domingo, 27 de março de 2022

QUEM BRINCA COM FOGO PODE SE QUEIMAR.

Há tempos que a educação é uma das muitas calamidades públicas nesta republiqueta de bananas. Agora, sob Bolsonaro, a pasta se tornou alvo de interferências externas (e nada republicanas). A exemplo do ministério da Saúde sob o nada saudoso general Pesadelo, o MEC é vítima de sanguessugas travestidas de pastores evangélicos. O presidente disse que “bota a cara no fogo” pelo dublê de ministro e pastor presbiteriano Milton Ribeiro. Talvez devesse deixar um bombeiro de prontidão.  

Uma das inumeráveis virtudes de Bolsonaro é a falta de empatia. Se é capaz de calçar sapatos alheios (metaforicamente falando) e sentir como lhes doem os calos, ele só se vale desse dom quando em relação à primeira-dama, à prole e a alguns amigos.


No penúltimo escândalo envolvendo um ministro de Estado — falo da roubalheira no MEC —, o sultão do Bolsonaristão vem sendo pressionado por políticos, evangélicos, a mídia e adversários a demitir Ribeiro, que foi guindado ao posto com as bênçãos de Michele Bolsonaro. Suspeita-se que o ministro-pastor tenha aberto o cofre da Educação — com os auspícios do mandatário, como o próprio Ribeiro admitiu numa gravação — para satisfazer o apetite de papa-hóstias picaretas. O ministro pensou em colocar o cargo à disposição, mas o mandatário culpou a imprensa por “criminalizar os evangélicos” e mandou Ribeiro permanecer na poltrona. 


Ainda que não se destaque pela empatia, Bolsonaro cultiva o hábito de blindar ministros encrencados — como fez com Marcelo Álvaro Antônio, acusado de desviar verbas públicas no escândalo das candidatas laranja do então PSL de Minas Gerais, e Ricardo Salles, investigado sob a suspeita de conluio com madeireiros fora da lei no Ministério do Meio Ambiente. 


À época do Mensalão, Lula disse que não podia saber de tudo que acontecia em seu governo, assim como um pai não sabe de tudo que os filhos fazem ou deixam de fazer. Bolsonaro já disse algo parecido, mas, no caso da bandalheira pastoral, foi ele quem recomendou ao ministro que dedicasse especial deferência aos assaltantes, particularmente o pastor Gilmar (como se ouve do próprio ministro na gravação retrocitada). 


A diferença em relação a Ribeiro é que o novo escândalo ocorre em ano eleitoral. E cresce a quantidade de prefeitos que sustentam ter recebido pedidos de propina em troca dos serviços pastorais do MEC


Bolsonaro pode até ter razão — ao menos em parte — quando diz que uma criminalização dos pastores está em curso. Mas isso não se deve a uma hipotética má vontade dos repórteres com os evangélicos, e sim aos indícios de que criminosos podem estar se lambuzando nas arcas da Educação escondidos atrás da Bíblia.

 

Bolsonaro exagerou quando disse pôr a cara no fogo pela inocência de Ribeiro. Supondo que o subordinado não seja tão inocente quanto seu superior parece acreditar, alguém terá de pagar pelo malfeito. E certamente não será Bolsonaro, que não costuma pensar duas vezes antes de abandonar aliados no campo de batalha para salvar o próprio rabo.


Observação:  A pedido da CGU, a PF instaurou um inquérito para investigar se houve favorecimento ilegal em repasses de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ligado ao Ministério da Educação.


O ministro-pastor já pediu ao togado terrivelmente evangélico André Mendonça e aos presidentes da Câmara e do Senado que intercedessem junto ao presidente em prol de sua permanência no cargo. O clã presidencial gosta dele — sobretudo zero três, que é o mais ideológico e dependente eleitoral dos recursos do Fundo Nacional da Educação, cujo orçamento para este ano é de mais de R$ 40 bilhões.


A primeira-dama e a filharada estão com dó do ministro, mas, em nome dos superiores interesses do país, ele deveria voltar paro templo. Talvez a conjuntura force Bolsonaro a fazer por pressão o que não está propenso a fazer por opção.


Com Josias de Souza

sábado, 26 de março de 2022

FOI ENCHENTE OU MÃO DE GENTE


Jabuti não sobre em árvore”, diz a sabedoria popular. No último dia 11, o presidente do Senado instalou uma comissão, presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, tendo como relatora a ex-secretária-geral do Supremo na presidência do próprio Lewandowski, e mais nove integrantes, para oferecer ao Senado um anteprojeto de lei de Impeachment visando substituir a anacrônica Lei 1079, de 1950. 

Seria de esperar que isso começasse pela Câmara, pois o Senado é a casa revisora. E causa espécie o fato de que (pelo menos em tese) Lewandowski pode ser julgado no Senado, que é a casa julgadora de ministros do Supremo. E mais estranho ainda é: 1) quem faz lei são os congressistas, e não integrantes de uma comissão composta por pessoas sem mandado; 2) o presidente dessa comissão é um ministro do Supremo que acumula o cargo de juiz do TSE em ano de eleição; 3) esse magistrado se notabilizou por ter presidido o julgamento em que se rasgou o parágrafo único do art. 52 da Constituição, deixando elegível a presidanta condenada. Tantas estranhezas levaram o senador Lasier Martins expressar suas desconfianças na tribuna. O jabuti "ou foi enchente ou mão de gente”.


Há cerca de 20 pedidos de impeachment parados no Senado, esperando que Rodrigo Pacheco os ponha em exame. A comissão instalada por Pacheco terá seis meses para deliberar, o que já dá ao presidente do Senado uma desculpa para esperar sentado sobre os pedidos até setembro, véspera das eleições, como vem fazendo o presidente da Câmara e mandachuva do Centrão, Arthur Lira, em relação aos quase 150 pedidos de impeachment em desfavor do presidente desta republiqueta de bananas. Mas isso é outra conversa.


O senador Lasier Martins disse, na tribuna, que o real autor da iniciativa é o ministro Lewandowski. Na instalação, o eminente togado afirmou que é preciso punir quem apresentar pedido de impeachment não aceito, deixar claro o que é crime de responsabilidade e dar direito a ampla defesa e ao contraditório. 


Punir o denunciante se a denúncia não for aceita? Vai atingir os promotores também? Alexandre Garcia (de quem eu discordo na maior parte das vezes, embora reconheça que até um relógio parado acerta a hora duas vezes por dia) disse que cobriu o julgamento de Dilma e que ela teve todo direito de defesa e do contraditório. Quanto a esclarecer o que seja crime de responsabilidade, basta ser alfabetizado e ler a lei 1079, que trata do assunto há 72 anos. A lei afirma que é crime do presidente agir contra o livre exercício do Legislativo ou do Judiciário e contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. Imagino que isso valha reciprocamente para os três poderes, como sonhou Montesquieu


Se alguém quer mexer na lei em ano eleitoral, sem que isso se configure uma necessidade ou urgência (já que serviu para Collor e Dilma); se começou com um ato de subserviência do presidente do Senado, como sugere o senador Lasier; se há tanta esquisitice em torno desse jabuti que apareceu ex machina, o patrão desses servidores do público, que é o cidadão, o pagador de impostos, o eleitor, precisa saber o que estão preparando assim de forma tão estranha quanto um jabuti no galho. O presidente do Senado precisa esclarecer que história é essa.


