Sobre o passado nebuloso de Verdevaldo, o puro, assista a este vídeo:
UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
domingo, 11 de agosto de 2019
O ATIVISTA QUE VIROU HERÓI, O XERIFE QUE VIROU BANDIDO, O CAPITÃO QUE VIROU PRESIDENTE, O CHAPEIRO QUE VIROU EMBAIXADOR E O FRANGO QUE VIROU HAMBÚRGUER
Sobre o passado nebuloso de Verdevaldo, o puro, assista a este vídeo:
segunda-feira, 27 de abril de 2020
HOME OFFICE E AFASTAMENTO SOCIAL MAIS TEMPO ONLINE POTENCIALIZA RISCOS DE VÍRUS E CIBERATAQUES (PARTE 7)
Observação: Para não cair nesse tipo de golpe, fique esperto com os links que você recebe por e-mail e atente para o tipo de informação está sendo solicitada e se é necessário realizar algum tipo de login. Observe ainda como a mensagem foi redigida, pois as legítimas não devem ser mal escritas nem conter erros de ortografia e gramática, que são muito comuns nas falsas.
Smartphones podem acessar a Web tanto pela rede 3G/4G da operadora quanto via compartilhamento do sinal de um roteador Wi-Fi, que hoje em dia quase todo mundo tem em casa — foi-se o tempo do “computador da família” e da conexão discada, que era disputada a tapa por pai, mãe, filhos, cachorro gato e papagaio, sobretudo nos finais de semana, quando a cobrança do pulso telefônico era diferenciada.
Continua...
sexta-feira, 20 de maio de 2022
QUER CONHECER O CARÁTER DE UMA PESSOA? DÊ-LHE O PODER! (QUARTA PARTE)
Lula é uma caricatura de si mesmo, uma foto amarelada que insiste em permanecer pendurada na parede do PT, até porque ele e seu espúrio partido são uma coisa só. De acordo com as pesquisas, o ex-presidiário já ganhou (com 171% dos votos) e se prepara alegremente para voltar à cena do crime.
Bolsonaro, que atacou duramente o Centrão durante a campanha e prometeu sepultar a “velha política” do “toma lá, dá cá”, passou por nove partidos, todos do Centrão. Entre 2019 e 2020, tentou criar o Aliança Pelo Brasil, mas não conseguiu reunir o número mínimo de assinaturas e acabou se amancebando com o PL. Na cerimônia de filiação à sigla presidida pelo do ex-mensaleiro e ex-presidiário Valdemar Costa Neto, disse que “estava se sentindo em casa”. Mas vamos por partes, que a desgraça vem de longe.
Observação: Em 1993, o ex-presidente-general Ernesto Geisel se referiu ao então capitão como “um caso completamente fora do normal, inclusive mau militar”. A quem interessar possa, a carreira militar do “mito” é narrada em detalhes no livro “O Cadete e o Capitão: A Vida de Jair Bolsonaro no Quartel” (Todavia), publicado em 2019 pelo jornalista Luiz Maklouf Carvalho.
A carreira política se confunde com a vida pessoal do mau militar e parlamentar medíocre. Sua primeira esposa, Rogéria Bolsonaro, foi eleita vereadora no Rio de Janeiro em 1996. Em 2000, durante a separação do casal, ela concorreu à reeleição e foi derrotada pelo filho 02 — que se tornou o vereador eleito mais jovem da História do país.
Observação: Afora o célebre caso de Zero Um e as rachadinhas, a PF e o Ministério Público apuram suspeitas contra Eduardo Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Renan Bolsonaro por tráfico de influência, contratação de funcionários fantasmas e envolvimento na organização de manifestações que pediram o fechamento de instituições como o Congresso e o Supremo. Tutti buona gente!
sexta-feira, 28 de março de 2025
A SEGUIR, CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
A MONARQUIA DEGENERA EM TIRANIA, A ARISTOCRACIA, EM OLIGARQUIA, E A DEMOCRACIA, EM ANARQUIA.
A péssima governança do Brasil no período pós-ditadura militar — não que as coisas fossem melhores antes do golpe de 64 — deve-se principalmente ao tipo de gente que o Criador, acusado de nepotismo e protecionismo, escalou para povoar o futuro país do futuro que nunca chega.
Em Ensaio sobre a cegueira, o Nobel de Literatura José Saramago anotou que "a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito". E com efeito: algumas pessoas não enxergam o óbvio nem que ele lhes morda a bunda, e outras parecem viver no mundo da Lua.
