sexta-feira, 8 de abril de 2022

SOBRE A TERCEIRA VIA, AS MENTIRAS DE LULA E A DEMISSÃO DE SILVA E LUNA


 

Mais espantoso que os sucessivos cavalos de pau de João Doria e Sergio Moro foi Bolsonaro celebrar os 58 anos do golpe de 1964 dizendo que os governos militares evitaram que o Brasil “virasse uma republiqueta”, além de voltar a atacar o STF a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas. "Se não tem ideias, cale a boca! Bota a tua toga e fica aí sem encher o saco dos outros!” Sobrou até para assessores presidenciais: "Não pode ter conselheiros ao teu lado dizendo o tempo todo: ´Calma, calma, espera o momento oportuno´. Calma é o cacete, pô!"


Na primeira fila de convidados da cerimônia de troca de ministros estava o nobre deputado Daniel Silveira, cujo nome dispensa apresentações. E sem tornozeleira. Pena a oposição estar ocupada demais para aproveitar essa deixa, uns defendendo-se de eternas acusações — caso do PT —, outros remoendo divisões internas — caso do MDB —, ou dedicando-se à autofagia — caso do PSDB —, ou insistindo em sair no “Bloco do Eu Sozinho” — como o PDT. Com a distância entre o sociopata e o petralha diminuindo, pode ser difícil evitar uma debandada do centro para o bolsonarismo. 


Com a busca de Moro por “novos caminhos” e o encurtamento da distância entre o “mito” dos bolsomínions e o ex-presidiário de Curitiba, o tempo urge. A terceira via depende do PSDB, mas resta saber o que é o PSDB, quem os tucanos representam e qual será o candidato pelo partido. Por enquanto, ninguém sabe. Triste Brasil!

 

Discursando para para uma claque de sindicalistas da Frente Única dos Petroleiros no Rio, Lula teve o desplante de atribuir a Moro e à Lava-Jato o que os petistas fizeram com a Petrobras durante 13 anos e meio. Como de costume, o demiurgo aposta na memória curta do brasileiro e na indignação do cidadão com os altos preços dos combustíveis para espalhar mentiras convenientes e prometer a mesma solução que quase destruiu a Petrobras no passado. 


Segundo o petralha, foram os procuradores da força-tarefa, não um Conselho de Administração cheio de petistas graúdos — como Palocci, Wagner e Dilma —, que tomaram a desastrosa decisão de adquirir uma refinaria em Pasadena, no Texas, por meio de um contrato mal redigido, com cláusulas claramente prejudiciais à Petrobras. 


Foi Sergio Moro, e não o próprio Lula, quem sugeriu a Evo Morales se apossar de unidades da Petrobras na Bolívia e acertou com o ditador Hugo Chávez a construção da refinaria Abreu e Lima, que acabou custando muito mais que o previsto, e o calote venezuelano deixou todo o preço da camaradagem ideológica nas costas dos brasileiros. 

 

Foram os desembargadores do TRF-4, e não Graça Foster e os diretores a ela subordinados, que represaram artificialmente o preço dos combustíveis em 2014 para não prejudicar a reeleição de Dilma Poste Rousseff, e com isso fizeram da Petrobras a petrolífera mais endividada do mundo. Isso sem falar do gigantesco esquema de corrupção organizado pelo petismo, com o apoio de partidos da base aliada e de empreiteiras, para sangrar a Petrobras e outras estatais em nome do projeto de poder da legenda. 


Em suma: foi o lulopetismo que “crucificou” a Petrobras, e a Operação Lava-Jato que “ressuscitou” a estatal. Afinal, quem recuperou bilhões de reais desviados pela corrupção e devolvidos à Petrobras: o PT ou a Lava-Jato? 

 

Falando na Petrobras, o presidente demissionário da empresa concedeu uma entrevista bastante esclarecedora à Revista Veja (vale a pena conferir). Entre outras coisas, ele disse que sua reputação foi colocada em xeque, que foi demitido da presidência da empresa pelo ministro de Minas e Energia, numa conversa que “não durou mais do que 20 minutos”, e que continua “fiel” a Bolsonaro.


Observação: Os relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico do executivo Rodolfo Landim e do consultor Adriano Pires assustaram o ministro Bento Albuquerque e técnicos da CGU. Segundo a coluna de Malu Gaspar em O Globo, ambos teriam dificuldades em passar pelos critérios do comitê interno que avalia se os candidatos têm ou não condições de ocupar os postos para os quais foram indicados


Segundo aliados, Silva e Luna mal fala com Bolsonaro. A relação vinha se desgastando desde janeiro, com o aumento sucessivo do preço dos combustíveis. O afastamento definitivo se concretizou em março. Na audiência, com a presença de Paulo Guedes e Ciro Nogueira, o general alertou para o risco de desabastecimento caso os preços não fossem reajustados. Sua saída é mais uma demonstração de fortalecimento de Bento Albuquerque na Esplanada. 


Em fevereiro do ano passado, ao ser convidado para Petrobras, Silva e Lula condicionou sua saída à possibilidade de escolher seu sucessor em Itaipu. Em janeiro, Bolsonaro nomeou um indicado de Albuquerque para o comando da binacional. Com a troca do comando da petrolífera, o ministro das Minas e Energia indicou militares da Marinha para o conselho da empresa. Nós já vimos esse filme e sabemos como ele termina.

 

Mais curto do que a matéria de Veja, mas nem por isso menos esclarecer, é o vídeo publicado no site da CNN (que você pode acessar clicando aqui). 

ESTA VAI PARA OS APPLEMANÍACOS

QUEM TOMA CONTA DA CARTEIRA TEM O PODER.


O dia 9 de janeiro passado marcou o 15º aniversário do iPhone — considerando como data natalícia aquela em que o visionário Steve Jobs subiu no palco para apresentar o produto mais revolucionário da história da Apple —, que foi projetado para ser um computador em miniatura que o usuário poderia levar no bolso e acessar a qualquer momento.


