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domingo, 17 de maio de 2020

E AGORA, JOSÉ?



As considerações a seguir são elos da mesma corrente. Se lhe parecerem um tanto emboladas em alguns pontos, é porque dois meses de isolamento e duas expetativas frustradas de reabertura operam milagres na sanidade mental de qualquer cristão (ou ateu, agnóstico, crente, kardecista, umbandista, maometano, israelita, enfim...). 

O mote desta postagem não é a quarentena, mas a pandemia de proporções bíblicas que começou pela saúde, atacou a economia e pôs o mundo de joelhos — e o Brasil de quatro, porque estamos nas mãos de um psicopata maquiavélico chamado de "mito" por uma claque de apoiadores que o chamaria de “mitômano” se tivesse olhos para ver, ouvidos para ouvir e cérebro para raciocinar.

Parafraseando o sumo pontífice da seita do inferno “nunca antes na história deste país” tivemos no Palácio do Planalto um inquilino tão indiferente à dor alheia, que tanto despreza a Democracia e o Estado de Direito e que tanto odeia a liberdade de expressão, a imprensa e quem mais discordar de sua opinião. Do cruel “e daí?” ao “cala a boca”, passando pelo churrasco da morte (que depois fomos instados a acreditar que não passava de uma pilhéria), o Mefistófeles de botequim deixou de ser o palhaço negacionista da “gripezinha” para concorrer (com grandes chances de vencer) ao título de Monstruosidade Pública Número 1. E agora, José?

Não tenho a resposta para essa pergunta, mas tenho algumas teorias sobre como chegamos a isso. Vamos a elas.

Nos anos 1970, durante a ditadura militar, Pelé afirmou que os brasileiros não sabiam votar, ou, litteris, que “o povo brasileiro não está preparado para votar”. Isso provocou uma chuva de críticas, embora tenha sido uma das coisas mais acertadas que o Rei do Futebol disse em seus quase 80 anos de vida. 

Da mesma forma que jabuti não sobe em árvore (se estiver lá, foi posto por enchente ou mão de gente), político não brota em seu gabinete por geração espontânea (se estiver lá, é porque alguém votou nele). À luz da “qualidade” dos nossos representantes e mandatários, é impossível discordar de Pelé, mas sempre há quem não enxergue o que está bem diante de seu nariz — não por falta claridade, mas porque lhe falta acuidade visual (para um cego, tanto faz se a luz estiver acesa ou apagada).

Aqui abro um parêntese para esclarecer que digo cego e não deficiente visual por dois motivos: 1) acho esse modismo do politicamente correto execrável; 2) o termo “cego” se aplica a quem não enxerga e “deficiente visual”, a quem tem uma disfunção da visão, que tanto pode ser total quanto parcial. A machinha de carnaval Cabeleira do Zezé (composta por João Roberto Kelly) é “politicamente incorreta”, já que põe em dúvida a masculinidade do tal Zezé. Aliás, a “patrulha do politicamente correto” chegou a tal ponto de imbecilidade que nem o clássico Reinações de Narizinho, escrito por Monteiro Lobato na década de 1920, escapou de acusações de racismo pelo fato de Emíliauma boneca de pano, chamar Tia Nastácia de “macaca de carvão”, “negra beiçuda” ou “negra de estimação”. Vale lembrar que antes da Lei Áurea, ter escravos não era crime. Até negros tinham escravos. 

Observação: Um dos mais importantes axiomas do Direito reza que nullum crimen, nulla poena sine prævia lege — ou seja, nenhum ato pode ser considerado criminoso e, portanto, passível de pena se não existir uma lei anterior que o tipifique como tal.

A demissão de Nelson Teich, na última sexta-feira, foi um prato cheio para a imprensa e para Bolsonaro — que passou a fritar seu ministro quando se deu conta de que, a exemplo do antecessor e a despeito de prometer total alinhamento com o chefe, o médico não estava disposto a rasgar o diploma para compactuar com as obsessões de um maníaco. Teich levou apenas 28 dias para regurgitar os batráquios que o déspota lhe enfiou goela abaixo; Mandetta e Moro levaram um ano e meio.

Bolsonaro acredita — e não sem razão — que novas crises tiram o foco da imprensa e da população das crises anteriores, e é por isso que as gesta e pare à farta. E a estratégia vinha funcionando, até que um lance errado mudou o cenário do tabuleiro e, ao que tudo indica, selou a sorte do capitão sem luz.  Ao provocar a saída o ex-juiz da Lava-Jato do governo, Bolsonaro não esperava criar uma turbulência maior do que as criadas com as demissões de Bebianno e dos outros dez ministros de Estado que permearam os últimos 16 meses. Mas aí entrou em cena uma inoportuna investigação autorizada pelo decano do STF, que tem pressa em esclarecer as suspeitas que o ex-ministro da Justiça levantou ao longo do pronunciamento que fez à imprensa para explicar o porquê de sua demissão.

A oitiva de testemunhas ainda não foi concluída, mas a peça chave para comprovar a veracidade da narrativa de Moro é o vídeo da reunião ministerial do dia 22. O ministro Celso de Mello deve decidir amanhã se torna público o conteúdo da gravação, depois que ele próprio assistir ao vídeo. A liberação integral do conteúdo deixará o general da banda em maus lençóis, daí a razão de ele estar atriculando com o Centrão a compra do apoio das marafonas do Câmara e tentando "seduzir" o PGR com uma possível indicação para a cadeira do decano, que deve se aposentar em novembro.

Observação: Vejam como são as coisas: uma das bandeiras de campanha responsáveis pela vitória de Bolsonaro foi seu repúdio à velha política do toma lá dá cá. Mas ele também prometeu ser implacável com a corrupção e os corruptos, mas bastou que as investigações sobre a prática de rachadinha no gabinete do pimpolho 01, quando este era deputado estadual, e outras que bafejam o cangote de 02 e 03 para o capitão caverna mostrar do que é feito, ou por outra, que é farinha do mesmo saco que os políticos corruptos que prometera combater.

Mandetta e Teich atuaram na tragicomédia da Saúde cada qual a sua maneira. O primeiro, deputado experiente, flertava com os holofotes e não se constrangia diante dos microfones. O segundo era sua antítese: retraído, inexpressivo, quase um “mosca morta”. Sua atação à frente da Pasta foi muito criticada (inclusive por este que vos escreve), mas, curiosamente, sua demissão foi pranteada até pelos governadores que, segundo afirmou Caio Coppolla no “Grande Debate” da CNN, recusaram-se a analisar o programa de testagem e o plano de transição para o isolamento social que o ex-ministro havia preparado, porque “estavam de mal" com o presidente. Se essa informação realmente procede, a pandemia do coronavírus transformou a política tupiniquim num imenso Jardim de Infância.

Esperar demais das pessoas é o caminho mais curto para a decepção, e reconhecer as limitações alheias (além das próprias, naturalmente) é sinal de sabedoria. Mas achar que a liturgia inerente à Presidência transformaria em estadista um mau militar e deputado medíocre seria ignorar os ensinamentos da fábula do sapo e o escorpião. Ou acreditar que um urso possa ensinar bons modos à mesa a um porco.

