sábado, 2 de abril de 2022

O BRASIL E O PRIMEIRO DE ABRIL



Dia da Mentira é celebrado em alguns países ocidentais, entre os quais o Brasil. Pregar peças (pranks) durante o Fool's Day (Dia dos Tolos) é uma prática que foi importada dos EUA pelos tupiniquins. Mas o Brasil é um ponto fora da curva em muitos sentidos, e 2022 é mais um ano atípico. Até porque é ano de eleições gerais.


Escrevo este texto na manhã de 1º de abril. Na véspera, aniversário do golpe militar de 1964, o general Braga Netto, que se desincompatibilizou do cargo de Ministro da Defesa para disputar a vice-presidência na chapa encabeçada por Bolsonaro, publicou uma ordem do dia celebrando um "movimento" e um "marco histórico da evolução política brasileira"


Ainda segundo o conspícuo general, os militares agiram para "restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil", embora não haja qualquer evidência histórica que sustente tal afirmação. E Bolsonaro, que se elegeu presidente em 2018 assegurando, entre outras promessas que não cumpriu, acabar com o instituto da reeleição, rosnou que o pleito presidencial de outubro próximo será “uma guerra do Bem contra o Mal”. 


Observação: A nota do general não diz, mas a ditadura militar foi um período de turbulência, de violência arbitrária e de gestão econômica irresponsável. Trouxe recessão, explosão da dívida externa e hiperinflação. Falar em amadurecimento político em uma ditadura é ridículo. Dizer que “trouxe paz”, só se for a paz dos cemitérios. Dizer que o regime observou “o regramento constitucional” é mentira: a ditadura rasgou a Constituição de 1946, criou uma Constituição espúria e, ao praticar a tortura e baixar atos institucionais, não respeitou nem essa própria Constituição.

 

Costuma-se dizer que nunca se mente tanto quanto numa guerra, durante uma campanha eleitoral e depois de uma pescaria. No Brasil, as mentiras — que de um tempo a esta parte passaram a ser chamadas de fake news — tornaram-se o way of live de políticos ímprobos, que, nunca é demais lembrar, não brotam nos gabinetes por geração espontânea; estão lá por obra e graça do esclarecidíssimo eleitorado tupiniquim. 


Quando li que a Polícia Federal chegou à conclusão de que Bolsonaro não cometeu crime por interferências na instituição, pensei tratar-se deu uma clássica pegadinha de 1º de abril. Segundo o relatório, a despeito de todos os dados analisados, de todas as perícias realizadas e das 18 pessoas ouvidas em quase dois anos de investigação, nenhuma prova foi encontrada — as testemunhas alegaram não ter recebido pedidos para interferir ou influenciar investigações da PF. 

 

Vale lembrar que o próprio Bolsonaro confessou, em reunião ministerial gravada no dia 22 de abril no Palácio do Planalto, sua tentativa de interferência. Num trecho da gravação, ele detalhou que as mudanças ilegais na PF eram para proteger seus filhos. “É a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira.” 

 

Em outra oportunidade, Bolsonaro minimizou a repercussão dada pela imprensa a sua participação numa manifestação realizada defronte ao Quartel General do Exercito — que chamou de “Forte Apache” — em prol de uma intervenção militar no Brasil. E ainda afirmou que “o AI-5 não existe”. Ano passado, dias antes das comemorações do Dia da Independência, vociferou que haveria uma ruptura se o STF agisse fora das “quatro linhas da Constituição”. Seus discursos no dia 7 de setembro — tanto na Praça dos Três Poderes, em Brasília, quanto na Avenida Paulista, em São Paulo — foram assustadores. Mas ninguém fez nada a respeito. 

 

A despeito de ser o presidente que mais vituperou o Estado Democrático de Direito, o STF e o Congresso Nacional desde a redemocratização, de colecionar mais de 140 pedidos de impeachment, de ser alvo de seis inquéritos e de ter sido acusado pela CPI do Genocídio pela prática de mais nove crimes (comuns e de responsabilidade), Bolsonaro não só continua no cargo como é candidatíssimo à reeleição. E como nada é tão ruim que não possa piorar, de duas, uma: ou essa tragédia se prolonga por mais quatro anos, ou amargamos a volta do ex-presidiário mais famoso desta banânia, ora paramentado com a esdrúxula plumagem de “ex-corrupto”. E isso não é pegadinha de primeiro de abril.

 

Contando, ninguém acredita, mas também não é pegadinha de primeiro de abril: O deputado bolsonarista Daniel Silveira — que se entrincheirou na Câmara dos Deputados para descumprir decisão judicial que determinou o uso de tornozeleira eletrônica (e só desarmou o circo depois que o ministro Alexandre de Moraes estipulou uma multa de R$ 15 mil por dia e mandou bloquear as contas bancárias do parlamentar) — não só compareceu ao evento de despedida dos ministros que deixaram os cargos para disputar as eleições de outubro como foi defendido pelo presidente


Não podemos aceitar o que vem acontecendo passivamente. Ele [Daniel Silveira] pode ser preso? Deixa para lá. Pode ter os bens retidos? Deixa para lá. Vai chegar em você”, discursou Bolsonaro, que também fez eco às aleivosias de Braga Netto. E sem citar nominalmente nenhum ministro do STF, mas fazendo uma clara alusão a Barroso e Moraes, seus principais desafetos, rugiu o leão do Bolsonaristão: “Cala a boca, bota a tua toga e fica aí sem encher o saco dos outros...

 

Triste Brasil neste primeiro de abril.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

O MEC, AS IDAS E VINDAS DE DORIA E DE MORO E O FANTASMA DO GOLPE



 

Em 1986, quando acompanhou o então presidente Sarney numa visita oficial a Portugal, o saudoso deputado Ulysses Guimarães comentou com os anfitriões que o direito ao voto no Brasil havia sido estendido aos analfabetos, e ouviu de um interlocutor que "em Portugal não havia analfabetos".


