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segunda-feira, 19 de maio de 2025

O PAÍS DA CORRUPÇÃO — 6ª PARTE

RELEMBRAR O PASSADO É VIVER DUAS VEZES

 

Lula disputou a presidência três vezes até finalmente se eleger. Em 1989, perdeu para Collor no segundo turno, e em 1994 e 1998, para FHC, que foi o único mandatário eleito e reeleito no primeiro turno desde a redemocratização.

 

Em 2006, a despeito do escândalo do mensalão, o petista renovou seu mandato. Em 2010, jactando-se de ser capaz de "eleger até um poste", escalou Dilma Rousseff para manter aquecida a poltrona que pretendia voltar a disputar em 2014. 


Até então, mesmo tendo sido ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil nos (des)governos de seu criador, o "poste" de Lula não passava de uma ilustre desconhecida. Como bem sintetizou Augusto Nunes, crítico ferrenho das (indi)gestões petistas: 

 

"Sem saber atirar, Dilma virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, fez posse de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque; sem jamais ter tido um único voto na vida até 2010, virou presidente do Brasil e renovou o mandato quatro anos depois, mediante o maior estelionato eleitoral da história" (lembrando que Bolsonaro veio depois).

 

Com a "mulher sapiens" na presidência de seu Conselho de Administração, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade de uma refinaria que companhia belga ASTRA OIL havia comprado um ano antes por US$ 40,5 milhões. Mais adiante, uma decisão judicial obrigou a estatal a adquirir a outra metade da sucata, aumentando o prejuízo para US$ 1,18 bilhão. 


Dilma disse que o negócio só foi aprovado porque "cláusulas fundamentais" lhe eram desconhecidas, e culpou Nestor Cerveró, que não só não foi punido como foi promovido a diretor financeiro da BR Distribuidora. Em delação premiada, ele revelou que a campanha de Lula à reeleição havia sido financiada com propina paga pelo contrato dos navios-sonda Petrobras 10.000 Vitória 10.000, que custaram cerca US$ 1,2 bilhão (valor equivalente ao da compra da igualmente inútil refinaria de Pasadena).

 

Dilma fez o diabo para se reeleger — e conseguiu, mas foi impichada em 2016. A promoção de Temer (um caso curioso de vampiro que tem medo de assombração) pareceu uma lufada de vento numa catacumba, mas sua "ponte para o futuro" se revelou uma patética pinguela, e seu ministério de notáveis, uma notável confraria de corruptos. 


Em maio de 2017, o vazamento de uma conversa de alcova com o dono da Friboi quase derrubou o governo, mas Temer foi demovido da ideia de renunciar por sua tropa de choque, que o escudou das "flechadas de Janot". Refém das marafonas da Câmara, o nosferatu concluiu seu mandato-tampão como "pato manco" e transferiu a faixa a Bolsonaro, o mau militar e parlamentar medíocre que sempre teve aversão à democracia e tendência ao golpismo. E deu no que deu.   

 

Resumo da ópera: 

 

Collor foi impichado em 1992 e Dilma, em 2016. O "caçador de marajás" de fancaria renunciou horas antes do julgamento, mas ficou inelegível por 8 anos. Dilma foi condenada e deposta, mas uma vergonhosa tramoia urdida por Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski (então presidentes do Senado e do Supremo) evitou que ela fosse inabilitada politicamente. Em 2018, a "mulher sapiens" disputou uma vaga no Senado por Minas gerais, mas terminou em quarto lugar.


Lula foi preso em abril de 2018, solto em novembro de 2019, descondenado e reabilitado politicamente por togas camaradas, visando evitar mais quatro anos sob o pior mandatário desde Tomé de Souza. A despeito de vir amargando os piores índices de popularidade de sua trajetória politica, o macróbio petista se recusa a largar o osso. Dilma, que mal consegue juntar sujeito e predicado numa frase que faça sentido, foi agraciada com presidência do Brics (salário de R$ 2,13 milhões por ano).


