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domingo, 5 de março de 2017

ALADILMA E A LÂMPADA NADA MARAVILHOSA

Em nota publicada na seção SEMANA da revista ISTOÉ, Antonio Carlos Prado relembra que muita gente aplaudiu quando a anta vermelha reduziu as tarifas de energia, mas que houve também quem visse naquilo uma “pedalada da luz” (caso deste humilde articulista que vos fala). Agora, veio a notícia ― ou a conta, melhor dizendo: as transmissoras receberão indenizações de 62,2 bilhões de reais. Ou seja, as tarifas ficarão mais caras, pois, como sempre, caberá a nós pagar pela “não genialidade” da gênia.

Em atenção os mais esquecidos, segue a transcrição do pronunciamento ― ou discurso eleitoreiro, para ser mais exato ― feito pela nefelibata da mandioca em janeiro de 2013, em rede nacional, para anunciar a redução das tarifas de energia, mostrar que a economia ia de vento em popa e concitar os apedeutas ignaros a reelege-la no ano seguinte (os destaques são meus).

Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando um índice de redução maior do que o previsto e já anunciado. A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata.

É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil.

No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos.

Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. No ano passado, colocamos em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão.

Este ano, vamos colocar mais 8.500 megawatts de energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. Temos uma grande quantidade de outras usinas e linhas de transmissão em construção ou projetadas. Elas vão nos permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos.

O Brasil vive uma situação segura na área de energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia. Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países.

Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações.

Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas.
Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.

Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem exceção, vão sair ganhando.

Aproveito para esclarecer que os cidadãos atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao nosso esforço terão, ainda assim, sua conta de luz reduzida, como todos os brasileiros. Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que eu estou dizendo.

Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza.

O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais.

Muito obrigada e boa noite.

Só pra lembrar:

Dilma torturou a verdade ao negar a autoria do dossiê que forjou em parceria com a melhor amiga, Erenice Guerra, para reduzir Fernando Henrique e Ruth Cardoso a um casal perdulário que torrava em vinhos caros o dinheiro dos pagadores de impostos.

Dilma mentiu ao negar a existência do encontro, marcado pela quadrilheira Erenice, em que tentou convencer Lina Vieira a esquecer as maracutaias da famiglia Sarney investigadas pela Receita Federal.

Dilma caprichou na pose de doutora em economia pela Unicamp até que a imprensa implodisse a mentira.

Dilma atravessou a campanha de 2014 tapeando o eleitorado com invencionices que transformavam um país a caminho da falência numa espécie de Pasárgada com praia e carnaval.

Nesta quinta-feira, confrontada com as primeiras revelações de Marcelo Odebrecht, a anta vermelha estocadora de vento afirmou que o ex-parceiro resolveu contar mentiras para prejudicar a imagem de uma mulher irretocavelmente honesta.

Dilma, sobra cinismo e falta vergonha. A afilhada tem tanto apreço pela verdade quanto o padrinho Lula.

Tendo tempo e jeito, assista ao vídeo a seguir:


Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

sábado, 30 de julho de 2022

O DESEMPREGADO QUE DEU CERTO (SÉTIMA PARTE)

 

Um dia após a divulgação da carta em defesa da democracia, o número de signatários passou de 3 mil para 100 mil. No dia 29, já eram mais de 300 mil. Num primeiro momento, Bolsonaro tripudiou: "Não precisamos de 'cartinha' em favor da democracia". Mais adiante, porém, publicou sua própria carta: "Carta de manifesto em favor da democracia. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil". Foram apenas 27 palavras, mas, segundo o historiador e youtuber Marco Antonio Villa, o vocabulário do presidente é limitado a 500 verbetesDito isso, passo à postagem do dia:


Em fevereiro de 1995, época áurea do Plano Real, Dilma Vana Rousseff abriu uma lojinha de bugigangas nos moldes das populares casas de $ 1,99. Batizado de Pão & Circo, o negócio em gestação cumpriu a liturgia comercial habitual. Ao registro do CNPJ na Junta Comercial seguiu-se o aluguel de um imóvel em Porto Alegre (RS) para instalar a matriz. A filial foi erguida 4 meses depois no centro comercial Olaria, também na capital gaúcha. 


O problema é que a "gerenta" que cuidou da contabilidade da empresa era a mesma que lidaria mais adiante com as finanças do país. A loja quebrou em apenas 17 meses; o Brasil continua resistindo, mas nada garante que sobreviva a mais 4 anos de bolsonarismo boçal ou à volta do lulopetismo corrupto (conforme o resultado das urnas em outubro próximo).

 

Tocar uma lojinha de quinquilharias baratas deveria ser algo trivial, principalmente para alguém que, 15 anos depois, Lula apresentaria aos eleitores como a "gerentona" capaz de manter o Brasil no rumo do desenvolvimento. Mas, ao administrar seu comércio, a mulher sapiens cometeu erros banais e em sequência. E qualquer semelhança com a barafunda administrativa do país e os equívocos cometidos na área econômica a partir de 2010, que levaram ao desequilíbrio completo das contas públicas e à irresponsabilidade fiscal, não foi mera coincidência. 

 

Para começar, a loja foi aberta sem que os donos soubessem ao certo o que seria comercializado ali. A empresa foi registrada para vender de tudo um pouco a preços módicos, entre bijuterias, confecções, eletrônicos, tapeçaria, livros, bebidas, tabaco e até flores naturais e artificiais, mas acabou apostando no comércio de brinquedos para crianças, em especial os "Cavaleiros do Zodíaco". Os artigos eram importados de um bazar localizado no Panamá, para onde a sumidade e uma de suas sócias — a ex-cunhada Sirlei Araújo — viajaram três vezes para comprar os produtos. No entanto, apesar do baixo preço das mercadorias, o negócio da Pão & Circo era impopular — tão impopular quanto a própria Dilma se tornaria ao longo de seu aziago governo. 

 

Ao abrir a vendinha, Dilma não levou em conta que o olho do dono engorda o porco. Ela só aparecia por lá eventualmente, preferindo dar ordens e terceirizar as tarefas do dia a dia — como fez mais adiante no governo, ao delegar a economia ao ministro Joaquim Levy e a política a Michel Temer. Na sociedade da Pão & Circo, era Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, que a aconselhava sobre como turbinar as vendas. Mas ele era tão inepto quanto ela seria anos depois, por ocasião da negociata de Pasadena.

 

Durante as duas primeiras gestões petistas, Dilma foi presidenta do Conselho de Administração da Petrobras nos períodos em que respondeu pela pasta de Minas e Energia (2003-2005) e chefiou a Casa Civil (2005-2010). Nesse entretempo, a petrolífera tupiniquim pagou US$360 milhões por metade de uma refinaria que um ano antes havia sido comprada pela empresa belga ASTRA OIL por US$40,5 milhões, e uma decisão judicial a condenou a comprar a outra metade da sucata, o que resultou num prejuízo de US$ 1,18 bilhão


Como de costume, Lula e sua pupila negaram conhecimento da maracutaia. Dilma atribuiu o monumental prejuízo a "riscos subestimados e decisões equivocadas", afirmou que o negócio só foi aprovado porque "cláusulas fundamentais lhe eram desconhecidas" e botou a culpa em Nestor Cerveró — que, curiosamente, não foi punido, mas promovido a diretor financeiro da BR DistribuidoraMais adiante, Lindinho” — como Cerveró era chamado por seus comparsas devido à blefaroptose — declarou aos investigadores da Lava-Jato que a campanha de Lula à reeleição teria sido financiada com propina paga pelo contrato dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, que custaram US$1,2 bilhão (valor equivalente ao da compra da igualmente inútil refinaria de Pasadena). 