Com Alexandre Garcia

sexta-feira, 25 de março de 2022

ALEA JACTA EST


A polarização que tanto mal tem feito ao Brasil começou em 1989, quando Collor e Lula disputaram o segundo turno e o caçador de marajás de araque derrotou o desempregado que deu certo. O quadro se agravou com a vitória de Fernando Henrique, que derrotou Lula em 1994 e 1998. A década seguinte foi marcada pela abjeta cantilena do “nós contra eles”, semeada pelo exterminador do plural e regada pelos tucanos. 

Em 2018, adubada pelo "mito" dos descerebrados et caterva, a dicotomia transformou a eleição presidencial no plebiscito em que o antipetismo corrupto acabou sendo derrotado pelo bolsonarismo boçal. E agora o cenário se repete, mas com um agravante: chegou-se a tal ponto de imbecilidade que a patuleia ignara votaria em Lula mesmo que o flagrasse estuprando uma velhinha, e os sectários do sociopata, no messias que não miracula, ainda que o visse cometer um ato igualmente execrável (como se não bastassem todos os que ele cometeu ao longo dos últimos três anos e lá vai fumaça).

A folclórica terceira via virou cabeça de bacalhau. Todo mundo sabe sabe que ela existe, mas ver, que é bom, neca de pitibiriba. Quanto mais "congestionada" essa "via" estiver, maior a pulverização dos votos, e levar Bolsonaro ao segundo turno é eleger Lula

Em face do exposto, é fundamental “votar certo” no primeiro turno. Mas para isso é preciso que os candidato da tal terceira via calcem as sandálias da humildade, desçam de seus pedestais e se unam em prol do bem do Brasil. Só assim o nome que emergir desse conclave terá chances reais de ser eleito, já que impedir Bolsonaro de passar para o segundo turno é meio caminho andado. Mas essa não é uma tarefa fácil. 

O sultão do Bolsonaristão é um pária aos olhos do mundo (e continuará sendo, mesmo que perca o posto para o carniceiro de Moscou). Enquanto candidato, ele praticou o maior estelionato eleitoral da história; eleito, aparelhou o ministério da Saúde e a Polícia Federal, transformou a PGR num puxadinho do Executivo, entregou as chaves do reino (e do cofre) ao mandachuva do Centrão que nomeou ministro-chefe da Casa Civil, valeu-se do espúrio orçamento secreto e das abjetas emendas de relator para se escudar de mais de 140 pedidos de impeachment, conspirou incontáveis vezes contra o Estado Democrático de Direito, flertou outras tantas com o autogolpe e ainda conta a máquina pública federal. 

Há duas opções para pôr termo a esse descalabro. A primeira é jogar a toalha e aceitar bovinamente a volta da cleptocracia lulopetista. A segunda é impedir que o devoto da cloroquina dispute o embate final. Sem ele no páreo, haverá chances reais de o candidato da tal terceira via, seja ele quem for, derrotar o parteiro do Brasil Maravilha, Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos, enviado pela Divina Providência para acabar com a fome, presentear a imensidão de desvalidos com três refeições por dia e multiplicar a fortuna dos milionários.

Falta combinar com o "esclarecidíssimo" eleitorado tupiniquim.

Alea jacta est

MODO DE SEGURANÇA NO SMARTPHONE

QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA.

Tanto o Android quanto o iOS possuem ferramentas que permitem lidar com aplicativos instáveis e erros de software. O Google, a exemplo do Windows, batiza esse recurso de Modo de Segurança, ao passo que a Apple o chama de Modo de Recuperação.

No Android, apenas o sistema operacional e os aplicativos de fábrica são carregados nessa modalidade de inicialização. Isso equivale a dizer que todos os apps adicionais permanecem desativados, o que facilita a identificação e remoção daqueles que estão causando problemas. 

No iOS, o Modo de Recuperação coloca o iPhone (ou o iPad) num “estado de segurança” quando e se algum erro de software é detectado (mas também é possível fazer isso manualmente, seja para realizar a restauração do sistema pelo iTunes, seja para fazer modificações profundas em nível de software, geralmente em processos de jailbreak).

Na maioria dos dispositivos Android, convocamos o modo de segurança pressionando o botão power (aquele que usamos para ligar ou desligar o telefone) até que as opções de desligamento sejam exibidas, mantendo o dedo sobre o ícone Desligar e, na tela seguinte, tocando no ícone “Reiniciar no modo de segurança”.

Se reiniciar o aparelho normalmente não retornar ao modo de inicialização convencional — como acontece em alguns modelos da Samsung devemos desligar o telefone e manter pressionados os botões Liga/Desliga e Diminuir Volume. Quando o aparelho vibrar ou exibir a tela de inicialização, soltamos o botão Liga/Desliga e mantemos o botão Diminuir Volume pressionado até a tela inicial carregar.

Para reiniciar um iPhone ou iPad no Modo de Recuperação, devemos manter pressionados os botões Liga/DesligaAumentar Volume e Diminuir Volume numa sequência predeterminada e por um tempo bastante específico. Da mesma forma, uma combinação similar é necessária para executar uma reinicialização forçada — que é a única forma de sair do Modo de Recuperação

A exemplo da posição dos botões, o procedimento varia conforme o modelo do aparelho, de modo que o melhor a fazer é consultar o manual ou o site do fabricante. 

quinta-feira, 24 de março de 2022

NO MATO SEM CACHORRO. NEM GATO


Bolsonaro viajou à Rússia para “prestar solidariedade” ao carniceiro de Moscou. Na oportunidade, o bolsonarista emérito e ex-ministro da Destruição do Meio Ambiente, Ricardo Salles, publicou duas montagens vergonhosamente fraudulentas: uma com uma manchete da CNN informando que o capitão “evitou a 3ª Guerra Mundial” e outra com a capa da revista americana Time noticiando o Prêmio Nobel da Paz para nosso ilustre mandatário.

Em sua coluna na revista Veja, Ricardo Rangel comentou que o bolsonarismo, que sempre foi admirável no quesito mistificação, conseguiu se superar de maneira verdadeiramente assombrosa. 

Com efeito. A impressão que se tem é que há uma competição entre o bolsonarismo, que tenta criar fake news cada vez mais inacreditáveis, e os bolsonaristas, que tentam provar que são capazes de acreditar em rigorosamente qualquer coisa. Aparentemente, os bolsonaristas estão vencendo de lavada.

Para uma parcela (cada vez menor, infelizmente) dos brasileiros, não são necessárias novas amostras de simpatia com governos autoritários, nem de Jair Messias Bolsonaro, nem de Lula e seu espúrio partido. Até porque sabemos muito bem com quem estamos lidando.

A diplomacia praticada durante as gestões petistas, elaborada principalmente pelo ex-ministro Celso Amorim, centrada na aproximação com ditaduras que navegavam na contramão de toda a tradição brasileira de alinhamento com os valores expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e no Direito Internacional Público, deixou manchas indeléveis em nossa reputação internacional.