O iPhone é fruto da metamorfose que transformou um telefone sem fio de longo alcance em microcomputador ultraportátil, mas não foi o primeiro aparelho celular com capacidade de acessar a Internet — como a interface gráfica não foi inventada pela Microsoft nem pela Apple —, mas obrigou concorrência a se adequar a uma nova tendência de mercado e os dumbphones de até então a ceder o lugar aos smartphones de a partir de então.


Observação: Onze anos antes do pequeno notável da Apple nascer, o Nokia 9000 Communicator já oferecia conexão com a Internet — ainda que a limitasse aos habitantes da Finlândia. Na mesma época, a RIM (Research In Motion) lançou o Inter@ctive Pager 850, que permitia enviar emails e acessar serviços por meio da conexão WAP.


O crescimento exponencial de recursos e funções tornou os diligentes telefoninhos indispensáveis para a maioria das pessoas, mas também contribuiu para interromper o processo de miniaturização do hardware, prejudicando, por tabela, a portabilidade dos celulares, que é justamente seu maior diferencial em relação aos notebooks e tablets. 


Vale lembrar que, num primeiro momento, os fabricantes buscaram minimizar o hardware — quando os dumbphones reinavam absolutos, a demanda dos usuários era por modelos cada vez menores. Se os primeiros celulares que desembarcaram no Brasil, lá pelo final dos anos 1980, eram “tijolões” pesados e desajeitados, o Motorola StarTAC, lançado em 1996, já era quase tão pequeno quanto uma caixa de fósforos e pesava apenas 88g. Mas os smartphones atuais precisam de telas compatíveis com a pluralidade de funções, sobretudo depois que a tecnologia touchscreen e o teclado virtual se tornaram padrão de mercado.


Andar para cima e para baixo com um dispositivo quase do tamanho de uma tábua de carne pode ser complicado. Carregá-lo na mão é desconfortável — e perigoso; além do risco de queda, essa exposição chama a atenção dos amigos do alheio. As capinhas vendidas atualmente já não dispõem do clipe que, nas de antigamente, permitia levar o telefone preso ao cinto ou ao cós da calça, e andar com ele no bolso nem sempre é a melhor solução, principalmente para as moçoilas que vestem calças justíssimas, que sujeitam o aparelho a um esforço que ele não foi projetado para suportar.


Steve Jobs não estava exagerando quando disse que, com o iPhone, a Apple estava “reinventando” o celular. Na prática, foi exatamente isso o que aconteceu. Em 2007, o mercado mobile era dominado por empresas como Nokia e BlackBerry, e ainda que o hardware fosse excelente (para a época), o software era difícil de usar. Com o iPhone, tudo isso mudou. 


A tela de 3,5 polegadas do primeiro modelo pode parecer minúscula atualmente, mas para os padrões de 2007 ele era “realmente grande”, como Jobs salientou na apresentação. E não só grande, mas também “multitoque”, pois fazer o movimento de pinça com os dedos aproximava as imagens, o que era realmente inovador. 


Mesmo assim, houve quem criticasse o iPhone por não ter conexão 3G (apenas EDGE, que muitos chamavam de “2.75G”, devido à capacidade de banda ser limitada a 236 Kbps). Mas a opinião ácida dos críticos não desestimulou os consumidores, que logo se apaixonaram pela novidade, levando os fabricantes concorrentes a adequar seus produtos às novas exigências do mercado. 


Em 2021, a Apple ficou em primeiro lugar no ranking das marcas mais valiosas do mundo e em janeiro deste ano ela se tornou a primeira empresa de capital aberto a atingir um valor de mercado de US$ 3 trilhões. Mesmo assim, a líder de vendas global entre as fabricantes de smartphones é a coreana SamsungApple e Xiaomi disputam a segunda colocação.


Continua...

quinta-feira, 7 de abril de 2022

MAIS SOBRE O SALSEIRO DA TERCEIRA VIA E O GOVERNO IMPOLUTO DO CAPITÃO (PARTE II)



A filiação de Sergio Moro ao União Brasil não agradou à ala comandada pelo neto de "Toninho Malvadeza", que liderou um movimento por sua impugnação. ACM Neto afirmava que o ex-juiz combinou com o partido que concorreria a deputado estadual, federal e, "eventualmente", senador, mas nem bem assinou a ficha de filiação e já disse que não desistiu de nada e que não descartava disputar a Presidência. Descartou. Ou foi descartado, tanto faz. Se nada mudar, ele não concorrerá.

Eduardo Leite, mesmo derrotado nas prévias tucanas, continua tentando desbancar João Doria. O presidente nacional do PSDB deve se reunir esta semana com os presidentes do MDBUnião Brasil e Cidadania para dar início às negociações pelo nome da terceira via.

Na análise de Bolsonaro, o recuo de seu ex-ministro da Justiça não tem volta, e os novos correligionários de Moro reforçam essa percepção. O mandatário acha que herdará a maioria dos 8% de votos que o Datafolha ao ex-juiz, e que a possibilidade de surgir um candidato alternativo capaz de retirá-lo do segundo turno “é zero”. Compartilham dessa opinião o filho Flávio Rachadinha, coordenado da campanha do pai à reeleição, bem como Valdemar Costa Neto, dono do PL, e Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil. Tutti buona gente.

Melhor faria o capitão se olhasse para a própria cozinha. Ao confirmar em depoimento à PF que foi a pedido do presidente que as portas do MEC se abriram para pastores que trocavam verbas por propinas, o ex-ministro Milton Ribeiro reforçou uma obviedade: o único órgão que funciona em Brasília é o Departamento de Blindagem de Bolsonaro

O inquérito só daria frutos se os investigadores fizessem duas perguntas a si mesmos: 1) Por que Augusto Aras excluiu Bolsonaro do rol de suspeitos? 2) Para que serve a moralidade que o presidente da República e o ex-ministro da Educação dizem cultuar?