Ao alegarem que foram ludibriados, Lula e Dilma reconheceram sua total inadequação aos cargos que ocupavam, e creditar nessa falácia demonstra uma indescritível ingenuidade. Mas num país onde Lula e Bolsonaro disputam pesquisa a pesquisa a preferência do esclarecidíssimo eleitorado, dizer o quê?


Mesmo assim, "o Pacheco de terninho" (detalhes no próximo capítulo) teve uma carreira meteórica: Sem saber atirar, virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, fez posse de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque; sem jamais ter tido um único voto na vida até 2010, virou presidente do Brasil. 
Quatro anos depois, mediante o maior estelionato eleitoral da história (que só seria superado em 2018 pelo "mito" dos bolsomínions), a calamidade em forma de gente renovou o mandato, mas acabou afastada do cargo em maio de 2016 e penabundada em agosto, depois de levar o país à insolvência, a inflação à casa dos 2 dígitos e o desemprego à das dezenas de milhão.


Vale relembrar o pronunciamento da petista em rede nacional, em janeiro de 2013, dando conta de que "a economia ia de vento em popa" e concitando os apedeutas a reelegê-la no ano seguinte:


Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando um índice de redução maior do que o previsto e já anunciado. A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata. É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil.

No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos. Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. No ano passado, colocamos em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão. Este ano, vamos colocar mais 8.500 megawatts de energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. Temos uma grande quantidade de outras usinas e linhas de transmissão em construção ou projetadas. Elas vão nos permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos.

O Brasil vive uma situação segura na área de energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia. Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países. Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações.

Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas. Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.


Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem exceção, vão sair ganhando. Aproveito para esclarecer que os cidadãos atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao nosso esforço terão, ainda assim, sua conta de luz reduzida, como todos os brasileiros. Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que eu estou dizendo.

Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza.

O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais.

Muito obrigada e boa noite.


Pois é, deu no que deu.


Continua...

quarta-feira, 9 de junho de 2021

HAJA DINHEIRO!


A segunda oitiva de Marcelo Queiroga na CPI do Genocídio foi ainda pior do que a primeira. Desta vez, o cardiologista chegou mesmo a mudar sua versão sobre o veto à nomeação de Luana Araújo. “O ministro da Saúde inaugurou uma nova etapa do negacionismo, o neonegacionismo”, disse o relator, Renan Calheiros. Embora tenha admitido a ineficácia da cloroquina no tratamento da Covid, Queiroga “continua sem coragem de tirá-la das normas do Ministério da Saúde”, complementou o senador.

Com mais assertividade, o médico enunciou números tão fabulosos quanto suspeitos de entrega de vacinas e chegou a bater boca com o senador Otto Alencar, que também é médico e fez o ministro admitir que não havia lido a bula da vacina da Pfizer, cujo regime de aplicação de duas doses tem um intervalo de 12 semanas no Brasil, embora o fabricante recomende 3.

Em um país civilizado, é o tipo de franqueza que custaria o que pouco que sobrou de credibilidade pública da autoridade, quando não seu cargo”, escreveu Igor Gielow na Folha.

Queiroga exaltou o óbvio ao afirmar que não existe tratamento precoce comprovadamente eficaz. Quando tentou consertar para o público bolsonarista dizendo que há “grande divisão” na área médica, acabou reconhecendo que a cloroquina não funciona. O ministro reconheceu também que a nota que recomendava o uso da cloroquina “passou a ser um documento para a história e não tem mais validade”, e que ainda assim ele não a retirou das normas do ministério (manda quem pode, obedece quem tem juízo). 

Ficou nítido que Queiroga voltou à CPI orientado no sentido de continuar “blindando” Bolsonaro, seja quanto sua política macabra no enfrentamento da crise, seja quanto ao veto à nomeação da médica Luana Araújo. Ao que tudo indica, o doutor descobriu empiricamente que ser ministro do atual governo exige não só dar o rabo, mas também pedir desculpas por estar de costas. A fidelidade canina do general-vassalo foi recompensada com um cargo de ASPONE e um polpudo salário. Quando chegar a vez de Queiroga... enfim, quem viver verá. 

A CPI ouve hoje Antônio Élcio Franco Filho, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde. O objetivo é esclarecer a possível existência de um suposto "gabinete paralelo" de aconselhamento ao governo federal no enfrentamento à pandemia. O ex-secretário deve ser indagado também sobre as compras e abastecimento de insumos para os estados durante a crise sanitária. Além disso, Élcio foi responsável por negociações na compra de vacinas e, em um dos documentos obtidos pela Comissão, ele relata que o atraso na resposta à Pfizer foi motivado pela presença de um “vírus” nos computadores da pasta. Então, tá. E eu acredito que sou o Pato Donald...

***

As folgas e férias do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia custaram R$ 3,8 milhões aos cofres públicos. O ano de 2020 começou com duas viagens de férias emendadas — Base Naval de Aratu (BA) e Forte nos Andradas, no Guarujá (SP) — ao custo de R$ 890 mil. Considerando todo o ano, foram gastos R$ 4,5 milhões, que, somados aos valores dispendidos com viagens nacionais — para visitas a obras, cerimônias militares e lazer —, perfizeram um total de R$ 19,3 milhões (até o início de março deste ano).

A maior despesa foi com as férias no Guarujá (SP) e em São Francisco do Sul (SC) — R$ 2 milhões, em dezembro do ano passado. Gastos com combustível de aeronaves, hospedagem, alimentação, telecomunicações e outras mordomias, pagos com cartões corporativos, somaram R$ 1,2 milhão.

Bolsonaro passou o feriado de Finados no Guarujá, ao custo de R$ 530 mil. Passeou de moto, esteve na praia e jogou uma pelada com militares do Forte dos Andradas e integrantes de sua equipe de segurança. No feriado de 12 de outubro, a passagem pelo Forte havia custado R$ 455 mil. No Carnaval do ano passado, mais R$ 622 mil foram pagos pelos contribuintes.

Bolsonaro tirou férias a partir de 19 de dezembro e foi para São Francisco do Sul, onde ficou hospedado no Forte Marechal Luz, uma colônia de férias para militares. Foi acompanhado por uma equipe de segurança com 52 militares, incluindo 13 oficiais superiores, 20 sargentos e 8 praças. Só as diárias dos militares e assessores da Presidência consumiram R$ 66 mil. O custo total da estada na praia chegou a R$ 750 mil.

