando da Guerra do Paraguai, ali se instalaram. Naquela época, quem morava lá era gente honesta, que não tinha alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como "aviãozinho" do tráfico. Se a maioria da favela fosse honesta, os bandidos já teriam sido tocados de lá, pois podem matar 2 ou 3, mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação dos criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

O Brasil é um país democrático. Mentira. 

Num país democrático, a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos, mas ninguém tem obrigações, não há que falar em democracia, e sim em anarquia. Num país onde a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo, que paga tributos para sustentar os privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar!

Democracia isso? Pense! 

O famoso jeitinho brasileiro é um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um "gato" puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. Se o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, ele sai de lá feliz como se tivesse ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior carga tributária do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação. Mas e daí? Somos penta campeões do mundo, né?

O Brasil é o país do futuro. 

Caramba, meus avós diziam isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar como seria sua indignação se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro. 

Puxa, essa eu não vou nem comentar... O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.

Para finalizar: O brasileiro merece! Como diz o ditado, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar.

P.S. Publiquei esse texto de Jabor em 2007. Naquela época, visitantes e blogueiro interagiam regularmente. Raro era o dia em que eu não recebia dezenas de mensagens com comentários, sugestões, dúvidas, pedidos de informação e até "colaborações". Esse artigo foi uma delas, e eu o vendi pelo preço que paguei, ou seja, mantive o crédito dado originalmente a Jabor, o que não significa necessariamente que o cineasta o tenha escrito. Evitei ao máximo mexer no conteúdo, embora tenha alterado duas ou três vírgulas, não só pelo fato de a má colocação fugir à norma culta (outras fugiram e eu as mantive), mas porque comprometia o sentido da frase. Ah, também atualizei os valores. Mas o fulcro da questão, a meu ver, é que, se analisarmos o contexto com um todo, veremos que só mudaram as moscas. A merda, infelizmente, continua a mesma.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O PÃO DO POBRE E O CELULAR

QUEM PLANEJA TEM FUTURO, QUEM NÃO PLANEJA TEM DESTINO. 

 

Segundo um velho ditado, o pão do pobre sempre cai com o lado da manteiga para baixo — e o mesmo se aplica ao celular, que cai com a tela virada para o chão. Lei de Murphy? Talvez. Mas a física ajuda a entender essa "fatalidade".

 

O "acidente" acontece porque, durante a queda, o pão só tem tempo de realizar meia volta no ar antes de tocar o chão. De acordo o site britânico Metro, o experimento foi encomendado para marcar a estreia da sexta temporada da série The Big Bang Theory. A fórmula que explica o fato é ( ω – Rav ) / t = R, onde a velocidade de rotação (ω) menos a taxa de rotação influenciada pela força de arraste (Rav) é dividida pelo tempo disponível (t), o que determina o número de rotações (R) enquanto a fatia de pão cai. Resumindo, é sujeira na certa!

 

Como parte de um exercício de relações públicas para encorajar as pessoas a comprarem o seu smartphone duro na queda, a Motorola pediu ao físico Robert Matthews — conhecido pelo artigo sobre as torradas com manteiga, a Lei de Murphy e a física — que explicasse melhor essa questão.

 

Observação: O Moto X Force se destaca pela estrutura reforçada, mais resistente a impactos, composta por um chassi de alumínio, display AMOLED ShatterShield de cinco camadas, dupla camada de toque, lente interna flexível e lente externa projetada para resistir a encontros acidentais com o chão e com garantia contra quebras e rachaduras por quatro anos após a compra. O dispositivo não é à prova d'água, mas conta com um revestimento nanométrico que protege os componentes internos contra chuva e respingos.

 

Em linguagem descomplica, o fato de o aparelho cair com a tela virada para baixo ou para cima depende de diversas variáveis, como a posição em que o usuário o está segurando no momento da queda e a distância até o chão. Como as pessoas tendem a segurar o telefone com os dedos abaixo do centro de gravidade na traseira, mais ou menos na altura do peito, ele cai mais frequentemente com a tela virada para baixo.

 

A boa notícia é que a equação depende de como você tenta evitar a queda quando derruba o celular: se simplesmente deixa-lo cair, é mais provável que ele caia com a tela para cima.