Hoje, ambos os pré-candidatos mais bem posicionados nas pesquisas parecem crer que fazer concessões à narrativa oficial de Moscou é o caminho contrário àquele que garante manutenção da paz e respeito às legítimas soberanias nacionais. 

Estamos diante de um retrocesso na relação entre as nações, retornando às agressões expansionistas que vigoraram até a 2ª Guerra Mundial, com evidente desprezo pelos esforços diplomáticos para solução de conflitos.

O PT, que possui quadros orgânicos na diplomacia brasileira, sabe muito bem o que está envolvido nesse jogo. Na encruzilhada civilizacional em que o mundo se encontra, esse grupo político escolheu um lado e assumiu posição clara. Ao relativizar um ato de guerra que já resulta em milhares de vítimas, promovido por um governo marcado pela arbitrariedade, os petistas mostram novamente ao público a que tipo de ordem global se filiam.

Lamentavelmente, a menos de 7 meses do primeiro turno, o mundo gira, a Lusitana roda e a terceira via continua no mesmo lugar — ou em lugar nenhum, para ser mais exato. Simone Tebet (que declarou que sua candidatura estava “se tornando irreversível”) e João Doria (famoso por não desistir nunca) cogitam abrir mão de suas candidaturas em prol de um candidato único, a ser lançado por uma federação entre MDB, PSDB e União Brasil. Que candidatura seria essa, ninguém sabe.

O que se sabe é que o cacique do PSDGilberto Kassab, vai acabar apoiando Lula, mas, por enquanto, tenta encontrar alguém para esquentar a cadeira e aumentar o valor de seu passe. Seu plano A é Rodrigo Pacheco, que não decolou e já anunciou que não disputará a presidência em outubro) e o plano B é Eduardo Leite, que teria de ganhar a final depois de perder a semifinal. 

Lula espera que os os que fogem do risco Bolsonaro caiam em seu colo por gravidade, e  estratégia parece fazer sentido: dias atrás, algumas importantes personalidades publicaram manifesto em que afirmam que foram e ainda são críticos ao petralha, mas que nada justifica adiar a decisão final para o segundo turno. E conclamaram “todos os democratas” à adesão imediata e incondicional ao ex-presidente.

Um segundo turno com Bolsonaro é mesmo preocupante, já que existe a possibilidade de ele se reeleger. Sem falar que é temerário lhe dar um mês para organizar um golpe de Estado. O raciocínio dos oportunistas de plantão tem lógica, mas, se é para aderir incondicionalmente, qual a pressa? Se a terceira via está moribunda, por que matá-la agora? Anunciar agora o apoio incondicional a Lula seria desmotivá-lo a se comprometer com pautas moderadas (não que ele vá, mas enfim...).

Defensores da adesão imediata enxergam sinais de moderação e conciliação na movimentação de Lula e não veem motivo para temer que seu governo seja irresponsável (a cegueira é um questão entre as pessoas e os olhos com que nasceram). É o que se chama em inglês de wishful thinking: essa escumalha crê porque quer crer, porque precisa crer para justificar seu apoio prematuro. Mas a realidade é um pouco diferente.

Lula sabe que precisa de uma ampla aliança, tanto para vencer no primeiro turno quanto para governar, e está conversando com todo mundo, mas com o que de fato ele se comprometeu? Entre platitudes sentimentalistas e entrevistas "chapa-branca", continua a ameaçar revogar o teto de gastos e a reforma trabalhista, interferir no preço do petróleo, botar a culpa das mazelas brasileiras na “subserviência do Brasil aos interesses estrangeiros”. Mudou o tom sobre a regulação da mídia, é verdade, mas não se declarou contra, preferindo dizer que a questão deve ser tratada “pelo Congresso” — o qual pretende controlar.

Seus supostos parceiros — PSB em particular  reclamam que a atitude do PT é altiva e hegemônica, que Lula recusa qualquer autocrítica, descarta uma nova “carta aos brasileiros” e segue se queixando de ter sido perseguido, o que sugere que pode querer uma revanche. 

Tão ruim quanto a volta da ORCRIM petista seriam mais quatro anos de cleptocracia "centrista", com Ciro Nogueira na Casa Civil e Arthur Lira no comando da Câmara. Se a "terceira via" não se consolidar, não haverá para onde correr, e depois não adianta chorar.

COMO TRANSFERIR DADOS DO CELULAR PARA O PC (E VICE-VERSA) COM O SWEECH

EGOÍSTA É A PESSOA QUE PENSA MAIS EM SI MESMA DO QUE EM MIM.

A telefonia móvel celular surgiu em meados do século passado, mas foi somente em 2007 que a genialidade de Steve Jobs transformou os dumbphones de então nos smartphones de a partir de então

Hoje, para muita gente, os diligentes telefoninhos são o passaporte para o mundo maravilhoso da computação pessoal, mas isso não significa que eles tenham condenado os desktops e notebooks ao ostracismo, pois ainda há situações que exigem maior poder de processamento, fartura de memória, tela grande e o conforto que só um bom teclado físico oferece.

Quem utiliza o celular em paralelo com um computador de mesa ou portátil pode querer ou precisar transferir arquivos de um aparelho para o outro, e há diversas maneiras de fazer isso, entre as quais interligá-los usando um cabinho USB ou, mais fácil ainda, enviando o arquivo para a nuvem ou por email a si mesmo. Mas é bom saber que o app gratuito Sweechdisponível no Google Play — permite transferir fotos, vídeos, músicas e arquivos diversos de maneira mais prática e rápida.

Depois de baixar o programinha no celular (Android), toque em “Play”, abra o navegador no computador e digite na barra de endereços o URL gerado pelo Sweech (o http:// pode ser desconsiderado, mas os pontos devem ser digitados).

O Sweech funciona como uma via de mão dupla, permitindo compartilhar arquivos do celular para o PC e vice-versa. Note, porém, que um novo URL é gerado toda vez que o usuário abre o aplicativo e toca em play, e que, para "a mágica acontecer", tanto o computador quanto o smartphone precisam estar na mesma rede Wi-Fi (mesmo que a conexão seja cabeada no PC e wireless no telefone).

Para transferir arquivos do computador para o smartphone, basta selecionar o item desejado e clicar em Download (atente para a setinha na parte superior direita da tela). Para transferir arquivos do smartphone para o computador, é só clicar no botão azul de upload (na parte inferior à direita da tela) e selecionar o item desejado. Para interromper o processo ou encerrar o aplicativo, deve-se clicar no botão stop (na interface do Sweech no telefone).

Observação: O app permite ainda ouvir música, visualizar fotos e assistir a vídeos a partir da interface do navegador.

quarta-feira, 23 de março de 2022

VALE A PENA VER DE NOVO — A NOVELA DA PETROBRAS

 


Nosso grande estadista em fim de mandato teve mais de três anos para criar mecanismos que minimizassem os impactos do câmbio e da cotação do petróleo no mercado internacional no preço dos combustíveis, mas preferiu criticar as vacinas, os governadores e o STF pelos danos causados por sua incompetência. Agora, ele diz que vai mandar o Ministro de Minas e Energia notificar os postos que não reduzirem os preços (coisa que ele acha que deveria ocorrer depois da mudança de impostos aprovada no Congresso).

