sexta-feira, 18 de março de 2022

WINDOWS 10 — DICAS (SÉTIMA PARTE)

ANTES, A MÍDIA CONTROLAVA AS MASSAS; HOJE, AS MASSAS CONTROLAM A MÍDIA.

Em 1995, quando a Microsoft promoveu o Windows de interface gráfica a sistema operacional, um megabyte de memória RAM custava 20 dólares. Atualmente, com esse mesmo dinheiro compra-se um módulo de 4GB SDRAM DDR-3 da Kingston

Em 1995, o Win95 exigia pelo menos 4MB de RAM (isso mesmo, quatro megabytes) para rodar. Em 2015, quando lançou o Win10 como serviço (SaaS), a Microsoft, modesta quando lhe convém, informou que o sistema requeria 1GB na versão de 32-bit e 2GB na de 64-bit. Para o Win11, lançado oficialmente em outubro do ano passado, a mãe da criança informa que a quantidade mínima de RAM é de 4GB.  

A questão é que todo aplicativo consome memória, inclusive aqueles que pegam carona na inicialização do sistema e ficam rodando em segundo plano. Um PC sem programas é quase inútil, e usá-lo sem acessar a Internet é como andar com uma poderosa motocicleta somente no quintal de casa. E os navegadores são vorazes consumidores de memória.

Para rodar com fôlego, o Win10 precisa de pelo menos 6GB de RAM. Meu desktop dispõe de 32GB DDR3, mas foi reprovado pelo PC Health Checker por causa do processador — um Intel quad-core i7-4790 3.6GHz. Já meu note Dell Inspiron 3583 (i7 4GHz de 8ª geração) foi aprovado, mas, a despeito de contar com 8GB de RAM DDR4, ele fica no chinelo quando comparado ao desktop (o gargalo está no disco rígido eletromecânico de 2TB; o desktop dispõe de um SSD de 1TB e um HDD de 3TB).

Conforme comentei em outras oportunidades, a Microsoft dará suporte ao Win10 até outubro de 2025. Até lá muita água vai rolar, já que ninguém escapa da obsolescência programada. Isso não muda o fato de o Win11 ser a bola da vez. Atualmente, quem compra um PC Windows novo recebe o aparelho com a nova versão do sistema pré-instalada ou, no mínimo, com uma configuração de hardware que permita a migração.

Fiz este preâmbulo porque, no dia 9 do mês passado, meu desktop resolveu exibir um festival de telas azuis (coincidência ou não, isso se deu um dia depois de eu aplicar o Patch Tuesday de fevereiro). Num dos reboots, consegui acessar o ambiente de recuperação (WinRE), mas não obtive sucesso com o Reparo de Inicialização e resolvi deixar para reinstalar o sistema mais adiante. 

O jeito foi tirar meu notebook do armário, mas eu não o usava havia meses e o Windows Update me avisou que o Win11 estava pronto para ser instalado. Pensei em postergar a atualização, mas resolvi seguir adiante. Eram, então, 14h. 

Somente às 23h30 que Windows concluiu os trâmites e pediu a indefectível reinicialização (afora as que ele fez por conta própria durante o processo). Dado o avançado da hora (essas coisas, a gente sabe quando começam, mas não quando terminam), deixei para reiniciar o PC pela manhã.

Para encurtar a conversa, pouco depois das 11h da manhã seguinte o Win11 deu as caras pela primeira vez. Gastei mais algumas horas com reconfigurações, personalizações e o escambau. Para “ajudar”, o sistema “não encontrou nenhuma saída de áudio”. E se já não bastasse a lentidão generalizada, navegar com o Edge Chromium virou um teste de paciência: eu digitava um URL e nada acontecia. Depois, aos poucos, as letras iam aparecendo. Quando a página abria, rolar a tela era um suplício... Em suma, meu note ficou uma merda.

Encontrei reclamações parecidas no fórum oficial do Win11. As sugestões iam desde remover e reinstalar o browser a restaurar o sistema, rodar o DISM, desabilitar o antivírus (meu note veio com uma licença do McAfee, que foi renovada quando eu reinstalei o sistema), e por aí afora. Nenhuma delas me convenceu. Para piorar, o martírio se repetia com o Google Chrome, que eu consegui baixar e instalar a duras penas (a essa altura, eu abria o Edge e ele fechava do nada).

Resumo da ópera: Conforme eu mencionei ao longo desta sequência, o Windows oferece diversos utilitários — entre os quais ferramentas para limpeza do disco, correção de erros e desfragmentação dos dados —, mas não disponibiliza um limpador do Registro e tampouco recomenda recorrer a ferramentas de terceiros (como o festejado Advanced System Care). 