Durante a campanha de 2018, Bolsonaro prometeu pegar em lanças contra a corrupção petista. Eleito, facilitou a vida de corruptos — começando pelo filho, que lavava dinheiro em loja de chocolate. Em 2022, tentou vender aos comandantes das FFAA um golpe de Estado travestido de medida constitucional. Deu com os burros n'água e devolveu o Brasil ao PT. Inelegível até 2030 e na bica de ser condenado por tentativa de golpe, insiste que disputará novamente a Presidência em 2026. 


Como desgraça pouca é bobagem, a polarização política segue firme e forte. Mesmo que o Sun Tzu de Atibaia e o refugo da escória da humanidade despertem de seus devaneios, é provável que o esclarecidíssimo eleitorado tupiniquim despache para o segundo turno um par de sacripantas indicados por seus bandidos de estimação. 


Como um país assim pode dar certo?      

quinta-feira, 30 de maio de 2024

O STF E A MALDITA POLARIZAÇÃO


Divergências de opinião e disputas pelo poder sempre fizeram parte da política, mas a polarização como a conhecemos hoje, com a divisão da sociedade em dois grupos opostos e antagônicos, é um fenômeno relativamente recente. Com o fim da ditadura militar e a volta do pluripartidarismo, Lula gestou e pariu seu abjeto "nós contra eles", mas os embates eram mais civilizados quando PSDBPT eram os adversários de turno. 

O advento do "bolsonarismo" e a ascensão das "mídias sociais" levaram água ao moinho das "fake news" e à criação de "bolhas" onde as pessoas, tomadas pelo fanatismo, só tomam em consideração as notícias e opiniões que confirmam suas convicções. E a desconfiança no governo, nos partidos políticos e na imprensa tradicional estimula essa récua a busca fontes alternativas de informação (nem sempre confiáveis) que reforcem sua visão deturpada de mundo. 

As eleições presidenciais de 2018 foram as mais polarizadas da nossa história recente, mas perderam o posto para o pleito de 2022, em que Lula, "descondenado" e reabilitado politicamente por uma sequência de decisões teratológicas do STF, derrotou o "mito" dos descerebrados pela menor diferença de votos válidos desde a redemocratização. 

Com o eleitorado dividido entre "nhô-ruim" e "nhô-pior", não havia como a quimérica "terceira via" prosperar — a menos que, metaforicamente falando, um meteoro como o que extinguiu os dinossauros há 66 milhões de anos varresse do cenário político as duas seitas do inferno. 

Dizem que o sábio aprende com os erros dos outros e os tolos, com os próprios, mas o inigualável eleitorado tupiniquim os repete eleição após eleição, como se essa perseverança tivesse o condão de produzir um resultado diferente. Pelo andar da carruagem, teremos neste ano mais um pleito plebiscitário, com postulantes à prefeitura de quase 5.600 municípios apadrinhados pelo capitão-golpista e pelo aspirante a Matusalém. Parece até coisa de Superman x Lex Luthor ou Coringa x Batman! E ainda dizem que Deus é brasileiro!
 
Na desvaliosa opinião deste humilde articulista, J.R. Guzzo, Augusto Nunes, Dora Kramer, Josias de Souza e Reinaldo Azevedo são "monstros sagrados" do  jornalismo político. Mas o mundo gira, a Lusitana roda, a terra plana capota e, como ensinou o saudoso Vinicius de Moraes, "não há nada como o tempo para passar". 

Dora e Josias continuam produzindo textos isentos, mas Guzzo e Nunes se converteram em bolsonaristas convictos, e Azevedo, que cunhou o termo "petralha" quando o escândalo do Mensalão veio à tona, em lulista de carteirinha. De Rodrigo Constantino, então, nem se fala. Parafraseando um slogan do maior jornal paulista — "Folha: Não dá para não ler —, Constantino: "não dá mais para ler". 
 