No universo paralelo onde vivem Lula, Alckmin e Gleisi, o culpado pela inflação dos alimentos é um ladrão de ovos imaginário, e a solução é a população "não comprar produtos quando desconfiar que eles estão caros". Mais brilhante que essa ideia, só mesmo o Plano Cruzado, que Sarney pôs em marcha em fevereiro de 1986, acreditando que fosse possível zerar a hiperinflação por decreto.
Recém-promovida a ministra-chefe da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi acusou o "mercado especulativo" de conspirar contra o Brasil". Alckmin — que em passado recente comparou a reeleição de Lula à "recondução do criminoso à cena do crime” — assumiu a patética liderança do “cordão dos puxa-sacos" do chefe. Dias atrás, após dizer que luta sindical deu ao Brasil seu maior líder popular, o vice-presidente bradou: "Viva Lula, viva os trabalhadores do Brasil!"
Talvez uma troca de ideias com o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry tenha revelado ao ex-tucano que, para baixar a inflação, bastaria retirar da conta o que está caro. Assim, com um simples estalar de dedos, o dinheiro do trabalhador, que hoje não dá para nada, continuaria não dando para nada. Mas o mais espantoso é que nenhum economista desvairado tenha pensado nisso antes.
Lula é uma caricatura de si mesmo, uma foto amarelada que permanece pendurada na parede do PT porque ele e o PT são uma coisa só. Tirado da cadeia e reabilitado politicamente para impedir que o verdugo do Planalto de continuasse no comando da Nau dos Insensatos, o "descondenado" conquistou seu terceiro mandato graças a um eleitorado que insiste em fazer a cada dois anos, por ignorância, o que Pandora fez uma única vez por curiosidade.
Sem plano de governo, política de Estado ou metas para o país, Lula 3 se resume a um punhado de medidas paliativas, populistas e eleitoreiras que visam pavimentar a reeleição que, durante a campanha de 2022, ele prometeu que não iria disputar.
Bolsonaro iniciou sua trajetória militar em 1973. Treze anos depois, um artigo publicado pela revista Veja lhe rendeu 15 dias de prisão. No ano seguinte, depois que Veja revelou seu plano de explodir bombas em instalações militares como forma de pressionar o comando por melhores salários e condições, ele e seu comparsa foram condenados por unanimidade, mas o STM os absolveu por 9 votos a 4 (a quem interessar possa, a carreira militar do “mito” é detalhada no livro O Cadete e o Capitão: A Vida de Jair Bolsonaro no Quartel, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho).
Depois de deixar a caserna pela porta lateral, Bolsonaro foi eleito vereador e sete vezes deputado federal. Ao longo de sua obscura trajetória política, passou por nove partidos (todos do Centrão) e acabou no PL do ex-mensaleiro e ex-presidiário Valdemar Costa Neto, onde disse “estar se sentindo em casa”.
Cavalgando o antipetismo e prometendo sepultar a "velha política do toma lá, dá cá", o mix de mau militar e parlamentar medíocre conquistou a Presidência porque a alternativa era o bonifrate do então presidiário mais famoso desta banânia. Mas a emenda saiu pior que o soneto. Para se escudar de mais de 140 pedidos de impeachment — um recorde, considerando que Collor foi alvo de 29; Itamar, de 4, FHC, de 24; Lula, de 37; Dilma, de 68; e Temer, de 31 —, ele implementou o "orçamento secreto", que lhe assegurou a conivência de dois presidentes da Câmara (Rodrigo Maia e Arthur Lira); para se imunizar contra investigações por crimes comuns, entregou o comando da PGR ao antiprocurador Augusto Aras, que manteve sob rédea curta com a promessa (jamais cumprida) de indicá-lo para uma poltrona no STF.
Como a fruta não cai muito longo do pé, os filhos seguiram os passos do pai na política: 01, o devoto das rachadinhas, se elegeu deputado estadual pelo Rio de Janeiro em 2002 e foi reeleito três vezes antes de conquistar uma cadeira de senador; 02, o pitbull da Famiglia, se elegeu vereador pelo Rio de Janeiro em 2020 e continua abrilhantando a Câmara Municipal carioca; 03, o fritador de hambúrguer que quase virou embaixador e hoje conspira contra o STF homiziado na cueca de Donald Trump, se elegeu deputado estadual por São Paulo em 2014 e foi reeleito nos dois pleitos seguintes; 04, o caçula entre dos varões, foi o vereador mais votado em Balneário Camboriú (SC) em 2024.