Sou fã dessa suíte da manutenção desde sempre, mas não me cabe discutir com a mãe da criança. Interessa dizer que eu estava prestes a jogar a toalha quando decidi travar mais um “cabo de guerra” como o navegador e baixar ASC. Eu uso a versão PRO no desktop, mas não estava com paciência para procurar na nuvem uma cópia das chaves de ativação dos meus softwares pagos, de modo que baixei a encarnação mais recente da versão freeware (15.2.0.201. E foi tiro e queda.

O ASC oferece a opção IA (vide figura), que utilizei inicialmente. Tanto o exame quanto as correções levaram mais tempo do que seria “normal” (mesmo para o notebook, que não conta com os benefícios do SSD), mas o fato é que o sistema mudou da água para o vinho. A inicialização demore bem mais que a do desktop (que leva de 10 a 15 segundos), mas Win11 tornou-se perfeitamente utilizável.

Em que pesem as recomendações da Microsoft, eu recomendo o ASC a todos que se preocupam em manter o sistema nos trinques. Até porque os módulos que a IObit inclui nessa suíte vão muito além das ferramentas nativas do Windows. Além de realizar uma limpeza profunda no disco, ela otimiza o sistema e a conexão com a Internet, busca por drivers e aplicativos desatualizados, brechas de segurança, fraquezas no sistema e muito mais (sobretudo quando se clica no ícone da malinha de ferramentas). Algumas funções são restritas à versão paga, mas, de modo geral, a gratuita está de bom tamanho.

Fica aqui a sugestão.

quinta-feira, 17 de março de 2022

LULA LÁ...


Política e honestidade raramente andam de mãos dadas. Salvo honrosas exceções, nossos governantes e representantes se servem do mandato em vez de servir ao país. Mas é importante ter em mente que essa caterva não brota nos gabinetes por geração espontânea; se está lá, é porque obteve o aval do "esclarecidíssimo" eleitorado tupiniquim.

O que dizer de congressistas que destinam R$ 4,9 bi para o fundo eleitoral — dinheiro roubado de nós para financiar a campanha de quem continuará a nos roubar na próxima legislatura — quando metade da população não consegue fazer duas refeições por dia, o dólar está nas alturas, o preço dos combustíveis explodiu e a inflação voltou à casa dos dois dígitos?


Desde a redemocratização, cinco presidentes foram eleitos diretamente e dois foram alçados ao posto devido à morte dos titulares. Desses, o “menos pior” foi FHC, que sujou o poleiro comprando votos para a aprovação da PEC da Reeleição. Quanto aos demais, Collor se revelou um caçador de marajás de araque; Lula, um desaculturado exótico; Dilma, uma calamidade; Temer, uma aberração; e Bolsonaro, um dublê de mau militar e parlamentar medíocre que, por mal de nossos pecados, quer porque quer ficar mais quatro anos no poder.


A menos que o imprevisto tenha voto decisivo na assembleia dos acontecimentos, a próxima eleição presidencial tem tudo para ser uma reedição piorada do pleito plebiscitário de 2018. O queridinho do eleitorado, segundo as pesquisas, é o ex-presidiário que teve a ficha imunda lavada nas coxas pela cúpula do Judiciário, e o vice na chapa, o ex-tucano que até não muito tempo atrás comparava o demiurgo de Garanhuns a um “ladrão de carros” e dizia que votar em Lula seria “reconduzir o criminoso à cena do crime”.


Situações surreais como essas causariam espécie — para dizer o mínimo — em qualquer democracia de respeito, mas não no Brasil, onde existem remédios constitucionais para apear do cargo mandatários que se tornam estorvos (que o digam Collor e Dilma), mas falta vontade política para administrá-los. E deixar a solução do problema cargo da récua de muares que atende por “eleitorado” tem sido um péssimo negócio. 


ObservaçãoPelé disse certa vez que o brasileiro não sabe votar, e Figueiredo — o último presidente general da ditadura —, que “um povo que não sabe sequer escovar os dentes não está preparado para votar”. Ambos foram muito criticados por isso, mas o tempo provou que eles estavam certos.


Voltando à questão dos combustíveis, soa ridículo Bolsonaro culpar o ICMS e contar com a “sensibilidade” da Petrobras. Faz sentido o que ele diz sobre a queda do preço do petróleo no mercado internacional não ser repassada às refinarias tão rapidamente quanto os aumentos, como também a crítica ao oportunismo dos donos de postos de combustíveis, que reajustam para cima o valor cobrado nas bombas bem mais rapidamente do que o reduzem (isso quando a redução chega realmente ao bolso do consumidor final). Por outro lado, estaríamos numa situação mais confortável se o atual governo tivesse se valido da Cide para criar um fundo de amortização.