Seria exagero dizer que nada se aproveita de tudo que esses "convertidos" escrevem. Afinal, até um relógio analógico parado marca a hora certa duas vezes por dia. Além disso, cabe ao leitor sensato diferenciar fatos das versões e "pesquisas de intenção de voto" das manifestação de torcidas organizadas em prol de seus corruptos de estimação. 
 
Após esta breve introdução, segue uma versão condensada do texto (magistral) que Augusto Nunes publicou na edição de 24 de maio da Revista Oeste:  
 
Que García Márquez, que nada. Muito mais assombroso que o universo fictício criado pelo grande escritor colombiano é o estranho país que vem sendo redesenhado desde o início de 2020 por 11 figuras que, em silêncio e vestindo trajes normais, parecem gente como a gente. As diferenças começam pelo dialeto que elas falam e se acentuam quando vestem a fantasia completa. Versão nativa da capa que promove a Superman o introvertido jornalista Clark Kent, a toga pendurada nos ombros do mais medíocre bacharel em Direito anuncia a entrada em cena de um Doutor em Tudo, um Eminente Superjuiz, uma sumidade a serviço do STF, uma alta patente da tropa que recriou o Poder Moderador — que só existiu na experiência constitucional brasileira na Constituição de 1824, e que era exercido pelo Imperador — para salvar a democracia em perigo com métodos que até um ditador parido pelo realismo fantástico acharia exagerados.
 
Que Cem Anos de Solidão, que nada. A esplêndida saga do clã que não terá uma segunda chance na face da Terra é coisa de amador se confrontada com o que fazem e desfazem as estrelas (e os roteiristas) do mais longo e intragável faroeste à brasileira. O coronel Aureliano Buendia meteu-se em dezenas de revoluções. Perdeu todas. Numa visita à cidade natal, o filho revolucionário foi impedido de abraçar a mãe pelos soldados designados para garantir-lhe a integridade física. No Brasil controlado pelo STF, o ministro Alexandre de Moraes não dispensa a companhia de oito brucutus, nem para zanzar pelo clube do qual é sócio. O esquema de segurança não permite que os brasileiros ao menos apertem as mãos do homem que os livrou da ressurreição do fascismo ao sufocar o primeiro golpe de Estado orientado por uma minuta, abastecido por um vendedor de algodão-doce e consumado por civis desarmados e sem comandantes com experiência militar. 
 
Se faltam autores brasileiros no ranking dos melhores do realismo fantástico, não é por falta de personagens prontos e acabados. Em O Outono do Patriarca, Márquez criou um ditador de idade indefinida (calcula-se que tem mais de 107 anos e menos de 232). Moraes terá de viver ao menos mais dois séculos, sem aposentar-se, para concluir o julgamento dos casos que o transformaram em gerente da maior e mais vagarosa Vara Criminal do planeta. O Primeiro Carcereiro disse recentemente que são mais de 2 mil. Não é pouca coisa. Mas o sorriso que acompanhou o cálculo avisou que está longe do fim o aumento da população carcerária embutido no recado que fez publicamente ao parceiro Dias Toffoli em outro comício sem plateia: “Tem muita gente pra prendê (sic), muita multa pra aplicá (sic)”, animou-se o carrasco de plurais, direitos e liberdades. 
 
"Os idiotas perderam o pudor e estão por toda parte”, constatou Nelson Rodrigues na década de 1970. Passados 50 anos, sobram imbecis também na cúpula dos Três Poderes. Alguns ajudam a piorar o Judiciário, mas no Supremo prevalece a tribo dos napoleões de hospício sem remédio. Daqui a muitos anos, diante das verdades preservadas por um punhado de jornalistas decentes, todo brasileiro com mais de dez neurônios se perguntará o que aconteceu com o Brasil na primeira metade da terceira década do século 21. 
 
Em cinco anos, o Supremo pariu o flagrante perpétuo, a presunção de culpa, a prisão sem julgamento, a multa com seis zeros, a verdade oficial, a prisão provisória sem prazo para terminar, o criminoso que não descumpriu nenhuma lei em vigor e outras obscenidades chicaneiras. Decidiu que o ônus da prova agora cabe ao acusado, revogou o devido processo local, aposentou o sistema acusatório e o direito de ampla defesa, tornou rotineira a condenação por decisão monocrática de quem não pode ser julgado pelo Supremo. Fora o resto.
 