Dos 13 postulantes à presidência em 2018, quatro (Cabo Daciolo, Boulos, Jango Filho e Vera Lucia) pareciam egressos de uma feira de horrores, e outros quatro (Alckmin, Ciro, Marina e Eymael) eram arrozes de festa. Mas havia três (Amoedo, Meirelles e Álvaro Dias) que poderíamos ter testado se o esclarecidíssmo eleitorado — contaminado pelo vírus da dicotomia político partidária disseminado por São Lula e seus apóstolos acerebrados — não tivesse escalado para o embate final os dois extremistas mais extremados do espectro político-ideológico e deixado à parcela da população que não geme de dor quando raciocina duas singelas opções: fazer com fizeram os 42 milhões de brasileiros que anularam o voto, votaram em branco ou se abstiveram de votar, ou unir força com os bolsomínions

Observação: Votar no fantoche que Lula escolheu para preposto depois que Jaques Wagner se recusou a desempenhar o patético papel jamais foi uma opção.

Bolsonaro, como todo bom mau soldado, cumpriu somente parte da missão. Mas — volto a dizer —, não poderíamos esperar outra coisa. Governar vai muito além de ganhar eleições, sobretudo em tempos de guerra. Parafraseando FHC — que não foi um estadista como manda o figurino, mas é o ex-presidente vivo desta banânia que chegou ileso ao final do segundo mandato e até hoje não foi acusado de malfeitos —, “você não lidera dando ordens ao povo, mas fazendo com que o povo siga junto com você”.

Observação: Collor foi impichado e é réu no STF; Lula é réu em 10 ações criminais, já foi condenado em duas e passou 580 dias preso; Dilma fez um governo de merda e foi impichada a 2 anos e 4 meses do término do segundo mandato (e não sei por que ainda não foi presa); Temer não conta, porque era vice da anta, mas já passou uns dias atrás das grades... Vai vendo.

Se a população soubesse votar, a parcela pensante do eleitorado não seria obrigada a escolher, a cada eleição, se ficava na frigideira ou se pulava para o fogo. Infelizmente, esse tipo de situação se tornou regra desde a redemocratização (noves fora as vezes em que a emenda foi pior que o soneto), mas de nada adianta amaldiçoar a escuridão sem se dar ao trabalho de, ao menos, acender uma vela.

A meu ver, o bom senso recomenda impõe uma mudança de rumo, e pede pressa, sob pena de a colisão do Titanic com o iceberg se tornar inevitável e as consequências, incalculáveis. Dito de outra maneria, faz sentido manter no volante de um ônibus desgovernado um motorista embriagado, quando há um passageiro que, mesmo sem carteira, pode levar o veículo com segurança até que a empresa escale outro chofer habilitado? 

Fica a pergunta. A resposta é com vocês.

sábado, 6 de março de 2021

SÓ SE FOR NA CASA DA TUA MÃE

 

O assim chamado “gigante adormecido (que se recusa a despertar)”, ou “país do futuro (que nunca chega)”, como queiram, pode ser uma republiqueta de almanaque (e é), uma banânia (também é), mas é o nosso país. É “o que se tem pra hoje”, como se costuma dizer. Sobretudo em tempos estranhos (como o atual), em que a pandemia trancou a porta dantes representada pelo aeroporto na velha máxima “Brasil, ame-o ou deixe-o (que o último apague a luz)”.

Anda mal das pernas este arremedo de democracia. Mas é o nosso país. Está eivado de corruptos, mas é o nosso país. Tem políticos da pior espécie, mas é o nosso país. Tem um presidente que é um desastre, mas ainda é o nosso país. Tornou-se um pária aos olhos do mundo civilizado, mas ainda assim continua sendo o nosso país. Só que, por motivos óbvios, perdemos o direito de mandar calar quem fala mal de nosso país, pois falar bem, a esta altura, é mentir mais que político em campanha.

Outra coisa que precisa ficar bem clara: O Congresso Nacional merece respeito enquanto instituição. Já os congressistas têm de conquistar o respeito da população (respeito não se impõe, conquista-se, e por vezes a duras penas) e preservá-lo — numa construção diuturna, tijolo a tijolo, e ficar atentos, pois pode-se perder essa confiança tão rapidamente quanto o diabo coça um olho.

A Presidência da República merece respeito enquanto instituição. Já aqueles que a ocuparam desde a redemocratização (e também antes dela, por que não dizer?) são a prova provada de que assistia razão a Pelé quando ele disse que “o brasileiro não sabe votar” (embora tenha dito a coisa certa pelos motivos errados; na ocasião, ele opinava sobre a decisão da ditadura de suspender eleições diretas para cargos do Executivo).

"O Brasil não é para amadores", pontuou o saudoso maestro Tom Jobim. E governar o país também não é. A longa carreira parlamentar de Bolsonaro consistiu basicamente a representar o corporativismo militar, e sua desditosa (para não dizer nefasta) passagem pela presidência tem sido um mero prolongamento da campanha, agora de olho na reeleição (cuja extinção foi uma das muitas bandeiras que ele agitou no palanque e, tão logo subiu a rampa, meteu-as onde sugeriu aos jornalistas que enfiassem o leite condensado.

O governo do capitão da caverna sem luz consiste em insuflar suas hordas extremistas e se regozijar com o aplauso fácil da ala fanática de seus apoiadores (uma cáfila de boçais que adora bater palmas para maluco dançar). Parafraseando o Papa Francisco, "o papa, os bispos e os padres não são príncipes, mas servidores do povo de Deus". 

Mutatis mutandis, o mesmo raciocínio vale para os políticos em geral, para o chefe do Executivo em particular, para os integrantes do Congresso Nacional e para os majestosos supremos togados que integram uma Corte onde o tempo é místico e uma decisão tanto pode demorar 20 horas quanto 20 anos, a depender do magistrado que a profere e do réu a quem ela favorece.

Da mesma forma que jabuti não sobe em árvore (se está, foi enchente ou mão de gente), político não brota em seu gabinete por geração espontânea (se está lá, é porque alguém votou nele). À luz da “qualidade” dos nossos representantes e mandatários, é impossível discordar de Pelé, mas sempre há quem não enxergue o que está bem diante de seu nariz — não por falta claridade, mas de acuidade visual (para um cego, tanto faz a luz estar acesa ou apagada).

O presidente da República não é apenas uma faixa ou uma pose. Espera-se que exista por trás da faixa e da pose uma noção qualquer de respeito, dignidade e pudor. Jair Bolsonaro ignora tais valores. Adota um comportamento desrespeitoso, indigno e despudorado. "Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?", declarou, sapateando sobre a memória dos mortos da Covid e a dor de suas famílias. "Até quando vão ficar dentro de casa, até quando vai se fechar tudo? Ninguém aguenta mais isso", afirmou, num timbre economicida que desconsidera até as máximas do seu Posto Ipiranga: "Sem saúde não há economia. Sem vacinação em massa não existe crescimento consistente."

"Tem idiota nas redes sociais, na imprensa: 'Vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe! Não tem para vender!", disse Bolsonaro, sem medo do ridículo. Não há vacinas porque um hipotético presidente, em vez de ordenar a compra, pôs-se a dizer tolices a respeito do risco de os vacinados virarem jacaré.