A despeito do Mobral, do Projeto Minerva e de outros programas que tais, a educação nunca foi prioridade para o governo brasileiro. Até porque povo politizado reivindica e não vota em populistas demagogos. O MEC sempre teve mais serventia como moeda de troca e cabide de emprego do que qualquer outra coisa. Para a população, que é quem paga a conta, a pasta é tão “útil” quando o ministério da marinha do Paraguai


A descoberta de que pastores comandavam um balcão de verbas derrubou o ministro-pastor Milton Ribeiro e levou o presidente fazer por pressão o que deixou de fazer por obrigação. Resta saber quem vencerá o cabo de guerra que tem como prêmio o orçamento bilionário do ministério ora acéfalo. Tanto o Centrão quanto a Bancada Evangélica estão de olho na cadeira ocupada interinamente por Vitor Godoy Veiga. 

 

Mudando de um ponto a outro: João Doria desistiu de concorrer à Presidência. A princípio, ele não ia sequer disputar a reeleição para o governo de São Paulo, segundo foi veiculado na manhã de ontem. O Estadão disse ainda que o tucano deixaria o PSDB e que Garcia, surpreendido pela notícia, pediu demissão da Secretaria de Governo.

 

Comenta-se nos bastidores que a decisão foi uma jogada do governador para tentar obter apoio público do partido e de aliados à sua candidatura presidencial. Apesar de ter ganhado as prévias tucanas para ser o candidato à presidência, Doria sofria com a falta de apoio dentro do ninho, onde a ala encabeçada por Aécio Neves vem manifestando apoio a Eduardo Leite — que renunciou ao governo gaúcho na última segunda-feira e anunciou que não deixará o partido


No Brasil, os políticos não confirmam sentados o que disseram em pé. Demais disso, nunca se mente tanto quanto antes de uma guerra, durante eleições e depois de uma pescaria. Doria ficou de falar à imprensa no final da tarde (de ontem) e, como diz o bordão da BandNews, em um segundo tudo pode mudar. 


AtualizaçãoApós carta da direção do PSDB, o governador de São Paulo voltou atrás e manteve a ideia original de renunciar ao cargo para ser candidato à Presidência da República este ano. O anúncio oficial foi feito às 16h de ontem. Por outro lado, lideranças do Podemos acusaram Sergio Moro de trair a sigla ao migrar para o União Brasil depois de ser pressionado a trocar seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Mais um pré-candidato à presidência que abandona a “duvidosa terceira via” pela “quase certeza de sucesso” na disputa por uma cadeira no Senado ou na Câmara Federal. Ou não (clique aqui para mais detalhes). Resta saber se Doria vai mesmo continuar no páreo e quais serão as consequências da desistência de Moro (caso ela se confirme) na campanha do tucano.


Também nesta quinta-feira 9 ministros do governo Bolsonaro se desincompatibilizam do cargo em busca de novos pastos — no Senado, na Câmara ou num governo estadual. Seria uma ótima notícia se a escolha dos substitutos não ficasse à cargo do mandatário de fancaria: quando o problema é o burro, de nada adianta trocar as rodas da carroça.


Mas isso é do mais o menos. Preocupante mesmo é a recaída de Bolsonaro, que voltou a ameaçar o Judiciário quanto ao resultado das eleições no mesmo dia que a alta cúpula dos fardados publicou nota chamando o golpe de 1964 de "marco histórico da evolução política brasileira".

 

Em seus últimos discursos, o presidente vem dando a impressão de que deve aproveitar a reforma ministerial para ampliar sua influência no comando do Exército — aos desavisados, vale lembrar que estamos em ano eleitoral, que o capitão concorrerá à reeleição e que todas as pesquisas dão como favas contadas a vitória do ex-presidiário de Curitiba —, o que explica a promoção do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, atual comandante do Exército, para o cargo de ministro da Defesa. Basta ler as entrelinhas para perceber que o fantasma do golpe volta a nos assombrar qual egum mal despachado.

 

Bolsonaro é useiro e vezeiro em defender o voto impresso, inventar mentiras sobre as urnas que o elegeram para sucessivos mandatos, insinuar que as FFAA colecionam indícios de suposta vulnerabilidade do sistema eleitoral e atacar ministros que do STF e do TSE — tendo inclusive chamado publicamente Luís Roberto Barroso de filho da puta e Alexandre de Moraes de canalha — isso não é “liberdade de expressão”, mas sim “avacalhação”. 

 

Quem dá asas a cobra arrisca-se a ver o ofídio voar. Nenhum presidente da “Nova República” vituperou tanto a democracia e flertou tanto com o golpe como Bolsonaro. Em qualquer democracia que se desse minimamente ao respeito, os discursos do último Sete de Setembro resultariam no afastamento do cargo e abertura de inquérito. Curiosamente, os ataques do capitão não produziram maiores consequências para além de escancarar suas reais intenções — ou alguém ainda acredita que haverá transição pacífica de poder se Bolsonaro permanecer no cargo até 1º de janeiro do ano que vem? 

 

Observação: O ministro Luiz Fux fez um dos discursos mais incisivos da história do STF, mas que deveria ter sido feito em 2019, quando o presidente participou de manifestações antidemocráticas na porta do QG do Exército. 

 

"Nós defendemos a liberdade [...] até com o sacrifício da própria vida", bradou Bolsonaro, na última quarta-feira, uma claque de potiguares convertidos. Quem o ouvia pensava que o regime estivesse prestes a entrar em colapso. Não se sabe que surpresas o mandrião palaciano prepara para o final do ano, mas é impossível deixar de notar que há um quê de Donald Trump em sua retórica. 

 

Nos Estados Unidos, a insurreição que se seguiu à derrota eleitoral de Trump durou seis horas e produziu mortes e vexames. Hoje, despacha na Casa Branca o rival Joe Biden. Bolsonaro talvez aproveitasse melhor o seu tempo concentrando-se nos planos para virar votos, não a mesa.