Na versão contada por Milton Ribeiro à polícia, Bolsonaro pediu que o pastor Gilmar Santos, parceiro de traficâncias do irmão Arilton Moura, fosse recebido, mas jamais perguntou sobre o resultado da visita. Os dois papa-dízimos estiveram quatro vezes com o próprio presidente e participaram de inúmeras reuniões do então ministro com prefeitos. Mas Ribeiro jura que os pastores não dispunham de "tratamento privilegiado" no MEC

Prefeitos relataram que os pastores pediam dinheiro e ouro em troca de acesso aos cofres do MEC, mas o então ministro — que também é pastor evangélico — disse que “não tinha conhecimento” do pastoreio dos irmãos, e que se considera um cristão honesto.

Bolsonaro não se cansa de dizer que preside um governo sem corrupção (pausa para as gargalhadas). Qualquer um pode prestar testemunho sobre o conceito extraordinário que faz de si mesmo. O diabo é que, abstraindo-se os autoelogios, o que sobra são os fatos. E os fatos transformam a moralidade presumida de pessoas como Ribeiro e Bolsonaro numa inutilidade que ajuda a entender como o Brasil virou uma cleptocracia comandada por almas presunçosas.

Ao determinar a abertura do inquérito sobre o MEC, a ministra Cármen Lúcia deu prazo para o PGR refletir sobre a inclusão de Bolsonaro na fogueira. Os fatos intimam Aras a procurar. O depoimento do ministro-pastor manteve as labaredas do escândalo na cara do presidente, mas o procurador-vassalo costuma colocar as conveniências do presidente-suserano acima dos fatos.

Com Josias de Souza.

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 7)

ALGUMAS PESSOAS NUNCA DIZEM UMA MENTIRA QUANDO SABEM QUE A VERDADE PODE MAGOAR MAIS.


O “pulo do gato” da Microsoft foi transformar em sistema operacional (quase) autônomo a interface gráfica baseada no MS-DOS, que vinha sendo aprimorada desde 1985.

Lançado comercialmente em 1995 (com pompa e circunstância dignas da coroação de um rei), o Win95 fez um sucesso estrondoso  que se repetiu com a edição OSR2 (lançada um ano depois) e os Win98 (junho/98) e 98/SE (maio/99). Mas não há mal que sempre dure nem bem que nunca termine.

Lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio, o desditoso WinME (de Millennium Edition) tornou-se o patinho feio da família — sem direito a final feliz como cisne real. E o fiasco foi reeditado pelas versões Vista (2207) e 8/8.1 (2012/13).

JFK disse certa vez que não conhecia a fórmula do sucesso, mas a do fracasso era tentar agradar a todos ao mesmo tempo. Insensível ao ensinamento do ex-presidente norte-americano, a Microsoft incumbiu o malsinado Win8 de servir a dois senhores.

Para além da (péssima) ideia de criar um sistema único para operar tanto PCs quanto smartphones, a empresa suprimiu o Iniciar (que acompanhava o Windows desde 1995) e implementou uma interface gráfica mais adequada a telas sensíveis ao toque (touchscreen). Diante da chiadeira ensurdecedora, o jeito foi lançar uma atualização “meia-boca” (falo do Win8.1) para “recriar” o Iniciar. Mas aí a porca já havia torcido o rabo.

Também contribuíram para o fracasso das versões 8/8.1 a Metro UI, formada por grandes blocos coloridos, que era mas útil em dispositivos touch. Aliás, o Windows Phone foi outro grande fiasco, não por ser um sistema ruim, mas porque a Microsoft demorou a se dar conta de que o mundo digital estava se tornando móvel e que essa mobilidade ia além dos notebooks. Para piorar, o Windows Mobile foi lançado quando o Android, que era uma plataforma de código aberto, já estava no mercado havia três anos.

Observação: Em 2013, a Microsoft concluiu que empurrar seu sistema móvel para fabricantes de smartphones que já usavam o Android era malhar em ferro frio, mas, em vez de jogar a toalha, resolveu comprar a finlandesa Nokia (em 2013) e criar ela própria os aplicativos que os desenvolvedores parceiros não tinham interesse em fornecer (e smartphone sem apps vira peso de papel). Resultado: o Windows Mobile morreu e não deixou saudades. 

Voltando ao Win8/8.1, a exigência de uma “conta Microsoft” (como nas plataformas Android e iOS) não agradou aos usuários, que também reclamaram do SkyDrive (antigo nome do OneDrive), que não podia ser desabilitado nem desinstalado. Mas o maior responsável pelo fracasso do Win8 talvez tenha sido seu lançamento ter ocorrido num momento em que os consumidores preferiam o tablet ao notebook, embora a incompatibilidade do Windows RT (capaz de rodar em dispositivos com configuração de hardware mais espartana e tablets com arquitetura ARM) com aplicativos desenvolvidos para versão desktop do sistema também tenha contribuído.

Diferentemente do eleitorado tupiniquim, a Microsoft não cultiva o péssimo hábito de insistir no erro achando que a “perseverança” será recompensada com um acerto. É nítido que o Win11 busca aliciar usuários de smartphones com sua interface atraente. E que o sistema passa a sensação de ser fácil de operar por quem ingressou no maravilhoso mundo da computação pessoal à bordo do apetrecho que a genialidade de Steve Jobs promoveu de “telefone sem fio de longo alcance” a microcomputador ultraportátil (ainda que o iPhone não tenha sido o primeiro celular capaz de acessar a Internet).

A possibilidade de executar apps Android no PC é um atrativo a mais, e a integração com a Microsoft Store deve ser concluída em breve (a função ainda está em fase de testes e o download, restrito à Amazon Store), quando então será possível baixar qualquer aplicativo Android no Win11.

Vale lembrar que para executar esses apps é preciso habilitar a máquina virtual (VM) na seção de recursos opcionais e contar com pelo menos 8GB de RAM, armazenamento em memória Flash (SSD) e processador Core i3 8ª geração, Ryzen 3000, Snapdragon 8c ou superior (visite a página de suporte da Microsoft para mais informações sobre os requisitos mínimos).