Vários bolsonaristas de primeira hora que abandonaram o barco — como Alexandre Frota, Joice Hasselmann, Gustavo Bebianno, General Santos Cruz e Sergio Moro — foram prontamente rifados, atacados e tratados como comunistas, antipatriotas e traidores por milhões de convertidos que, acometidos de cegueira mental, rezam pela cartilha do Messias que não miracula e acreditam piamente que "Xandão" persegue injustamente um ex-presidente de vitrine, talvez o melhor mandatário desde Tomé de Souza.
Argumentar com esse tipo de gente é tão inútil quanto dar remédio a um defunto, mas o mundo é a melhor escola e a vida, a melhor professora. Que o diga Carla Zambelli, a deputada cassada e recém-promovida a ré pelo STF (por ter sacado uma pistola e perseguido um homem negro pelas ruas de São Paulo às vésperas das eleições de 2022). Mesmo acusada por seu "Bolsodeus" pela perda de mais de 2 milhões de votos em São Paulo, pela derrocada bolsonarista e pela persecução penal em curso contra os golpistas aloprados, ela disse em entrevista à CNN que "enfrentar o julgamento dos inimigos é até suportável, difícil é aguentar o julgamento das pessoas que sempre defendi e continuarei defendendo".
Como a esperança é a última que morre e falta de amor-próprio é uma questão de foro íntimo, Zambelli aposta que o pedido de vista do ministro bolsonarista Nunes Marques mude os votos de Moraes, Cármen Lúcia, Dino, Zanin e Toffoli, que acompanharam o volto do relator.
Na última terça-feira, Bolsonaro entrou empertigado no STF e assistiu da primeira fila o início da definição de seu destino. Impossível não traçar um paralelo com Fernando Collor, que, impichado em 1992, deixou o Planalto de nariz empinado rumo ao ostracismo. Por outro lado, para surpresa geral, o "mito" resolveu acompanhar do gabinete do filho senador o prosseguimento da sessão, quando então ele e sete comparsas foram promovidos a réus por 5 votos a 0.
Findo o julgamento, Bolsonaro convocou os repórteres e transformou a entrevista em monólogo, numa reedição dos piores momentos do cercadinho e das lives do Alvorada, com direito à ressurreição do fantasma das urnas fraudadas, defesa do voto impresso e o lero-lero segundo o qual a Justiça Eleitoral "jogou pesado contra ele e a favor do Lula". Disse ainda que se limitou a "discutir hipóteses de dispositivos constitucionais", como a decretação do estado de sítio — o que, em sua visão, não é crime. Mas o voto de Moraes conferiu importância capital a sua manifestação: "Não é normal um presidente que acabou de perder uma eleição se reunir com o comandante do Exército, o comandante da Marinha e ministro da Defesa para tratar de uma minuta de golpe".
Quanto mais se firma a evidência de uma condenação que acrescente anos de inelegibilidade aos oito aplicados pelo TSE e sabe-se lá quantos de prisão em regime inicialmente fechado, maior é a desenvoltura dos ainda aliados no engajamento da substituição do capetão. No espaço de dois dias, Gilberto Kassab, Ricardo Nunes e André do Prado, três fidelíssimos integrantes do entorno de Tarcísio de Freitas, admitiram concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2026, caso o governador decida disputar a Presidência.
Em via de desidratação desde o fim do mandato e na bica de ver seus malfeitos esmiuçados ao longo da instrução processual penal, Bolsonaro já não tem o mesmo valor como pontifex maximus da extrema-direita, e valerá ainda menos no final do ano se sua condenação, tida como líquida e certa, realmente se concretizar. E de nada adianta querer repetir a estratégia de Lula em 2018, até porque, solto ou preso, ele não tem o mesmo capital político do ex-presidiário, não domina sozinho o campo da direita emergente e tampouco conta com a contrapartida da lealdade, na medida em que jogava os seus ao mar sempre que pressentia a aproximação dos tubarões.
A denuncia aceita na última quarta-feira é um verdadeiro manual de traição à reconstrução de uma democracia que completa 40 anos. Se comprovadas as acusações que constam do libelo acusatório, não há falar em punições excessivas e muito menos em anistia. O cunho jurídico, o sentido político, a natureza simbólica, o caráter histórico, o contexto tenebroso, tudo é inédito: um ex-presidente e um magote de civis e militares da alta cúpula de seu governo passarão pelo escrutínio de um tribunal cuja casa eles e outros acusados pretenderam destruir, juntamente com as sedes dos outros Poderes.