É fato que os antecessores do capitão poderiam ter feito o mesmo e não fizeram — aliás, Lula e seu repulsivo partido quase “quebraram” a Petrobras com o Petrolão —, mas também é fato que, durante a campanha de 2018, o "mito" prometeu gasolina a R$ 2,50 o litro e gás de cozinha a R$ 35 o botijão de 13 kg


Dizer agora que o combustível aumentou no mundo inteiro em decorrência da guerra no leste europeu é servir-se de uma meia-verdade para justificar o injustificável. Prova disso é que, enquanto o brasileiro gasta 25% de um salário-mínimo para encher o tanque de um carro popular, os argentinos gastam 6%, os italianos, 4,8%, e os norte-americanos, 3%.


Não seria de esperar algo muito diferente de um chefe do Executivo que passeia de motocicleta durante o expediente e trava uma verdadeira cruzada contra as vacinas para não dar palanque a seu arquirrival — cá entre nós, não fosse pelo governador de São Paulo, o dublê de general, expert em logística e ministro da Saúde, Eduardo Pesadelo, ainda estaria esperando “o dia D e a hora H” para iniciar o plano nacional de imunização.


Triste Brasil.

WINDOWS 10 — DICAS (SEXTA PARTE)

A CIÊNCIA SOA FALSA QUANDO SE TEM A MENTE TOMADA PELA PAIXÃO.

Encerrei o capítulo anterior dizendo que a memória virtual foi uma mão na roda — e continua sendo —, ainda que não passe de mero paliativo, pois falta de memória (física ou de massa) se resolve com um upgrade (de RAM ou de HDD/SSD).

A Intel adotou a “memória virtual” em seu processador 80386, lançado em 1985, que representou uma grande evolução em relação à geração anterior, tanto pela introdução de novas instruções quanto por ser capaz de operar com palavras de 32 bits e pelo suporte ao multitarefa. Claro que os sistemas operacionais da época não aproveitavam plenamente esses recursos; a versão 2.0 do OS/2 e o Windows NT 3.1, que já suportavam processadores de 32 bits, surgiram, respectivamente, em 1992 e 1993.

Até 2005 o Windows era disponibilizado apenas na versão x86 (de 32 bits). Quando a AMD, arquirrival da Intel, desenvolveu os primeiros processadores de 64 bits, a Microsoft lançou o Windows XP 64-bit Edition

Observação: Processadores x86 (32-bit) rodam somente sistemas e aplicativos de 32 bits, enquanto modelos com chip x64 (64-bit) rodam tanto sistemas e apps de 32 bits quanto de 64 bits. Já a arquitetura x86 recebeu esse “nome” porque os primeiros chips dessa “família” eram identificados por números terminados em “86”, como 8086, 80186, 80186, 8028680386 e 80486 — a partir daí a Intel passou a usar o nome Pentium. Já a relação entre x64 e 64-bit, por óbvia, dispensa explicações

A principal diferença entre as duas plataformas têm a ver com o “comprimento da palavra” (sequência de bits de tamanho fixo que o chip é capaz de processar) e com o tamanho dos “registradores” (memória temporária usada no processamento das instruções), uma vez que esses parâmetros definem a quantidade de memória RAM que o processador é capaz de endereçar e o sistema operacional, de “enxergar”.  

Tomando por base o Win10, a versão Home x86 endereça 4GB de RAM, ao passo que a versão Home x64 endereça 128GB, a Professional x64, respeitáveis 512 GB, e o Windows Server 2012 Datacenter, inacreditáveis 4 TB (Terabytes). Aliás, é fundamental ter essas limitações em mente quando se vai fazer um upgrade de RAM, já que instalar mais de 4GB de memória física e usar um sistema de 32 bits é jogar dinheiro fora. Para saber se seu Windows é 32-bit ou 64-bit, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Sobre e, em Especificações do Windows, veja o que consta em Tipo de Sistema (se quiser informações adicionais sobre o processador e a configuração de hardware, baixe e instale o freeware CpuZ).

Computadores efetuam cálculos e processam informações utilizando o código binário, até porque é mais fácil trabalhar com dois símbolos (0 e 1) do que com dez, e bastam dois símbolos para representar um circuito aberto, no qual o fluxo de energia está interrompido, ou um circuito fechado, através do qual a corrente passa. Como não é possível assumir os dois estados simultaneamente (noves fora na computação quântica), o “valor” do bit ou é 0 ou é 1. No âmbito da programação, o zero (0) corresponde a false (falso) e o um (1), a true (verdadeiro). 

Observação: bit (forma reduzida binary digit) é menor unidade de informação que um processador é capaz de manipular, e corresponde a apenas dois estados opostos — fechado/aberto, desligado/ligado, falso/verdadeiro, etc. — que, por convenção, são representados pelos algarismos 0 e 1 (para mais detalhes, clique aqui).