Para concluir: Diogo Mainardi postou n'O AntagonistaO bolsonarismo comemora uma quartelada bananeira de seis décadas atrás. O país do futuro não tem um futuro, só tem um passado – e ele é medonho. De fato, para se livrar de Jair Bolsonaro, que se inspira nos crimes da ditadura, o eleitorado está disposto a votar em Lula, que evoca o movimento contra a ditadura, de quatro décadas atrás, enquanto apaga os crimes da Odebrecht. O tempo não passa – nem no Piaget. Vamos continuar ocultando cadáveres pelas próximas seis décadas.

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 3)

O POVO DIZ QUERER HONESTIDADE NA POLÍTICA, MAS AS PESSOAS NÃO SABEM VOTAR NEM SER HONESTAS COM O PRÓXIMO. COMO A POLÍTICA É O REFLEXO DO SEU POVO, CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.


O Windows 11 ficou mais bonito  e mais “palatável” para quem ingressou no universo digital através do smartphone. Mas efeitos de transparência e cantos arredondados nas janelas passam despercebidos para usuários menos atentos. Barra de Tarefas centralizada (como no iOS), com o widget do clima posicionado na extremidade esquerda (onde tradicionalmente ficava o botão Iniciar) desagradou a muita gente, quando mais não seja porque basta “esbarrar” o cursor sobre o ícone do tempo para 1/3 da área de trabalho ser obstruído pelo painel “notícias e interesses”. 

A tendência é deixamos de cometer esse "erro" depois que nos acostumamos com a nova localização do botão Iniciar, mas é possível contornar o problema a qualquer tempo acessando as Configurações da barra de tarefas e selecionando “Esquerda” em Alinhamento da barra de tarefas (não é necessário reiniciar o computador para efetivar esse ajuste). 

Outro detalhe que merece menção é o "sumiço" de diversas funções providas pela Barra de Tarefas que nos habituamos a usar nas versões anteriores do sistema. Arrastar ícones com o mouse para criar atalhos na área de lançamento rápido da barra, por exemplo, não é mais possível. Também não se pode mais arrastar a própria barra para alinhá-la à borda superior ou às laterais da tela, nem reduzir sua altura ou modificar o tamanho dos botões. 

Claro que usuários tarimbados podem fazer tudo isso e muito mais editando o Registro do Windows, mas é bom lembrar aos mais afoitos que qualquer alteração indevida ou mal sucedida nesse importante banco de dados dinâmico pode desestabilizar o sistema ou mesmo impedir a reinicialização do computador. 

Considerando que algumas das funções suprimidas serão restabelecidas ao longo das próximas atualizações, o risco inerente à manipulação do Registro não justifica o benefício. Por outro lado, reduzir o consumo de memória RAM é um procedimento simples e produz resultados que compensam o trabalho, sobretudo em sistemas que dispõe de menos de 8GB de memória, como é o caso da maioria dos computadores de "entrada de linha". Para isso, basta pressionar as teclas Win+I para acessar as Configurações, clicar em Personalização > Barra de Tarefas e desativar as funções Widgets e Bate-papo. Sugiro aproveitar o embalo para desativar o início rápido do MS Edge: com o navegador aberto, clique nos três pontinhos, depois em Configurações e, em Sistema e Desempenho, desligue a chavinha que controla o Início rápido.

Para além das atualizações de qualidade (Patch Tuesday) que a Microsoft libera todos os meses, (sempre na segunda terça-feira), espera-se para breve uma atualização de conteúdo com grandes mudanças e novos recursos. Segundo o Windows Latest, a nomenclatura 22H2 indica que o lançamento será no segundo semestre. Quem não quer esperar até lá — e não se importa com o fato de os pioneiros serem reconhecidos pela flecha espetada no peito — pode testar os novos recursos inscrevendo-se no Windows Insider.

Continua...

quinta-feira, 31 de março de 2022

LULA LÁ... DE NOVO!



Os bombardeiros em Kiev até podem ter diminuído após o arremedo de acordo fechado entre Rússia e Ucrânia na última terça-feira, mas, na quarta, o que continuou rolando foi a guerra no nível do chão. E a batalha econômica, é claro.

No Brasil, a campanha presidencial ainda não começou oficialmente, mas já dá mostras de que será a mais suja e sangrenta da história. A baixaria campeia solta — a exemplo da profusão de fake news que os pré-candidatos e seus acólitos espalham como quem joga merda no ventilador. 

Um bom exemplo é o debate entre sujos e mal lavados sobre a lama do Congresso. De um lado, o ex-presidiário de Curitiba — que ora ostenta a bizarra condição de “ex-corrupto” —; do outro, o dublê de mandachuva do Centrão e ministro-chefe da Casa Civil.


Observação: João Doria desistiu de sua pré-candidatura à Presidência e tampouco vai tentar a reeleição ao governo do Estado de São Paulo. Sua decisão revoltou aliados do vice Rodrigo Garcia, que pressionam pela saída de Doria do cargo e falam até em impeachment. Como governador, Garcia teria a mídia espontânea do cargo e possibilidade de negociar com a caneta na mão. 


AtualizaçãoApós carta da direção do PSDB, o governador de São Paulo voltou atrás e manteve a ideia original de renunciar ao cargo para ser candidato à Presidência da República este ano. O anúncio oficial foi feito às 16h de hoje. Por outro lado, lideranças dPodemos acusaram Sergio Moro de trair a sigla ao migrar para o União Brasil depois de ser pressionado a trocar seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Mais um pré-candidato à presidência que abandona a “duvidosa terceira via” pela “quase certeza de sucesso” na disputa por uma cadeira no Senado ou na Câmara Federal. Ou nãoclique aqui para mais detalhes. Resta saber se Doria vai mesmo continuar no páreo e quais serão as consequências da desistência de Moro (caso ela se confirme) na campanha do tucano.