Bolsonaro já nos brindou com “pérolas” que deveriam ser bordadas com fios de ouro nas asas de uma borboleta. Por exemplo: "Nunca a imprensa teve um tratamento tão leal e cortês quanto o meu", disse o capitão-truculência na semana passada, esquecido de que (ou indiferente ao fato) já externou em alto e bom som sua vontade de encher de porrada a cara de um repórter, já mandou a imprensa para a puta que pariu e já sugeriu aos jornalistas que enfiassem no rabo latas de leite condensado, apenas para citar alguns exemplos. 

Agora, anota Thaís Oyama em sua coluna no portal UOL, o presidente se arroga o direito de responder apenas perguntas "a favor", como faz semanalmente em programas de sua escolha, e interromper entrevistas quando lhe dói o calo. Na quinta-feira retrasada, ao ouvir o começo de uma pergunta sobre a decisão do STJ de anular a quebra de sigilo bancário do filho Zero “Rachadinha” Um, Bolsonaro interrompeu o repórter, deu por encerrada a entrevista e se evadiu do recinto.


Bolsonaro ocupa um cargo público e seu primogênito, ex-deputado e ora senador da República, foi denunciado por suposto desvio de dinheiro igualmente público. Ao suspender coletivas — e também sugerir a um repórter que enderece certas questões à própria mãe, como disse quando perguntado sobre a rachadinha de FB, o presidente usa de truculência para não responder ao que não pode ser respondido. Falta de educação é defeito que não tem conserto depois dos 60 anos, mas obsessão por controlar toda e qualquer instituição que o incomode, como fez o presidente com o Coaf, a PF, a PGR e o STF... Uma coisa é envergonhar o país; outra, bem diferente é... enfim...

Admirador dos Estados Unidos (apenas quando lhe convém), Bolsonaro deveria buscar inspiração em Roosevelt. De um bom presidente, ensinou o estadista, espera-se que aproveite o palanque privilegiado para irradiar confiança e bons exemplos. Há presidentes cujos exemplos sobrevivem à passagem dos séculos. Os exemplos de Bolsonaro só serão perfeitamente compreendidos no século passado.

Bolsonaro disse que brindaria os brasileiros com um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV , no qual ele trataria da imunização contra o vírus. "O assunto, quando tiver [pronunciamento], vai ser pandemia, vacinas. O Brasil é um país que, em valores absolutos, mais está vacinando. Temos 22 milhões de vacinas para este mês. Mês que vem deve ser mais 40 milhões. O país está mais avançado nisso. Assinei no ano passado MP [medida provisória] destinando mais de R$ 20 bilhões para comprar vacina. Estamos fazendo o dever de casa", apontou. Era para acontecer na terça, depois na quarta, depois na quinta. Acabou que não aconteceu (talvez por medo do panelaço, o capitão evitou dar a cara a tapa).

Antes da pandemia, era evidente que o homem evoluiu do macaco. Como é evidente que, depois da Presidência de Bolsonaro, o homem já está voltando. Quem examina a atuação e as declarações do presidente conclui que convém não confundir um certo sujeito com o sujeito certo

A Presidência de Bolsonaro não serve para nada, a não ser para avacalhar o Brasil.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Do you speak English?

Com a aproximação das férias de meio de ano, você tem que se decidir pelo merecido descanso ou pela viagem com que vem sonhando há tempos. E se o destino for algum país estrangeiro, cujo idioma você não domina, a coisa se complica um pouco.
Quem “se vira bem” em inglês não deve enfrentar grandes dificuldades nos EUA, Austrália e em grande parte da Europa, ao contrário de quem só “arranha” o Português. No entanto, mesmo não se propondo a fazer milagres, o site TRAVLANG (http://www.travlang.com/) pode ser uma mão na roda: basta você informar seu idioma nativo e o país para onde pretende viajar para obter um guia bem completo de expressões idiomáticas categorizadas (palavras básicas, números, frases específicas relacionadas a compras, endereços, datas e horas). Cada frase possui a versão escrita e falada, o que ajuda sobremaneira o interessado a treinar sua pronúncia.

Observação: Chega a ser engraçado ver as pessoas tentarem se comunicar num “portunhol” ininteligível quando na Argentina, Chile e outros países latino-americanos, já que o melhor é falar português, mas devagar, usando frases curtas e palavras simples pronunciadas de forma bem clara; se o interlocutor fizer o mesmo, ainda que em castelhano, você dificilmente passará fome ou deixará de encontrar o banheiro (risos).

Uma boa dica para “educar o ouvido” é assistir a filmes legendados, mas a dicção dos atores e a velocidade com que eles falam atrapalham um bocado. Como alternativa, experimente os “livros falados” disponíveis no site http://www.podiobooks.com/, que permite download e reprodução gratuita. Basta navegar pelas divisões de estilos e escolher o que for mais adequado ao seu gosto.

Passemos agora ao nosso tradicional humor de sexta-feira, hoje com a transcrição de um e-mail que recebi com um estudo antropológico-temperamental, digamos assim, sobre o comportamento de quatro categorias de mulheres (fina, comum, vulgar e depravada) nas mais variadas ocasiões. Acompanhe:


NO TOILETTE:
A fina não diz nada;
A comum: “Essa calcinha me incomoda”; 
A vulgar: “Odeio calcinha enfiada no rego”; 
E a depravada: “Fico puta com calcinha enfiada no cu”.


APÓS UM JANTAR:
“O jantar estava divino, parabéns.”
“Estou satisfeita.”
“Tô cheia.”
“Comi até o cu fazer bico.”


NO CHURRASCO:
“Está ótima essa lingüiça.”
“Muito boa essa lingüiça.”
“Noooosa, que lingüiça grande!”
“Tô adorando a lingüiça do churrasqueiro.”


VENDO UM AMIGO TOMANDO SORVETE:
“Posso experimentar?”
“Me dá um pedaço?”
“Posso dar uma chupada?”
“Deixa eu chupar? Não vou morder, garanto.”


COMO SE VESTEM:
“De acordo com o evento.”
“Sempre da mesma forma; jeans, camiseta e tênis.”
“Micro saia, bermuda agarrada”
“Frente única durante o dia, micro saia mostrando a calcinha à noite.


BEBIDAS:
“Champanhe, uísque ou vinho, conforme a ocasião.”
“Batida ou cerveja.”
“Cerveja, cachaça, conhaque, vodca, licor, água de bateria, etc.”


PROCURANDO O AMIGO NA FESTA:
“Você viu o Pedro?”
“Cadê o Pedro?”
“Pedroooooooooooo!!!”
“Caralho, onde o viado do Pedro se meteu?”


SAINDO DA MESA PARA IR AO BANHEIRO:
“Com licença, vou retocar a maquiagem.”
“Vou a toilette”.
“Vou tirar água do joelho (risos).”
“Vou fazer um download, soltar um barro, matricular o Pelé na natação (gargalhada).”

O restante fica para a próxima sexta.
Bom final de semana a todos.

domingo, 8 de janeiro de 2023

A GENTE NÃO SABEMOS DE NADA


 
"A gente não sabemos escolher presidente", sentenciou a banda Ultraje a Rigor em um clássico profético dos anos 1980. Quatro décadas depois, mesmo com impeachment e prisão de ex-presidente, as escolhas continuam duvidosas e o país continua do mesmo jeito. Pelé, o eterno rei do futebol, rimou com a banda de Roger por antecipação ao dizer, ainda na década de 70, que "o brasileiro não estava preparado para votar".