 

Bora experimentar?

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

BACKUP E CANJA DE GALINHA NUNCA FIZERAM MAL A NINGUÉM


NEM TUDO QUE ACABA NECESSARIAMENTE TERMINA.

Nos primórdios da computação pessoal, era comum ouvirmos dizer que hardware era a parte do PC que a gente chutava e o software, a que a gente xingava. Ouvíamos também que os usuários de computador se dividam entre os que já haviam perdido um HD e a dos que ainda iam perder. Brincadeiras à parte, esses “clichês” continuam valendo, mesmo depois que a evolução tecnológica aprimorou sobremaneira os dispositivos computacionais.

É fato que os HDs e SSDs atuais não são tão susceptíveis aos distúrbios da rede elétrica quanto os modelos fabricados 10 anos atrás, mas isso não nos desobriga de usar um nobreak, pois, além de estabilizar a tensão, esse aparelho nos protege de um apagão inesperado e do subsequente pico de tensão que tende a ocorrer quando o fornecimento de energia é restabelecido. Isso não só evita danos físicos nos delicados circuitos eletrônicos do computador, mas também previne a perda de dados se, por exemplo, a gente não configurou o salvamento automático dos arquivos em que está trabalhando nem tomou o cuidado de fazê-lo manualmente (no Word, basta pressionar Ctrl+B de tempos em tempos).

Nunca é demais lembrar que os famigerados filtros de linha não filtram coisa alguma, já que não passam de benjamins providos de fusíveis ou LEDs que fazem as vezes de varistor. O estabilizador de tensão é mais eficiente, pois “compensa” as variações de tensão da rede (para mais ou para menos), embora, de novo, a melhor solução é o nobreak, de preferência do tipo online — também conhecido como UPS —, que integra um retificador, um inversor e um banco de baterias. O bloco retificador “corrige” a rede elétrica e carrega as baterias, e a tensão, uma vez retificada, alimenta o bloco inversor, cuja função é alternar a tensão novamente para a carga. Quando há energia na tomada, as baterias são mantidas em carga lenta, e o computador e demais periféricos são alimentados via inversor; quando falta força, as baterias alimentam a carga também via inversor, e da feita que a tensão é retificada e filtrada logo na entrada, e a alimentação, provida através do circuito inversor, o nobreak elimina a maioria dos distúrbios da rede elétrica, pois suas baterias funcionam como um grande capacitor.

Como a Lei de Murphy ainda não foi revogada, ninguém está livre de, um belo dia, ligar o computador e o Windows se recusar a carregar porque um arquivo importante do sistema se corrompeu, por exemplo. Mesmo que a possibilidade de isso ocorrer seja menor do que há 5 ou 10 anos, e que o Win10, ao detectar alterações nos arquivos protegidos do sistema, aciona o Windows Resource Protector (que até o WinXP atendia por Windows File Protector) para recuperar automaticamente as versões originais a partir de cópias armazenadas numa pasta oculta, ou, ainda, que o Win10, diante de uma falha que o impede iniciar normalmente, tenta se recuperar automaticamente e, se não conseguir, reinicia no modo de segurança ou no ambiente de recuperação, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Sem embargo, a melhor maneira de evitar surpresas desagradáveis como o sequestro de dados por ransomware, por exemplo é manter backups atualizados dos arquivos importantes. Não estou falando do sistema operacional em si, nem dos aplicativos que usamos no dia a dia, até porque tudo isso é recuperável. Falo daquela foto antiga de alguém que já se foi, e cujo negativo ou cópia em papel foi parar não se sabe onde. Ou do vídeo do batizado do caçula, do parto da cadelinha de estimação, enfim, de tudo que foi armazenado no HD e que, se uma hora se perder, fo... digo, danou-se.

Usuários de computador sempre foram avessos a fazer backup, e houve um tempo que isso era compreensível: até meados dos anos 90, praticamente não havia alternativa aos frágeis disquetes, que desmagnetizavam e emboloravam com facilidade e não comportavam sequer para uma faixa musical no formato .mp3. Eles chegaram ao mercado no final de 1971, e suas primeiras versões tinham 8” (cerca de 20 cm) e míseros 8 kilobytes de capacidade. Mais adiante, vieram os modelos de 5 ¼” polegadas e 160 kilobytes, e em 1984, quando sua produção foi descontinuada, já armazenavam 1,2 MB.