Nesta semana, o Brasil que pensa e presta foi insultado por outra carga de cavalaria liderada pela mais insolente dupla de coveiros da Justiça, dos direitos democráticos e do Estado de Direito. Indignado com os brasileiros que rejeitaram a meia-liberdade, jogaram tornozeleiras no lixo e partiram para o exílio, Alexandre de Moraes anunciou que vai prender de novo homens e mulheres que soltou por falta de provas para condená-los. 

Perfeitamente afinado com o colega de toga, Dias Toffoli decidiu que o empreiteiro Marcelo Odebrecht não cometeu as ilegalidades que confessou em depoimento eternizado num vídeo. Coisa de doido? Não deixa de ser. Mas há uma lógica por trás dessas loucuras, como provará esta coluna na próxima edição. Mais importante ainda: é uma indignidade inútil. Mesmo enterrada, a verdade segue viva. E logo estará assombrando os que se julgam condenados à eterna impunidade.
 
Volto a frisar que, a meu ver, Nunes se converteu ao bolsonarismo e a destacar que não concordo com muito do que escreveu sobre Alexandre, mas a parte que toca ao Supremo — e a Toffoli em particular — me levou a publicar esta postagem. 
Cabe ao leitor tirar suas próprias conclusões. 

domingo, 18 de junho de 2023

ACREDITE SE QUISER


Um relatório da PF divulgado pela revista Veja revelou a existência de um documento com instruções para um golpe de Estado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, além de trocas de mensagens indicando ações com o objetivo de não passar o poder a Lula. (veja aqui a íntegra do material)

Em 1º de dezembro do ano passado, o coronel Jean Lawand Junior, então gerente de ordens do Alto Comando do Exército, escreveu: "Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara". Cid respondeu: "Mas o PR não pode dar uma ordem se não confia no ACE".

Dez dias depois, Lawand enviou outra mensagem: "Cid pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, de Divisão pra baixo está". Cid respondeu: "Muita coisa acontecendo...Passo a passo", e recebeu a resposta: "Excelente". A última troca de mensagens entre os dois ocorreu no dia 21. Lawand escreveu: "Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos". Cid respondeu: "Infelizmente".

No celular do ex-assessor havia ainda material com a tese do advogado e professor Ives Gandra Martins, segundo a qual o artigo 142 da Constituição permitiria uma intervenção das Forças Armadas em caso de conflito entre os três Poderes. O jurista foi procurado pelo major Fabiano da Silva Carvalho, que fez uma série de perguntas sobre as situações em que as FFAA poderiam ser acionadas para a garantia dos poderes constitucionais. No email de resposta, Gandra diz que o chamamento "pode ocorrer em situação de normalidade se no conflito entre Poderes, um deles apelar para as Forças Armadas, em não havendo outra solução", e citou o golpe militar de 1964 para validar a tese.  

Lawand disse a Veja que ele e Cid são amigos e que conversavam amenidades, mas que não se recorda de nenhum diálogo de teor golpista e muito menos dessa conversa. Ele ia assumir um posto diplomático nos Estados Unidos, como adjunto do adido do Exército militar em Washington, mas o Comando do Exército suspendeu a nomeação. 
 
Por meio de nota o Exército afirmou que as conversas em tom golpista entre Cid e Lawand "não representam o pensamento da cadeia de comando" da instituição. A Força diz ainda que "prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais", e que as medidas administrativas "cabíveis" já estão sendo tomadas (mas não detalha quais providências adotou). Veja a seguir a íntegra da nota enviada pelo Exército à GloboNews:
 
Opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força. Como Instituição de Estado, apartidária, o Exército prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais. Os fatos recentes somente ratificam e comprovam a atitude legalista do Exército de Caxias.
Eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal. Na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força.
Em relação à função do Cel. Lawand, citado na matéria da Revista Veja como Subchefe do Estado-Maior do Exército, este Centro esclarece que o referido militar serve no Escritório de Projetos Estratégicos do Estado-Maior do Exército.
Por fim, consciente de sua missão constitucional e do compromisso histórico com a sociedade brasileira, o Exército reafirma sua responsabilidade pela fiel observância dos preceitos legais e preservação dos princípios éticos e valores morais.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

AINDA SOBRE TRAGÉDIAS E FARSAS...