Em 28 de dezembro, Bolsonaro viajou ao Guarujá e se hospedou no Forte dos Andradas, com um séquito de 73 militares. Havia 22 oficiais e 8 assessores da Presidência. As despesas com a equipe precursora e a comitiva presidencial somaram R$ 1,2 milhão. O capitão participou de um jogo beneficente na Vila Belmiro, em Santos, fez o tradicional rolê de moto pelas ruas do Guarujá, escoltado por seguranças e policiais militares, e provocou aglomerações na praia. No dia 1º do ano, pulou de um barco e nadou até um grupo de banhistas.

Bolsonaro gostou tanto do litoral catarinense que retornou ao Forte Marechal Luz em fevereiro deste ano, para passar o Carnaval. Nos quatro dias de folga, andou de jet-ski pela praia, sem usar máscara de proteção, e provocou aglomerações, num momento em que o estado atravessava forte crise sanitária, com colapso em alguns hospitais. O passeio custou mais R$ 750 mil aos contribuintes.

A gastança não se limitou a férias e folgas. Bolsonaro também visitou ou inaugurou obras e prestigiou cerimônias militares. A viagem mais cara — R$ 820 mil — foi para o Vale do Ribeira, onde o presidente passou a infância e a adolescência. Como não tinha o que inaugurar, apresentou projetos de pontes em Eldorado e Pariquera-Açu, onde reuniu 2 mil pessoas, em setembro, em plena pandemia da Covid.

A viagem conjunta para Sertânia e São José do Egito, em Pernambuco, em outubro do ano passado, custou R$ 530 mil. Bolsonaro visitou as obras do Canal do Agreste, que vai receber as águas do São Francisco, e inaugurou a primeira fase da segunda etapa do Sistema Adutor do Pajeú. No mesmo mês, gastou R$ 570 mil para visitar a agência-barco da Caixa Econômica Federal em Breves, na Ilha do Marajó.

No final de julho, o presidente fez uma visita ao Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, e inaugurou o sistema de abastecimento de água em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia. Todo o deslocamento custou R$ 340 mil.

Em 17 de dezembro, houve mais uma viagem dupla. O presidente participou do lançamento da pedra fundamental para a implantação e pavimentação da BR-367, em Jacinto (MG) (a pedra fundamental, tradição da “velha política”, registra apenas que a obra teve início). No mesmo dia, esteve na cerimônia de assinatura de atos de apoio ao setor produtivo, em Porto Seguro (BA), onde chegou de helicóptero. O roteiro saiu por R$ 376 mil. A inauguração do eixo central da Ponte do Rio Guaíba, em Porto Alegre, e a liberação de um trecho de 27 km da duplicação da BR-116 da capital a Pelotas, em 10 de dezembro, custaram mais R$ 320 mil.

Entre as viagens para a participação em cerimônias militares, a mais cara ocorreu nos dias 14 e 15 de agosto, no Rio de Janeiro. Bolsonaro participou da inauguração da Escola Cívico Militar e da cerimônia de brevetação dos novos paraquedistas — mais uma viagem de caráter afetivo do capitão, um ex-paraquedista, que custou aos contribuintes R$ 408 mil.

Em fevereiro de 2012, a então presidente Dilma esteve na 29ª Festa da Uva, em Caxias do Sul. Na volta, fez um pernoite em Porto Alegre, no Hotel Plaza São Rafael, localizado no centro histórico da capital gaúcha. A Presidência da República registrou que o TCU determina a pesquisa de preço junto à rede hoteleira, mas justificou a escolha: “deixamos de observar tal recomendação pelo fato de que o Plaza São Rafael é o preferido da presidenta”.

Diante dessa decisão, a Secretaria de Administração sugeriu que o Plaza fosse também o hotel do escalão avançado da comitiva presidencial, com 11 integrantes, o que facilitaria a “preparação do pernoite” da chefa e respectiva comitiva, incluindo os 19 tripulantes dos dois aviões presidenciais utilizados. A conta de R$ R$ 9,8 mil e foi paga com o cartão corporativo da Presidência da República.

Dilma ocupou a suíte presidencial, de 110 m², com quarto, sala, sala de jantar, lavabo e banheira de hidromassagem. A diária hoje está em R$ 1,1 mil. O hotel diz que a suíte é a predileta de autoridades políticas, executivos de alto padrão e celebridades, que preferem maior sofisticação.

Esse é apenas um exemplo das viagens da gerentona de araque. As maiores despesas com deslocamentos se referem à segurança das autoridades. Em alguns eventos, mais de 100 militares e policiais integram o aparato de segurança, incluindo forças do Exército. A alimentação e a hospedagem dessas equipes custam caro. Além das despesas do chefe do Executivo, também são pagos com cartão corporativo os gastos do vice, de ex-presidentes e de familiares dessas autoridades.

Ainda em fevereiro daquele ano, a nefelibata da mandioca visitou duas das mais importantes obras da era petista: a Transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina — até hoje incompletas. A comitiva presidencial esteve nos municípios de Missão Velha e Mauriti (PE). Dilma e mais 68 integrantes de seu séquito ficaram hospedados no Hotel Verde Vale, ao custo de R$ 34 mil. As duas diárias da suíte da presidanta ficaram por R$ 1,5 mil. Na Lanchonete Come-Come, que atendeu a equipe de apoio, os gastos chegaram a R$ 11,4 mil.

Foram acomodadas mais 19 pessoas no Hotel Panorama e 46 no Ingra. Mais R$ 16,5 mil de despesas. Em dois dias, foram servidos 340 almoços e 410 lanches para o pessoal de apoio. Pelo número de refeições, é possível verificar que lá estavam, pelo menos, 44 militares do Exército, 28 policiais rodoviários federais e 10 bombeiros. Os militares foram deslocados do 40º Batalhão de Infantaria de Crateus. O escalão avançado, que chegou antes, tinha 43 integrantes.

O relatório da viagem informa que R$ 75 mil foram gastos e pagos com cartões corporativos. No último dia de visitas, a chefa almoçou com diretores da Transnordestina Logística, concessionária da obra, e com uma das construtoras, a Odebrecht — empresa que dois anos mais tarde seria abalada pela Operação Lava-Jato

Dilma já havia estado em Porto Alegre em janeiro de 2012, para prestigiar o Fórum Social Mundial. Como de hábito, ficou no Plaza São Rafael. Relatório da viagem mostra que a equipe precursora ocupou 12 apartamentos e solicitou mais 28 para a o escalão avançado e outros 12 para as tripulações dos helicópteros e das aeronaves presidenciais, além de uma suíte presidencial. Só a hospedagem do escalão avançado chegou a R$ 28 mil. No caso da comitiva oficial da presidente, ficou em R$ 10 mil, sendo R$ 2,2 mil com duas diárias da suíte presidencial.

A alimentação dos militares da equipe de apoio à viagem presidencial custou R$ 8,4 mil. Foram servidos 730 lanches. O Escritório de Apoio da Presidência em Porto Alegre, com 13 integrantes, apresentou nota fiscal de uma despesa de R$ 1,6 mil na Churrascaria Garcia, na Praia de Belas.