Os disquetes que mais se popularizaram foram os de 3 ½” e 1,44 MB (versões de 2,88 MB e 5,76 MB chegaram a ser lançados, mas por alguma razão não emplacaram). Até a edição 95, os arquivos de instalação do Windows eram fornecidos nesse tipo de mídia (primeiro a gente instalava o MS-DOS e depois o Windows propriamente dito, que até então era apenas uma interface gráfica). Naquela época, a maioria dos PCs contava com dois ou mais floppy drives meu primeiro 286 tinha um drive para floppy de 5 ¼” e dois para 3 ½”, o que facilitava bastante a cópia de dados. A título de curiosidade, para armazenar em disquetes o conteúdo de um pendrive de 16 GB, seriam necessárias 11.111 unidades de 1,44 MB (uma pilha de respeitáveis 36 metros de altura).
       
Atualmente não existe desculpa para você não criar cópias de segurança de seus arquivos importantes e de difícil recuperação. De uns anos a esta parte, os fabricantes deixaram de equipar notebooks e desktops com drives de disquete, e são bem poucos os modelos que ainda trazem um gravador/leitor de mídia óptica, já que HDs externos (com interface USB) e pendrives de grandes capacidades custam relativamente barato e oferecem um latifúndio de espaço. Isso sem mencionar que os disco rígidos nativos também se tornaram bastante camaradas: qualquer PC de entrada de linha conta atualmente com algo entre 500 GB e 1 TB. A questão é que, se não dividirmos esse espaço em pelo menos duas unidades lógicas, nossos arquivos serão apagados se e quando formatarmos o HD para reinstalar o Windows do zero. E ainda que o particionemos e salvemos nossos backups fora da partição do sistema, os arquivos podem ficar indisponíveis se uma falha física comprometer o funcionamento do dispositivo (para mais detalhes sobre particionamento do HD, reveja esta sequência de postagens).  

De novo: não há desculpa para não criarmos cópias de segurança dos dados importantes e de difícil recuperação. O procedimento não tem mistério, pois consiste basicamente em copiar arquivos do drive C para outra partição do HD ou para mídias removíveis. Simples assim. Agora, se você quiser fazer backups em grande estilo, o Windows lhe dá uma forcinha, como veremos em detalhes na próxima postagem.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

UPDATE DE ANIVERSÁRIO DO WINDOWS 10

OS HOMENS MENTIRIAM MENOS SE AS MULHERES FIZESSEM MENOS PERGUNTAS.

Finalmente, depois de muita expectativa, o update de aniversário do Windows 10 começou a ser disponibilizado pela Microsoft para todos os usuários dessa edição do sistema ― até o início deste mês, ele só estava disponível para os participantes do programa Windows Insider.

A atualização ocorrerá em etapas, o conjunto de aprimoramentos liberado dias atrás inclui a tão esperada assistente virtual Cortana ― que já estava disponível há algum tempo para usuários do Windows 10 em inglês ―, a sincronização das notificações de smartphones baseados no sistema operacional Android com o centro de notificações do Windows 10 e a adição de suporte a extensões no navegador Microsoft Edge, além de diversas melhorias visuais.

Caso você ainda não tenha sido notificado de que o update de aniversário foi baixado e está pronto para ser instalado no seu PC, abra o menu Iniciar, clique em Configurações > Atualização e segurança, selecione a opção Windows Update, clique em Verificar se há atualizações e veja se a atualização 1607 figura na lista dos updates disponíveis. Caso negativo, você pode instalá-la seguindo este link e clicando em Atualizar agora.