Para quem não se importa de ser reconhecido pela flecha espetada no peito, mais informações sobre como baixar e instalar jogos mobile da Play Store podem ser obtidas a partir deste link. Recomendo apreciar com moderação.

Observação: Serviços do Google ainda não estão disponíveis para uso no Win11, razão pela qual muita coisa que estamos habituados a ver no Android pode não funcionar ou funcionar de maneira diferente em desktops e notebooks.

Uma nova atualização para a versão beta do Win11, lançada em meados do mês passado, trouxe mudanças no sistema de notificações e corrigiu diversos bugs. Aliás, se novos recursos vêm a conta-gotas, correções de bugs vêm a mancheias.

A demora na inicialização do sistema em dispositivos habilitados para 5G foi um dos problemas resolvidos. Também foram corrigidos erros que causavam a desativação da inicialização automática dos apps UWP após a atualização do PC, a incompatibilidade entre os nomes de domínio NetBios e DNS do Active Directory ao criar um cluster, que impediam a caixa de diálogo Controle de Conta de Usuário (UAC) de mostrar corretamente o app solicitando privilégios elevados, bem como problemas relacionados a arquivos do OneDrive e à página Configurações.

Continua...

quarta-feira, 6 de abril de 2022

MAIS SOBRE O SALSEIRO DA TERCEIRA VIA E O GOVERNO IMPOLUTO DO CAPITÃO


O famigerado bloqueio criativo — que transforma a tela em branco com o cursor piscante no maior pesadelo de quem escreve — vem perdendo espaço para ansiedade produzida pela enxurrada de descalabros que os noticiários estampam um dia sim e no outro também. 


A péssima escolha que fizemos em 2018 (por absoluta falta de opção) para exorcizar o lulopetismo corrupto foi, em grande medida, o estopim dessa tragédia, mas é preciso lembrar que, noves foram os devotos da seita do inferno, ninguém imaginava que o bolsonarismo boçal poderia ser tão nefasto.

 

Torno a relembrar que maus agentes públicos não brotam em seus gabinetes por geração espontânea; só foram parar lá porque contaram como o aval do eleitorado. Vale conferir o que disseram Pelé —o eterno Rei do Futebol — e Figueiredo — o general-presidente que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo — sobre o risco de misturar brasileiros e urnas em pleitos presidenciais. 


Churchill disse que a democracia é a pior forma de governo à exceção de todas as outras, mas anotou que o melhor argumento contra a democracia é uma conversa de cinco minutos com um eleitor mediano. 

 

A novela a que vimos assistindo desde meados da semana passada está assim: Sergio Moro e João Doria desistiram de disputar a Presidência e, ato contínuo, desistiram de desistir. Moro e Eduardo Leite tentam emplacar seus nomes para representar a terceira via liderando uma chapa presidencial que envolve o MDB, PSDB e União Brasil. Faltou combinar com Doria, mas tudo bem. 

 

Por enquanto, apenas Moro se pronunciou sobre o encontro — por meio de nota, ele disse que conversou com Leite sobre a "necessidade de união do centro”, que está sendo liderada no União Brasil por Luciano Bivar, presidente nacional da sigla. Ciro Gomes se recusa a participar dessas articulações; se não desistir no meio do caminho, o político cearense nascido em Pindamonhangaba (SP) disputará a Presidência pela quarta vez. 


A conferir.

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 6)

QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA.

O Windows 10 continua sendo um excelente sistema operacional, em que pese o fato de todas as atualizações semestrais de versão terem causado aborrecimentos a uma parcela substantiva de usuários. O patch de outubro de 2018 foi suspenso dias depois do lançamento e retomado somente em meados de dezembro. Aliás, foi por conta disso que a Microsoft decidiu distribuir os patches de forma escalonada e devolver aos usuários do Win10 Home Edition o controle sobre a instalação das atualizações.


O Win11 é mais seguro do que as versões anteriores, até por exigir tecnologias de hardware que reforçam a proteção do sistema como um todo. Embora pareçam draconianos, os requisitos mínimos impostos pela Microsoft têm um impacto significativo na segurança — desde, é claro, que o usuário não clique em links nem abra anexos de email com “fotos reveladoras da artista fulana”, por exemplo. 

 

Há no horizonte uma atualização de conteúdo abrangente para o Win11. Segundo o Windows Latest, a nomenclatura 22H2 indica que ela será lançada no segundo semestre deste ano. Quem não quiser esperar até lá — e não se importar com o fato de os pioneiros serem reconhecidos pela flecha espetada no peito —, pode se inscrever no Windows Insider.


As próximas atualizações mensais de qualidade (Patch Tuesday) devem continuar a sanar problemas pontuais e a implementar novos recursos e funções no Win11. Cito como exemplo o patch de março: depois que ele foi aplicado, o consumo de memória do meu notebook diminuiu significativamente. 


Infelizmente, o maior dos problemas do meu portátil não é falta de memória, já que ele dispõe de 8GB de RAM, mas o drive de disco rígido eletromecânico, que é muito mais lento do que os modelos baseados em memória Flash (mais detalhes nos capítulos anteriores). 


Computadores com 4GB de RAM sofrem para rodar o Win11 (como já sofriam na versão anterior). Para além da memória alocada pelo sistema, todos os aplicativos disputam sua quota-parte de espaço, e a maioria pega carona na inicialização e permanece rodando em segundo plano durante toda a sessão, mesmo que isso não seja realmente necessário (essa questão já foi abordada em outras oportunidades; a quem interessar possa, basta pesquisar o Blog digitando os termos-chave adequados no campo de buscas).