O ex-presidente João Figueiredo — que preferia o cheiro do dos cavalos ao cheiro do povo e disse a uma criança que “daria um tiro no coco” se ele fosse criança e seu pai ganhasse salário-mínimo — ameaçava chamar Walter Pires, o linha-dura que ocupava o ministério do Exército na época, para sugerir que poderia dar o golpe. Em 1986, José Sarney levou às ruas milhares de “fiscais do Sarney” e chegou a mandar a Polícia Federal caçar boi gordo no pasto. Bolsonaro, que imita Figueiredo ameaçando golpe militar há tempos, resolve agora imitar Sarney. Já vimos esse filme e sabemos como ele termina.

Quando o preço do petróleo aumenta no mercado internacional, Bolsonaro diz que a alta não pode influir na Petrobras e pressiona a empresa a segurar o preço. Quando a cotação cai, ele afirma que a queda tem que influir na Petrobras e pressiona a empresa a baixar o preço. Mas só os idiotas veem contradição na conduta e nos argumentos do capetão, que são absolutamente coerentes: ele sempre diz e faz o que acha que vai ajudá-lo a se reeleger. Se isso fere a lógica, a Petrobras ou o Brasil, fodam-se a lógica, a Petrobras e o Brasil.

Já o ex-presidiário que aparece nas pesquisas como o queridinho do desmemoriado eleitorado canarinho culpa a privatização da BR Distribuidora (como se o motorista do caminhão que faz o frete determinasse o preço da mercadoria). Se for eleito, disse Lula, “o preço vai ser brasileiro, porque os investimentos são feitos em real”. Ciro Gomes, que carrega a lanterninha das intenções de voto, disse que “chegando ao governo (…) essa política vai mudar: a Petrobras vai cobrar quanto custa para produzir”.

Vale lembrar que o maior erro de Sarney, na edição do famigerado Plano Cruzado, foi tentar controlar a inflação por decreto. Parafraseando o jornalista H.L. Mencken, “todo problema complexo tem uma solução simples e errada”.

Bolsonaro, Lula e Ciro se esqueceram de combinar com os russos (e americanos, europeus, chineses). Se o preço for baixo aqui, ninguém venderá para o Brasil. Como não somos autossuficientes (ao contrário do que afirmam os petralhas), haverá desabastecimento. Gostemos não, obrigar a Petrobras a vender barato trará prejuízos à companhia e aos acionistas — costumeiramente apresentados como figuras satânicas que auferem lucros abusivos e indevidos, mas que são na maioria empresas e cidadãos brasileiros —, e o acionista majoritário da petrolífera é o próprio Brasil.

A “gerentona de araque” — que antes de ingressar na política faliu duas lojinhas de badulaque importados, e isso na época em que a paridade entre o dólar e o real era sopa no mel para esse tipo de comércio — represou o preço dos combustíveis e impôs à Petrobras um rombo de R$ 100 bilhões, que praticamente quebrou a companhia e se traduziu em mais dívida, descontrole fiscal, inflação etc.

A política de paridade com o preço internacional foi criada justamente para blindar a empresa contra governantes intervencionistas e irresponsáveis como Dilma e outros, de modo que o efeito será similar se o governo determinar o congelamento do preço e escrever um cheque para compensar a perda da Petrobras — ou se partir para a renúncia fiscal, conforme foi aprovado no Congresso. São outras soluções simples e erradas.

Lamentavelmente, ainda há no Brasil quem acredita (ou finge que acredita) em soluções mágicas e enxerga combustível fóssil como fator estratégico. Estratégico é educação, não petróleo. Privatizar a Petrobras geraria recursos para fazer o que é realmente importante, sem falar que a desconcentração reduziria o problema que estamos vivendo atualmente.

Enquanto o mundo civilizado investe em energia limpa, se organiza para abandonar um combustível ambientalmente insustentável e se prepara para entrar de vez no século XXI, o Brasil segue discutindo pautas dos anos 1950, dando subsídio (uniforme!) para combustível fóssil e destruindo o meio ambiente.

Pelo visto, só vamos entender o que está acontecendo quando não houver mais comprador para o petróleo. E isso não demora a acontecer.

Com Ricardo Rangel

PRIVACIDADE NA WEB — CONVERSA PRA BOI DORMIR?

SEGREDO ENTRE TRÊS, SÓ MATANDO DOIS.

Privacidade na Web é como honestidade na política: história para boi dormir. 

No que tange especificamente à política, o remédio são as urnas — ou seriam: como bem disseram o “rei” Pelé e o general Figueiredo, o brasileiro não sabe votar

Na Web, vimos em diversas oportunidades que a navegação anônima (in-private) ajuda a resguardar nosso privacidade, que o Tor Browser é sopa no mel, que uma VPN é ainda mais eficiente, e que, como é sempre melhor pingar do que secar, devemos ao menos apagar o histórico de navegação, os cookies e outros dados “sensíveis”.

Para fazer isso no Chrome, clicamos em Configurações (os três pontinhos no final na barra de endereços) > Mais Ferramentas > Limpar dados de navegação > Eliminar os seguintes itens desde, escolhemos uma das opções disponíveis (sugiro desde o começo) e marcamos as caixas de verificação ao lado dos itens que queremos eliminar (sugiro limitar-se às primeiras quatro opções). Ao final, clicamos em Limpar dados de navegação, reiniciamos o navegador e conferimos o resultado (para não meter os pés pelas mãos, siga este link e leia atentamente as informações da ajuda do Google antes de dar início à faxina).

No Mozilla Firefox, clicamos no botão Abrir menu (também localizado no canto direito da barra de endereços, mas identificado por três traços horizontais), clicamos em Opções > Privacidade e Segurança > Cookies e dados de sites, clicamos no botão Limpar dados e reiniciamos o navegador. 

No Edge Chromium, clicamos no ícone das reticências (no canto superior direito da janela), depois em Configurações > Privacidade, pesquisa e serviços e, em Limpar dados de navegação, selecionamos Escolher o que limpar, definimos um intervalo de tempo no menu suspenso e os tipos de dados que queremos limpar, clicamos em Limpar e reiniciamos o navegador.

No Opera, clicamos no botão Menu (no canto superior esquerdo da janela), em Configurações > Privacidade e segurança > Limpar dados de navegação; feitos os ajustes desejados, pressionamos o botão Limpar dados de navegação e reiniciamos o navegador.

Usuários mais “comodistas” podem preferir configurar a exclusão automática desses dados. Para não “espichar” demais esta postagem e considerando o Chrome é o browser mais popular do planeta, clique aqui para saber como proceder.

Se você usa o Chrome para Android no smartphone, abra o navegador, toque nos três pontinhos (no canto superior direita da janela), depois em Histórico e em Limpar dados de navegação. Ao lado de "Período", selecione a parte do histórico que você quer excluir (para limpar tudo, toque em Todo o período). Selecione "Histórico de navegação", desmarque todos os dados que você não quer excluir e toque em Limpar dados.