Enquanto começam a ser julgados os mentores e organizadores do golpe, seguem em exame as ações dos executores, cujas penas suscitam debates sobre excessos e desproporcionalidades como se ali houvesse inocentes e todos tivessem sido condenados a 17 anos de prisão. Houve modulações, sentenças muito menores, absolvições, fugas em descumprimento da lei e centenas de acordos de não persecução penal aos quais não aderiu quem não quis.
Consumada a condenação e esgotados todos os recursos possíveis e imagináveis, não se pode correr o risco de que súplicas por abrandamento de penas estimulem a repetição de atos que tornem o Brasil vulnerável à volta de um autoritarismo que custou muitas vidas anos de atraso institucional.
Moído pela unanimidade da 1ª Turma, Bolsonaro prioriza a anistia. Atentos aos sinais de fumaça, os ministros se equipam para apagar o fogo do réu: quem admite ou não a anistia é a Constituição, e quem interpreta a Constituição é o Supremo. Nos bastidores, dá-se de barato que uma lei para perdoar condenados por crimes contra a democracia seria declarada inconstitucional por 9 votos a 2, vencidos os ministros bolsonaristas Nunes Marques e André Mendonça.
Ciente de que a condenação pode sair em seis meses, o presidiário-to-be planeja corrigir o fiasco de Copacabana lotando a Paulista em 6 de abril, às vésperas do julgamento da denúncia contra o núcleo tático da trama golpista, que inclui 11 militares e um policial federal. Em sua prancheta, a hipotética pressão das ruas ganhará as redes sociais, dividirá o noticiário e forçará Hugo Motta a pautar a votação do projeto de anistia. Entrementes, aliados tentam fazê-lo considerar a hipótese de apoiar antes do Natal um presidenciável que se disponha a lhe conceder um indulto. Mas a estratégia subestima as dificuldades.
Inseridos na comitiva de Lula ao Japão, os chefes e ex-chefes do Congresso parecem ter outras prioridades. Sem falar que, assim como a anistia, a recuperação dos direitos políticos e um eventual indulto também seriam submetidos ao filtro do STF, e ainda está fresca na memória das togas a decisão que derrubou, por inconstitucional, o indulto concedido por Bolsonaro ao condenado Daniel Silveira.
Enfim, quem viver verá.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
CONTAR PALAVRAS E STEAK TARTARE

Ainda me lembro do tempo em que publicava meus escritos numa certa revista (já se vão de lá quase dez anos!) e ficava p. da vida quando o pessoal pedia para adequar o texto ao espaço que me havia sido reservado. Eu xingava, esbravejava, argumentava – afinal, o troço estava “redondinho”; obrigar-me a editá-lo seria o mesmo que fazer um cozinheiro reverter um purê de batatas em seus ingredientes originais –, mas o pagamento era bom, eu precisava da grana e acabava cedendo. E aí começava o calvário.
Eram horas relendo as matérias, cortando uma palavra aqui, uma frase acolá, reestruturando um parágrafo, enfim, eliminando a “gordura”. O maior desafio era fazer essa “lipoaspiração” sem comprometer (demais) o conteúdo - e o pior é que dava certo (risos), mesmo quando era preciso reduzir o texto a 2/3 do tamanho original.
Naquelas ocasiões, meu grande aliado era a ferramenta “Contar Palavras” do Word, que permite avaliar em tempo real o número de palavras, linhas, parágrafos e caracteres (com ou sem espaços) de um documento. Para utilizá-la, basta selecionar a porção do texto desejada, clicar no menu Ferramentas e em Contar Palavras (se nenhum trecho específico for selecionado, a ferramenta irá levar em conta o documento inteiro). O botão “Mostrar Ferramentas” convoca uma pequena barra que permite definir os parâmetros da avaliação (basta clicar na pequena seta à direita) e obter uma estatística atualizada sempre que você clicar em “Recontar".
Não sei se serve de consolo, mas quase todo mundo que se aventura a “brincar com as palavras” (seja de forma profissional, amadora ou apenas nas horas vagas) tende a ser prolixo, a “andar em círculos” e a se perder em divagações até desnecessárias, mas que dão ao trabalho um “colorido” todo especial. Afinal, uma coisa é uma posta de carne crua num prato, outra coisa é um Steak Tartare, não é mesmo?