Discursando no Paraná para uma plateia companheira, Lula declarou que o Congresso é o pior que já tivemos na história do Brasil. "Eles [os parlamentares] criaram umas coisas chamada orçamento secreto, que é um orçamento lesa-pátria." Lula reclamar de roubalheira em governo alheio é o mesmo que Marcola, chefe do PCC, imputar crimes à facção arquirrival Comando Vermelho, mas vale tudo nesta republiqueta de bananas. 


Ciro Nogueira perguntou no Twitter: será que Lula "esqueceu do mensalão?"  Já Arthur Lira, sob cujo buzanfã dormem o sono eterno mais de 140 pedidos de impeachment em desfavor do sociopata do Planalto, disse que o petista “conversa com pessoas erradas” — numa alusão ao senador Renan Calheiros, desafeto de Lira na ilibada política alagoana. Rodrigo Pacheco, o presidente do Senado que desistiu de se lançar candidato à Presidência da República, tachou a avaliação do demiurgo pernambucano de "deformada, ofensiva e sem fundamento".


Josias de Souza relembra que no passado, quando queria subjugar os congressistas, a ditadura fechava o Congresso. Desde a redemocratização, o Executivo passou a comprar o Legislativo. Lula levou a experiência às fronteiras do paroxismo, remunerando seus apoiadores com o Mensalão e o Petrolão. Sob Bolsonaro, o melado passou a escorrer por dentro do orçamento, com as emendas secretas.


Ciro Nogueira e Arthur Lira, aliados de todos os governos desde a chegada das caravelas, participaram do saque. O chefe do PP e da Casa Civil confunde amnésia com consciência limpa quando alfineta Lula por ter esquecido o mensalão e se abstém de mencionar o Petrolão — escândalo no qual o partido em cujas fileiras Nogueira milita ao lado de Lira alcançou o topo do ranking de encrencados.


Pacheco, que preside o Senado e comanda o Congresso, fala de "deformação" sem dar um pio sobre as emendas secretas do orçamento paralelo. E demora a cumprir a determinação do Supremo sobre a divulgação das digitais escondidas atrás das cifras de cada emenda secreta. Enquanto isso — e por conta disso — o orçamento paralelo apodrece em inquérito da PF e no noticiário; o escândalo já está contratado e precificado.


A troca de farpas entre Lula e ex-apoiadores dos governos petistas serve apenas para potencializar a sensação de que o vocábulo governabilidade continua sendo um abracadabra para a caverna de Ali-Babá. No próximo Congresso, juntar-se-ão novamente hienas, raposas, abutres e roedores de toda espécie sob a epígrafe de 'Base Aliada'. 


Três vivas para o contribuinte brasileiro, que o eleitor, maior responsável pelo descalabro em curso, nem isso merece.

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (CONTINUAÇÃO)

MUDEI DE IDEIA; PALAVRA NÃO VOLTA ATRÁS.

Meu desktop baixou ao hospital após ter sido exposto ao Patch Tuesday de fevereiro e não responder ao tratamento caseiro. Ele continua na UTI, sem previsão de alta. Já meu notebook de backup se recuperou do mal súbito causado pela atualização para o Windows 11 (graças a uma injeção intravenosa de IOBit Advanced System Care; mais detalhes aqui e aqui) e voltou à velha forma com a implementação das atualizações / correções que a Microsoft lançou posteriormente.  


O problema é que a diferença de desempenho entre as duas máquinas é brutal. Ambas dispõem de processadores Intel Core i7, mas de gerações e características distintas. O desktop conta ainda com 32GB de RAM (são na verdade 64GB, mas a placa-mãe só reconhece a metade), um SSD de 1TB e um HDD de 3TB/7200 RPM, ao passo que o portátil dispõe de 8GB de RAM e de um HDD de 2TB/5400 RPM. E é aí que a porca torce o rabo.


As versões mais recentes do Windows rodam em máquinas com discos rígidos eletromecânicos, mas seu desempenho é muito superior com drives de memória sólida (Solid State Drive), sobretudo os modelos com NVMe, que não tardam a se tornar o novo padrão de mercado. Um SSD M2 NVMe chega a ser quase sete vezes mais rápido que um SSD Sata III, que já é cerca de 10 vezes mais ágil do que um HDD convencional.


Observação: Embora o SATA (Serial Advanced Technology Attachment) continue sendo largamente utilizado em drives SSD, ele não foi criado especificamente para armazenamento Flash.


Sigla para Non-Volatile Memory Express (Memória Expressa Não Volátil), o NVMe não é um padrão físico do drive, mas o software instalado no SSD, que otimiza o caminho que o computador percorre entre o comando e a leitura/escrita do arquivo. Grosso modo, seria como dirigir um carro numa estrada esburacada, nos cafundós do nordeste brasileiro, e rodar com esse mesmo carro numa Autoban alemã.


Um SSD NVMe pode ser também Sata, embora o recurso seja mais utilizado em SSDs M2 NVMe. Como qualquer software, ele recebe atualizações e melhorias, que são implementadas nos SSDs mais recentes. Daí ser mais correto dizer que um SSD M2 é superior a um SSD Sata porque conta com um padrão mais avançado e compatível com as edições mais recentes do NVMe (a tecnologia também é compatível com SSD de conector PCI Express).


A velocidade de leitura de um SSD SATA III é de cerca de 550 Mb/s, dependendo do modelo, ao passo que a de um SSD NVMe é de 3500 Mb/s. Seria covardia confrontar um troço desses com um jurássico HDD (eletromecânico), que é dezenas de vezes mais lento. Num hipotético comparativo, o PC com a tecnologia mais moderna inicializaria, carregaria o Windows e entregaria o comando ao usuário antes que o modelo mais antigo exibisse a tele de boas-vindas. 


Continua...

quarta-feira, 30 de março de 2022

A SÍNDROME DA INSEGURANÇA JURÍDICA


Em sociedades democráticas bem-sucedidas existem verdadeiros tribunais superiores de justiça — e não repartições públicas que obedecem a ordens de ditaduras, ou grupos de ação política e outras degenerações patológicas — e funcionam com bastante precisão um mecanismo chamado “jurisprudência”. 