Vivemos num país tão surreal quanto as pinturas de Dali. Nossa independência foi comprada. A Proclamação da República foi o primeiro de uma série de golpes militares. Dos 38 presidentes que governaram esta banânia desde 1989, oito, começando pelo primeiro, não terminaram seus mandatos. 

O Brasil avança  não graças aos governos que tem, mas apesar deles. Como desgraça pouca é bobagem, agora temos de lidar com "a volta dos que nunca se foram". 
 
A gente não sabemos escolher presidente. Mesmo. E nem parlamentares. Para a Câmara, já elegemos palhaços, iletrados, e até ator pornô. No Senado, conseguimos colocar a espetacular Damares Alves, mestre em ciências ocultas e doutora em letras apagadas (exemplo que dispensa o acréscimo de outros).

 

A vida e feita de escolhas, ensinou o oncologista Nelson Teich em 15 de maio de 2020, ao comunicar que havia escolhido deixar o Ministério da Saúde. E o brasileiro é mestre em fazer as piores escolhas. Sempre. No Rio de Janeiro, o governador eleito em 2018 na esteira de Bolsonaro foi afastado. Entre seus predecessores, Pezão, Cabral, Anthony e Rosinha Garotinho e Moreira Franco foram parar na cadeia.

 

Escolhas erradas são um traço cultural do brasileiro, adquirido a base de Educação paupérrima. O que nos leva a Tite, ou melhor, ao fiasco da seleção brasileira na Copa de 2022. Não culpemos o professor por levar o Daniel Alves ou por ele não ter colocado Neymar no lugar de Rodrygo para bater o primeiro pênalti. Ele foi só mais um brasileiro exuberando em seu direito de escolher tudo errado. Afinal, a gente não sabemos nem ganhar Copa do Mundo. 


Inspirado num texto de Mentor Neto

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

HOJE SERÁ ONTEM AMANHÃ

A MELHOR FORMA DE VOCÊ PREVER O FUTURO É CRIÁ-LO. NÃO IMPORTA QUE ELE SE TRANSFORME EM PASSADO ANTES DE VIRAR FUTURO, MAS, SIM, QUE SEJA BOM PARA VOCÊ.

Na véspera da virada do ano, o Worldometer contabilizava 140 milhões de nascimentos e 67 milhões de mortes em 2022. Entre outras personalidades célebres, reverteram ao Criador Elizabeth II,  Jô Soares, Éder Jofre, Gal Costa, Erasmo Carlos, Rolando Boldrin, Arnaldo Jabor (não necessariamente nessa ordem) e, no apagar das luzes, o "rei" Pelé (29/12) e o papa emérito Bento XVI (31/12). 

Todo final de ano, videntes, cartomantes e futurólogos "preveem" o desaparecimento de famosos, mas não os citam nominalmente. Seus vaticínios são como os dos horoscopistas de tabloides, tipo "aquarianos precisam cuidar melhor da saúde", "librianos devem evitar investimentos arriscados" e "piscianos podem esperar novidades no campo sentimental”. O Sars-CoV-2 surgiu na China no final de 2019, mas eu não me lembro de ter lido nenhuma previsão dando conta da pandemia que esse vírus maldito causaria. Nem de que Putin invadiria a Ucrânia, embora houvesse sinais claros de que isso viria a acontecer.
 
O mundo é regido por uma lei de permanência. Apesar de estar sempre morrendo, a vida está sempre renascendo. A dissolução apenas dá à luz novos modos de organização. Uma morte é a mãe de mil vidas. Cada hora não passa de uma prova do quão efêmero (apesar de seguro e certo) é o todo. É como uma imagem refletida nas águas, que permanece a mesma apesar de o rio continuar fluindo. O sol se põe, mas nasce de novo. O dia é engolido pela noite escura e volta a brotar dela, tão novo como se nunca tivesse sido extinto. 
 
A primavera se transforma em verão, atravessa o outono, vira inverno, e então retorna em grande estilo, triunfando sobre a sepultura, apesar de seguir a passos apressados e firmes em direção à morte desde o início dos tempos. Lamentamos os desabrochares de setembro porque as flores vão secar e morrer, mas sabemos que setembro irá se vingar de junho com a revolução daquele ciclo solene que nunca para, e que nos ensina a ser sempre sóbrios, mas esperançosos. 
 
Astrólogos afirmam que o fim da quadratura Saturno/Urano — que marcou os anos de 2021 e 2022 com muita instabilidade — fará de 2023 um ano melhor. Eu torço por isso, mas, como dizem os gringos, hoping for the best but expecting the worst.
 
O presidente eleito, dizem os adivinhos, deve esperar um ano de muita oposição e cobrança (eu cheguei a essa mesmíssima conclusão sem consultar a posição de Saturno em relação ao Sol no mapa da Independência — segundo a qual o povo (Lua) não terá suas necessidades supridas no primeiro ano do novo governo, mas sentirá uma grande diferença em relação à gestão anterior (finalmente se descobriu que merda fede). 
 
Observação: Plutão perdeu o status de planeta há quase duas décadas, mas os astrólogos ainda o consideram como tal e o associam ao poder (!?). E com Saturno em Peixes (dizem eles), os governantes terão de lidar com desastres naturais e outras ocorrências que tais. 
 
Saturno passou pela casa 1 do mapa da Independência do Brasil pela última vez entre 1994 e 1995, quando o Plano Real pôs fim a uma hiperinflação surreal e galopante. Peixes é o signo da empatia, mas as Lulas surgiram no período Cambriano e têm grande importância para comunidades bentônicas (que habitam o fundo do mar) e pelágicas (que vivem na coluna d´água). 

Na economia, astrologicamente, pode haver melhoras lentas e graduais; na Saúde, devido à pandemia, questões como depressão e ansiedade continuarão presentes.

Que Deus se apiede de nós.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

MAIS SOBRE O SALSEIRO DA TERCEIRA VIA E O GOVERNO IMPOLUTO DO CAPITÃO


O famigerado bloqueio criativo — que transforma a tela em branco com o cursor piscante no maior pesadelo de quem escreve — vem perdendo espaço para ansiedade produzida pela enxurrada de descalabros que os noticiários estampam um dia sim e no outro também. 


A péssima escolha que fizemos em 2018 (por absoluta falta de opção) para exorcizar o lulopetismo corrupto foi, em grande medida, o estopim dessa tragédia, mas é preciso lembrar que, noves foram os devotos da seita do inferno, ninguém imaginava que o bolsonarismo boçal poderia ser tão nefasto.

 

Torno a relembrar que maus agentes públicos não brotam em seus gabinetes por geração espontânea; só foram parar lá porque contaram como o aval do eleitorado. Vale conferir o que disseram Pelé —o eterno Rei do Futebol — e Figueiredo — o general-presidente que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo — sobre o risco de misturar brasileiros e urnas em pleitos presidenciais. 


Churchill disse que a democracia é a pior forma de governo à exceção de todas as outras, mas anotou que o melhor argumento contra a democracia é uma conversa de cinco minutos com um eleitor mediano. 