 

Visando manter aquecida a poltrona presidencial até poder voltar a ocupá-la, Lula criou um "poste" e o vendeu como "gerentona eficiente". Mas a cria se revelou um conto do vigário no qual próprio criador caiuEntre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8% e o desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua algo como 12 milhões de pessoas. Se Lula passou à história como presidente que fez a sucessora, Dilma se imortalizou como a criatura que desfez a obra do criador.

 

Dilma foi um arremedo de guerrilheira que jamais disparou um tiro — a não ser no próprio pé, ao se reeleger, devido ao tamanho da encrenca que herdou de si mesma. Jamais foi política e tampouco demonstrou vocação para gerir o que quer que fosse. Não obstante, com Dirceu e outras estrelas do alto escalão petista no xadrez e sem peito para levar adiante o "golpe via emenda constitucional" que lhe garantiria um terceiro mandato, Lula achou que ela seria mais fácil de manipular do que Marina Silva e, por “não ser política”, não se apegaria ao cargo. Só que a cria tomou gosto pelo poder e "fez o diabo" para se reeleger, azedando suas relações com o criador.

 

Dilma foi um Pacheco de terninho que, sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, posou de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque; sem ter tido um único voto na vida até 2010, virou presidente do Brasil em outubro daquele ano e renovou o mandato quatro anos depois. Lula chegou a dizer — em off, naturalmente — que ele próprio foi a maior vítima de Dilma. Sua escolha feriu de morte a relação com Marina, que abandonou o governo em 2008 e o PT em 2009, e disputou a presidência pelo PV em 2010 — quando ficou em 3° lugar, com 19% dos votos válidos.

 

Dilma tinha o apoio de Lula e de marqueteiros de primeiríssimo time, como João Santana e sua mulher, Mônica Moura — ambos foram presos na 23ª fase da Lava-Jato e soltos mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 31,4 milhões. Com as velas enfunadas por recursos milionários (oriundos, em grande parte, do propinoduto da Petrobras), o "poste" derrotou Marina no primeiro turno e venceu José Serra no segundo (por 46,91% a 32,61% dos votos válidos). Marina votou a disputar o Planalto em 2014 — primeiro como vice na chapa de Eduardo Campos, e depois como titular, já que o cabeça da chapa morreu num acidente aéreo a dois meses do primeiro turno. 

 

Mesmo tendo obtido 2 milhões de votos a mais que em 2010, Marina não conseguiu superar Aécio, que perdeu para Dilma no segundo turno por uma diferença de 3.459.963 votos válidos. Assim, superando a si mesma em incompetência, a cria de Lula pariu a maior crise econômica da história deste país e acabou penabundada do Planalto presidência em 31 de agosto de 2016. Graças a uma vergonhosa maracutaia urdida pelos então presidentes do Congresso e do STF, a gerentona de festim não teve os direitos políticos cassados por 8 anos, ao arrepio da Constituição e da Lei do Impeachment. 

 

Menos de 24 horas após ser notificada de sua deposição, a eterna estocadora de vento conseguiu se aposentar com o estipêndio mensal de R$ 5.189,82 ("teto" pago pelo INSS naquela época), embora o tempo de espera para conseguir atendimento na agência do INSS onde ela fez o pedido fosse de 115 dias. Uma sindicância aberta pelo Ministério do Desenvolvimento Social concluiu que a ex-chefa não só se valeu da influência de servidores de carreira do INSS para agilizar sua aposentaria como conseguiu o benefício sem apresentar toda a documentação necessária. 