Foi alugada uma sala do hotel, por R$ 3,3 mil, para atender o ministro Gilberto Carvalho e outros ministros que compareceram ao fórum. Também houve o aluguel de 200 metros de grade, 100 metros de unifilas e quatro biombos para um evento com a presença da presidanta — mais R$ 4,6 mil. O total de despesas lançadas no cartão corporativo alcançou R$ 58 mil.

Como ninguém é de ferro, Dilma descansou por alguns dias na Base Naval de Aratu (BA), durante o Carnaval. Mas não foi assistir aos desfiles. Preferiu pescar. Vara e molinete custaram R$ 270. Precavida, a equipe de apoio também alugou um gerador, por R$ 6,2 mil, por causa da constante falta de energia na base. A hospedagem da equipe de apoio, de 16 a 20 de fevereiro, custou R$ 65 mil. Dessa vez não houve aluguel de lancha para passeios, como no réveillon, que custou R$ 20,4 mil, mas o total da viagem ficou em R$ 87 mil.

O então vice-presidente Michel Temer esteve em São Paulo de 8 a 12 de janeiro de 2012. Seus 10 agentes de segurança ficaram hospedados no Hotel Golden Tower (não confundir com Golden Shower) ao custo de R$ 25 mil. O vampiro do Jaburu, que não tinha tarefas a executar no governo, como reclamou no período pré-impeachment, retornou a São Paulo em 4 de março com a sua equipe de segurança. Espetou mais uma conta de R$ 11,7 mil no Golden Tower. Em dezembro daquele ano, 10 seguranças de Temer ficaram novamente hospedados no mesmo hotel durante uma semana. Mais R$ 14 mil de despesa.

A equipe de segurança de familiares do vice-presidente, com seis integrantes, ocupou três apartamentos duplos em Brasília, de 15 a 23 de janeiro, ao custo de R$ 4,1 mil. Nova hospedagem ocorreu de 24 a 26 de fevereiro daquele ano. Mais R$ 1,8 mil evaporaram do bolso do contribuinte.

Há ainda despesas no cartão corporativo com a equipe de segurança de familiares de Dilma, com nove integrantes, que ficou hospedada em Brasília, no Torre Palace Hotel, de 1º a 6 de fevereiro de 2012. A conta bateu em R$ 4,8 mil. A equipe voltou a se hospedar no mesmo hotel, em Brasília, de 24 a 26 de fevereiro. Mais R$ 1,4 mil. A primeira-filha Paula Rousseff, que esteve em Pelotas (RS) em 8 de março, solicitou que sua equipe de segurança, composta por cinco agentes, ficasse no mesmo hotel onde estava hospedada, o Jaques Jorge Tower.

O cartão corporativo do ex-presidente (e agora ex-corrupto) Lula pagou R$ 2,2 mil em combustível durante três semanas de março de 2012. Os carros — um Ford Fusion e um Chevrolet Omega — estavam à disposição da equipe de apoio. Um detalhe: o relatório informa as placas “oficiais” e “vinculadas” de cada um dos veículos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 1,2 mil com combustível no posto Higienópolis, em abril do mesmo ano.

Observação: O cartão de pagamento do governo federal, na forma de cartão de crédito, foi criado para fazer frente a despesas eventuais de pequeno valor, que exigem pronta contraprestação, e também compras em caráter sigiloso. Na prática, pode comprar quase tudo, de combustível e passagens aéreas a medicamentos, material para construção, material impresso, etc. Também pode ser usado em restaurantes e para compras em supermercados e padarias. O sigilo foi criado para proteger informações que possam ameaçar a segurança do chefe do Executivo e seus familiares. Mas a privacidade imposta pela lei esconde também despesas com mordomias e luxos que a maioria dos brasileiros só conhece de ouvir falar, como bebidas e comidas sofisticadas. É o que mostram os gastos até hoje secretos feitos para atender Dilma durante seu segundo mandato. Com base na Lei de Acesso à Informação, o Blog Vozes, de Lúcio Vaz, solicitou ao Palácio do Planalto a abertura dos arquivos que registram as despesas com cartão corporativo da petista e também de Lula e Temer. A legislação determina o sigilo de 98% das despesas da Presidência da República e a confidencialidade dura até o final do mandato.

Dos relatórios do governo Dilma saltam aos olhos gastos extravagantes, como garrafa de cachaça por R$ 380 e compra de camarão rosa tamanho GGG por R$ 230 o quilo. Há ainda o aluguel de uma lancha para passear por R$ 30 mil. Em dezembro de 2011, a gerentona viajou para a Base Naval de Aratu, no município de Salvador, para passar o réveillon e alguns dias de folga. Só com a lavagem de roupa de cama, mesa e banho foram gastos R$ 3,8 mil. Também foram gastos R$ 340 com o aluguel de filmes clássicos na Cult Vídeo. A locação de um gerador de energia elétrica para iluminar as instalações da base custou R$ 10 mil (valores atualizados pela inflação do período). Tudo pago com cartão corporativo.

Um verdadeiro séquito de servidores acompanhou a presidente, desde seguranças até empregados domésticos. A lancha utilizada por Dilma e convidados durante a sua permanência na base naval foi alugada por R$ 20,4 mil (valor da época). O relatório da viagem informa que a despesa foi paga em cash, porque o fornecedor não trabalhava com nenhum tipo de cartão de crédito.

Em janeiro de 2012, as compras para atender as necessidades do Palácio da Alvorada incluíram 6 garrafas da cachaça Havana, uma das mais famosas do país, ao preço de R$ 246 a unidade. No mês seguinte, a adega foi reforçada com 6 garrafas do espumante Freixenet Cava Premium, por R$ 91 cada; mais 6 garradas do vinho português Quinta das Tecedeiras, no valor de R$ 136 a unidade. De Araguari (MG), vieram mais 8 garrafas da cachaça Montanhosa Tonel, por R$ 280 cada.

Os alimentos mantinham a sofisticação das bebidas. No mesmo período, foram comprados no Empório Kalamares 5 kg de codorna desossada por R$ 577 e 8 kg de carrê de cordeiro por R$ 976. Na Peixaria do Guará, a mais tradicional de Brasília, além de 41 kg de côngrio rosa e pescada amarela, foram adquiridos 12 kg de camarão rosa tamanho GGG, no valor total de R$ 1,7 mil.

Na Viande Boutique de Carnes, no final de janeiro daquele ano, foram comprados 81 kg de filé mignon por R$ 5,7 mil. Uma semana depois, na mesma loja, gastaram-se mais R$ 6,2 mil com mais 89 kg de filé mignon e R$ 239 com 2,5 kg de picanha Uruguay. Houve ainda a compra de 10 kg de codorna desossada, tudo no período de um mês.

Em compras de supermercado com cartão corporativo aparecem também queijos muito especiais, como o Cablanca Holandês, por R$ 99 o quilo, e o Grana Padano, por R$ 150 o quilo. E não poderia faltar a sobremesa. Cartões corporativos já foram usados até para comprar tapioca em Brasília: em fevereiro de 2012, foram adquiridas cinco caixas de sorvete de tapioca por R$ 400.