Observação: É possível excluir partes específicas do seu histórico. Para pesquisar algo específico, toque em Pesquisar (ícone da lupa no canto superior direito).

Se não quiser que o Chrome salve seu histórico de navegação, utilize a navegar com privacidade usando o modo de navegação anônima.

terça-feira, 22 de março de 2022

VALE A PENA VER DE NOVO — A NOVELA DA TELEGRAM





A guerra na Ucrânia está às vésperas de completar um mês e ainda sem um vislumbre de quando será o cessar-fogo. Na noite do último domingo, Moscou deu um ultimato a Kiev: que as forças de Mariupol se rendessem. O governo ucraniano não cedeu. Então, o mundo espera por mais ataques em grande escala na cidade portuária ao longo do dia. 

O petróleo começa a semana em alta e acima dos US$ 110. Aquele sinal de alívio da semana passada, quando o barril do Brent caiu abaixo de US$ 100, durou pouco. O rali do petróleo pressiona a inflação em todo o mundo – que ainda nem tinha se recuperado da Covid, que por sinal está ganhando força na Ásia e Europa. Assim, fica difícil começar a semana com o pé direito. 

***

O Telegram era um ilustre desconhecido no Brasil (onde o WhatsApp reina absoluto) até ganhar seus quinze minutos de fama graças à operação Vaza-Jato, deflagrada por Verdevaldo das Couves e seu abjeto site panfletário. Agora, o aplicativo russo volta à baila porque o ministro Alexandre de Moraes decidiu proibir seu uso em todo o território nacional.

Amplamente usada pela militância bolsonarista, o Telegram desafia as autoridades brasileiras engajadas no combate à desinformação eleitoral. Depois de meses ignorando diversos pedidos da Justiça, a plataforma bloqueou, no final do mês passado, três canais ligados ao influenciador bolsonarista Allan dos Santos (essa foi a primeira ordem judicial brasileira cumprida pelo aplicativo).

O bloqueio eram favas contadas, já que o Telegram sequer tem representante legal no Brasil (atualmente, a sede da empresa criada na Rússia fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos) e tampouco respeita a legislação brasileira ou se dá ao trabalho de responder a tentativas de comunicação, mesmo oficiais. O ministro ameaçava bloquear o app pelo prazo inicial de 48 horas, além de aplicar multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento de suas decisões.

Observação: No último domingo, Moraes voltou atras e suspendeu o bloqueio. De acordo com o magistrado, a iniciativa foi definida porque o aplicativo de mensagens cumpriu todas as determinações judiciais que estavam pendentes.

Fato é que o bloqueio caiu como uma bomba no bolsonarismo, já que, por permitir a divulgação de praticamente qualquer coisa, o Telegram é o principal canal usado pelos apoiadores do sociopata palaciano na disseminação de fake news.

Bolsonaro disse que decisão era 'inadmissível' porque (Moraes) "não conseguiu atingir duas ou três pessoas que na cabeça dele deveriam ser banidos do Telegram, ele atinge 70 milhões de pessoas".

Nos últimos meses, diversos órgãos do Judiciário brasileiro se pronunciaram a respeito da falta de resposta do Telegram a solicitações de contato. O TSE tentou falar com 
Pavlov Durov
 (CEO do Telegram) para discutir estratégias de combate à desinformação e à propagação de boatos e notícias falsas no aplicativo durante a próxima eleição brasileira, mas nem o tribunal nem a Polícia Federal obtiveram resposta.

O ministro Luís Roberto Barroso, que deixou a presidência do TSE no mês passado, havia dito que "o Brasil não é casa da sogra para ter aplicativos que façam apologia ao nazismo, ao terrorismo, que vendam armas ou que sejam sede de ataques à democracia que a nossa geração lutou tanto para construir".

Vale lembrar que Alexandre de Moraes é o relator do "inquérito das fake news" (que investiga a divulgação de notícias falsas e ameaças a integrantes do STF, um dos principais alvos da escumalha bolsonarista) e será o presidente do TSE durante as próximas eleições. Portanto, novas emoções nos aguardam.

FAXINA NO WHATSAPP

A FALTA DE EVIDÊNCIAS NÃO EVIDENCIA COISA NENHUMA.

A popularização dos ultraportáteis (smartphones e tablets) propiciou o surgimento de uma categoria de usuários de PC que jamais usaram um desktop ou um notebook. É certo que a configuração de hardware e a gama de recursos dos pequenos notáveis dificultam (quando não impedem) a execução de determinadas tarefas, mas para navegar na Web, acessar redes sociais, gerenciar emails, trocar mensagens via WhatsApp, por exemplo, não é preciso mais que um celular mediano e um plano de dados razoável (ou um roteador Wi-Fi).

Por outro lado (e tudo sempre tem “um outro lado”), celulares de entrada de linha não costumam ser pródigos em armazenamento (nem em memória RAM e poder de processamento, mas isso é outra conversa). Com exceção do iPhone e de alguns modelos Android, os smartphones costumam suportar cartões de memória.

Diante dessa “facilidade”, muita gente acaba comprando um aparelho basiquinho, com míseros 32 GB de memória interna (boa parta da qual é ocupada pelo sistema operacional e pelos apps pré-instalados) e ampliar a capacidade de armazenamento valendo-se de um SD Card de 64 ou, melhor ainda, 128 gigabytes.

Não há nada de errado em fazer isso, mas é preciso ter em mente que remendo é sempre remendo. Isso sem mencionar que nem todos os aparelhos são capazes de “enxergar” a memória interna e o espaço oferecido pelo cartão como uma coisa só, e nem todos os usuários conseguem configurar o aparelho de maneira que os apps ocupem a memória nativa e o restante da lixaria, digo, dos arquivos seja armazenado no cartão. Mas isso também é outra conversa.

Interessa dizer que o onipresente WhatsApp é um dos maiores consumidores de espaço nos smartphones, até porque, além das inevitáveis mensagens de texto, um sem-número de fotos, vídeos, arquivos de áudio, figurinhas etc. disputam alegremente um lugar ao sol, ou melhor, na memória do aparelho.

Embora a plataforma permita armazenar esse conteúdo em backups na nuvem, o ideal é fazer uma faxina, de tempos em tempos, no próprio aplicativo, liberando, assim, o armazenamento do dispositivo. Confira:

  1. Abra o seu WhatsApp e clique na aba “Conversas”;
  2. Toque em “Mais opções”;
  3. Selecione “Configurações” e toque em “Armazenamento de dados”;
  4. Selecione a opção “Gerenciar armazenamento”;
  5. Na tela seguinte, verifique as informações sobre o armazenamento do dispositivo, checando o espaço utilizado e o que ainda está livre;
  6. Além dessa opção, a aba “Analisar e apagar itens” possibilita a exclusão de arquivos muito grandes ou que foram encaminhados repetidas vezes, o que ajuda a liberar mais espaço na memória interna do telefoninho.

Note que você pode excluir tudo de uma só vez ou selecionar o conteúdo que deseja eliminar. Também é possível liberar mais espaço deletando arquivos de mídia de determinadas conversas.

segunda-feira, 21 de março de 2022

CÍRCULO VICIOSO



A invasão da Ucrânia se tornou uma guerra de narrativas. Pelo que se ouve nos noticiários, o resultado varia de acordo com o comentarista e as versões velem mais do que os fatos. Interessa a todos que o conflito termine o quanto antes, até porque o vencedor, seja ele quem for, comemorará uma “vitória pírrica”, e o grande perdedor será o povo ucraniano. 