Trata-se, em linguagem comum, do histórico das decisões tomadas ao longo do tempo pelos magistrados — o conjunto de suas sentenças, manifestações e despachos, cuja linha tende a se repetir caso após caso, no passado e no presente. 

A jurisprudência é um instrumento essencial para a prestação da justiça. É o meio mais poderoso, mais acessível e mais compreensível para todos — advogados, clientes, governos e a população em geral — terem uma informação fundamental em qualquer democracia: como a justiça está aplicando a lei neste ou naquele assunto. É isso que fornece aquela que talvez seja a marca mais importante de uma justiça responsável, decente e lógica — a previsibilidade.

Isso não existe no Brasil de hoje. Num país em que o Supremo Tribunal Federal se transformou há muitos anos num centro de atividade política, onde o que vale são os desejos, as posições ideológicas e os interesses pessoais dos ministros, a justiça superior decaiu para uma situação exatamente oposta à que deveria ter: sua característica principal, hoje, é ser imprevisível.

É um recuo para um estágio primitivo das sociedades, onde o cidadão não conta com a proteção sistemática da lei. O que funciona, unicamente, é a vontade de quem tem o poder de mandar na justiça naquele momento — o faraó, o ditador ou, no atual caso brasileiro, o ministro do Supremo. 

Justiça que depende das vontades pessoais dos juízes não é justiça. É essa coisa que temos hoje por aqui. Não se trata de um ponto de vista; é a conclusão dos fatos objetivos, à disposição de todos e do conhecimento geral. Há exemplos diários. 

Fato: o ministro Edson Fachin afirmou publicamente, num despacho ao presidente Luiz Fux, que o trabalho da justiça no combate à corrupção “tem sido pautado pela legalidade constitucional”. 

Fato: três meses depois, em março de 2021, tomou a prodigiosa decisão de anular todas as ações penais contra o ex-presidente Lula por um detalhe burocrático miserável — CEP errado, no seu entender. Ou seja: tudo estava perfeitamente legal num dia, segundo o ministro, mas de repente virou ilegal, segundo o mesmo ministro. Prever o que, desse jeito?

Fato: dias atrás o ministro Gilmar Mendes disse, também em público, que a Lava-Jato tinha obtido confissões por meio de “tortura” – o que transforma os criminosos em vítimas e a autoridade judiciária em autora de crime previsto no Código Penal Brasileiro. 

Fato: o ministro Gilmar Mendes, em 2015, declarou que a Lava-Jato era um modelo de virtude, e que o PT dos governos Lula e Dilma estava executando um processo para se perpetuar no poder através do roubo de dinheiro público; calculou, até, em quantos bilhões eles tinham metido a mão até aquele momento.

As reencarnações canarinhas da deusa Themis formaram maioria pela rejeição da denúncia de corrupção passiva oferecida pela PGR contra Arthur Lira, atual presidente da Câmara e guardião dos 145 pedidos de impeachment em desfavor do Messias que não miracula, bem como para arquivar um inquérito contra os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho

Lira foi denunciado em 2019 pelo suposto recebimento de propina de R$ 1,6 milhão da Queiroz Galvão, mas, no ano seguinte, a procuradoria pediu a rejeição da própria acusação. Na época, o ministro-relator Fachin entendeu que não poderia rejeitar a denúncia de maneira individual, e submeteu o caso ao plenário. Agora, com o julgamento de um recurso apresentado pela defesa de Lira contra a decisão de levar a denúncia ao plenário, sua excelência concordou com a mudança de opinião da PGR, destacando em seu voto que houve a constatação da insuficiência de elementos mínimos para dar justa causa à denúncia quanto ao crime de corrupção imputado ao parlamentar. 

Acompanharam Fachin os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, e as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia. O presidente da Câmara disse que recebeu a notícia “com muita tranquilidade, sempre acreditando na justiça”.

Volto a enfatizar que foi Fachin quem deu início à lavagem da ficha imunda de Lula e propiciou sua conversão à esdrúxula condição de ex-corrupto ao decidir, com seis anos de atraso, que os processos contra o líder máximo da ORCRIM petista não deveriam ter sido julgados em Curitiba porque envolviam uma roubalheira que não se ateve apenas à Petrobras.

O Supremo lavou o prontuário do petralha-mor sob o argumento de que as culpas atribuídas a ele precisariam ser submetidas a um novo julgamento na Justiça Federal de Brasília, fazendo com que a prescrição se tornasse tão certa quanto o dia suceder à noite e a noite suceder ao dia. 

Ao alvejar a ficha imunda do agora ex-corrupto e candidato a uma terceira passagem pelo Planalto, a Procuradoria esclareceu que o cálculo do tempo de prescrição foi feito com base nas penas impostas pela 5ª Turma do STJ, realçando, nas entrelinhas, que a sentença que levou o deus pai da Petelândia a passar uma temporada na cadeia foi julgada em três instâncias do Judiciário.

Sergio Moro, então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou o acusado a 9 anos e 6 meses de cadeia. O TRF-4, sediado em Porto Alegre, elevou a pena para 12 anos e um mês. Acionado pela defesa de Lula, o STJ reduziu a sanção a 8 anos, 10 meses e 20 dias. O molusco foi socorrido pela idade (ele tem 76 anos), pois o prazo de prescrição cai pela metade no caso dos septuagenários.

Considerando que no Brasil a Justiça solta os bandidos e prende o “xerife” que os encarcerou, Moro foi declarado parcial pelo plenário do STF, por 7 votos a 4 e com os auspícios do eminente semideus togado Gilmar Mendes.  

Três vivas ao povo brasileiro e aos trouxas que acreditam na justiça tupiniquim.

Com J.R. Guzzo

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR?

PEDRA QUE ROLA NÃO CRIA LIMO.