Os cartões são usados para tudo. Naquele mesmo ano foram compradas duas coleiras por R$ 255. Dilma tinha um labrador que a acompanhou por 12 anos, de nome Nego. Nos registros há ainda aquisições de material para a manutenção da piscina do Alvorada, material da copa e cozinha, bolos e lanches variados.

Até o mês de junho de 2015, último ano completo de Dilma na Presidência, as despesas com cartão corporativo alcançaram R$ 26 milhões (em valores atualizados) — 25% a mais do que no atual governo no mesmo período. Mas, a exemplo das administrações anteriores, Bolsonaro mantém em segredo mais de dois terços das informações sobre gastos com cartões corporativos, num total de R$ 13,5 milhões.

Há, ainda, gastos com as despesas dos ex-presidente da República e com os familiares dos presidentes durante os seus mandatos. No governo Lula, a Presidência chegou a mobilizar quatro equipes simultaneamente para garantir a segurança dos filhos de sua alteza. Também foi assegurada segurança para familiares da então presidente Dilma.

Com Lúcio Vaz

quinta-feira, 11 de abril de 2024

SOBRE EMOJIS E EMOTICONS

GENTE QUE PENSA QUE SABE TUDO É UM PÉ NO SACO DE GENTE QUE SABE ALGUMA COISA.

Anunciada como alternativa para reduzir a tarifa e promover energia verde, a MP que o governo assinou na terça-feira 9 pode ser mais um tiro no pé (do consumidor). Além do texto de difícil compreensão — "é preciso uma pedra de roseta para decifrar a MP" afirmou um ex-diretor-geral da Aneel —, o alívio momentâneo (entre 3,5% e 5%, segundo o governo) vai gerar prorrogação de subsídios para empresas que não precisam e o aumento da conta de luz, a partir de 2029, em no mínimo 7%. 
Ao contrário do que o todo o setor elétrico tem defendido, Lula e seu ministro de Minas e Energia insistem em medidas isoladas e paliativas, sem ouvir a sociedade e o setor. Em vez de buscar caminhos para diminuir o preço da conta de luz dos brasileiros — uma das mais caras do mundo —, o governa cria uma despesa adicional, que fatalmente cairá no colo dos consumidores. 
Em janeiro de 2013, já de olho na reeleição, Dilma anunciou em rede nacional uma redução de 18% na conta de luz (vale a pena relembrar a íntegra do discurso da sumidade). A julgar pela MP do criador e mentor da mulher sapiens, não são só os eleitores que repetem os mesmos erros esperando resultados diferentes. Triste Brasil.

Ainda podemos digitar uma sequência de "K" (“KKKKKK”) ou de "RS" (“RSRSRSRS”), como fazíamos no tempos do ICQ e MSN Messenger, para dar a ideia de que escrevemos a mensagem em tom de brincadeira, Mas tanto as redes sociais quanto os apps mensageiros atuais suportam emoticons (combinações de caracteres de texto que formam imagens simples) e emojis (imagens coloridas e detalhadas)

Os emoticons (de "emotion + icon") surgiram nos anos 1980 e combinavam sinais gráficos  dois pontos (:), traço (-) e parêntesis — para representar rostinhos sorridentes ou amuados. Os emojis surgiram uma década depois, inspirados nos ícones que os meteorologistas usavam para indicar tempo ensolarado ou chuvoso e nos símbolos empregados em mangás (histórias em quadrinhos japonesas). 

Observação: A palavra "emoji" vem da união de "e" (), que significa imagem, e "moji" (文字), que significa letra em japonês. No kaomoji, os símbolos são formada por letras do alfabeto cirílico e outros caracteres que não integram a codificação ASCII (usada em computadores e sistemas operacionais ocidentais), daí eles aparecem para nós como um quadradinho brancoO primeiro conjunto era composto por 176 símbolos distintos, cada um com 12 pixels de resolução
 
O objetivo dos emojis é auxiliar na contextualização das mensagens — às vezes o texto dá margem a interpretações diferentes da pretendida por quem o escreveu, e um emoji pode deixar claro o tom ou a intenção por trás da mensagem 
—, mas muita gente os borrifa sem saber exatamente o que significam, já que muitos deles não representem exatamente o que parecem representar (uma dica para não errar é consultar a Emojipedia).
 
Os emojis de rosto são os mais usados. O sorriso com olhos fechados, por exemplo, sugere felicidade ou que algo é engraçado. A carinha sorridente expressa felicidade ou transmite uma ideia positiva. Os emojis de gestos são igualmente populares e podem representar diferentes ações ou sentimentos. Polegar para cima, por exemplo, funciona como um "joinha" virtual; polegar para baixo indica desaprovação ou que algo não é bom; mão acenando serve para dizer "oi" ou "tchau", e por aí vai. Os emojis de animais são menos populares, mas
 o cachorro sugere lealdade, amizade e fidelidade, enquanto o gato simboliza independência, mistério e agilidade.
 
As figurinhas mais usadas no WhatsApp variam de acordo com o país e a cultura, e algumas podem ter significados ambíguos ou ser difíceis de entender sem contexto. A senhora com a mão no queixo pode ser interpretada como pensativa, duvidosa e até descontente, e a mão com os dedos juntos costuma ser usada para representar algo pequeno, mas pode ter
 outros significados  alguns chegam a ser ofensivos em determinadas culturas.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

DE VOLTA À BANDA LARGA VIA CABEAMENTO DA REDE ELÉTRICA

QUEM PARTE, REPARTE E NÃO FICA COM A MELHOR PARTE, OU É BURRO OU NÃO TEM ARTE.

Desde meados da década passada, quando meu então parceiro Robério e eu editávamos o saudoso Curso Dinâmico de Hardware (publicado pela Editora Escala), eu anunciava “para breve” o uso do cabeamento da rede de energia elétrica na distribuição do sinal de Internet em banda larga por todos os cômodos da casa. Com isso, os usuários ficariam livres da abominável quebradeira de paredes para passar o cabeamento de rede – que naquela época era a maneira mais comum de compartilhar a conexão entre vários PCs – ou mesmo dos (bem mais recentes e amigáveis) roteadores wireless, já que essa modalidade de conexão exige apenas que o interessado espete um modem específico em qualquer tomada da casa para transformá-la num ponto de acesso à Internet.
Em dezembro de 2008, eu postei uma matéria aqui Blog dando conta de que a tecnologia ia muito bem, obrigado, e que já estava sendo testada por algumas concessionárias de energia elétrica, embora ainda dependesse de regulamentação por parte da ANATEL. Em meados do ano seguinte, publiquei uma nova matéria dizendo que era só uma questão de tempo para que a solução em questão – que já funcionava a pleno vapor em países como Estados Unidos, Espanha, França, Índia e China – favorecesse também os internautas tupiniquins, até porque a infra-estrutura necessária para a disponibilização do sinal (a própria rede elétrica) já se encontra instalada e tem penetração maior do que a de telefonia e beeeem maior do que a das TVs por assinatura. Demais disso, uma concorrência saudável sempre trás vantagens para o consumidor final, tanto em relação ao preço quanto à qualidade do serviço prestado (se não em ambas essas vertentes).
Volto agora ao assunto por conta de um newsletter que recebi em agosto passado – mas que ficou perdido na minha caixa de entrada –, que na verdade era um convite para participar da primeira Conferência Latino-Americana da HomePlug Alliance, que seria realizada no dia quatro daquele mês e reuniria empresas globais de TIC – como Cisco, Qualcomm Atheros, Duke Energy e Broadcom Corporation – em torno de tecnologias que permitem entrega de serviços de telecomunicações por meio da rede elétrica. Foi uma pena não ter dado uma sapeada por lá.