 

A novela a que vimos assistindo desde meados da semana passada está assim: Sergio Moro e João Doria desistiram de disputar a Presidência e, ato contínuo, desistiram de desistir. Moro e Eduardo Leite tentam emplacar seus nomes para representar a terceira via liderando uma chapa presidencial que envolve o MDB, PSDB e União Brasil. Faltou combinar com Doria, mas tudo bem. 

 

Por enquanto, apenas Moro se pronunciou sobre o encontro — por meio de nota, ele disse que conversou com Leite sobre a "necessidade de união do centro”, que está sendo liderada no União Brasil por Luciano Bivar, presidente nacional da sigla. Ciro Gomes se recusa a participar dessas articulações; se não desistir no meio do caminho, o político cearense nascido em Pindamonhangaba (SP) disputará a Presidência pela quarta vez. 


A conferir.

quarta-feira, 23 de março de 2022

PRIVACIDADE NA WEB — CONVERSA PRA BOI DORMIR?

SEGREDO ENTRE TRÊS, SÓ MATANDO DOIS.

Privacidade na Web é como honestidade na política: história para boi dormir. 

No que tange especificamente à política, o remédio são as urnas — ou seriam: como bem disseram o “rei” Pelé e o general Figueiredo, o brasileiro não sabe votar

Na Web, vimos em diversas oportunidades que a navegação anônima (in-private) ajuda a resguardar nosso privacidade, que o Tor Browser é sopa no mel, que uma VPN é ainda mais eficiente, e que, como é sempre melhor pingar do que secar, devemos ao menos apagar o histórico de navegação, os cookies e outros dados “sensíveis”.

Para fazer isso no Chrome, clicamos em Configurações (os três pontinhos no final na barra de endereços) > Mais Ferramentas > Limpar dados de navegação > Eliminar os seguintes itens desde, escolhemos uma das opções disponíveis (sugiro desde o começo) e marcamos as caixas de verificação ao lado dos itens que queremos eliminar (sugiro limitar-se às primeiras quatro opções). Ao final, clicamos em Limpar dados de navegação, reiniciamos o navegador e conferimos o resultado (para não meter os pés pelas mãos, siga este link e leia atentamente as informações da ajuda do Google antes de dar início à faxina).

No Mozilla Firefox, clicamos no botão Abrir menu (também localizado no canto direito da barra de endereços, mas identificado por três traços horizontais), clicamos em Opções > Privacidade e Segurança > Cookies e dados de sites, clicamos no botão Limpar dados e reiniciamos o navegador. 

No Edge Chromium, clicamos no ícone das reticências (no canto superior direito da janela), depois em Configurações > Privacidade, pesquisa e serviços e, em Limpar dados de navegação, selecionamos Escolher o que limpar, definimos um intervalo de tempo no menu suspenso e os tipos de dados que queremos limpar, clicamos em Limpar e reiniciamos o navegador.

No Opera, clicamos no botão Menu (no canto superior esquerdo da janela), em Configurações > Privacidade e segurança > Limpar dados de navegação; feitos os ajustes desejados, pressionamos o botão Limpar dados de navegação e reiniciamos o navegador.

Usuários mais “comodistas” podem preferir configurar a exclusão automática desses dados. Para não “espichar” demais esta postagem e considerando o Chrome é o browser mais popular do planeta, clique aqui para saber como proceder.

Se você usa o Chrome para Android no smartphone, abra o navegador, toque nos três pontinhos (no canto superior direita da janela), depois em Histórico e em Limpar dados de navegação. Ao lado de "Período", selecione a parte do histórico que você quer excluir (para limpar tudo, toque em Todo o período). Selecione "Histórico de navegação", desmarque todos os dados que você não quer excluir e toque em Limpar dados.

Observação: É possível excluir partes específicas do seu histórico. Para pesquisar algo específico, toque em Pesquisar (ícone da lupa no canto superior direito).

Se não quiser que o Chrome salve seu histórico de navegação, utilize a navegar com privacidade usando o modo de navegação anônima.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

DE OLHO NO DESEMPENHO DO PC (PARTE IV)

VARIUM ET MUTABILE SEMPER FEMINA.

O desempenho do computador depende em grande medida da organização dos dados na memória de massa do sistema. Por memória de massa, entenda-se o drive de HDD ― ou, nas máquinas mais recentes e de preços mais salgados, o SSD (sigla de drive de estado sólido, que remete a um componente que armazena as informações em células de memória flash, bem mais veloz que os discos eletromecânicos tradicionais).

Quando o disco rígido está “limpo”, o sistema e os aplicativos tendem a ocupar clusters contíguos ao longo das trilhas. Só para lembrar: Todo HDD é formatado fisicamente na fábrica, quando então as superfícies dos discos são divididas em trilhas setores e cilindros (não confunda formatação física com a formatação lógica, que é feita em nível de software, geralmente antes da instalação ou reinstalação do Windows, quando é criada a “tabela de alocação de arquivos”, isto é, os parâmetros que permitem ao sistema gerenciar o espaço disponível nos discos).

Com o passar do tempo e o uso normal do computador, arquivos são gravados, modificados e apagados aos milhares, e isso proporciona o surgimento de “lacunas” que retardam a leitura/gravação dos dados. O SO é responsável pela leitura e gravação dos dados, mas, no controle do tráfego de informações entre o HDD e a memória RAM, ele conta com o auxílio do BIOS ― que supervisiona a entrada e saída de informações.

Quando comandamos a gravação de um arquivo, essa instrução é repassada ao SO, que altera a estrutura da tabela de alocação (para indicar a presença daquele arquivo no diretório escolhido), seleciona os clusters disponíveis e repassa os endereços para o BIOS, que cuida dos detalhes físicos da gravação ― ou seja, transfere os dados da RAM para o HDD e solicita à controladora do disco que posicione as cabeças de leitura/gravação sobre os cluster correspondentes. Se o arquivo não couber num único cluster, o SO localiza os próximos clusters disponíveis (tantos quantos forem necessários) e repassa suas coordenadas ao BIOS, até que o arquivo seja totalmente gravado no disco. Concluído esse processo, os clusters ocupados são registrados na tabela de alocação, para evitar que sejam sobrescritos durante a gravação de novos arquivos.

A desfragmentação consiste numa longa sequência de leituras e gravações destinadas a recompor e rearranjar os arquivos em clusters contíguos, tornando-os mais facilmente acessíveis para as cabeças eletromagnéticas do HDD. A frequência com que esse processo deve ser realizado varia conforme o uso do computador, o sistema operacional e o sistema de arquivos utilizado, e o tempo que ele leva para ser concluído varia conforme a velocidade e a capacidade do drive, o percentual de espaço ocupado e o índice de fragmentação dos arquivos. Segundo a Microsoft, esse procedimento se faz necessário quando o percentual de fragmentação atinge 10%, mas só é realizado integralmente quando há pelo menos 15% de espaço livre no drive. Eu, particularmente, sugiro desfragmentar o HDD quinzenalmente, ou sempre que o índice de fragmentação superar 3%.

Embora seja óbvio, vale salientar que, quanto mais “bagunçados” estiverem os dados, mais tempo a desfragmentação levará para ser concluída. Antigamente, rodar um desfragmentador exigia encerrar todos os aplicativos e processos em segundo plano, mas, embora isso não seja mais necessário, o sistema tende a ficar bastante lento durante o procedimento, de modo que é recomendável você desfragmentar seu HDD quando o computador estiver ocioso (na hora do almoço ou durante a noite, por exemplo).