Windows “nasceu” em novembro de 1985 como uma interface gráfica. As versões anteriores à 3.0 (1990) foram “cabeças de bacalhau” (a gente sabe que existiram, mas quase ninguém viu). O sucesso veio com o Win3.1 (1992) e o “pulo do gato”, com o Win95 — já então um sistema operacional (quase) autônomo. Mas o “divisor de águas” foi o Win10, lançado em 2015 e comercializado como serviço. 


Até 2015, a Microsoft lançava novas encarnações do sistema a cada três anos (em média), e elas eram prontamente adotadas pelos usuários (não necessariamente via cópias licenciadas). Mas nem tudo foram flores: o Win98/SE foi um sucesso retumbante que o XP (2001) não só repetiu como se tornou a versão mais longeva do sistema (13 anos). O Win7 (2009), igualmente bem sucedido, continua sendo usado por muita gente, mesmo depois de seu ciclo de vida ter sido encerrado (em 2020). Já o WinME — lançado em 2000 para aproveitar o apelo comercial da virada do milênio —, o Vista (2006) e o Win8 (2012) foram fiascos monumentais.


Win10 — que, segundo a Microsoft, seria a "versão definitiva" — foi oferecido gratuitamente para usuários do Win7 SP1 e do Win8.1 que dispusessem de “computadores compatíveis”. Sua primeira atualização (Anniversary Update) foi lançada em agosto de 2016 e a partir daí os upgrades de versão, também gratuitos, passaram a ser semestrais. A ambiciosa meta de um bilhão de instalações em três anos foi atingida com um atraso de 18 meses, mas festejada mesmo assim, com um pacote de wallpapers comemorativo.


Numa live exibida em meados do ano passado, a Microsoft confirmou o boato de que o Win11 chegaria em outubro e a migração seria gratuita para usuários do Win10 que dispusessem de computadores compatíveis. Mas seus “requisitos mínimos” (notadamente o processador de 8ª geração e o software de criptografia TPM 2.0) excluíram boa parte das máquinas com mais de 5 anos de uso. A despeito da grita geral, a Microsoft não voltou atrás (embora tenha feito algumas concessões), mas assegurou que o Win10 continuará recebendo suporte até outubro de 2025.


A pergunta de um milhão é: vale a pena fazer a migração? A resposta é: depende. Se a configuração de hardware não satisfaz as exigências do Win11, eu recomendo continuar com o Win10. E mesmo quem dispõe de um PC compatível pode ser pego no contrapé por bugs e assemelhados — como foi o caso de "intrépidos pioneiros" que acabaram recorrendo ao rollback  (recurso que desfaz a atualização quando é executado até 10 dias após o upgrade) ou reinstalando o Win10 do zero. 


ObservaçãoBugs existem desde a pré-história da computação e marcaram presença em todas as atualizações de versão do Win10. Até 2015, eu recomendava migrar para uma nova encarnação do sistema quando a Microsoft liberava o primeiro Service Pack, mas esses pacotes de atualizações e correções foram descontinuados depois que o software passou a ser comercializado como serviço. Felizmente, é possível adiar a instalação de atualizações por até 5 semanas (tempo supostamente suficiente para que bugs descobertos a posteriori sejam corrigidos).


A melhor maneira de adotar o Win11 é comprando um PC novo, que vem com o sistema pré-instalado de fábrica (ou com o Win10, mas com uma configuração de hardware que não inviabilize a evolução). Migrar a partir da versão anterior dá um trabalho danado, e nada garante que o resultado seja o esperado. É por isso que o Windows Update só descarrega os arquivos de atualização em máquinas compatíveis. 


CPU de dois núcleos operando a 1GHz, 4GB de RAM, 64GB de espaço livre no disco, DirectX 12 ou posterior, driver WDDM 2.0, tela de alta definição de 9” ou superior e 8 bits por canal de cor, acesso à Internet e conta da Microsoft são exigências que a maioria das máquinas atende. Mas o mesmo não se aplica ao processador de 8ª geração ou superior, TPM 2.0 e UEFI. Na dúvida, execute o utilitário “verificação de integridade do PC”.


Ainda que esses obstáculos não sejam "intransponíveis", contorná-los é gambiarra. Em teoria, pode-se adequar o hardware de qualquer PC às exigências do Win11, mas modificações tecnicamente possíveis podem não ser viáveis à luz do custo-benefício (quando é preciso trocar a placa-mãe, por exemplo, o molho costuma custar mais caro que o peixe). 


Volto a frisar que o Win10 continuará recebendo atualizações e correções até outubro de 2025, quando então a obsolescência programada terá levado a maioria dos usuários de máquinas "incompatíveis" a trocá-las por aparelhos novos. Sem mencionar que as novidades trazidas pelo o Win11 não são a quintessência das maravilhas, como eu descobri depois que um “acidente de percurso” me levou a atualizar meu notebook. Então, por que a pressa?


Continua...


terça-feira, 29 de março de 2022

O FAROESTE À BRASILEIRA E A MÁ QUALIDADE DO ELEITORADO CANARINHO


Escrever sobre política no Brasil é como trocar um pneu com o carro em movimento. Como diz o bordão da BandNews, "em um segundo tudo pode mudar". Senão vejamos.

Após dizer que “colocaria a cara no fogo” pelo ministro-pastor Mílton Ribeiro, Bolsonaro teria decidido por sua demissão, aconselhado por aliados que temem desgaste do governo com as denúncias de corrupção no MEC. Ao cumprir um "pedido especial do presidente da República", o ministro se envolveu no que pode ser mais um grande escândalo de corrupção deste abjeto governo: a denúncia é de que pastores tinham atendimento preferencial na liberação de verbas da pasta para prefeituras

Até a manhã de ontem, porém, o governo não havia comentado a informação. Segundo o site O Antagonista, Ribeiro deve permanecer no cargo até o dia 1º de abril, quando será substituído por Garigham Amarante, que é apadrinhado de Valdemar Costa Neto. Na próxima quinta-feira, se nada mudar até lá, o ministro deverá ser ouvido pela Comissão de Educação do Senado.