Observação: O último relatório do Institute for the Study of War diz o seguinte: “A nossa avaliação agora é que a campanha russa, destinada inicialmente a tomar a capital, as principais cidades da Ucrânia e a forçar a mudança de regime, fracassou. As forças russas continuam os esforços para restaurar o ímpeto dessa campanha frustrada, mas os esforços provavelmente também fracassarão (…). A guerra provavelmente cairá em uma fase de impasse sangrento que pode durar semanas ou meses. A Rússia expandirá os esforços para bombardear civis ucranianos a fim de quebrar sua disposição para continuar lutando, e provavelmente fracassará (...).

Mariupol foi completamente destruída. O bombardeio criminoso da maternidade e do teatro será lembrado para sempre, mas o resto da cidade também está em ruínas. Os ocidentais prometem ajudar a reconstruir os prédios demolidos, mas ninguém sabe se a cidade voltará a existir. O mais provável é que ela seja varrida do mapa.

Como o carniceiro de Moscou disse no estádio de futebol (antes de seu discurso aloprado ser interrompido), o plano é construir uma estrada unindo as áreas anexadas do Donbas e da Crimeia. Mariupol, portanto, pode virar um posto de gasolina. A única certeza é a seguinte: os antigos moradores da cidade jamais aceitarão viver sob o domínio russo. Mariupol é ucraniana, e sempre será.

***

O Brasil gasta muito. E mal. Para piorar, as razões que levam a esses gastos passam longe das necessidades dos brasileiros e alimentam privilégios vergonhosos. Vivemos uma misto de corrupção com caos econômico, um círculo vicioso que se retroalimenta e, se não for debelado, continuará consumindo as riquezas e a renda que produzimos no país. As mazelas de nossa economia, que vão do desemprego até a inflação, possuem clara relação com a corrupção e o modelo de compadrio e privilégio em vigência no Brasil. Jamais solucionaremos esses problemas se não atacarmos de frente a questão da corrupção, principal gargalo de dinheiro público que conhecemos.

A Lava-Jato provou que o sistema brasileiro está apodrecido. Se ele não for reformado, o país estará condenado à instabilidade econômica e social. Investimentos públicos de qualidade somente ocorrem em um sistema transparente e oxigenado, com respeito aos instrumentos legais e com atuação severa de órgãos de controle. Do contrário, o gasto público torna-se apenas instrumento para execução de desvios, dando corpo a um sistema podre e corrupto, que atua simplesmente pela sua manutenção no poder, gerando serviços de péssima qualidade para uma população cada vez mais empobrecida.

Nossos gastos públicos são superiores aos de muitos países emergentes e proporcionalmente maiores que na maioria do mundo desenvolvido. Somos o 7º país que mais gasta com funcionalismo — mais que Suécia e Inglaterra, nações com serviços públicos de alta qualidade. Somos o país que mais gasta com proteção social, cerca de 13% do PIB, enquanto países desenvolvidos aplicam 7% de sua riqueza e emergentes 4%. Nosso modelo nacional de gestão pública é ultrapassado, somos reféns de corporações que visam apenas manter seus privilégios, e a corrupção corrói qualquer chance de mudança.

Os brasileiros precisam entender que não faltam recursos, mas, sim, seriedade com o dinheiro dos pagadores de impostos. Sobram gargalos de gastos. Faltam sistemas de controle efetivo. São cargos demais. Falta auditoria. Sobram esquemas. Falta punição. Sobra corrupção. Falta reação da sociedade. Sobram acordos de bastidor e compadrio. Falta meritocracia. Sobram empresas públicas. Nenhum país sobrevive com um sistema perverso assim. A mudança é urgente.

Vivemos um círculo vicioso, uma aliança da corrupção com caos econômico. É preciso debelar este sistema perverso que se retroalimenta das misérias de nosso país. Urge quebrar este modelo, sob pena de restarmos condenados à miséria e à pobreza. Sabemos que o país merece e pode mais do que isso. É preciso romper com o velho, com os mesmos projetos que jamais foram capazes de erguer o Brasil ao patamar que sabemos poder alcançar.

Para dar o primeiro passo em direção ao resgate de nossa nação e de nossa economia, precisamos de meios efetivos para combater a corrupção e limitar o tamanho do governo. E nada disso passa pela reeleição de Bolsonaro ou pela recondução de Lula ao Palácio do Planalto.

De salto alto, o ex-presidiário está, até porque não é homem de calçar sandálias da humildade ante o adversário. Mas isso não significa que caia, como boa parte de seus adoradores, na armadilha do já ganhou. Ele disputou cinco eleições presidenciais e sabe muito bem que não se ganha de véspera. É preciso mão na massa e muita lábia. E é a esta lábia que tem recorrido para manter acesa a chama de seu principal mote de campanha com o qual se apresenta como o salvador do Brasil. 

Justamente por saber que a vitória não está garantida, Lula tem demonstrado muito mais preocupação em amealhar votos que a construir desde já um ambiente de governo. Por isso promete no palanque mundos e fundos de impossível execução. Diz que não precisa de teto de gastos nem de âncora fiscal; promete “melhorar a vida do povo”, acena com a “recuperação dos direitos do trabalhador”, garante a revogação de medidas sem informar que tal prerrogativa pertence ao Congresso e brada que vai “gastar” vendendo uma prosperidade e uma exuberância de recursos que já não existem.

Se não for obrigado pelos oponentes a se explicar melhor, vai levar o eleitor na conversa. Por isso para ele é tão importante que a campanha siga na dinâmica do vale-tudo e qualquer coisa contra o devoto da cloroquina.

Triste Brasil.

Com Diogo MainardiMárcio Coimbra e Dora Kramer

WINDOWS 10 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA

DO PRATO À BOCA PERDE-SE A SOPA.

Ainda que fossem mais frequentes nas versões vetustas do Windows, os “paus” ainda ocorrem no Win10 e em seu sucessor. O lado bom da história, por assim dizer, é que eles são capazes de corrigir um sem-número de problemas, bastando para isso uma simples reinicialização. Só que não dá para desligar o computador da maneira habitual quando o mouse e o teclado não respondem. 

Em tese, manter o botão liga/desliga pressionado por 5 segundos corta o fornecimento de energia e desliga o aparelho “na marra”. Supondo que a reinicialização não se complete e o Win10 empaque na tela de boas-vindas (logon), clicar com o botão direito do mouse no terceiro ícone (a partir da esquerda) que é exibido canto inferior direito da janela dá acesso às opções de desligamento. E se o teclado e mouse estiverem operantes, manter a tecla “Shift” pressionada e clicar na opção “Reiniciar” leva ao modo de segurança — ou, na pior das hipóteses, ao Ambiente de Recuperação do Windows (WinRE), que, também em tese, é convocado quando a máquina não reinicia após três tentativas seguidas. Na prática, porém, a teoria pode ser outra.