Continuamos no próximo capítulo. Até lá.

DEPOIS DE MUITAS INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS, DE ESPECULAÇÕES E DISSE ME DISSE, TEMER RESOLVEU IMITAR DILMA E NÃO LARGAR O OSSO.

SÓ FALTA DIZER QUE TUDO NÃO PASSA DE UM GOLPE. 

VEJAM O RESUMO A SEGUIR:

O presidente Michel Temer afirmou na tarde de ontem, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, que não vai renunciar.

― Não renunciarei. Repito: Não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Meu único compromisso é com o Brasil, e só este compromisso me guiará.

Temer iniciou sua fala argumentando que demorou a se pronunciar, porque procurou conhecer os detalhes da denúncia. E contou que solicitou ao Supremo o acesso à gravação na qual autoriza a compra do silêncio de Eduardo Cunha. Até a tarde de ontem, porém, seu pedido ao tribunal não tinha sido atendido.

O presidente negou novamente ter autorizado qualquer interlocutor a falar em seu nome e afirmou que não comprou o silêncio de ninguém, porque não tem o que temer e não precisa, segundo ele, de foro privilegiado.


― Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém por uma razão singelíssima, exata e precisamente, porque não temo nenhuma delação. Não preciso de cargo público nem de foro especial. Não tenho nada a esconder ― disse o presidente.

OS ARAUTOS DA BONDADE NO PLANETA TERRA E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Quando Pelé disse que brasileiro não sabe votar, choveram críticas. Mas não há nada como o tempo para passar, e hoje, com base nos 13 anos e fumaça de governos lulopetistas encerrados por um impeachment, com um Congresso composto majoritariamente por rufiões da pátria e proxenetas do parlamento, com escândalos como os do Mensalão e do Petrolão e à luz das estarrecedoras revelações feitas pela Operação Lava-Jato, é impossível discordar do eterno Rei do Futebol (a não ser, claro, para a patuleia ignara, mas a opinião desses irracionais não merece ser levada em consideração).

Enfim, parece que o analfabetismo político-eleitoral não é uma “virtude” exclusiva dos brasileiros. Veja, por exemplo, a situação de Donald Trump, que vem perdendo apoiadores e ganhando detratores com a mesma vertiginosa rapidez com que notícias comprometedoras envolvendo sua pessoa e seu governo pipocam na mídia e nas redes sociais.

Aqui cabe abrir um parêntese: há cerca de dois meses, em resposta a um leitor radicado nos EUA, que comenta meus pitacos sobre o cenário político tupiniquim, escrevi que Trump não concluirá seu mandato. O assunto veio à baila nem sei bem por que; quem me acompanha sabe que não costumo palpitar sobre política internacional, pois não cabe ao sapateiro ir além das chinelas. Mas vejo agora que cantei a bola e a caçapa: uma pesquisa publicada na última terça-feira pela empresa Public Policy Polling dá conta de que 48% dos americanos querem impichar Trump. E olha que ele mal completou quatro meses de governo. Fecho o parêntese.

Voltando aos assuntos nacionais, li na revista Época desta semana um excelente texto de Guilherme Fiuza (caso você queira conferir a matéria na íntegra, é só clicar aqui). Segundo o jornalista, José Mujica, o ex-presidente fofo do Uruguai, disse que seu coração está com Lula. A solidariedade emocionante foi prestada na festa pela libertação de José Dirceu, outra alma boa do mesmo planeta. Umas 48 horas depois, Renato Duque confirmou a Sergio Moro que Lula é o chefe do petrolão. Ou seja: o coração solidário de Mujica e o dinheiro roubado do contribuinte estão juntos, sob a mesma guarda. O Brasil e parte do mundo hoje são súditos dessa lenda idiota.

O papa Francisco, uma fofura ainda mais exuberante que Mujica, também deu seu jeitinho de hipotecar o coração a Lula, o filho do Brasil. Quando foi aprovado o impeachment da presidanta delinquente, o sumo pontífice declarou que o momento era “muito triste” e cancelou sua visita ao país. Já sobre a Venezuela, enquanto o sangue corre nas ruas e o companheiro Maduro fecha o Congresso, sua santidade declara que a solução da crise fica difícil com “a oposição dividida”.

Vamos repetir, porque você achou que não ouviu direito: o papa bonzinho encontrou um jeito sutil como um elefante de culpar a oposição venezuelana pela ditadura sanguinária do filhote de Hugo Chávez.

Nesse ponto, Fiuza pondera que o texto poderia terminar ali, porque é incrível que ainda seja preciso dizer algo mais sobre uma lenda progressista vagabunda que virou crime perfeito, graças a uma opinião pública demente que engole e propaga a fraude ― contando até com astros de Hollywood para isso. Mujica é um canastrão, o papa é um covarde e a casta cultural e acadêmica que apoia essa malandragem para ficar bem na foto é um flagelo. Mas resolve prosseguir em homenagem a Lula, o democrata que prometeu voltar à Presidência e mandar prender todos os jornalistas que mentiram sobre ele (é muita ingratidão você passar mais de década alugando gente para exaltar sua honestidade e depois ameaçar prender quem mentiu). Lula desembarcou em Curitiba para o depoimento a Sergio Moro de jatinho particular, cercado por uma comitiva de petistas sorridentes e gordos. Eles levam um vidão, nem precisam mais fingir que governam. Dilma faz palestras pelo mundo, numa língua só dela, viajando de primeira classe. A tropa da alegria reservou dois andares de um dos melhores hotéis de Curitiba, de onde foram se encontrar com seus advogados milionários. A Justiça Federal acabara de interditar o Instituto Lula, identificando-o como centro de articulações criminosas e distribuição de propina. Bumlai, um dos articuladores, foi solto pelo STF a tempo de declarar que a ideia do instituto foi de Marisa Letícia.

Não seria preciso dizer mais nada. Mas é, porque essa quadrilha ou, pior, sua narrativa inacreditável continua viva e bem, obrigado. Não estivesse, seria impossível montar uma greve geral de fachada, empurrando uma militância pífia e fisiológica para sabotar um dia na vida do país. Ruas, estradas, lojas e aeroportos invadidos e depredados por supostos manifestantes trabalhistas insuflados e/ou pagos pelos heróis da lenda para posar de revolucionários ― num momento em que a única revolução possível a favor do povo é consertar o estrago que os heróis deixaram após 13 anos de sucção.

O mais chocante não é o show de violência dos parasitas ― defendido envergonhada e dissimuladamente por essa elite cultural e acadêmica como “direito à livre manifestação”, entre outros disfarces retóricos para o teatro ideológico. O mais impressionante é a leniência, a catatonia, a frouxidão do país e de suas autoridades diante do escárnio. Saiu barato, quase de graça, para os pimpolhos selvagens e seus mentores intelectuais esculhambarem a vida nacional e ainda saírem reclamando da violência policial. O Brasil é uma mãe. E é por tudo isso que Lula pode ainda ser apresentado como protagonista de um duelo com Sergio Moro, como se o juiz fosse um carrasco de Os dias eram assim ― e não alguém que está julgando um réu, acusado de uma série de crimes contra o povo que finge defender. A imagem da chegada do ex-presidente à audiência da Lava-Jato carregando uma bandeira do Brasil é um emblema, com uma única legenda possível: “Vou continuar enganando, até que eles se cansem de ser enganados”.