É possível controlar o apetite pantagruélico do Win11 por memória acessando as Configurações, clicando em Personalização > Barra de Tarefas e desativando as funções Widgets e Bate-papo. Vale também desativar o “início rápido” do MS-Edge: com o navegador aberto, clique nos três pontinhos, depois em Configurações e, em Sistema e Desempenho, desligue a chavinha que controla o Início rápido. Isso não faz grande diferença para quem dispõe de 8GB ou mais de RAM, mas, como sabemos, esse não é o caso da maioria dos desktops e notebook de entrada de linha.


Continua… 

terça-feira, 5 de abril de 2022

INTERFERÊNCIA, EU?

Depois de tudo que Bolsonaro falou na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, nem a Velhinha de Taubaté acreditaria quando ele diz que não interferiu “politicamente” na Polícia Federal. Não interferiu uma, mas diversas vezes — na maioria delas para proteger sua prole (quatro dos seus cinco filhos são alvo de investigações, a exemplo do pai, que responde a pelo menos meia dúzia de inquéritos). Mas a PF parece ser mais crédula do que a finada velhinha: a conclusão da investigação foi a de que o presidente não cometeu crime por interferências na instituição.

O Brasil se tornou um país surpreendente porque nada mais surpreende de verdade. A conclusão estapafúrdia da PF nem se compara à teratológica decisão suprema que avalizou o delírio fachiniano segundo o qual a 13ª Vara Federal de Curitiba não era competente para julgar Lula e, por 8 votos a 3, anulou tanto as condenações quanto as provas referentes a quatro processos — dois dos quais tiveram sentenças condenatórias ratificadas pelo TRF-4 e pelo STJ.

Bolsonaro coleciona interferências em órgãos e outras áreas ligadas ao governo como os filatelistas colecionam selos. Quando questionado, reafirma sua autoridade com um “quem manda sou eu” — “e eu quero o Ramagem lá”, como afirmou a jornalistas, referindo-se à ordem para que a AGU recorresse da decisão do Supremo que vetou a nomeação de Alexandre Ramagem. Também deixou claro o poder de sua caneta em fevereiro do ano passado, quando substituiu Castello Branco por Silva e Luna, na presidência da Petrobras, suscitando comparações com os governos petistas. "Não adianta a imprensa falar que eu intervi [sic]. Estão na mesma linha da questão da Polícia Federal, que eles não acharam nada de interferência minha no tocante à PF", disse ele em uma rede social no sábado.

Em 2019, Bolsonaro defendeu publicamente que a petrolífera rompesse contratos com o escritório de advocacia de Felipe Santa Cruz — então presidente da OAB e desafeto do capitão. Naquele mesmo ano, o mandatário que “não interferiu na PF”, segundo a própria PF, avançou sobre decisões internas do órgão ao anunciar a substituição do então superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi — na época, a PF divulgou nota afirmando que Saadi seria substituído por Carlos Henrique Oliveira, mas Bolsonaro disse ter acertado previamente que o cargo seria ocupado pelo superintendente no estado do Amazonas, Alexandre Silva Saraiva.

Bolsonaro ignorou a lista tríplice do MPF por duas vezes ao indicar Augusto Aras para o comando da PGR. A condução do processo foi chamada de retrocesso e criticada por sugerir risco à autonomia do Ministério Público. Aras já abriu diversas apurações para investigar supostos ilícitos de seu suserano, mas sempre a contragosto e nunca encontrado nada que desabone o chefe, a despeito de as evidências saltarem diante de seu nariz.

Bolsonaro bancou a eleição de Arthur Lira para a presidência da Câmara para ter um aliado no comando da Casa e, de quebra, um cão de guarda para os mais de 140 pedidos de impeachment protocolados em seu desfavor. Para tanto, prometeu cargos a congressistas e acenou com a liberação de recursos de emendas parlamentares e ofereceu até a recriação de ministérios para acomodar indicados do Centrão. Chegou mesmo a admitir a intervenção: “Vamos, se Deus quiser, participar, influir na presidência da Câmara, com estes parlamentares, de modo que possamos ter um relacionamento pacífico e produtivo para o nosso Brasil”.

Bolsonaro determinou a demissão de André Brandão da presidência do Banco do Brasil. Foi convencido a recuar pelo ministro da Fazenda e pelo presidente do Banco Central, mas recuou do recuo menos de dois meses depois — afinal, quem tem a caneta pode mais, e quem pode mais chora menos. Em outro episódio envolvendo o BB, o "mito" mandou tirar do ar uma campanha publicitária do banco com atores que representavam a diversidade racial e sexual: “A linha mudou. A massa quer o quê? Respeito à família. Ninguém quer perseguir minoria nenhuma, nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira”. O Planalto chegou a determinar que estatais deveriam submeter previamente à avaliação da Secretaria de Comunicação Social campanhas de natureza mercadológica, mas depois acabou recuando.

Bolsonaro anunciou ter implodido o Inmetro com a substituição da então presidente do órgão por um militar do Exército. As exonerações na autarquia, vinculada ao Ministério da Economia, foram decididas porque o mandatário não gostou das mudanças que envolveriam tacógrafos e provocaram reclamações de motoristas e taxistas.

Em diferentes momentos, Bolsonaro requisitou a AGU para tarefas que podem ser consideradas uma extrapolação do escopo institucional do órgão. Entre outras, acionou a AGU para tomar providências sobre a reclamação de que seguidores não estariam conseguindo postar fotos na página do presidente no Facebook. Em 2020, desautorizou a AGU no episódio da posse do delegado Alexandre Ramagem no comando da PF, barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, mandando o órgão recorrer da decisão do magistrado depois de a AGU publicar nota informando que não contestaria o ato do STF.

Bolsonaro mobilizou o Ministério da Justiça para impetrar um pedido de habeas corpus em favor do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, intimado pelo STF  explicar os ataques feitos à Corte. A petição, assinada pelo então ministro da Justiça, André Mendonça — que foi guindado ao STF com as bênçãos do capitão, foi considerada inapropriada, já que a tarefa caberia à AGU ou a um advogado pessoal. Membros do governo disseram que enviar um documento com a assinatura de Mendonça foi uma maneira de dar um caráter político, e não técnico, à manifestação, em um momento no qual o Executivo estava em atrito com o Judiciário.