Observação: O modo de segurança é uma modalidade de inicialização em que o Windows é carregado com um conjunto limitado de arquivos e drivers e resolução gráfica em VGA (não estranhe, portanto, a aparência dos ícones e demais elementos exibidos na tela). Se o sistema iniciar dessa maneira, você saberá ao menos que o problema não está nas configurações-padrão do sistema, e poderá desinstalar uma atualização do próprio sistema ou de driver, e até mesmo um programa qualquer que possa estar impedindo o Windows de carregar normalmente. Vale também executar a restauração do sistema, que, se funcionar, reverterá a máquina a um ponto criado anteriormente, quando tudo funcionava direitinho. Se der certo, você economizará tempo e trabalho.

Dito isso, vamos ao que interessa: depois que instalei o Patch Tuesday de fevereiro, o Windows reiniciou normalmente. No dia seguinte, porém, ele me brindou com uma tela azul da morte (KERNEL SECURITY CHECK FAILURE), que se repetiu nas três reinicializações subsequentes, até que finalmente o processo empacou na tela de logon. Pressionei Shift, cliquei em Reiniciar e, no WRE, selecionei a opção que repara erros de inicialização, mas não consegui me livrar da bendita tela azul.

Sem alternativa, resolvi reinstalar o Win10 do zero e, para não ter surpresas, baixei uma cópia novinha em folha a partir do site da Microsoft usando meu notebook. Todavia, por alguma razão a instalação não se completou, nem depois que mudei o SSD, nem quando tentei o HDD que uso para armazenar meus arquivos pessoais.

Como dispõe a famosa Lei de Murphy, nada é tão ruim que não possa piorar. O portátil, que estava inativo havia meses aproveitou o embalo para me oferecer o Win11. E a despeito de o momento não ser indicado para esse tipo de aventura (já que eu estava sem máquina de backup), achei de aceitar a gentil oferta da dona Microsoft. E aí...

Continua...

domingo, 20 de março de 2022

REENCONTRO COM A ÉTICA



Os brasileiros têm sido vítima dos delinquentes da política há tempos. Não é de hoje que crimes como peculato — termo jurídico que define a prática de rachadinha — são cometidos com naturalidade e desenvoltura nos corredores de Brasília. O advento da Lava-Jato tornou-se um marco para o cidadão comum, que viu pela primeira vez os poderosos e até então intocáveis donos do poder serem condenados e encarcerados por desviar dinheiro público. Mas o sistema já preparava seu contra-ataque.

Em pouco tempo a Lava-Jato foi extinta, corruptos foram soltos e o Centrão voltou ao núcleo do poder, comandando estatais, indicando dirigentes e controlando a máquina pública. A reação foi além, com leis sendo revistas, penas abrandadas ou extintas e os sistemas de controle, enfraquecidos. Aquele que havia sido eleito para combater o mecanismo acabou se revelando seu mais ardoroso defensor — em mais um caso típico de estelionato eleitoral.

Diante dos graves desacertos na economia e de uma pandemia que ainda não nos deu trégua, tudo leva a crer que o brasileiro esqueceu que o combate à corrupção havia se tornado uma bandeira inegociável, mas, infelizmente, isto é um grave equívoco. A contaminação do sistema pela corrupção é a principal causa de nossas mazelas, porque gera desemprego, inflação, fome, violência — e, por que não dizer, mortes durante esta pandemia. 

Para resolver os problemas do país é preciso resgatar a ética como elemento essencial das relações políticas com a certeza de que as leis são aplicadas e os órgãos de controle funcionam. A próxima eleição pode promover este reencontro ético de que país tanta necessita. A polarização político-ideológica é a causadora de um sistema perverso, que retroalimenta dois grupos que representam um mesmo modelo falido de governo. 

Teremos em breve — e mais uma vez — a chance de romper com as práticas que levaram o país ao fundo do poço moral e fiscal, com arroubos de inflação e práticas de corrupção. Os brasileiros são conhecidos por sua "memória curta", mas o repúdio ao modelo petista de governar ainda está presente em forma de trauma para a maioria da população de bem. Tudo indica que um projeto alternativo ao caos bolsonarista e a corrupção petista possa se encaixar nos anseios de um povo que se cansou dos extremos e deseja um país estável, com mais segurança e emprego.

A lembrança de um período em que o cidadão médio enxergava a construção de um novo país, quando a lei valia para todos e a corrupção era punida, ainda vive nas lembranças de muitos de nós. Precisamos de pessoas comprometidas com este projeto, um desenho de nação soberano, longe dos erros do passado e da raiva do presente, focado em construir um país onde a força da lei valha mais do que a vontade dos engravatados que circulam entre rachadinhas, mensalões e petrolões.

Com Márcio Coimbra

sábado, 19 de março de 2022

LULA LÁ... (FINAL)


Na última quarta-feira, após atrasar a divulgação de sua decisão em quase uma hora, o COPOM comunicou o aumento de um ponto percentual na Selic, que passou de 10,75% para 11,75% ao ano. Trata-se do maior patamar desde abril de 2017 (quando ficou em 12,25%).

O movimento, que já era esperado pelo mercado, não surpreendeu ninguém. Surpreendente foi o anúncio de que a taxa deve ser aumentada mais uma vez, em um ponto percentual, na reunião que acontecerá em maio. E que pode seguir seu ciclo de aumentos se a inflação teimar em se manter alta. Com isso, todo mundo correu para atualizar suas previsões, e há quem aposte na Selic para além dos 13%.

Joelmir Beting dizia que "combater a inflação a golpes de recessão é matar a vaca para acabar com o carrapato". Como o mercado prefere ter a vaca cheia de carrapatos a vê-la na UTI, o mercado financeiro reagiu bem, com o Ibovespa cravando 1,98% de alta.

No que concerne ao “conflito no leste europeu”, parece que as negociações do “cessar fogo” têm avançado, ainda que a passo de tartaruga. Mas não se pode perder de vista que a Rússia invadiu a Ucrânia, e é na Ucrânia que a guerra está sendo travada. Não me consta que o presidente Volodymyr Zelensky tenha enviado tropas ao reino de Vladimir Putin, razão pela qual a decisão sobre o “cessar fogo” depende unicamente do "criminoso de guerra" (nas palavras de Joe Biden, que no ano passado já havia chamado o autocrata russo de assassino). O porta-voz do Kremlin disse que as falas são "inaceitáveis e de uma retórica imperdoável". Fico imaginando como ele preferia que... enfim, deixa pra lá.

Voltando à terra brasilis, outubro está "logo aí", e as campanhas presidenciais devem acirrar ainda mais a polarização e a tensão política. O ideal seria que o Poder Judiciário se pautasse pela legalidade, pela imparcialidade e pela celeridade, mas o histórico recente de atuação do TSE indica exatamente o contrário. 

O ministro Fachin, que assumiu a presidência da corte eleitoral em fevereiro e deve passar o bastão para Alexandre de Moraes antes das eleições, deixou claro que um Lula candidato, mesmo com seu histórico de acusações e prisões, teria feito bem à democracia: “O tempo mostrou que teria feito bem à democracia brasileira se a tese que sustentei no TSE tivesse prosperado na Justiça Eleitoral. Fazer fortalecer no Estado democrático o império da lei igual para todos é imprescindível. Especialmente para não tolher direitos políticos. (...) No julgamento em que esteve em pauta a candidatura do ex-presidente Lula fiquei vencido. Contudo, mantenho a convicção de que não há democracia sem ruído”.