 

Segundo a revista VEJA, no dia seguinte ao julgamento do impeachment o então ministro da Previdência Carlos Gagas e uma secretária pessoal de Dilma entraram pela porta dos fundos do posto do INSS, foram atendidos pelo chefe do local e em menos de 10 minutos o processo foi aberto no sistema e concluído de forma sigilosa. De acordo com a sindicância, Gabas usou sua influência no INSS para agilizar a concessão do benefício, e a servidora Fernanda Doerl calculou o tempo de serviço com base em informações fornecidas verbalmente, sem comprovação documental.

 

Resumo da ópera: Num país onde o desemprego é preocupante (para dizer o mínimo) e o salário-mínimo é de R$ 1.212,00 — quando deveria ser de R$ 6.641,58 segundo o DIEESE — o salário que a pior presidente da história desta bodega (noves fora o assassino de emas) dever receber é mais uma cusparada na cara do contribuinte brasileiro.

 

Triste Brasil. 

sábado, 1 de outubro de 2022

LEIA ISTO ANTES DE VOTAR


Segundo uma antiga e filosófica anedota, Deus estava criando o mundo quando um anjo apontou para a porção continental que seria o Brasil e disse: "Essa terra será um verdadeiro paraíso, pois o clima é agradável, há lindas florestas e praias, grandes e belos rios, e nada de desertos, geleiras, terremotos, vulcões ou furacões". E o Criador respondeu: Ah, meu caro anjo, espera só pra ver o povinho filho da puta que eu vou colocar aí.”

Quando a trupe de Cabral desembarcou em Pindorama, o escriba Pero Vaz de Caminha plantou a sementinha da corrupção pedindo a El-Rey que intercedesse por seu genro. Trezentos anos depois, o Brasil passou de colônia a reino-unido porque a família real portuguesa se desabalou para o Rio de Janeiro (para fugir de Napoleão). 

Nossa independência — paga a peso de ouro — foi proclamada por D. Pedro I quando o então príncipe regente esvaziava os intestinos, e a Proclamação da República, despida do glamour que lhe atribuem os livros de História, foi um golpe de Estado político-militar (o primeiro de muitos, como se viu mais adiante). 

De 1889 para cá 38 presidentes chegaram ao poder pela via do voto popular, eleição indireta, linha sucessória ou golpe, e 8 deles — a começar do primeiro — foram apeados antes do fim do mandato. A renúncia de Jânio Quadros pavimentou o caminho para o golpe de 1964 e duas décadas de ditadura militar

A primeira eleição direta para presidente resultou no primeiro impeachment — de Fernando Collor, e o segundo — de Dilma Rousseff — veio 24 anos depois. Não fosse a pusilanimidade de Rodrigo Maia e a cumplicidade escrachada de Arthur Lira, o terceiro — de Bolsonaro — teria ocorrido em algum momento dos últimos 40 meses). 
 
Em 2018, Bolsonaro derrotou o bonifrate de Lula por uma diferença de 10,7 milhões de votos. Segundo o empresário Paulo Marinho — que abrigou na própria casa o comitê de campanha —, sua vitória se deveu ao antipetismo, ao articulador Gustavo Bebianno, ao publicitário Marcos Carvalho e ao esfaqueador Adélio Bispo de Oliveira
Imaginava-se que ele jamais seria um presidente de mostruário, mas a alternativa era a volta do então presidiário mais famoso do Brasil, encarnado num patético bonifrate. 

Acabou que o mix de mau militar e parlamentar medíocre superou as piores expectativas. E como nada é tão ruim que não possa ficar ainda pior, faltou à “terceira via” uma narrativa eleitoral que sensibilizasse o eleitorado refratário à polarização e oferecesse propostas consistentes. 

Depois que sucessivos boicotes forçaram Doria a desistir e impediram Moro de seguir adiante, restaram Simone, que patinou na largada, e Ciro, que parece estar fadado a amargar mais uma derrota (a quarta). 