Durante a gestão do ex-juiz Sergio Moro, um dos primeiros focos de tensão do então ministro da Justiça e o presidente se deveu à nomeação de Ilona Szabó como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Moro teve que recuar da escolha após campanha de bolsonaristas nas redes sociais. Os aloprados lembraram que, além de divergir do capitão em temas como armamento e política de drogas, Szabó havia se posicionado contra ele durante a campanha eleitoral de 2018. Bolsonaro confirmou publicamente, e em duas ocasiões, ter pressionado o ministro pela suspensão da nomeação, afirmando que ela possuía posicionamentos incompatíveis com o governo. E disse ainda que “não foi fácil conseguir a saída por causa da resistência de Moro”.

Observação: Nunca é demais lembrar que o presidente "acabou com a Lava-Jato porque não tem mais corrupção no governo" e que disse isso dias depois de seu líder no Senado ser flagrado, pela PF, com R$ 30 mil escondidos entre as nádegas!

Bolsonaro exonerou o presidente do Inpe depois que ele divulgou dados sobre o desmatamento da Amazônia que desmentiam a falaciosa posição do governo — o capitão queria que as informações fossem discutidas previamente com o Palácio do Planalto antes de serem tornadas públicas. Dois dias após a exoneração, Bolsonaro indicou em entrevista ter ordenado ao ministro da Ciência e Tecnologia a exoneração do subordinado. “Está a cargo do ministro. Eu não peço, certas coisas eu mando”, afirmou o presidente.

Os sinais de interferência do Planalto na Receita Federal, sobretudo na unidade do Rio de Janeiro, começaram no primeiro ano do governo. As pressões se referiam principalmente à troca de servidores em postos de comando do órgão. Em meio a apurações que atingem autoridades e também familiares e pessoas próximas a Bolsonaro, um subsecretário-geral do posto fluminense chegou a ser substituído pelo governo, em 2019, por se posicionar de forma contrária às intervenções. Questionado na época sobre as ingerências na Receita e na PF, o mandatário afirmou: “Fui eleito presidente para interferir mesmo, se é isso que eles querem. Se é para ser um banana ou um poste dentro da Presidência, tô fora”.

Bolsonaro continua presidente e, pior, candidatíssimo à reeleição. Como se não bastasse, tudo indica que, para nos livrarmos dele, teremos de amargar o retorno da cleptocracia lulopetista. Triste Brasil!

Texto baseado em informações publicadas pela Folha

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 5)

NÃO HÁ MOCINHOS NA POLÍTICA, SOMENTE BANDIDOS.


O lançamento do Windows 11 virou uma minissérie que pode ganhar novas temporadas. Tudo começou em 2015, quando o Windows 10 foi promovido a serviço e lançado como “a versão definitiva” do festejado sistema operacional da Microsoft. Agora, já há rumores de que novas versões (12, 13, 14) estariam nos planos da empresa.


Devido a uma enxurrada de protestos, o Win11 vem recuperando aos poucos alguns recursos e funções que estavam presentes na versão anterior e foram suprimidos na atual. Outra reclamação dos usuários foi a restrição excessiva feita a computadores antigos — com o nítido propósito de fomentar a venda de aparelhos novos, com o novo sistema pré-instalado de fábrica. A chiadeira levou a Microsoft a permitir a instalação do Win11 em máquinas “não elegíveis”, mas é bom lembrar que nesse caso o sistema não receberá as atualizações automáticas.


De acordo com o Windows Latest, a empresa vem testando uma marca d’água no Insider Preview Build 22557, com a informação “requisitos do sistema não atendidos”. A meu ver, considerando a via-crucis que os interessados percorrem para atualizar o sistema em máquinas “não compatíveis”, essa "informação" não qualquer tem efeito prático. Demais disso, fala-se na possibilidade de atualizações/correções críticas e de segurança serem estendidas também a esse público-alvo, já que não os contemplar seria deixá-los desprotegidos contra pragas digitais e mais vulnerável a invasões. 


Como eu disse alhures, o Win11 ficou mais bonito do que seu antecessor, mas isso não significa que seja superior a ponto de tornar o upgrade indispensável. Não até outubro de 2025, quando o Win10 deixará de ser suportado pela Microsoft (a partir daí a atualização deixará de ser uma simples questão de preferência pessoal e passará a ser uma medida de segurança). 


Muita gente parece não atentar para o seguinte pormenor: o ciclo de vida do XP foi encerrado em 2014 e o do Seven, em 2020, e ambas as versões continuam sendo usadas. Ainda assim, a obsolescência programada deve cumprir seu papel, e é bom lembrar que dentro em breve a bola da vez pode ser o Win12 (ou 13, ou 14...).


Continua...

segunda-feira, 4 de abril de 2022

ÁGUAS AINDA VÃO ROLAR


Sobre o conflito no leste europeu, apesar de estarem perdendo dinheiro com as sanções ocidentais, os milionários russos não têm força para confrontar Vladimir Putin. Assim, a situação pode ficar parecida com a da Coreia do Norte, onde a população sofre com os problemas econômicos, mas não consegue confrontar o governo. A avaliação é de Bill Browder, CEO e fundador do Hermitage Capital Management. Ele foi um dos maiores investidores estrangeiros na Rússia, mas acabou deportado e banido do país em 2005.
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Fechou-se às 23h59 do último dia primeiro a “janela partidária” que permite a deputados federais e estaduais mudar de partido sem o risco de perderem o mandato. Da feita que o cardápio oferece mais de 30 opções, teve gente “de direita” que migrando para legendas “de esquerda” e vice-versa, já que o Brasil tem muitos partidos e nenhum compromisso com ideologia — entenda-se por ideologia o conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo orientado para ações sociais e, principalmente, políticas.