Eu assino embaixo. E você?

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

E como hoje é sexta-feira:


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segunda-feira, 9 de julho de 2012

9 de Julho, Eleições 2012 e outros assuntos


Há anos que deixei de postar o Blog nos feriados e finais de semana (especialmente nos prolongados), mas hoje – 80º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932  o feriado é meramente estadual, de modo que achei por abrir uma exceção J. Por outro lado, como as férias de meio de ano não contribuem em nada para nossa audiência, resolvi abordar temas mais leves, curiosos e/ou divertidos nos próximos dias. E tendo em vista estarmos em ano de eleitoral (daqui um mês e pouco já começa a tradicional palhaçada da propaganda gratuita), achei por bem transcrever um texto que suscita alguma reflexão (se não fosse trágico, seria cômico):

CUIDADO! ESSA GENTE VOTA!
  
Um sujeito trocou sua geladeira e colocou a velha na calçada, com um cartaz: “De graça; quem quiser pode levar”. Três dias depois o eletrodoméstico continuava lá, e então ele mudou os dizeres para: “Vende-se geladeira. R$ 50,00”. Duas horas depois o aparelho havia desaparecido.

Informado de que o serviço de suporte ao consumidor de uma empresa sediada em Manaus funcionava 24 horas por dia, 7 dias por semana, a cliente perguntou ao atendente: Pelo horário de Brasília ou de Manaus?

Minha vizinha reclamava das queimaduras de sol que havia sofrido ao ir de carro conversível ao litoral. Quando ponderei que ela deveria ter passado protetor solar, a infeliz argumentou que, como o carro estava em movimento, ela jamais imaginou que ficaria queimada.

Uma conhecida leva no carro uma ferramenta salva-vidas, projetada para cortar o cinto de segurança em caso de acidente. Só que no porta-malas!

Meu cunhado foi comprar cerveja e reparou que os engradados tinham desconto de 10%. Então, pediu dois, e o caixa lhe concedeu 20% de desconto.

Ao ver uma adolescente com um aro no nariz, atrelado ao brinco por meio de uma correntinha, uma amiga minha comentou: "Será que a corrente não dá um puxão sempre que ela vira a cabeça?" (não sem algum constrangimento, eu lembrei à minha amiga que virar a cabeça não altera a distância entre o nariz e a orelha da pessoa).

Incapaz de localizar suas malas, o rapaz prestou queixa no balcão da companhia e uma loira muito bonita lhe disse: “Não se preocupe, senhor, basta preencher este formulário que a gente resolve o problema. Seu avião já pousou?  

Notando que o cliente estava desacompanhado, o garçom sugeriu que a pizza fosse cortada em apenas quatro fatias, ao invés das oito tradicionais. Depois de pensar por alguns segundos, o cliente respondeu: “Corte em seis. Não estou com muita fome, acho que não agüentaria comer oito pedaços, mas quatro é muito pouco”.

Pronto. Agora você já sabe QUEM elege essa malta que abrilhanta o cenário político tupiniquim. 
Aliás, quando Pelé disse que nossa gente não sabia voltar, caíram de pau em cima dele, mas o resultada de cada nova eleição comprova de forma cabal, infelizmente, o velho Rei do Futebol estava (e continua) coberto de razão.

E viva o povo brasileiro!

sábado, 23 de junho de 2018

TEMER E A COPA DO MUNDO


Antes do assunto do dia, uma boa notícia: 

O ministro Luiz Edson Fachin julgou prejudicado o pedido de liberdade feito pela defesa do ex-presidente Lula e determinou a retirada do processo da pauta da 2ª turma (ele seria julgado terça-feira, 26). 

Em sua decisão (acesse a íntegra clicando aqui), Fachin explicou que o recurso extraordinário estava pendente de juízo de admissibilidade quando a petição foi apresentada, mas agora ele foi inadmitido pela vice-presidência do TRF da 4.ª região, o que altera o quadro processual. 

Caberá à defesa apresentar agravo contra a decisão que inadmitiu a subida do RE ao Supremo.

Futebol só rende votos para candidaturas individuais, como no caso do senador Romário, do deputado Bebeto e outros mais. Nenhum governo foi reconhecido como responsável por derrotas ou vitórias da seleção brasileira de futebol.

Para corroborar essa assertiva, o jornalista Merval Pereira lembra que em 2002 o Brasil foi campeão mundial, e o então candidato governista, José Serra, perdeu a eleição; que em 2014 fomos desclassificados pela Alemanha, e Dilma foi reeleita. Assim, a Copa na Rússia não deverá mudar os índices de aprovação do governo Temer, pois ninguém irá associar o presidente nem com a derrota nem com a vitória do time brasileiro, a despeito de sua excelência tentar se capitalizar gravando um pronunciamento totalmente inócuo, na televisão, sobre o campeonato mundial.

No caso de Putin, todavia a história é um pouco diferente. Os russos sonham em voltar a ser protagonistas no cenário mundial, e nem é preciso que a seleção vá muito longe — se passar da fase de grupos, já estará de bom tamanho. Para uma autocracia que não passa de um simulacro de democracia representativa, Putin ter  sido aplaudido em grande estilo no jogo de abertura da Copa foi uma vitória relevante, pois demonstra que sua política de dar dimensão global a eventos que a Rússia protagoniza, pelo menos como organização, reflete positivamente na sua popularidade.

Para quem não se lembra, Dilma foi sonoramente vaiada na abertura da Copa passada, sediada pelo Brasil por obra e graça do molusco abjeto e sua quadrilha. Pesa a favor do Brasil, porém, o fato de sermos uma nação democrática, onde ninguém pensou em punir quem vaiou a presidente — como na Rússia de hoje, onde vaiar Putin — e até falar mal da seleção — pode resultar em multa pecuniária e outras sanções. Mas ninguém foi obrigado a aplaudir o presidente russo ou agitar orgulhosamente a bandeira do país, até porque a autocracia de Putin não chega ao extremo da ditadura da Coréia do Norte, que obriga os cidadãos a chorar em público a morte do ditador da vez — como aconteceu quando morreu o pai do “homem do foguete”.

Até Gianni Infantino teve seus quinze minutos de glória. Ao contrário de seu antecessor, Joseph Blatter, que foi vaiado ao reprovar a atitude da torcida verde-amarela em relação a Dilma, o atual presidente da FIFA foi aplaudido ao proferir meia dúzia de palavras em russo — uma coincidência: tanto Dilma quanto Blatter perderam seus cargos após a Copa de 2014.

Causa espécie o fato de os resultados do futebol no Brasil servirem para eleger jogadores como (os já citados) Romário e Bebeto, mas não ajudarem o presidente da vez. Durante a ditadura militar, alguns dos presidentes da vez tentaram tirar proveito da seleção — Médici, que gostava de futebol, intercedeu para que Dario fosse convocado e Saldanha deixasse de ser o técnico do escrete vitorioso em 1970, e Geisel, que não gostava, tentou convencer Pelé a voltar à seleção em 1974. 