Mesmo que nenhum dos dois tenha chances reais de passar para segundo turno, os votos que lhes serão dirigidos evitarão que o pleito decidido no primeiro turno.  E tudo aponta para a vitória de Lula — ou, nas palavras do ex-adversário e ora candidato a vice na chapa petista, "a volta do criminoso à cena do crime". 

Graças a uma sequência decisões judiciais teratológicas, o ex-detento mais famoso do país foi convertido em ex-corrupto e o recolocado no tabuleiro da sucessão presidencial. Seus advogados estrelados conseguiram finalmente criminalizar o xerife, a despeito das evidências de que, durante as gestões petistas, um cartel obtinha contratos superfaturados com a Petrobras e pagava propina ao PT, PP e MDB. 
 
Antes de passar o supremo bastão para sua sucessora, o ministro Luiz Fux disse que as anulações dos processos da Lava-Jato ocorreram por razões formais e situações de corrupção no escândalo da Petrobras e do mensalão não podem ser esquecidas. "Aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu 98 milhões de dólares e confessou efetivamente que tinha assim agido", reconheceu o magistrado. Mas o PT publicou uma obra de ficção visando reforçar a narrativa de que "não houve corrupção sistêmica na Petrobras nem superfaturamento em contratos" (contrariando afirmações do TCU e da própria estatal). 

Sempre que é pressionado, Lula relativiza sua participação na megarroubalheira, embora o preposto do do petista na campanha de 2018 tenha reconhecido que faltou controle na Petrobras e que o ex-juiz Sergio Moro fez "um bom trabalho" (menos ao condenar seu chefe). 
 
O sucesso da finada Lava-Jato no combate à corrupção deveu-se a acordos de delação de executivos da Petrobras, da Odebrecht, OAS e de outras empresas. No curso das investigações, foram obtidos documentos e evidências que confirmaram a corrupção na estatal e o pagamento de propinas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Em 2015, a Petrobras divulgou balanço contabilizando uma perda de R$ 6 bilhões com o esquema de corrupção. No início do ano passado, a estatal informou que o total recuperado mediante acordos de colaboração, leniência e repatriações era de R$ 6,17 bilhões.
 
Com a anulação dos processos e a declaração da "suspeição" de Moro, o pajé do PT estufa o peito e, com o dedo indicador em riste qual cauda de escorpião, alardeia que foi "absolvido" e que sua "inocência" foi reconhecida até pela ONU. Mas não é bem assim.
 
Continua...

sábado, 30 de julho de 2022

O DESEMPREGADO QUE DEU CERTO (SÉTIMA PARTE)

 

Um dia após a divulgação da carta em defesa da democracia, o número de signatários passou de 3 mil para 100 mil. No dia 29, já eram mais de 300 mil. Num primeiro momento, Bolsonaro tripudiou: "Não precisamos de 'cartinha' em favor da democracia". Mais adiante, porém, publicou sua própria carta: "Carta de manifesto em favor da democracia. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil". Foram apenas 27 palavras, mas, segundo o historiador e youtuber Marco Antonio Villa, o vocabulário do presidente é limitado a 500 verbetesDito isso, passo à postagem do dia:


Em fevereiro de 1995, época áurea do Plano Real, Dilma Vana Rousseff abriu uma lojinha de bugigangas nos moldes das populares casas de $ 1,99. Batizado de Pão & Circo, o negócio em gestação cumpriu a liturgia comercial habitual. Ao registro do CNPJ na Junta Comercial seguiu-se o aluguel de um imóvel em Porto Alegre (RS) para instalar a matriz. A filial foi erguida 4 meses depois no centro comercial Olaria, também na capital gaúcha. 


O problema é que a "gerenta" que cuidou da contabilidade da empresa era a mesma que lidaria mais adiante com as finanças do país. A loja quebrou em apenas 17 meses; o Brasil continua resistindo, mas nada garante que sobreviva a mais 4 anos de bolsonarismo boçal ou à volta do lulopetismo corrupto (conforme o resultado das urnas em outubro próximo).