ATUALIZAÇÃO: Bolsonaro "aceitou o pedido de demissão" de Ribeiro. O nome do substituto ainda não foi divulgado. Com a exoneração do papa-dízimo, o governo estabelece a média de uma queda de ministro a cada 43 dias. A Educação já teve quatro chefes: um colombiano que mal falava português, um brucutu sem educação, um aloprado sem currículo e a sumidade que ora deixa o cargo. Nenhum fez nada que prestasse. O capitão ainda não percebeu que de nada adianta trocar a roda da carroça se o problema é o burro.

***

No faroeste à brasileira, o xerife que perseguiu o bandido durante todo o filme acaba preso, já que parte da mais alta cúpula do judiciário vestiu a toga sobre a farda de militante. Exemplos de situações surreais como essa não faltam. Cito a absolvição da chapa Dilma-Temer pelo TSE, em junho de 2017, por “excesso de provas” — como salientou o relator do processo, ministro Herman Benjamin —, a “descondenação” de Lula pelo STF, em abril do ano passado, e o caso do procurador Deltan Dallagnol, que foi condenado recentemente a pagar uma indenização de R$ 75 mil ao agora ex- presidiário e pré-candidato à Presidência com mais chances de vencer o pleito de outubro p.f. Corrigido monetariamente e acrescido de juros, o valor da indenização passa de R$ 100 mil, mas o ex-coordenador da Lava-Jato no Paraná recebeu mais de R$ 500 mil em doações via Pix


Observação: Segundo Dallagnol, os brasileiros fizeram os depósitos espontaneamente, indignados com a injustiça de sua condenação. “Não tenho palavras para o carinho, a solidariedade e o senso de justiça desse gesto”, postou o ex-procurador no Twitter.


Faltando menos de sete meses para as eleições, todas as pesquisas dão conta de que Lula terá 171% dos votos válidos. Mas é bom lembrar que, em 2018, às vésperas do pleito, as pesquisas davam como certa a derrota de Bolsonaro no segundo turno (fosse quem fosse o adversário da vez) e eleição de Dilma para o Senado por MG. Acabou que o então obscuro deputado do baixo clero que surfou na onda do antipetismo e promoveu o maior estelionato eleitoral da história deste país desde a redemocratização venceu o bonifrate do então presidiário de Curitiba por uma diferença de 10,7 milhões de votos, e Dilma, cuja vitória também eram 'favas contadas', ganhou o que a Luzia ganhou atrás da horta.


Os institutos de pesquisa afirmam usar critérios científicos e dados fornecidos pelo IBGE, TSE etc. para definir uma “amostra” da população que represente fielmente todo o colégio eleitoral de um determinado município, estado ou país (conforme o caso). O objetivo é obter, a partir do menor número possível de entrevistas, um nível de confiança de 95%, com uma margem de erro entre dois e três pontos percentuais, para mais ou para menos.


Já dizia Magalhães Pinto que "política é como nuvens no céu; a gente olha e elas estão de um jeito, então olha de novo e elas já mudaram". O que essas enquetes refletem é apenas um “instantâneo” do humor da população num determinado momento — e desde que se admita que alguns milhares de entrevistados espelham o que pensam cerca de 150 milhões de eleitores aptos a votar. 


Por falar em pesquisas, um levantamento feito pelo DataSenado apontou que 62% dos eleitores têm vergonha do Brasil e 38% gostariam de morar em outro país — entre os mais jovens, esse sentimento é comum a 70% dos votantes. A pesquisa demonstrou também uma queda no interesse da população em geral por política: dez anos atrás, 63% dos brasileiros tinham interesse por política; agora, são 53%, e, desses, apenas 18% declaram ter “alto interesse”. Isso se explica não só pelo baixo nível de conhecimento da população sobre o sistema político e as deficiências no ensino, mas também (e principalmente) pela situação do país como um todo. Com a inflação de volta à casa dos dois dígitos, 12 milhões de desempregados e gente disputando a tapa os ossos que açougues e supermercados jogavam no lixo até não muito tempo atrás, não seria de esperar que política fosse prioridade zero para as camadas menos favorecidas do povo brasileiro. Mesmo assim, a maioria dos entrevistados (67%) acredita que a democracia é a melhor forma de governo, embora 87% estejam pouco ou nada satisfeitos com o atual regime político. 


Observação: Foram entrevistados 5.850 cidadãos maiores de 16 anos. Dos eleitores, 58% são das Regiões Sudeste e Sul, 26% do Nordeste, 8% do Norte e 8% do Centro-Oeste. O público é formado por 45% de pardos, 44% de brancos e 10% de negros. O maior grupo (47%) tem até o ensino fundamental completo e 37% vivem em municípios com mais de 50 mil e até 500 mil habitantes. Os ocupados são 60%, enquanto 30% se disseram fora da força de trabalho; e 45% têm renda familiar de até dois salários-mínimos. A maioria dos eleitores (55%) diz não ter posicionamento político. Do restante, 21% dizem ser de direita, 11% de esquerda, 9% de centro e 4% não sabem ou não responderam.

ACELERE A INICIALIZAÇÃO DO WINDOWS DESATIVANDO O MICROSOFT TEAMS

QUANTO MAIS FORTES FORMOS, MENOS PROVÁVEL SERÁ A GUERRA.

O Microsoft Teams centraliza todas as conversas, arquivos e reuniões em um aplicativo que se enquadra na categoria dos mensageiros corporativos. Ele ajuda as empresas a não misturar o profissional com o pessoal ao usar o WhatsApp, por exemplo, mas não tem utilidade para a maioria dos usuários domésticos. No entanto, por inicializar de carona com o sistema, ele permanece rodando em segundo plano e consumindo recursos preciosos, como ciclos do processador e espaço na memória RAM.