Processadores de 16 bits, quando ainda eram fabricados e comercializados, limitavam-se a operar com 65.539 números diferentes (216 ). Como todos esses endereços apontam para a RAM, eles só conseguiam "enxergar" míseros 64MB de memória. Chips de 32 bits operam com 4.294.967.295 números diferentes (232), e os de 64 bits, com 18.446.744.073.309.551.616 (264), o que lhes permite endereçar muito mais memória..   

Resumo da ópera: Sistemas x86 rodam melhor em PCs com CPU de arquitetura parelha, embora possam ser instalados em máquinas equipadas com processadores x64. Já as edições x64 do Windows (e aplicativos baseados nessa arquitetura) rodam exclusivamente em PCs com CPU de 64 bits. Em meados de 2020, a Microsoft anunciou aos fabricantes de PC parceiros que passaria a fornecer somente a edição 64-bit do Win10.

Continua...

quarta-feira, 16 de março de 2022

QUEM TEM MEDO DE SERGIO MORO?


Não canso de me espantar — e de expressar o meu espanto — com a verdadeira caçada que políticos, jornalistas, advogados e juízes promovem contra Sergio Moro. O sujeito prendeu corruptos graudíssimos e mandou a escumalha que roubou bilhões de reais da Petrobras devolver o dinheiro à empresa. Missão cumprida, virou alvo de hackers vagabundos (história mal explicada) que roubaram mensagens do celular do então procurador Deltan Dallagnol e viram-se tratados como heróis nacionais pela imprensa petista ou simplesmente oportunista. Na sequência, foi avacalhado por ministros de tribunais superiores que atuam politicamente e politicamente o consideraram suspeito. Por fim, saiu do governo atirando contra a interferência na Polícia Federal. Apesar de tudo isso, ele vem sendo tratado como o pior criminoso do Brasil.

Escrevi “apesar de tudo isso”, mas é claro que não sou ingênuo. Sei que Sergio Moro sofre perseguição justamente por ter-se comportado do modo oposto ao dos que mantêm o sistemão em funcionamento, para a desgraça de muitos e o benefício de poucos — e que o seu grande pecado foi, com esse comportamento, ter colocado no xadrez empresários e chefões políticos poderosos, como Marcelo Odebrecht e Lula. Mas, ainda assim, espanto-me com o despudor da caçada do agora pré-candidato à presidência da República.


Na imprensa, uma penca de colunistas que desonestamente não se declaram petistas ataca Sergio Moro utilizando argumentos fajutos sobre sua suspeição como juiz, como se as sentenças proferidas por ele não tivessem sido chanceladas por outras instâncias e algumas até com agravamento de pena. Fustigam também a sua falta de “profissionalismo” na política, como se o fato de passar por media training, sessões de fonoaudiologia e cercar-se de notáveis interessados em mudar o Brasil fosse sinal de amadorismo. Um pré-candidato que precisa de “coaching”, veja só que absurdo. 


De que “profissionais” essa gente sente falta? De Lula, José Dirceu, Renan Calheiros, Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, Ciro Gomes, Aécio Neves, Geraldo Alckmin? Do que estamos falando aqui? De alguém forjado num “passado de lutas”? Bem, se há alguém que lutou de verdade, esse alguém foi Sergio Moro, não? Ou a Lava-Jato não foi uma luta contra tudo e contra todos? Quanto à capacidade intelectual, o único presidente da República que chegou preparado para ocupar o cargo — o único — na história da Nova República (e, quiçá, da República) foi Fernando Henrique Cardoso. O que, infelizmente, não o impediu de sucumbir à vaidade, fazendo passar a emenda da reeleição, e de dar corda à corrupção de aliados.


Sergio Moro e sua mulher, Rosangela, gravaram uma mensagem de Natal. Eles não formam propriamente um casal Obama, mas foram tratados por essa mesma imprensa — e nas redes sociais — como se destoassem para baixo da média brasileira em termos de comunicabilidade, estética e crenças. Além de criticarem a voz do “marreco”, debocharam da voz da “pata” na mensagem. Como se Lula fosse um Pavarotti e Jair Bolsonaro, um José Carreras. Muitos dos que se deliciaram com o que seria a caipirice do casal não aprenderam nem mesmo a comer direito com garfo e faca (meninos, eu vi). Um dos maiores malas sem alça que conheci classificou Moro de maior mala sem alça de 2022. Seria divertido, se não fosse assustador o ponto a que chegamos.


O braço jurídico do PT, mais conhecido como o clube do charuto e do vinho Prerrogativas, nunca esteve tão ativo nas redes sociais — e nos bastidores. Advogados de corruptos pescados pela Lava-Jato repisam que Sergio Moro e os procuradores agiram politicamente quando estavam à frente da operação — e o lançamento da pré-candidatura do ex-juiz só confirmaria que ele agiu fora da lei. Para quem olha de fora, parece ser o contrário: se resolveu entrar na política, isso mostra que não fez nada de errado quando vestia toga e, por isso, não teme ter esse telhado de vidro. 