Observação: A HomePlug® Alliance integra dezenas de empresas que trabalham em conjunto para desenvolver especificações de tecnologia, programas de certificação e selos para equipamentos alimentados pela corrente elétrica. Com a tecnologia HomePlug, o cabeamento elétrico pode ser usado em ambientes residenciais para distribuir internet banda larga – além de vídeo em alta definição, musica digital, aplicações inteligentes de energia, etc. – com desempenho na casa do Gbps.

Enfim, fuçando a Web em busca de informações mais recentes, descobri que a ANATEL já regulamentou oficialmente a “nova” tecnologia, e que ela está sendo testada em diversas cidades tupiniquins. E utilizá-la é muito simples: com o Gigaset HomePlug AV200 Duo, da Siemens (veja a cara do dito-cujo na figura que ilustra este post), basta proceder à conexão dos módulos na tomada e no computador; o alcance é de 50 metros e velocidade nominal, de 200 Mbps.
No Brasil, ainda não existe um padrão definido, e não é difícil que algum desocupado de plantão resolva repetir o feito das novas tomadas, criando mais um formato “jabuticaba”, sem paradigma em parte algum do planeta.
A conferir.
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Será uma luz no fim do túnel?

Segundo a coluna de Merval Pereira (*) publicada na edição de ontem em O GLOBO sob o título O COMEÇO DO FIM, “mais uma etapa da desconstrução da hegemonia petista foi cumprida na noite de domingo com o alijamento do partido das principais funções da Câmara, como presidências de comissões ou postos na nova direção da Mesa, que será presidida, contra a vontade do Palácio do Planalto, pelo peemedebista Eduardo Cunha, que transformou a maioria megalômana que o governo teria teoricamente na Câmara em minoria de 136 votos, menos de 1/3 do plenário.

‘O governo, em uma só eleição, perdeu o controle que sempre tentou manter sobre o Legislativo e já não é possível garantir que CPIs perigosas para ele, como a da Petrobras, deixarão de funcionar, ou terão sua constituição controlada pelo governo. Mesmo por que já não se sabe mais quem é governo e quem é oposição na Câmara, e tudo terá que ser negociado ponto a ponto, com ministros responsáveis pela articulação política tendo saído desgastados desse embate para a presidência da Câmara.

‘O ministro em teoria responsável maior pelas relações institucionais, o petista Pepe Vargas, que já não tinha o apoio do próprio PT, mostrou que não se sai bem também com os demais aliados. Ainda provocou Cunha ao dizer que o presidente da Câmara "pode muito, mas não pode tudo", o que é uma verdade, mas o muito que ele pode é mais do que Pepe parece perceber.

‘Não se saiu melhor o Chefe do Gabinete Civil Aloísio Mercadante em sua primeira prova de fogo como o mais importante ministro do segundo governo Dilma, e potencial candidato à sua sucessão. O PT mal começa o governo já parece sem capacidade para comandar uma base aliada que desde a eleição presidencial dava sinais de que não caminharia unida nesse segundo mandato, conseguido às custas de desgastes institucionais que cobrarão seu custo ao longo dele.

‘A presidente Dilma, por sua vez, ampliou a distância que a separa do ex-presidente Lula, que tentou um acordo com o PMDB temendo a derrota, que afinal veio no primeiro turno, maior do que previam os articuladores governistas. O que separa Lula de Dilma não são princípios e valores, mas o pragmatismo, que o ex-presidente tem de sobra e a atual, não.

“A disputa com o PMDB, que volta a ocupar as presidências da Câmara e do Senado, leva o Palácio do Planalto a uma situação de confronto que não serve aos seus interesses imediatos e, ao contrário, serve aos do PMDB, que se prepara para apresentar candidatura própria em 2018 ou, no limite, pode ter a presidência da República no seu colo caso as trapaças da sorte encaminhem o processo de desgaste petista para um desfecho político provocado pelo julgamento do petrolão.

“A presidente Dilma tem horror a Eduardo Cunha, dizem, por sua característica marcadamente fisiológica, e teria razão se fosse esse o motivo. Mas, na presidência da República, e dirigindo um governo montado na base do fisiologismo, Dilma não tem mais o direito de alegar questões éticas para tomar decisões políticas.

“Desde quando era a chefe do Gabinete Civil de Lula, pelo menos, ela sabe como o jogo do poder é jogado e já teve a experiência dolorosa no seu primeiro governo de ter que chamar de volta ao ministério partidos que haviam sido expulsos por questões éticas. Ganhou as duas eleições a bordo de uma aliança política construída à base de mensalões e petrolões, e já não tem mais condições de convencer ninguém de que é contra esses métodos.

“Eduardo Cunha de um lado, potencialmente de oposição, e Renan Calheiros de outro, potencialmente de situação, podem trocar de lado com a maior tranquilidade, e representam a maneira de fazer política do PMDB. No embate entre correntes dissidentes nas duas eleições, o DEM assumiu sua vontade de derrotar o PT e foi com Cunha já no primeiro turno.

“O PSDB iria com ele no segundo turno, mas seguiu a máxima expressa pelo senador José Serra de que para derrotar o PT não vale qualquer coisa. Arlindo Chinaglia achou que era apoio à sua candidatura, mas na realidade Serra estava acompanhando a orientação do presidente do partido, o senador Aécio Neves, que levou os tucanos a apoiar Julio Delgado para dificultar a volta do PSB ao seio governista.

‘PSDB e PSB fizeram a coisa certa, apresentaram alternativas às candidaturas favoritas, e ajudaram a derrotar o governo, que agora tem uma base de apoio imprevisível para anos políticos imprevisíveis.


(*) Merval Pereira é colunista do GLOBO e comentarista da CBN e do Globo News, além de membro da Academia Brasileira de Letras, Academia Brasileira de Filosofia e do Board of Visitors da John S. Knight Fellowships da Universidade Stanford. 

Um ótimo dia a todos e até amanhã.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A REJEIÇÃO AO PT E A DILMA E NOSSO TRADICIONAL HUMOR DE SEXTA-FEIRA

TUDO QUE NÃO É IMPOSSÍVEL PELAS LEIS DA NATUREZA É PASSÍVEL DE ACONTECER UMA HORA QUALQUER.