Parece que Fachin não só gostaria de ver o ex-presidiário na Presidência como pode vir a ajudá-lo nesse intento, como já fez ao anular as decisões da Lava-Jato e declarar incompetente uma vara judicial cuja competência ele jamais pôs em dúvida por longos cinco anos. O togado também salientou que reagirá duramente a qualquer ataque de Bolsonaro — que continua insistindo na questão do voto impresso —, que "a Justiça Eleitoral brada por respeito" e que o TSE "não se renderá". Foi como se ele dissesse que a democracia está sob ataque do capetão — e talvez esteja mesmo, mas ouvir essa cantilena do ministro que desencadeou a celeuma que resultou na decretação da suspeição do ex-juiz Sergio Moro... não fosse trágico, seria cômico. 

Fachin (ainda) não chegou ao cumulo de agir como Lewandowski, que, durante o julgamento do impeachment de Dilma, mancomunou-se com Renan Calheiros para fatiar o processo e evitar a cassação dos direitos políticos da "chefa". Mas sua fala dá mostra de que, a exemplo do colega de tribunal, também ele também não despiu a farda de militante quando teve os ombros cobertos pela suprema toga (por obra de graça da gerentona de araque). E depois Sergio Moro que é taxado de “juiz parcial”.

Lewandowski ocupou o lugar deixado por Barroso, que encerrou o mandato de quatro anos no TSE. Além de Fachin, também integram a mais alta instância de nossa justiça eleitoral o ministro Alexandre de Moraes, dois ministros do STJ e dois advogados como notório saber jurídico. Num período normal, essa composição não chamaria a atenção, mas as eleições prometem clima de polarização acirrado, e a tensão política pode se tornar uma ameaça à ordem estabelecida. Num momento assim, espera-se do Poder Judiciário uma atuação pautada pela legalidade, pela imparcialidade e pela celeridade, mas o histórico recente de atuação do TSE não inspira confiança numa desejável condução serena do processo eleitoral.

Com exceção do ex-ministro Marco Aurélio Mello (de quem eu jamais imaginei que sentiria saudades) e dos dois ministros apadrinhados pelo devoto da cloroquina, o Supremo vem demonstrando tudo, menos empenho em "civilizar" o processo democrático. E a chegada de Lewandowski dificilmente contribuirá para a volta da prudência à alta cúpula da justiça eleitoral.

Numa democracia que se desse ao respeito, os atuais integrantes do TSE estariam envidando esforços no sentido de mitigar a polarização política e seus efeitos nefastos, mas sem a serenidade e imparcialidade dos juízes o Brasil pode se tornar ingovernável antes mesmo do resultado das próximas eleições.

Com Gazeta do Povo

sexta-feira, 18 de março de 2022

LULA LÁ...


Como vimos no post anterior, o ministro Fachin — que foi indicado para o STF pela ex-presidanta Dilma e acaba de ser alçado à presidência do TSE — adiantou que a eleição de outubro terá "muito ruído". Até aí, nenhuma surpresa. 

Segundo a Gazeta do Povo, o Supremo vem demonstrando há tempos um nível de coesão interna que não só implica insegurança jurídica como gera apreensão em relação ao futuro. Semanas atrás, os togados "lavaram as mãos" ao julgar uma ação movida pelo Partido Novo contra o vergonhoso fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões, a despeito de a economia continuar sendo espancada por uma pandemia viral que parece não ter fim e por uma uma guerra que insiste em não terminar. 

Observação: O ego imenso, a ambição desmedida e a teimosia de dimensões astronômicas do carniceiro de Moscou podem levar a Rússia a dar um calote em sua dívida externa pela primeira vez desde a revolução de 1917. Semanas atrás, as agências de classificação de risco cortaram a nota de crédito da Rússia para junk (lixo), o que já apontava grandes chances de calote.


Em Pindorama, apertar o torniquete dos juros para resolver uma falta de oferta não reduz a inflação, mas mata o povo de fome. Só que deixar o dinheiro correndo solto tem o mesmo efeito, pois as coisas ficam tão caras que ninguém mais consegue comprar.


Depois de três altas consecutivas de 1,5 ponto percentual, o BC deve desacelerar o ritmo de aumento de juros. Confirmado o aumento de 1 ponto percentual neste mês, a taxa Selic chega a 11,75% ao ano — a mais alta desde 2017, quando os juros estavam caindo após uma paulada de 14,25% para tentar baixar a inflação de dois dígitos. 


Agora, a curva continua ascendente, e nada indica que a inflação esteja desacelerando. O IPCA está em 10,54%, com altas disseminadas por todos os segmentos, e o reajuste no preço dos combustíveis bota mais lenha nessa fogueira, enquanto Bolsonaro joga gasolina no fogo com medidas nitidamente eleitoreiras, como a antecipação do 13º para aposentados do INSS e a liberação de saque de R$ 1 mil do FGTS. Mais dinheiro circulando em um cenário de escassez de produtos tende a deixar tudo mais caro, atenuando o efeito da alta dos juros. É como se o Banco Central fechasse e o governo federal abrisse um buraco no cano.


No cenário eleitoral, avançam as negociações do governador Gaúcho para se filiar ao PSD e disputar a Presidência da República, a despeito de nomes importantes da legenda (heterogênea e pouco ideológica) torcerem o nariz para o tucano. Infelizmente, o eleitor brasileiro demora a aprender a votar e os políticos, a colocar os interesses do país acima dos próprios. Por óbvio, quanto mais postulantes ao Planalto congestionarem a tal terceira via, melhor para o molusco ex-corrupto e, em menor medida, para o devoto da cloroquina. 


Torço para que o ex-presidiário caia do salto e o ex-capitão reassuma a insignificância que sempre teve enquanto deputado do baixo clero. Por falar nisso, de acordo com O Globo, o mensaleiro, ex-presidiário e mandachuva do PL, Valdemar Costa Neto, comemorou os pontinhos que Bolsonaro recuperou nas pesquisas porque parou de vituperar as vacinas e passar a distribuir os R$ 400 da “Bolsa Farelo”. 


Segundo O Antagonista, o principal motivo do entusiasmo valdemarista foi outro: “as pesquisas provaram a Bolsonaro a importância da ‘política profissional’. Até hoje, as qualitativas dele eram as redes sociais bolsonaristas. Agora, ele vai dar mais ouvido à política”. 


Sai Carluxo, entra Valdemar, e o Brasil afunda do mesmo jeito. Bolsonaro valdemarizou o Brasil. Mas não foi só isso: ele próprio se valdemarizou. Para o bem de todos e felicidade geral da nação, tanto ele quanto seu equivalente de esquerda deveriam ser eliminados da disputa. Mas basta um deles fora do páreo para as chances do remanescente despencarem. 


Pode ser difícil, mas não é impossível. Afinal, enquanto há vida, há esperança.