EM RIO QUE TEM PIRANHA JACARÉ NADA DE COSTAS.
Registros (teóricos) de programas capazes de se autorreplicar existem desde meados do século passado, mas o termo "vírus" só foi adotado em 1980. Posteriormente, a diversificação das pragas resultou na criação o termo "malware" — de MALicious softWARE — para designar vírus, worms, trojans, spywares, keyloggers, rootkits e qualquer outro software malicioso (mais detalhes em Antivírus - A História).
Cientes de que guardamos fotos, vídeos, contatos, mensagens, histórico de navegação, informações bancárias, senhas, dados de saúde etc., os cibervigaristas se valem da engenharia social para roubar informações sensíveis.
Manter o sistema e os aplicativos atualizados, evitar fazer root no aparelho, ativar o bloqueio de pop-ups, instalar um software antimalware confiável, não baixar arquivos de origem duvidosa nem clicar em links suspeitos é meio caminho andado, mas não impede ataques do tipo "clique zero", que dispensam qualquer ação do usuário. Existem mais opções de ferramentas de segurança para Android do que para iOS, já que o código proprietário torna o sistema da Apple menos vulnerável — mas nem por isso ele é uma fortaleza inexpugnável.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Em 2018, impulsionado pelas perversões do petrolão, Bolsonaro ria quando Augusto Heleno cantarolava "se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão." Hoje, o bolsonarismo aplaude o ex-senador RomeroJucá, que se recusou a participar de uma "suruba seletiva" em 2017. "Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba" disse o emedebista a um interlocutor, sem saber que a conversa estava sendo gravada.
A arruaça que fechou o Congresso por 30 horas terminou em orgia, com corruptos e golpistas num mesmo tanque com água suja e esperneando do mesmo modo. Não há mais flatulência em um lado que no outro; ambos aceitam tudo, exceto conjunção criminal com o STF. Mas a orgia do fim do foro chega tarde para Bolsonaro — na bica de ser condenado, dificilmente se beneficiaria do arranjo. Seus operadores avaliam que, livres do Supremo, os larápios do orçamento se sentiriam mais à vontade para anistiar o golpismo, mas o Centrão se propôs a debater a anistia sem compromisso de aprovação.
O bolsonarismo corre o risco de terminar como um personagem da música que inspirou a frase de Jucá, cujo verso mais pungente fala do drama de uma alma atormentada que se meteu numa suruba portuguesa:
"Já me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém."
O spyware pega carona em mensagens de phishing e explora brechas em aplicativos como o WhatsApp, por exemplo, visando usar a câmera e o microfone para transferir as informações roubadas aos criminosos. Na maioria dos casos, o próprio usuário instala esses programinhas disfarçados de joguinhos, blocos de notas ou outros apps aparentemente inofensivos, mas um cônjuge ciumento — ou uma mãe "zelosa" pode se aproveitar de um descuido do parceiro — ou do filho para instalar para os "espiões".
Se uma ferramenta antimalware não der conta do recado, tente localizar (e eliminar) o suspeito através da lista de aplicativos instalados — mas não remova nada sem antes fazer uma busca no Google, sob pena de excluir algum componente essencial do sistema operacional. Em último caso, resta reverter o celular às configurações de fábrica.
Para manter a segurança e a privacidade dos dados, toque em Configurações > Aplicativos > Permissões de Aplicativos, verifique as permissões concedidas e desative tudo que for desnecessário. Evite acessar a Internet por redes Wi-Fi públicas, utilize uma VPN para criptografar sua conexão e proteger seus dados contra interceptações. Mas convém escolher um serviço de boa reputação e que ofereça protocolos de segurança robustos — como OpenVPN ou WireGuard.
Golpes via WhatsApp ficam mais sofisticados a cada dia. A autenticação em duas etapas (2FA) não faz milagres, mas ajuda um bocado. Para ativá-la, abra as configurações do aplicativo, toque em Conta > Verificação em duas etapas, crie uma senha de seis dígitos que seja fácil de memorizar — e não a compartilhe com ninguém, pois namoros terminam, noivados se rompem, casamentos acabam em divórcio, parceiros se tornam desafetos, e baú aberto não protege tesouro.
Configure seu celular para bloquear automaticamente a tela após um período de inatividade (de 30 segundos a 1 minuto), use a impressão digital ou o reconhecimento facial como forma de desbloqueio, crie backups semanais ou quinzenais e baixe aplicativos somente da Apple Store, no caso do iOS, ou da Google Play Store e das lojas oficiais dos fabricantes, no caso do Android — e jamais deixe o aparelho dando sopa ou tire os olhos dele se emprestá-lo a um desconhecido.
A boa notícia é que, na pior das hipóteses, restaurar o celular às configurações de fábrica fará com que tudo volte a ser como dantes no quartel de Abrantes.
Boa sorte.