Parece que a merda chegou ao beiço e que não há como sanear o esgoto em que se transformaram a política e os políticos tupiniquins – com raras honrosas exceções, naturalmente.
No entanto, talvez você reveja seus conceitos à luz das ponderações publicadas no Estadão por Saulo Queiroz (ex-PFL e atual PSD), prenunciando a derrota inexorável de Dilma nas eleições de outubro.

A última pesquisa Datafolha mostrou a extensão de uma doença que avança pelo País: a rejeição ao PT e a Dilma. Como são duas entidades diferentes, não é fácil saber qual é depositária do percentual mais forte, mas há indícios de que a rejeição ao PT seja de controle mais difícil.
Outro aspecto que fica claro é sua susceptibilidade ao contágio, que aumenta com maior velocidade nos grandes conglomerados urbanos, mas avança também, mais lentamente, nas pequenas cidades e até em espaços que pareciam imunes, como o Nordeste, onde a rejeição a Dilma alcançou incríveis 23%.
Para se ter uma ideia do que isso significa vale lembrar que na eleição presidencial passada, em pesquisa Datafolha de 23.07.2010, a rejeição a Dilma em todo o País era de 19%. Nesta última pesquisa já alcança 35%, quase o dobro de igual período em 2010.
Para uma identificação mais precisa do depositário da maior taxa de rejeição, se o PT ou Dilma, é preciso uma rápida caminhada pelo País, começando pelo Sul. O PT tem candidato nos três Estados, mas apenas no Rio Grande do Sul seu candidato está em segundo lugar nas pesquisas.
No Paraná e Santa Catarina estão em terceiro. No Sudeste, o desempenho é pífio em São Paulo com Alexandre Padilha, sofrível no Rio de Janeiro, com Lindhberg Farias ,em quarto lugar, e sem expressão no Espírito Santo.
Apenas em Minas Gerais, com Fernando Pimentel, apresenta um desempenho satisfatório, mas a lógica é que ele não resistirá a máquina de moer carne que o espera, com Aécio Neves crescendo nas pesquisas para Presidente, um candidato ao governo, Pimenta da Veiga, de boa história, e um ao Senado, com a qualidade e aprovação de Antonio Anastasia, o governo do Estado e a maioria de deputados.
No Nordeste seu candidato na Bahia, maior colégio eleitoral da região está muito atrás do candidato do DEM. É segundo no Ceará e apenas no Piauí mantém folgada liderança. Nos demais Estados apoia candidatos de outras legendas, o que significa dizer que nestes quatro anos não consolidou personagens estaduais para concorrer ao cargo de governador, o que demonstra fragilidade partidária.
A pergunta que fica é: que culpa cabe à presidente Dilma por esta fragilidade do PT em seu principal reduto eleitoral, que é o Nordeste. Penso que muito pouca. No Norte, afora o Acre onde pode reeleger o governador, não tem presença de destaque nos principais colégios eleitorais, visto que apoia o PMDB no Pará e Amazonas, além de fazer o mesmo em Tocantins.
No Centro Oeste tem candidato a reeleição no Distrito Federal com baixa perspectiva, em Goiás sem nenhuma e no Mato Grosso não tem candidato. Apenas em Mato Grosso do Sul tem perspectivas concretas de vitória porque seu candidato, o senador Delcídio Amaral, está bem a frente nas pesquisas e tem baixa rejeição. A questão é saber até onde ele resistirá ao processo de contaminação, visto que o Estado é vizinho de São Paulo e Paraná, onde é virulenta a rejeição ao PT – a maior em todo o País. Há que se vacinar para controlar o contágio.
Finalmente, é quase chocante que um partido que comanda o País há 12 anos, tenha favoritismo para eleger apenas três governadores, em Estados de pequena densidade eleitoral e dois senadores. Cinco em 54 disputas majoritárias. Quase nada. A pergunta, repetitiva, é se foi Dilma a responsável por uma rejeição que se estendeu por todo o Pais ou se foi o PT o principal responsável pela rejeição de Dilma. Não vale dizer que as duas se encontram.
 A verdade é que estes últimos quatro anos de governo da presidente Dilma foram marcados por dificuldades na economia, não só aqui no Brasil, mas em quase todo mundo. Evidente que o governante paga uma conta que nem sempre é sua, como aconteceu nas eleições realizadas na Europa, mas é do jogo da política.
Lula presidente, a economia bombou, ele soube tirar proveito político disso e se tornou quase um ídolo no País. E ainda arrastou seu PT para o bom caminho da vitória nas eleições de 2010. Mas será que as dificuldades de Dilma, a baixa avaliação de seu governo, seria a causa principal para o desgaste do Partido em quase todos os Estados ou será que a causa é mais além?
Com certeza, mais além. No período do governo Dilma o País viveu o episódio que representou o maior massacre pelo qual já passou um partido na história política desse País: o julgamento do mensalão. Meses e meses de intensa cobertura de televisão, rádios e jornais de um julgamento onde o principal réu acabou se tornando o PT.
Engana-se quem acha que isto não teve grande importância. Teve sim e pensar o contrário é um menosprezo à opinião pública. Evidente que foi determinante para criar esse vírus da rejeição ao PT, que se espalha pelo País. A bem da verdade, nem Dilma nem seu governo têm qualquer coisa a ver com o mensalão. Ela, como muitos outros candidatos petistas, é apenas uma vítima.
Quanto à eleição presidencial deste ano, o quadro caminha para um desfecho trágico para o PT e sua candidata. Quem estiver olhando para os números atuais das pesquisas e avalia que o contexto é de indefinição comete um erro básico de julgamento.
Há um status totalmente diferente entre os competidores, porque Dilma é conhecida por 99% dos eleitores, ao passo que 19% desconhecem Aécio e 36% nunca ouviram falar em Eduardo Campos. Todos os dados das pesquisas atuais mostram apenas a notória rejeição da candidata à reeleição. Aécio e Campos devem ser reavaliados à luz do horário eleitoral. Se retrocedermos até meados de 2010, veremos que havia um empate entre Dilma e Serra, ambos com 36% da preferência dos eleitores. Em 15.09, com 25 dias de horário eleitoral, Dilma subiu para 50% e Serra caiu para 27%.
Enfim, em meados de setembro, quando todos conhecerem melhor Aécio e Campos, os números serão diferentes, e é bem provável que Dilma esteja  preocupada em garantir sua presença no segundo turno, já que não haverá nenhuma perspectiva de vitória no primeiro.

Para encerrar, nosso humor de sexta-feira:

Na Câmara, ainda no Rio, quando seu presidente Ranieri Mazzini deu a palavra a Carlos Lacerda, o representante do Distrito Federal, deputado Bocaiúva Cunha, gritou ao microfone: – Lá vem o purgante! –, provocando risos no plenário. Ao que Lacerda respondeu: – Os senhores acabaram de ouvir o efeito! –, arrancando gargalhadas até dos adversários.

Certa vez, Einstein recebeu uma carta da Miss New Orleans, que dizia:
- Professor, nós deveríamos ter um filho, pois ele certamente herdaria a minha beleza e a sua genialidade.
Einstein respondeu:
- Querida miss New Orleans, o meu receio é que nosso filho viesse a ter a sua inteligência e a minha beleza.