Acuado por Deltan Dallagnol, um dos integrantes do clube foi obrigado a concordar que a Lava-Jato recuperou 15 bilhões de reais de dinheiro de corrupção. O causídico, no entanto, continua a disparar contra Sergio Moro no Twitter (afinal de contas, pode se candidatar a deputado pelo PT), fazendo gracinhas sem usar vírgula antes de vocativo, como se o seu sobrenome quatrocentão fosse suficiente para abolir a gramática. 


Juntamente com ministros de tribunais superiores, o braço jurídico do partido atua para tentar criar embaraços ao pré-candidato Sergio Moro e quem ousa apoiar o moço. O TCU, por exemplo, agora quer saber quanto o ex-juiz ganhou para sair da empresa de consultoria americana que o empregou nos Estados Unidos, depois de ele sair do governo. O que isso tem a ver com dinheiro da União? Nada, absolutamente nada, mas a alopragem vai ao ponto de ligar o salário de Sergio Moro a um suposto conflito de interesses na condenação da Odebrecht e executivos da empreiteira. 


Os malandros da Brasília querem fazer crer que Sergio Moro quebrou a Odebrecht, cliente da empresa na qual ele viria a trabalhar, para conseguir o emprego. A versão se choca com a outra — a de que ele condenou Lula para eleger Jair Bolsonaro e virar ministro da Justiça –, mas cabe tudo na fantasia brasiliense.


Sergio Moro está num partido sem muito dinheiro de fundo eleitoral, esbarra em imensas dificuldades para atrair aliados e está com 9% nas pesquisas de intenção de voto. O povão praticamente ignora a sua existência, e não está dito que ele terá traquejo para se dar bem em palanques e debates. Por esses motivos, não vejo, neste momento, muita possibilidade de a sua candidatura crescer enormemente. 


Como sempre faço questão de dizer, não sou futurólogo, apenas jornalista. Pode ser que esse quadro vire lá adiante. Mas, independentemente da minha miopia e dos cálculos que estão sendo feitos pelos seus adversários, ainda assim acho a intensidade dos ataques ao pré-candidato do Podemos desproporcionalmente alta e o nível, extremamente baixo. Por que tanto medo de Sergio Moro?


A minha tese é a de que a virulência não visa somente ao presente, mas ao futuro. Assim como políticos, juízes e advogados trataram de inviabilizar juridicamente o surgimento de outra operação Lava-Jato, esses mesmos personagens, secundados por seus mercenários na imprensa, agora querem matar na raiz o crescimento de quem se opõe ao sistema que raptou a democracia brasileira. Foi o caminho que restou depois de não conseguirem impedir a entrada dos protagonistas da maior operação anticorrupção da história do país no cenário político, com aquela vergonha de quarentena de 8 anos para magistrados e procuradores. 


Moro é jovem. Completará 50 anos em agosto. Como é presumível que, mesmo sendo eleito em 2022, ele continue a fazer política, poderá chegar à presidência em 2026, 2030, 2034 ou qualquer outra data nos próximos 20 anos. Se trabalhar direito e não entrar no desvio, terá condição de criar uma nova, forte e perigosa corrente política que represente um basta no Estado de Dinheiro, que se sobrepôs ao Estado de Direito. Não basta, portanto, matar o Moro do presente. É preciso matar o Moro do futuro.


Texto de Mário Sabino publicado originalmente em O Antagonista

WINDOWS 10 — DICAS (QUINTA PARTE)

COM PÓ E MISTÉRIO, A MULHER AO ESPELHO RETOCA O ADULTÉRIO.

Windows usa a memória virtual para emular memória quando a quantidade de RAM não é suficiente para a execução de tarefas “pesadas” (como jogar games radicais) ou para manter vários programas abertos ao mesmo tempo.

O computador utiliza memórias de diversas tecnologias e com diferentes finalidades, daí ser comum os usuários confundirem alhos com bugalhos, ou seja, a capacidade do HDD (memória de massa) com a quantidade de RAM (memória física), já que a unidade de medida usada em ambos os casos é um múltiplo do byte (Megabyte, Gigabyte, Terabyte).

No jargão da informática, o termo “memória” designa qualquer meio destinado ao armazenamento de dados — drives de disco rígido e de memória sólida (SSD), pendrives, SD Cards), mídias ópticas e, claro, as memórias cacheRAMROM. Quando falamos “genericamente” em memória, subentende-se que estamos nos referindo à RAM, que é a memória física do computador e a principal ferramenta de trabalho do processador. 

Quando “abrimos” um programa, seus executáveis são copiados do HDD para a RAM, juntamente com algumas DLLs e os arquivos de dados com os quais vamos trabalhar. A RAM é uma memória de acesso aleatório, o que a torna milhares de vezes mais rápida que o disco rígido (e muito mais cara). O "problema" é que ela só retém os dados enquanto está energizada, daí a necessidade da memória de massa (HDD ou SSD).