Para surpresa de muitos — entre os quais a deputada Renta Abreu, presidente nacional do Podemos — o ex-juiz Sergio Moro migrou para o União Brasil mediante o compromisso de desistir de concorrer à Presidência. Mas política é como nuvem, dizia Magalhães Pinto. Tanto é que o Moro já “desistiu de desistir”, a exemplo de João Doria, que desistiu de renunciar ao cargo de governador de São Paulo para disputar a Presidência, mas, passadas poucas horas, anunciou que havia desistido de desistir e continuava candidatíssimo ao Planalto. 

Moro anunciou neste 1º de abril — sem pegadinha — que não será candidato a deputado federal. Fez acenos para agrupar a terceira via. Afirmou que trocou de partido visando à unificação do centro democrático. O movimento provocou uma reação imediata da ala do União Brasil que é contrária à candidatura dele ao Planalto, e que só aceitou sua filiação mediante o compromisso retro citado. ACM Neto e outros oito dirigentes do partido já anunciaram um pedido para invalidar a filiação do ex-juiz da Lava-Jato.

A reação foi anunciada após pronunciamento de Moro em São Paulo, durante a tarde de sexta-feira, no qual ele afirmou que a terceira via não pode ser um projeto individual e que sua filiação ao União Brasil foi um "movimento político" para ajudar nesse processo. "Não tenho ambição por cargos. Se tivesse, teria permanecido juiz federal ou ministro da Justiça. Também não tenho necessidade de foro privilegiado ou outros privilégios que sempre repudiei e defendo a extinção", disse ele.

Observação: Em mais uma demonstração cabal de que política é como as nuvens, o União Brasil divulgou neste sábado uma nota unificada de sua direção que desiste de questionar a filiação de Sergio Moro ao partido, mas também ressalta que o projeto político do ex-juiz é em São Paulo. Isso me faz lembrar do MACACO SÓCRATES, do humorístico Planeta dos Homens. Sempre que era pego em pequenas safadezas, deslizes, escorregadelas e pecadilhos inerentes ao ser humano, o símio brandia seu inevitável bordão: “Mas sou só eu? cadê os outros?

Na avaliação de aliados de Lula e Bolsonaro, as idas e vindas de Moro e Doria fortalecem a polarização entre os dois primeiros colocados nas pesquisas. Apesar disso, alguns setores consideram haver a oportunidade de unificação da “terceira via” em torno de algum nome mais competitivo. A mais recente pesquisa Datafolha mostrou Lula com 43% das intenções de voto, contra 26% de Bolsonaro, 8% de Moro, 6% de Ciro Gomes, 2% de Doria e 1% de Simone Tebet.

Doria se envolveu numa trapalhada e tentou fazer dela uma jogada. Levou o presidente do PSDB a confirmar sua candidatura para evitar estrondo maior no partido e, no primeiro momento, ganhou. Se leva ou não os louros dessa vitória, isso são outros quinhentos. No palco da cerimônia em que o agora ex-governador de São Paulo anunciou sua renúncia, a manifestação entusiasmada do vice Rodrigo Garcia em prol da unidade contrastou com o clima pesado que permeou os bastidores no Palácio dos Bandeirantes — em particular e no PSDB. A política, contudo, falou mais alto.

Montou-se a cena da unidade, mas ela não reflete a realidade. O vaivém de Doria não resolveu as divergências em curso no ninho tucano. Ao contrário, aprofundou a rejeição interna a ele por uma ala do partido, que chegou a comemorar a desistência como uma chance real de se destravar as negociações para a construção de candidatura alternativa a Bolsonaro e Lula. 

Águas haverão de rolar por baixo dessa ponte e, pelo que se ouve no conturbado ambiente partidário dos tucanos, não serão límpidas nem serenas.

WINDOWS 11 - VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 4)

UM AMOR LÚCIDO, QUE VÊ COM CLAREZA, É SEMPRE UM AMOR TERRÍVEL.

Depois que meu notebook parou de brigar com o Win11 (detalhes nos capítulos anteriores) eu pude analisar melhor as novidades, e as que mais me chamaram a atenção foram a nova barra de tarefas — muito parecida com a do macOS — e os efeitos de transparência e cantos arredondados nas janelas e ícones. 


Na nova versão, a barra de tarefas, seus botões e o menu Iniciar — que ficavam à esquerda desde o Win95 — estão centralizados. Esteticamente falando, isso não deixa de ser interessante, mas “old habits die hard”. Quem usa o Windows há mais de duas décadas, como é o deste humilde escriba, vai continuar buscando o botão Iniciar no canto esquerdo da barra e, consequentemente, abrindo sem querer o painel “notícias e interesses” — que, no Win10, aparecia no canto inferior direito da tela. 


A boa notícia é que é possível reverter ao status quo ante dando um clique direito num ponto vazio da barra de tarefas, clicando em Configurações da barra de tarefas > Comportamentos da barra de tarefas > Alinhamento da barra de tarefas e mudando o ajuste padrão de “Centro” para “Esquerda”.


No Win10, bastava abrir menu Iniciar para visualizar a lista dos programas instalados no computador; na versão atual, é preciso clicar também em Todos os aplicativos. Aliás, muitos recursos e funções que ficavam ao alcance de um clique do mouse exigem agora dois ou mais cliques.


Arrastar ícones para a barra de tarefas já não resulta em atalhos para lançamento rápido, e tampouco é possível arrastar a barra para alinhá-la com a borda superior ou as laterais da tela, nem reduzir sua altura e o tamanho dos botões sem editar manualmente o Registro do Windows


Quem vasculhar a Web encontrará trocentas dicas sobre como remover o botão de Widgets da barra de tarefas, fazer o menu Iniciar abrir como na versão anterior, mudar os ícones do sistema, restaurar o antigo menu de contexto, enfim, “deixar o Win11 com ‘a cara’ do Win10”. A pergunta é: se for para ter todo esse trabalho, por que, então, fazer a migração? Não seria melhor esperar mais um pouco e adotar o Win12, ou o Win13, ou o Win14


Em tese, o que é definitivo não tem sucessor. Segundo a Microsoft, o Win10 era a versão “definitiva” do sistema, mas ela lançou o Win11 e já circulam rumores de que o Win12 está no forno (relatos do Swift on Security nesse sentido foram reforçados por sites como o Deskmodder). 