Embora o Windows crie um ponto de restauração durante o processo de atualização, não custa você se antecipar e fazê-lo manualmente ― afinal, seguro morreu de velho. Aliás, é bom verificar se essa proteção se encontra habilitada e devidamente configurada (no meu sistema, ela estava ativada, mas o espaço reservado para armazenar os pontos era zero). Para tanto, dê um clique direito no botão que convoca o menu Iniciar, selecione a opção Painel de Controle, clique em Sistema e Segurança > Sistema > Configurações avançadas do sistema e, em seguida, na aba Proteção do sistema. No campo Configurações de proteção, clique no botão Configurar, para ativar a proteção e ajustar o espaço destinado aos pontos de restauração.

Observação: A Restauração do Sistema é um recurso valioso, embora não constitua um remédio infalível para todos os males ― até porque ela pode não funcionar justamente quando a gente mais precisa dela. Ainda assim, é fundamental mantê-la habilitada e adequadamente configurada, bem como criar novos “pontos” antes de instalar aplicativos e drivers de dispositivos, ou de rodar programas de manutenção que excluem arquivos, limpam e desfragmentam o registro ou promovem outros “ajustes invasivos”. Para evitar que esses pontos ocupem muito espaço, é recomendável eliminar os mais antigos, e como o Windows não permite fazê-lo de forma seletiva (ou seja, ele remove todos, com exceção do mais recente, que é mantido por questões de segurança), o melhor é gerenciá-los com o CCleaner.

Se faço todas essas recomendações, é porque uma atualização dessa magnitude sempre envolve o risco de algo não sair como esperado. A despeito de poder contar nos dedos de uma só mão quantas vezes eu enfrentei aborrecimentos por conta de atualizações problemáticas ou malsucedidas (e olhe que uso o Windows desde meados dos anos 1990 e passei a atualizar o sistema quando a Microsoft criou o Windows Update ― nos tempos áureos da conexão discada, o que me levava a baixar e instalar os patches de madrugada ou nos finais de semana ―, ninguém ainda revogou a Lei de Murphy. Durante o update, que, além de demorado, requer diversas reinicializações, meu sistema empacou durante um reboot.

Se a tela de logon fosse exibida, a solução seria clicar com o botão direito no ícone que dá acesso às opções de desligamento (no canto inferior direito) e, mantendo a tecla Shift pressionada, selecionar a opção Reiniciar, clicar em Solução de Problemas > Configurações Avançadas > Configurações de Inicialização > Reiniciar, usar as teclas de função (F4, F5 ou F6) para definir a opção desejada. 

Como não foi o caso, quando finalmente me convenci de que o sistema entrara em loop infinito, forcei o desligamento do computador (para tanto, basta manter o botão de power pressionado por cerca de 5 segundos) e tornei a ligá-lo 3 vezes seguidas. No Windows 10, esse procedimento, tradicionalmente, força a reinicialização no ambiente de recuperação do sistema, em que, na tela Selecione uma opção, devemos escolher Solucionar problemas; na tela Solucionar problemas, selecionamos Restaurar este PC; na tela Restaurar este PC, definimos Manter meus arquivos, selecionamos nossa conta de usuário, digitamos a senha, se solicitado, clicamos em Reiniciar e rezamos para dar certo. Mas nem foi preciso: no terceiro reboot, uma mensagem na tela me deu conta de que “o Windows estava tentando recuperar a instalação” e, depois de alguns minutos, o computador foi reinicializado normalmente (ufa!).

Pensei em tentar fazer a atualização novamente, desta vez usando a Ferramenta de Criação de Mídia oferecida pela Microsoft — basta acessar a página, clicar em Atualizar agora e seguir as instruções na tela para baixar a versão mais atual da plataforma. Todavia, diz um velho ditado que, em rio que tem piranha, jacaré nada de costas, de modo que postei uma remissão ao problema na Microsoft Community e vou aguardar mais uns dias para ver que bicho dá.

Em tempo: Segundo Woody Leonhard, o melhor a fazer é esperar a poeira baixar ― ou seja, declinar do update de aniversário até que a dona Microsoft corrija os (inúmeros) problemas relacionados com a instalação e/ou com resultados danosos, que vêm aporrinhando um número cada vez maior de usuários do Windows 10. Se calhar, não deixe de ler também este artigo, no qual o editor sênior da InfoWorld ― que conhece o sistema Windows como poucos ― dá dicas de como solucionar 20 problemas comuns na atualização para o Ten.

Boa sorte a todos.