Na pré-história da computação pessoal, o Windows era uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, que era um sistema operacional monotarefa. Isso significa que a gente mandava um arquivo para a impressora, p. ex., e ia tomar um café, já que o sistema ficava “ocupado” até a impressão ser concluída. O Win95 já oferecia suporte à multitarefa, mas, como dito linhas acima, o megabyte de RAM custava os olhos da cara. A Microsoft, modesta quando lhe convém, dizia que 8MB (isso mesmo, megabytes) de RAM eram suficientes para o sistema rodar, mas bastava abrir dois ou mais apps “gulosos” ao mesmo tempo para uma mensagem de “memória insuficiente” se exibida ou, pior, para o Windows travar.

A “memória virtual” foi uma mão na roda — e continua sendo, embora não passe de um paliativo (de novo: falta de memória, física ou de massa, se resolve mediante um upgrade de RAM ou de HDD; o resto é conversa mole para boi dormir).

Continua...

terça-feira, 15 de março de 2022

PODE SER PRECISO DIVIDIR PARA CONQUISTAR, MAS É A UNIÃO QUE FAZ A FORÇA

 

Enquanto Putin dá sequência ao genocídio que implementou no leste europeu, a vida continua no país das maravilhas sem Alice. Semanas atrás, nossa mais alta corte de justiça chancelou a imoralidade parida pelo legislativo, aprovando por 9 votos a 2 o fundo eleitoral de R$ 4,9 bi num ano em que o brasileiro, já castigado pela Covid, vem sendo assediado por uma mistura de inflação com estagnação econômica.

Pode-se argumentar que a decisão das togas foi correta, já que o fundo não é inconstitucional. Só que isso não o torna a rapinagem menos imoral, até porque nada é mais indecoroso do que legisladores que legislam em causa própria

A democracia não é um regime grátis, mas verba pública tampouco é dinheiro grátis. O fundão — dinheiro que os políticos roubam dos “contribuintes” para financiar suas campanhas e, uma vez eleitos, continuarem roubando os contribuintes — foi criado depois que o STF proibiu o financiamento privado de campanhas. Com isso, o Brasil foi alçado ao topo do ranking dos países que mais aplicam verbas públicas no financiamento de eleições.

O rateio do butim é proporcional ao tamanho das bancadas na Câmara. Quanto mais deputados, maior a fatia do bolo — daí muitos partidos estarem mais interessados nas eleições proporcionais do que em bancar candidaturas próprias à Presidência desta banânia. Consumada a divisão, os oligarcas que controlam a chave do cofre dos partidos transformam a distribuição do dinheiro numa ação entre amigos. Os maiores beneficiados são os próprios donos das legendas e quem já dispõe de mandato. 

Segundo Josias de Souza, eleição é como restaurante a quilo: o eleitor não pode escolher senão o que está disponível no bufê, sendo compelido, não raro, a optar entre o lamentável e o impensável. A célebre tirada do Churchill segundo a qual a democracia é o pior regime imaginável com exceção de todos os outros ganhou uma versão brasileira: até um simulacro de democracia é preferível a todas as suas alternativas — com exceção de uma democracia de verdade, que não desrespeite o eleitor com um fundão reajustado em mais de 200%. 

A boa notícia é que, ao decidir que não pode coibir o descalabro, o Supremo como que intimou o eleitor a fazer justiça com o próprio dedo. A íntegra das listas de votação estão disponíveis nos sites da Câmara e do Senado, e quem disse "sim" ao fundão nas votações do Legislativo merece receber das urnas um indefectível "não".

No que tange à disputa pela Presidência, a nefasta polarização político-ideológica semeada por Lula, regada pelos tucanos e estrumada por aquele que o senador Omar Aziz definiu (de maneira lapidar) como “o carioca que tira proveito de funcionários do próprio gabinete” e que “quando abre a boca espalha fezes” exige que os partidos de centro (não confundir com “Centrão”) se unam em torno de uma candidatura única. Nesse sentido, Alessandro Vieira, Felipe D’Ávila, João Doria, Sergio Moro, e Simone Tebet vêm articulando a formação de uma chapa unificada que tenha chances reais de disputar o segundo turno (contra Lula ou contra Bolsonaro, a não ser que o imprevisto tenha voto decisivo na assembleia dos acontecimentos).

O grupo já havia recebido a adesão do Cidadania, que se juntou ao PSDB em uma federação para a corrida presidencial. Apenas Ciro Gomes não aceitou participar desses entendimentos, que se intensificaram em reuniões preliminares realizadas em Brasília, às vésperas do carnaval, entre os presidentes dos três principais partidos desse projeto: Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (PSL).