Para quem não sabe, o Steak Tartar é uma iguaria russa feita à base de carne crua, que pode ser servida como aperitivo, entrada ou prato principal. Os ingredientes são os seguintes:150 gramas de filé mignon (moído ou finamente picado), azeite de oliva extra virgem; sal; pimenta do reino; pimenta caiena; 1 gema de ovo; 1 colher (sobremesa) de cebola ralada; 1 colher (sopa) de mostarda; 1 colher (café) de alcaparras; 1 colher (chá) de salsinha picada; 1 colher (chá) de cebolinha picada; 1 colher (chá) de molho inglês; suco de 1 limão e algumas gotas de molho tabasco.
Para preparar, selecione um pedaço do filé que não tenha nervos ou gordura e passe-o (uma vez) pela máquina de moer – se preferir a carne picada, corte-a em tirinhas - sempre contra o sentido das fibras - e pique tudo bem picadinho. Junte a cebola ralada, a salsa e a cebolinha picadas e misture tudo gentilmente, com uma colher de pau, enquanto acrescenta o azeite, o sal, as pimentas e os demais ingredientes.
sexta-feira, 22 de abril de 2022
A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS...
A vida é feita de escolhas, escolhas têm consequências e o problema com as consequências é que elas sempre vêm depois. Numa encruzilhada da vida, se escolhermos virar à direita, abdicamos de seguir em frente ou a esquerda, por exemplo. Quando o resultado não é o esperado, somos assombrados pelo bendito “se”.
O presente nada mais é senão a consequência da somatória das escolhas que fizemos no passado, mas o futuro do pretérito, também chamado pelos gramáticos de condicional, referencia um presente que poderia ter existido se nossas escolhas fossem outras.
Em 2018, fomos meio que obrigados a apoiar o bolsonarismo boçal para evitar a volta do lulopetismo corrupto, e a consequência foi o calvário que já dura três anos e quatro meses e, pior, pode ser prorrogado por mais quatro anos — ou sabe-se lá por quanto tempo mais; em se tratando de Bolsonaro, a única perspectiva impossível é a de uma gestão competente de pautada pela probidade.
Foi também em 2018 que Sergio Moro escolheu abandonar a magistratura em troca de um ministério no futuro governo, edulcorado pela promessa de uma cadeira no STF. Como consequência, o ex-juiz foi privado do Coaf e obrigado a reverter nomeações, enquanto seu projeto anticorrupção era desmontado. Por algum tempo, ele fingiu não ver, tentou relativizar, mas não se sujeitou ao papel de consultor jurídico informal do enrolado clã presidencial e acabou tendo de engolir sapos e beber a água da lagoa.
Moro abandou a canoa que deveria saber ser furada para tentar salvar o prestígio que ainda lhe restava. Mas já era tarde demais. Odiado por Lula e seus abjetos sectários, viu-se tachado de traidor pelos igualmente abjetos baba-ovos do “mito” de fancaria. A indicação para o STF jamais aconteceu. Segundo a narrativa palaciana, o então magistrado vinculara seu embarque no governo à suprema toga, quando na verdade foi Bolsonaro que lhe prometera a dita-cuja como forma de tê-lo a bordo e de cativar o eleitorado avesso à roubalheira lulopetista.
Passados dois anos da demissão de Moro — ele “não saiu atirando”, apenas relatou um fato que, se não era público, tornou-se notório depois que o então decano do STF retirou o sigilo da gravação da reunião ministerial de 22 de abril de 2020, o inquérito instaurado para investigar a interferência criminosa de Bolsonaro na PF deu em nada (a exemplo de tantas outras envolvendo o sultão do Bolsonaristão).
Nesse entretempo, o presidente que, quando candidato, prometeu pegar em lanças contra a corrupção e a velha política do toma-lá-dá-cá, cometeu toda sorte de barbaridades. Flertou incontáveis vezes com o autogolpe. Chamou o presidente do TSE de filho da puta e um ministro do STF de canalha. Tornou-se alvo de mais de 140 pedidos de impeachment e de uma dezena de inquéritos. Quatro de seus cinco filhos são igualmente investigados. Mais recentemente, vieram a lume evidências gritantes de corrupção no MEC.
Observação: Ontem, a cereja do bolo: sua alteza irreal anistiou o deputado troglodita baba-ovos Daniel Silveira antes mesmo que a condenação transitasse em julgado. Mais uma vez, o sociopata estica a corda. Se será enforcado com ela ou se a pusilanimidade do STF permitir-lhe-á sair impune, com vem acontecendo desde sempre, só o tempo dirá. O pouco tempo que falta até as cada vez mais próximas eleições. Se alguém acha que esse sujeito vai mesmo largar o osso se assim decidir a ospália votante, esse alguém está redondamente enganado.