Não há qualquer informação oficial sobre novas versões, e o fato de a atual ter sido lançada comercialmente há menos de seis meses contribui para desmentir essa boataria. Porém, se essa história se confirmar, a coisa pode não parar por aí.


Continua... 

domingo, 3 de abril de 2022

LULA LÁ DE NOVO OUTRA VEZ


O tempo em que Lula era o presidiário mais famoso do Brasil e Sergio Moro um herói nacional perdeu-se nas brumas da corrupção que assola o país desde a célebre carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao rei de Portugal. A Lava-Jato, que era tida e havida como a mais bem sucedida operação saneadora da história, foi desmantelada pelo dublê de mau militar e parlamentar medíocre que elegemos por falta de opção à volta do lulopetismo corrupto. E a menos que o imprevisto tenha voto decisivo na assembleia dos acontecimentos, a próxima eleição presidencial (que está cada vez mais próxima) será uma reprise da anterior, mas com os protagonistas em posições invertidas. 

A jugar pelas pesquisas, o lulopetismo corrupto deve derrotar o bolsonarismo boçal. Mas enquetes eleitoreiras não são 100% confiáveis. Até porque a maioria é encomendada a empresas que cobram caro para apresentar o resultado desejado pelos marqueteiros dos candidatos. Demais disso, se a eleição fosse um filme, o resultado das pesquisas seria apenas um frame que registrava o humor dos eleitores naquele exato momento.

Em 1980, quando Lula et caterva fundaram o PT, disseram tratar-se de um “partido diferente”, que não roubaria nem deixaria roubar. Anos depois, o Mensalão e o Petrolão demonstraram que não há santos na política, apenas corruptos em maior ou menor grau. 

Lula disputou (e perdeu) o governo de São Paulo em 1982, elegeu-se deputado federal em 1986 (e instruiu seu espúrio partido a não assinar a Constituição de 1988, de cuja elaboração ele participou). Disputou e perdeu as três eleições presidenciais seguintes — para Collor em 1989 e para FHC em 1994 em 1988 —, até que derrotou José Serra e 2002 e, a despeito do Mensalão, venceu Geraldo Alckmin em 2006. Em 2010, com a popularidade nos píncaros, empalou o Brasil com o “poste” que viria a derrotar Aécio Neves dali a quatro anos, no maior estelionato eleitoral pré-Bolsonaro

O impeachment da Dilma promoveu Michel Temer a titular, mas sua ponte para o futuro foi para a ponte que partiu depois que Lauro Jardim revelou sua conversa de alcova mui suspeita com certo moedor de carne bilionário. No Brasil, a corrupção desafia até a lei da gravidade, e o vampiro do Jaburu se equilibrou no Planalto — graças aos favores das marafonas da Câmara, que custaram bilhões de reais em verbas e emendas parlamentares  e terminou o mandato-tampão como um patético “pato-manco” (ermo cunhado pelos norte-americanos para designar políticos que terminam seus mandatos tão desgastados que até os garçons demonstram seu desprezo servindo-lhes café frio).

Lula se tronou réu em 20 ações criminais e foi condenado em duas por uma dezena de juízes de três instâncias do Judiciário — a mais de 25 anos de reclusão, mas deixou a cela VIP na PF de Curitiba depois de míseros 580 dias e foi reconduzido ao cenário político por um consórcio de magistrados que vestiram a suprema toga por cima da farda de militante. Agora, segundo as tais pesquisas, conta com a preferência de 171% dos eleitores. 

Nunca é demais lembrar que, em 2018, essas mesmas empresas de pesquisa deram como certa a derrota de Bolsonaro (em qualquer cenário, não importando quem fosse seu adversário no segundo turno) e a eleição de Dilma para o Senado. Acabou que o capitão derrotou o preposto do presidiário por uma diferença de quase 11 milhões de votos e a eterna nefelibata da mandioca amargou um humilhante quinto lugar.

Uma coisa é torcer pelo que se quer que aconteça e outra, bem diferente, é fazer previsões com base nos fatos. A única semelhança é que tanto uma quanto a outra podem não acontecer. Exijamos, pois, a união dos candidatos da assim chamada “terceira via”, que precisam deixar de lado o ego, a vaidade e a empáfia, descer do salto e se unir em torno de quem tiver mais chances de romper essa maldita polarização. 

Entre a volta de Lula e sua quadrilha e a permanência de Bolsonaro et caterva, resta-nos seguir a sugestão de Diogo Mainardi. O problema é que a maioria de nós vive no Brasil — e não na Itália, como é o caso do jornalista retrocitado —, situação em que a opção menos traumática talvez seja anular o voto ou simplesmente não dar as caras no dia da eleição.

Kim Kataguiri disse para a Folha que “não seria omissão, mas uma expressão do eleitorado (...) ter a maioria de votos nulos e brancos ou abstenção é mostrar que a maior parte da população rejeita os candidatos”. João Amoedo comparou o ato de decidir entre Bolsonaro e Lula a uma escolha entre morrer afogado ou com um tiro, e Vinicius Poit, seu colega de partido, concordou: “Precisamos de uma outra opção que não seja nem esses dois nem o Ciro, que é um outro populista. Eu votaria nulo porque populismo, seja de direita ou de esquerda, não faz bem ao país”.

A meu ver, não há como discordar. Resta combinar com eleitorado, lembrando que, segundo profetizou Pelé, em meados dos anos 1970, o brasileiro está preparado para votar. Dez anos depois, o general João Figueiredo — o presidente que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo — foi mais longe: “Um povo que não sabe sequer escovar os dentes não está preparado para votar”.

Triste Brasil.