Unida, a terceira via poderia somar 35% nas pesquisas, mais do que os números de Bolsonaro, por exemplo, e poderia ir para o segundo turno em condições de derrotar Lula. Assim, se um candidato da terceira via chegar ao segundo turno, ele vence tanto Lula quanto Bolsonaro. Liderando o grupo da terceira via na faixa dos 10%, Moro acha que o critério para se escolher o cabeça da chapa pode ser quem estiver melhor nas pesquisas. Doria concorda com esse critério, mas diz que é preciso fixar primeiramente qual será o momento de corte da pesquisa para se chegar ao nome com maior viabilidade eleitoral.

O tempo urge, e os extremos (leia-se Lula e Bolsonaro) são inescrupulosos e contam com uma poderosa máquina de produção de mentiras em massa. “Precisamos de espírito público para, com coragem e ousadia, deixar de lado projetos pessoais e pensar no País como um todo”, disse Moro à ISTOÉ. É mais ou menos a posição de Doria: “Se não nos unirmos, daremos a eleição para Lula ou Bolsonaro e aí estaremos em uma situação desastrosa, com um retrocesso gigantesco, pois os dois são populistas e nocivos ao País”.

Às vezes é preciso dividir para conquistar, mas isso não muda o fato de que a união faz a força.

WINDOWS 10 — DICAS (QUARTA PARTE)

O CASAMENTO PARECE TER SIDO INVENTADO PARA RECOMPENSAR OS PERVERSOS.

Além de tomar muito cuidado quando e se você precisar usar o Editor do Registro do Windows, mantenha distância da pasta System32 (ou, melhor ainda, fique longe de qualquer arquivo com extensão .sys , que vem de “system". E só recorra ao prompt de comando (ou o Windows Power Shell) caso não haja um modo de executar a tarefa pela interface gráfica.

Em tese, é possível fazer qualquer coisa via prompt, principalmente merda. Os comandos são pouco amigáveis, e ações indevidas ou malsucedidas nem sempre são facilmente reversíveis. E isso vale também para o Registro do Windows (detalhes no capítulo anterior).

Apagar os arquivos Swapfile.sys e Pagefile.sys para recuperar espaço é uma dica recorrente na Web, mas pode trazer danos sérios ao computador. O Swapfile.sys armazena os arquivos abertos na memória RAM quando o computador entra em hibernação (mais detalhes nesta sequência de postagens). Já o Pagefile.sys é um arquivo criado no disco rígido para emular memória física quando esta se esgota.

Observação: swap-file (arquivo de troca, numa tradução literal) foi aprimorado ao longo dos anos e seria uma solução excelente não fosse o HDD milhares de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM

Em tese, a memória virtual não surte grande efeito quando há fartura de RAM e o computador fica mais rápido sem ela. Na prática, porém, falta de memória, seja física (RAM) ou de massa (HDD/SSD), se resolve instalando mais memória. Se o arquivo de paginação for apagado e o computador dispuser de pouca RAM, o Windows pode travar ao rodar um programa “pesado” ou quando executar várias tarefas ao mesmo tempo.

Não é aconselhável desabilitar a memória virtual ou alterar seus parâmetros para ganhar alguns gigabytes de espaço. Substituir o HDD por um modelo que ofereça mais espaço, adicionar um segundo drive ou recorrer a um modelo externo traz melhores resultados. Na impossibilidade, uma faxina em regra no disco pode ajudar, mesmo sendo uma medida paliativa. Comece deletando apps inúteis e enviado para a nuvem (ou para um pendrive, disco rígido externo ou mídia óptica) aquela batelada de músicas, fotos e arquivos multimídia que você salvou no PC. Ao final, reinicie o sistema, rode a Limpeza do Disco, corrija os erros no HDD e execute a desfragmentação (mais detalhes nesta sequência de postagens). 

Se mesmo assim você achar conveniente alterar as configurações do swap file, o caminho é o seguinte:

1) Abra o Explorador de Arquivos, dê um clique direito em Este Computador, clique em Propriedades > Configurações avançadas do sistema.

2) Na janelinha das Propriedades do Sistema, clique na aba Avançado; no campo Desempenho, pressione o botão Configurações..., clique novamente em Avançado e, no campo Memória Virtual, clique em Alterar...

3) Desmarque a opção Gerenciar automaticamente o tamanho do arquivo de paginação de todas as unidades, selecione a unidade que contém o arquivo de paginação — geralmente a partição em que o sistema está instalado —, marque a opção Tamanho personalizado e preencha os campos Tamanho inicial e o Tamanho máximo com os valores desejados e confirme em Definir.