Quando Churchill fez 80 anos, um jovem rpeorter foi fotografá-lo e disse:
- Sir Winston, eu espero tornar a fotografá-lo nos seus 90 anos.
Ao que Churchill respondeu:
- Por que não? Você me parece bastante saudável…

Sendo homenageado por ter vencido uma importante batalha durante a Segunda Grande Guerra, o general Montgomery disse em seu discurso:
- Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói.
- Churchill ouviu o discurso e retrucou:
- Eu fumo, bebo, prevarico e sou o chefe dele!

Aconteceu num discurso de Churchill em que estava presente a deputada oposicionista Lady Asfor, que lhe pediu um aparte. Churchill detestava que interrompessem seus discursos, mas concedeu a palavra à deputada, que disse em alto e bom som:
- Senhor Ministro, se V.Exa. fosse meu marido, eu colocava veneno no seu chá!
Churchill respondeu:
- Nancy, se eu fosse seu marido, tomaria esse chá com o maior prazer.

Telegrama de Bernard Shaw para Churchill, seu desafeto:
"Tenho o prazer e a honra de convidar digno Primeiro-Ministro para primeira apresentação minha peça Pigmaleão (que se transformaria no musical My Fair Lady). Venha e traga um amigo, se tiver.
Resposta de Churchill:
"Agradeço ilustre escritor honroso convite. Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver.

Bernard Shaw estava em uma festa onde discutia com amigos a prostituição, e a maioria concordava com sua opinião, no sentido de que fazer qualquer coisa por dinheiro seria justificável, desde que o preço fosse alto o suficiente.
- Pois eu discordo – disse uma participante da discussão.
- Ah, sim? – Perguntou Sir Bernard. – Quer dizer que a senhorita não iria para a cama comigo por, digamos, um milhão de libras?
- Um milhão é uma quantia bastante tentadora; acho que eu não teria como recusar.
- E por cinco libras, você iria? – replicou Sir Bernard.
- Certamente que não – respostou a mulher. – O que o senhor acha que eu sou? Uma puta?
- O que a senhorita é nós já estabelecemos na questão anterior – respondeu Sir Bernard. – Resta agora descobrir seu preço.

E para aqueles que misturam política com religião, aqui vai mais uma:



Bom final de semana a todos.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

SOBRE DILMA, O “CASO GEMINI” E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

CONFORME EU DISSE HÁ ALGUNS DIAS, O CASO DA GEMINI ― nebulosa parceria entre a Petrobras e a White Martins para produzir e comercializar gás natural liquefeito (GNL) ― é ainda mais delicado para Dilma que o de Pasadena. Primeiro, porque a maracutaia se deu quando ela era ministra de Minas e Energia do governo Lula e presidia o Conselho de Administração da Petrobras; segundo, porque inúmeras provas documentais irrefutáveis dão conta de que ela foi enfaticamente alertada sobre a rapinagem que estava sendo praticada na área que comandava. Dizer que não sabia não convenceria nem mesmo a finada Velhinha de Taubaté, e ainda que assim não fosse, só comprovaria (mais uma vez) sua total incompetência para exercer tão destacadas funções no governo (para mais detalhes sobre esse episódio, clique aqui).

E para atrapalhar ainda mais o sono dessa senhora ― que, vale lembrar, perderá o direito a foro privilegiado quando for definitivamente defenestrada ―, o episódio GEMINI é alvo de denúncia formal nos EUA, onde já está sendo analisado pela Securities and Exchange Commission norte-americana.

O mais curioso é que, mesmo assim, Dilma continua insistindo na tresloucada tese do “golpe” ― besteirol aplaudido pela “militância” que tanto a admira ―, como se ela não fizesse parte de um partido corrupto que há mais de uma década patina em sucessivos escândalos, não tivesse sido eleita e reeleita em campanhas financiadas com dinheiro sujo, e o crime que originou seu impeachment não fosse previsto em lei e seus ritos não tivessem sido chancelados pelo STF. Em síntese: falar em “golpe” a esta altura do campeonato, é afrontar a Câmara, o Senado e a nossa mais alta Corte de Justiça.

Todavia, em se tratando da mulher sapiens, admiradora do ET de Varginha e das Galáxias do Rio de Janeiro, nefelibata da mandioca e estocadora de vento, tudo é possível, até mesmo chegar à presidência do Brasil das Maravilhas. Falando nisso, é difícil entender por que o molusco de nove dedos, que deixou o Planalto com a popularidade nas alturas e, portanto, podia ter indicado praticamente qualquer pessoa para sucedê-lo, foi escolher justamente Dilma Vana Rousseff. Dizem que a criatura conhece segredos cabeludos do criador (e vice-versa), mas eu não sei até que ponto... Enfim, o fato é que, à luz de sua trajetória política (*), Dilma jamais deveria ter sido eleita presidente de coisa alguma, e muito menos reeleita. Aliás, só mesmo ela, que sempre se esmerou em não perder uma única oportunidade de errar, não enxergou o tamanho da encrenca que estava criando para si própria ao “fazer o diabo” para se manter no trono por mais quatro anos.

Dos 54,5 milhões de eleitores que votaram nessa fraude – fato que a presidanta não deixa de mencionar sempre que se refere ao “golpe” que resultou no seu afastamento ― não há muito o que dizer, pois, tirando os petistas de carteirinha, os demais que votaram nela foram engabelados pelo mais escandaloso caso de estelionato eleitoral da nossa história.

(*): Sem saber atirar, Dilma virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, faz posse de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque, e sem ter tido um único voto na vida, virou candidata à Presidência.

Por ter ocupado cargos gerenciais na maior parte da sua “vida pública”, a imprestável aprendeu a mandar e logo agregou às suas muitas “virtudes” o pedantismo, a arrogância e a agressividade. Subordinados afirmam que ela queria tudo “para ontem” e achava que entendia de qualquer assunto (“Te dou meio segundo para me trazer essa informação”; “O que ocê tá falando é besteira”; “Ocês só fazem merda, pô!”, e por aí afora). Se contrariada, interrompia prontamente o interlocutor (“Ô, ô, querido, negativo, pode parar já!), e em seus rompantes de fúria, chegava a atirar objetos nas pessoas (grampeadores do seu gabinete tiveram de ser repostos incontáveis vezes). Segundo um de seus assessores mais próximos, ela “jamais disputou uma prévia nem enfrentou uma campanha antes de virar presidente; recebeu o cargo numa bandeja e não teve de aprender a seduzir”. Nos dias que precederam o desembarque do PMDB do governo, ao sugerir que a chefa pedisse ajuda a Michel Temer, o esbirro Jaques Wagner obteve a seguinte resposta: Nunca ouvi uma ideia mais ridícula”.

Mas nada disso fará com que a mulher sapiens deixe de achar sua deposição injusta e, mais uma vez, como sói acontecer com os petistas em geral, terá certeza de que os outros é que estão errados.

Vade retro, Satanás!