Se você não usa o Microsoft Teams, convém desabilitá-lo. No Win11, clique com o botão direito num ponto vazio da Barra de tarefas, acesse as configurações da barra e desligue o botão ao lado de “Bate-papo” para remover o botão do app da barra. 

Ainda no menu de configurações da Barra de tarefas, selecione o campo “Aplicativos” e depois clique em “Inicialização”. Na lista com os programas que podem ser desligados durante a inicialização do sistema, localize o Microsoft Teams e configure-o como “Desativado”.

Observação: Aproveite o embalo para desativar outros programas que não precisam pegar carona com o Windows, lembrando que eles não serão desinstalados, apenas levarão alguns segundos a mais para responder quando você os convocar. Só tome cuidado para não inibir a inicialização automática de seu antivírus e de outros apps que precisam realmente iniciar junto com o sistema.  

O processo é semelhante no Win10: clique num ponto vazio da Barra de tarefas, abra o Gerenciador de Tarefas, selecione o campo “Inicializar”, localize o Microsoft Teams na lista, clique com o botão direito sobre ele e selecione “Desabilitar”.

Está feito.

segunda-feira, 28 de março de 2022

PARA SURPRESA DE NINGUÉM...




Em discurso para apoiadores do MST, o ex-presidiário de Curitiba chamou Sergio Moro de “figura grotesca”. Pelo Twitter, o ex-juiz respondeu: “Lula sinaliza apoio à retomada das invasões de terra e aproveita a oportunidade para me ofender, omitindo o roubo à Petrobras. Defenderei não só a propriedade privada, mas também a pública contra os assaltos do PT e seus parceiros. Ao invés de estimular a invasão de terras e conflitos entre brasileiros, precisamos discutir como melhorar a vida de milhões de pessoas, vítimas da inflação, da fome e do desemprego em nosso país.”

O demiurgo de Garanhuns também atacou o presidente da Câmara, afirmou que a atual composição do Congresso representa o pior que tivemos na história e que há “um excesso de poder” nas mãos de Lira. Como se vê, até um relógio quebrado acerta a hora duas vezes por dia.

Lira, se for reeleito deputado federal por Alagoas, tentará se reeleger presidente da Câmara, independentemente de quem assumir o Planalto. Se conseguirá, aí é outra conversa. Via de regra, o tamanho das bancadas facilita (ou não) esse caminho, e atualmente o PP, partido de Lira, é a quarta maior bancada federal.

No ano passado, com o apoio de Bolsonaro, o deputado alagoano montou um blocão para derrotar o grupo de Rodrigo Maia. Depois colocou a mão no orçamento secreto e virou “o pai” das chamadas emendas de relator. No ano que vem, o PP, comandado pelo ex-lulista e ex-dilmista Ciro Nogueira — o senador licenciado do Piauí que assumiu a Casa Civil do governo Bolsonaro — não vai compor federação alguma.

Até porque um partido que abriga bolsonaristas e lulistas não conseguiria se aliar formalmente a nenhuma outra legenda por, no mínimo, quatro anos. E em voo solo o PP corre o risco de perder força como grupo político na Câmara.

A federação com partidos de esquerda, se realmente vingar, tem potencial para formar um grupo consistente com pelo menos 120 deputados. No centro, MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil (partido resultante da fusão do PSL com o DEM) também cogitam federação. Cada um desses dois blocos, a depender do tamanho real deles após as eleições de outubro, certamente terá candidato próprio para disputar a presidência da Câmara.

Se voltar ao poder, o parteiro do Brasil Maravilha, Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos, enviado pela Divina Providência para acabar com a fome, presentear a imensidão de desvalidos com três refeições por dia e multiplicar a fortuna dos milionários, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto até aqui, certamente fará de tudo para ter uma aliado no cargo hoje ocupado pelo todo-poderoso Arthur Lira — ainda que isso não elimine completamente a chance de apoio ao próprio Lira, que hoje posa de bolsonarista por mera conveniência.

Sem o apoio garantido do Executivo, Lira não teria, em 2023, o mesmo senhorio para buscar a reeleição. Segundo um correligionário, “a vontade de deixar o Arthur [Lira] pequeno” também está na mesa de negociação dos outros partidos. “As federações, obviamente, estão sendo costuradas pensando na próxima legislatura, e não no quadro de hoje”.

Aliados fazem questão de ponderar que, mesmo em se confirmando o enfraquecimento do alagoano na comparação com a eleição do ano passado, que o alçou ao comando da Câmara pela primeira vez, Lira continuará sendo Lira: sedento por mais poder e em condições de jogar. “Se o Arthur ficar solto, é claro que isso torna mais complicado o plano da reeleição. Mas é o Arthur, né? Um presidente da Câmara que ganhou muito poder com os colegas operando o orçamento secreto”, afirmou um deputado do PP em seu terceiro mandato.

BUG NO WINDOWS

NUNCA SE MENTE TANTO COMO ANTES DAS ELEIÇÕES, DURANTE UMA GUERRA E DEPOIS DE UMA CAÇADA.

A Microsoft reconheceu recentemente a existência de um bug que afeta discos de recuperação do Windows 7 (CDs e DVDs) que foram criados através do aplicativo Backup e Restauração, no Painel de Controle do sistema. Assim, os discos de recuperação criados ainda no Win7 não são inicializados em nenhuma edição da versão 1607 ou posterior do Win10 e em nenhuma edição do Win11.

Segundo a Microsoft, o problema só foi identificado em máquinas que receberam as atualizações problemáticas ao longo deste ano. Até agora, não se sabe o que causou a falha; sabe-se apenas que ela adveio de algumas atualizações lançadas em 11 de janeiro de 2022 para o Windows e que a correção deve ser disponibilizada numa das próximas atualizações.


Vale lembrar que o Win7 deixou de ser suportado há anos, mas continua rodando em 12% dos Windows PCs. Tendo em vista que 75% de todos os computadores desktop do mundo rodam alguma versão do Windows, esse bug deve afetar um número muito maior de usuários do que se imaginava inicialmente.


Com BleepingComputer