Na redemocratização, as vitórias e derrotas da seleção jamais influíram nos resultados eleitorais. Em 1994, o Plano Real teve mais a ver com a eleição de Fernando Henrique do que a conquista da Copa nos Estados Unidos. Em 1998, mesmo com a derrota da seleção canarinho, o Real voltou a impulsionar a reeleição de FHC. Em 2002, o time de Felipão trouxe o pentacampeonato, com direito a cambalhota de Vampeta na rampa do Palácio do Planalto e o beijo do presidente tucano na taça. Mesmo assim, o então candidato governista a presidente, José Serra, perdeu a eleição para Lula.

Nem mesmo a derrota em casa em 2014 — pelo humilhante placar de 7 a 1 nas oitavas de final — impediu que Dilma fosse reeleita. Aliás, Lula se reelegeu em 2006 e fez Dilma sua sucessora, em 2010, a despeito das derrotas da seleção brasileira.

O banco de investimentos Goldman Sachs — que, em todas as copas, realiza uma pesquisa global sobre as chances de cada seleção — aponta o Brasil como franco favorito por ter jogadores talentosos, um bom balanço entre perdas e ganhos e o melhor índice Elo (medição utilizada em vários esportes para calcular a força relativa entre os jogadores). A GS prevê que a final será disputada entre o Brasil e a Alemanha, mas admite que a graça do futebol está justamente na imprevisibilidade, nos elementos aleatórios que não podem ser colocados dentro de um programa de computação.

Como se vê, até mesmo os algoritmos sabem que o Brasil é franco favorito, mas também que não há elementos randômicos capazes de fazer com que Temer recupere sua popularidade.

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segunda-feira, 18 de março de 2024

DANDO NOME AOS BOIS

 

Quem dá a chave do galinheiro às raposas não pode reclamar do sumiço das galinhas, e quem vota em políticos que se elegem para roubar, roubam para se reeleger e legislam em causa própria não pode reclamar da corrupção. 

Nos idos de 1970, o "rei" Pelé e o "presidente" Figueiredo alertaram para o perigo de colocar brasileiros e urnas no mesmo ambiente; passados 50 anos, o eleitorado apedeuta ainda não aprendeu que "agentes políticos" são funcionários públicos pagos com dinheiro dos impostos para servir aos interesses da nação. 

Uma rápida vista d'olhos nos "eleitos" desde a redemocratização (não que a situação fosse muito melhor antes de 1964) sugere que galinhas criarão dentes antes de que a ralé escalada pelo Criador para povoar esta banânia descobrir que político não deve ser endeusado, mas cobrado — e penabundado se mijar fora do penico. 
 
Na eleição solteira de 1989 — a primeira pelo voto popular desde 1960 — havia 22 postulantes ao Planalto, entre
 os quais Ulysses Guimarães e Mário Covas. Acabou que o esclarecidíssimo eleitorado despachou Collor e Lula para o segundo turno. O caçador de marajás de mentirinha derrotou o desempregado que deu certo de verdade, mas se envolveu com corrupção e renunciou horas antes do julgamento de seu impeachment.

Com a deposição do "Rei Sol", Itamar Franco foi promovido a titular. Tendo o sucesso do Plano Real como cabo eleitoral, Fernando Henrique derrotou Lula em 1994; picado pela mosca azul, comprou a PEC da reeleição (detalhes nesta postagem) e derrotou Lula em 1998. Mas já não restavam ao tucano de plumas vistosas novos coelhos para tirar da velha cartola, e Lula venceu Serra em 2002 e Alckmin em 2006. 

Em 2010, o "cara" de Barack Obama escalou uma gerentona de araque para manter aquecida a poltrona que tencionava voltar a ocupar dali a quatro anos, mas madame pegou gosto pelo poder, promoveu o maior estelionato eleitoral da história e venceu Aécio Neves em 2014 — com a menor diferença de votos desde a eleição de Juscelino em 1955. 
 
Promovido de vice a titular pelo impeachment da "mulher sapiens", Michel Temer 
conseguiu baixar a inflação e a Selic e aprovar o Teto dos Gastos e a Reforma Trabalhista, mas seu "ministério de notáveis" revelou-se uma notável confraria de corruptos, e o fato de ter sido citado nas delações da Odebrecht (43 vezes somente na do ex-diretor de relações institucionais da empreiteira não ajudou) não contribuiu para a popularidade de um presidente visto como traidor e golpista pelos petistas e malvisto pelos que comemoraram o final do governo petista (por ter sido vice de Dilma e presidido o maior partido da base aliada do governo petista por 15 anos).

Observação: Num primeiro momento, a troca de comando foi como uma lufada de ar fresco numa catacumba. Após 13 anos e fumaça ouvindo os garranchos verbais de um semianalfabeto e as frases desconexas de uma  destrambelhada, um presidente que não só sabia falar como até usava mesóclises era um refrigério. 

Quando vieram a público o áudio da conversa de alcova com o carniceiro de luxo Joesley Batista e o vídeo de Rodrigo Rocha Loures arrastando uma mala de dinheiroTemer viu seu sonho de entrar para a história como "o cara que recolocou o Brasil nos trilhos" se transformar no pesadelo de se tornar primeiro Presidente denunciado no exercício do cargo por corrupção, formação de quadrilha e obstrução da Justiça. 

Demovido da ideia de renunciar por Eliseu Padilha, Moreira Franco, Carlos Marun, Romero Jucá e outros puxa-sacos que perderiam os cargos e o foro privilegiado se o chefe pedisse o boné, o nosferatu tupiniquim esbravejou — num pronunciamento à nação feito mais de 40 horas depois do furo de Lauro Jardim  que o STF seria "o território onde surgiram as explicações e restaria provada sua inocência". A partir daí, pôs-se a mentir descaradamente para justificar o injustificável, moveu mundos e fundos — especialmente fundos — para se escudar das "flechadas de Janot" e claudicou pela conjuntura como pato manco até o final do mandato-tampão, que se encerrou com a transferência da faixa presidencial para Jair Bolsonaro, o subproduto da escória da raça humana que se elegeu graças a uma formidável conjunção de fatores

Como ensinou o Conselheiro Acácioas consequências sempre vêm depois. Para supresa de ninguém, o deputado do baixo-clero que aprovou dois projetos em 7 mandatos e obteve míseros 4 votos quando disputou a presidência da Câmara (em 2017) se tornou o pior mandatário desde Tomé de Souza — e o primeiro, desde a redemocratização, a não conseguir se reeleger. Se essa criatura repulsiva não tivesse conspirado 24/7, fomentado a Covid, rosnado para o Congresso e o Supremo e se amancebado com Queiroz, Zambelli, milicianos e outros imprestáveis, é possível que o xamã do PT continuasse gozando férias compulsórias na carceragem da PF em Curitiba. 

Uma vez confirmada a derrota nas urnas, o "mito" da extrema-direita radical se encastelou no Alvorada, onde ficou até a antevéspera da posse de Lula, quando então desabalou para os EUA e se homiziou na cueca do Pateta por quase três meses, aguardando o desenrolar dos acontecimentos urdidos no Brasil por seus comparsas golpistas. 
 
Lula merece um capítulo especial, que lhe será dedicado na próxima postagem.