Políticos pegos com manchas de batom na cueca sempre têm alguma desculpa idiota. Lula se disse traído; Dilma, indignada; Bolsonaro afirma não pode saber de tudo — e para evitar que se venha a saber de (mais) alguma coisa que o desabone, decreta sigilo sobre fatos de interesse público.
Em julho do ano passado, o Planalto impôs um segredo de 100 anos sobre informações dos crachás de acesso em nome dos filhos 02 e 03. Um cumpre na sede do governo federal (diz-se que no “gabinete do ódio”) seu quinto mandato de vereador, quando deveria dar expediente na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O outro é deputado federal por São Paulo, mas acompanha o pai em viagens internacionais, frita hambúrguer nas horas vagas e chegou a ser cotado para chefiar a embaixada do Brasil nos EUA.
Em janeiro de 2021, o Planalto decretou 100 anos de sigilo cartão de vacinação do mandatário negacionista e antivacina, a pretexto de os dados dizerem respeito "à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem do presidente”. Em junho de 2021, mandou o Exército impor sigilo de 100 anos ao processo interno isentou de punição o então general da ativa Eduardo Pazuello.
Dias atrás, o GSI repetiu a dose em relação às visitas dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos ao Planalto, alegando que “a divulgação poderia colocar em risco a vida do presidente da República e de seus familiares”. Pressionado, o gabinete comandado pelo general Augusto Heleno liberou os registros, que apontam mais de 30 acessos. O pastor Arilton visitou gabinetes de Mourão, ministros e do responsável pela agenda de Bolsonaro; o pastor Gilmar esteve pelo menos 10 vezes na sede do governo. Detalhe: ambos voltaram ao Planalto mesmo após pedido de apuração.
Voltando a Sergio Moro — que deve estar tão arrependido de ter aceitado participar deste espúrio governo quanto Lula de ter feito Dilma sua sucessora —, lulistas, bolsonaristas, magistrados ditos “garantistas” e parte da mídia promoveram a párias o ex-juiz federal e o ex-coordenador do braço paranaense da maior operação anticorrupção da história desta banânia, que colocou na cadeia dezenas de empresário e políticos que se locupletaram nos governos petistas.
No Brasil, a corrupção é como a Hidra de Lerna — bicharoco mitológico com corpo de dragão, hálito venenoso e nove cabeças de serpente capazes de se regenerar. Tudo ia de vento em popa até que, um belo dia, o semideus togado que manda e desmanda no STF virou a casaca, passando de apoiador a inimigo figadal da Lava-Jato. E o resto é história recente.
segunda-feira, 22 de julho de 2019
SALTA UM X-BURGER, EMBAIXADOR!
Sem fazer aqui qualquer julgamento de valor, relembro que Eduardo Bolsonaro, ao defender sua nomeação, disse ser qualificado para o cargo porque fala inglês e espanhol, é amigo da família presidencial norte-americana e, dentre outros méritos, fritou hambúrgueres no estado do Maine.
Até onde se sabe, experiência como chapeiro de lanchonete não faz parte dos requisitos exigidos de um candidato a embaixador, mas o detalhe é que a rede de fast-food Popeyes, na qual ele diz ter trabalhado, não serve hambúrgueres, e sim frango frito.
Pelo visto, grelhar discos de carne virou item importante no currículo de aspirantes ao cargo de embaixador brasileiro no Distrito de Columbia. Melhor ainda se o dito-cujo tiver realizado essa intrincada tarefa sob o frio do Maine — estado americano que faz divisa com o gelado Canadá.
Se a moda pega, Flávio Bolsonaro — que não só ostenta no currículo incomparável habilidade em fazer investigação virar pizza, como é um dos poucos pizzaiolos habilitados a preparar a incomum pizza de laranja — pode pleitear o cargo de embaixador do Brasil na Itália, e zero dois... bem, ainda não se sabe qual embaixada o garoto pretende chamar de sua, mas fontes do Planalto afirmam que o pitbull palaciano apresentará sua reivindicação assim que aprender a escrever em português no Twitter.
Sabatina do Bolsokid Eduardo no Senado Federal segundo o blog Opinião sem Medo
— Deputado, o senhor sabe falar inglês?