ObservaçãoDesde o tempo do jurássico WinXP que alguns palpiteiros sugerem configurar ambos os campos com o valor em megabytes correspondente a uma vez e meia a quantidade de RAM instalada, enquanto outros sugerem 100% da quantidade de RAM no campo Tamanho inicial e o quíntuplo desse valor no campo Tamanho máximo

Não é necessário reiniciar o computador ao aumentar o tamanho do swap-file, mas a reinicialização é necessária no caso de redução. Basta seguir os passos acima para desabilitar o arquivo de paginação, mas, de novo, só o faça se seu computador dispuser de pelo menos 16 GB de RAM.

Continua...

segunda-feira, 14 de março de 2022

O MITO E O MICO


Começou a valer à zero hora da última sexta-feira um aumento nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha que chega a 24,9%. Como é costume no Brasil botar a tranca na porta depois que a casa foi invadida, o Senado aprovou a toque de caixa dois projetos visando conter os efeitos da explosão do preço dos combustíveis. O primeiro cria um auxílio-gasolina e muda a política de preços da Petrobras e o segundo altera a fórmula de cobrança do ICMS. Segundo os ministros Paulo Guedes e Bento Albuquerque, a redução será de R$ 0,60 no preço do litro do diesel

A despeito de Bolsonaro e a exemplo de outos países membros do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil deu um voto duro contra a Rússia, mas não apoiou a declaração da OEA que criticou a ação de Putin. Antes, na analogia nupcial idealizada pelo devota da cloroquina, Brasil e Rússia estariam vivendo uma lua de mel diplomática como resultado do "casamento perfeito" celebrado em 16 de fevereiro com o “autocrata meigo que busca a paz”. Mas faltou combinar com os russos. Literalmente.

Primeiro, Bolsonaro se refugiu no silêncio. Depois, criticou a "peruada" do vice. Mais adiante, liberou o Itamaraty para ecoar Mourão no Conselho de Segurança da ONU, confundindo ainda mais os brasileiros pensantes, que ainda se esforçavam para compreender o reposicionamento da sumidade quando descobriram que o país do futuro que nunca chega se recusou a apoiar a declaração em que a OEA criticou os ataques russos em solo ucraniano.

De mãos dadas com Nicarágua e Cuba, o Brasil se agarrou a um pretexto geográfico: a Ucrânia não está localizada nas Américas. Como as duas reuniões ocorreram na mesma sexta-feira, ficou boiando na atmosfera uma interrogação: Qual é o Brasil que vale, o valente da ONU ou o contemporizador da OEA?

Observação: Reconheça-se que a pusilanimidade do morubixaba evitou que o Brasil fosse incluído pela Rússia na lista dos países hostis a Putin, mas até aí morreu Neves. De tanto escrever errado por linhas tortas, Bolsonaro dificilmente será lembrado por algum resultado positivo que alguma de suas inomináveis estupidezes tenham porventura produzido. Por falar nisso, Lula pode vir folheado a ouro, mas sempre será lembrado pela parcela pensante e honesta dos brasileiros (se é que se pode dizer assim) como um criminoso condenado que deixou a cadeia graças a uma maracutaia urdida por juízes "cumpanhêros". E viva a imprestabilidade e a corrupção verde-amarela.

Bolsonaro recorre ao Itamaraty como uma noivinha que liga para a mãe, pedindo para ser resgatada. Aliás, ele não foi à Rússia “em missão de política externa”, como quis fazer parecer, mas com o propósito de buscar uma foto para sua campanha à reeleição, e posou ao lado de Putin como se posasse na beirada da cratera do Vesúvio, onde o perigo é apenas presumido. "Graças a Deus, já foram retiradas as tropas e não se fala mais em guerra", soltou fogos o ministro sanfoneiro do Turismo, Gilson Machado, que, a exemplo do chefe, não se deu conta de que o vulcão Putin estava prestes a entrar em erupção.

A tal foto já não para a campanha paralela que o filho 02 conduz no gueto bolsonarista das redes sociais e tampouco renderá os votos necessários para derrotar o ex-presidiário convertido em ex-corrupto pelo judiciário camarada. Mas a ficha de Bolsonaro é dura de cair. Durante o ócio carnavalesco no Guarujá, ele se jactou de ser o último chefe de Estado a visitar o carniceiro do Kremlin e de ser recebido com honras militares — enquanto o presidente da França “foi recebido sozinho no aeroporto” (sic). 

A lua de mel desandou quando o companheiro russo enfiou o dedo na tomada e se ouviram explosões na suíte ucraniana — um pesadelo do qual a diplomacia brasileira demora a acordar: “Quando o presidente usou neutralidade, é no sentido de imparcialidade, não no sentido de indiferença”, explicou o ministro das Relações Exteriores, que se tornou o novo Marcelo Queiroga da Esplanada depois que a implicância com as vacinas saiu de cena e a simpatia de Bolsonaro pelo carniceiro russo subiu ao palco. Putin que pariu!