 

Tocar uma lojinha de quinquilharias baratas deveria ser algo trivial, principalmente para alguém que, 15 anos depois, Lula apresentaria aos eleitores como a "gerentona" capaz de manter o Brasil no rumo do desenvolvimento. Mas, ao administrar seu comércio, a mulher sapiens cometeu erros banais e em sequência. E qualquer semelhança com a barafunda administrativa do país e os equívocos cometidos na área econômica a partir de 2010, que levaram ao desequilíbrio completo das contas públicas e à irresponsabilidade fiscal, não foi mera coincidência. 

 

Para começar, a loja foi aberta sem que os donos soubessem ao certo o que seria comercializado ali. A empresa foi registrada para vender de tudo um pouco a preços módicos, entre bijuterias, confecções, eletrônicos, tapeçaria, livros, bebidas, tabaco e até flores naturais e artificiais, mas acabou apostando no comércio de brinquedos para crianças, em especial os "Cavaleiros do Zodíaco". Os artigos eram importados de um bazar localizado no Panamá, para onde a sumidade e uma de suas sócias — a ex-cunhada Sirlei Araújo — viajaram três vezes para comprar os produtos. No entanto, apesar do baixo preço das mercadorias, o negócio da Pão & Circo era impopular — tão impopular quanto a própria Dilma se tornaria ao longo de seu aziago governo. 

 

Ao abrir a vendinha, Dilma não levou em conta que o olho do dono engorda o porco. Ela só aparecia por lá eventualmente, preferindo dar ordens e terceirizar as tarefas do dia a dia — como fez mais adiante no governo, ao delegar a economia ao ministro Joaquim Levy e a política a Michel Temer. Na sociedade da Pão & Circo, era Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, que a aconselhava sobre como turbinar as vendas. Mas ele era tão inepto quanto ela seria anos depois, por ocasião da negociata de Pasadena.

 

Durante as duas primeiras gestões petistas, Dilma foi presidenta do Conselho de Administração da Petrobras nos períodos em que respondeu pela pasta de Minas e Energia (2003-2005) e chefiou a Casa Civil (2005-2010). Nesse entretempo, a petrolífera tupiniquim pagou US$360 milhões por metade de uma refinaria que um ano antes havia sido comprada pela empresa belga ASTRA OIL por US$40,5 milhões, e uma decisão judicial a condenou a comprar a outra metade da sucata, o que resultou num prejuízo de US$ 1,18 bilhão


Como de costume, Lula e sua pupila negaram conhecimento da maracutaia. Dilma atribuiu o monumental prejuízo a "riscos subestimados e decisões equivocadas", afirmou que o negócio só foi aprovado porque "cláusulas fundamentais lhe eram desconhecidas" e botou a culpa em Nestor Cerveró — que, curiosamente, não foi punido, mas promovido a diretor financeiro da BR DistribuidoraMais adiante, Lindinho” — como Cerveró era chamado por seus comparsas devido à blefaroptose — declarou aos investigadores da Lava-Jato que a campanha de Lula à reeleição teria sido financiada com propina paga pelo contrato dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, que custaram US$1,2 bilhão (valor equivalente ao da compra da igualmente inútil refinaria de Pasadena). 


Ao alegarem que foram ludibriados, Lula e Dilma reconheceram sua total inadequação aos cargos que ocupavam, e creditar nessa falácia demonstra uma indescritível ingenuidade. Mas num país onde Lula e Bolsonaro disputam pesquisa a pesquisa a preferência do esclarecidíssimo eleitorado, dizer o quê?


Mesmo assim, "o Pacheco de terninho" (detalhes no próximo capítulo) teve uma carreira meteórica: Sem saber atirar, virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, fez posse de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque; sem jamais ter tido um único voto na vida até 2010, virou presidente do Brasil. 
Quatro anos depois, mediante o maior estelionato eleitoral da história (que só seria superado em 2018 pelo "mito" dos bolsomínions), a calamidade em forma de gente renovou o mandato, mas acabou afastada do cargo em maio de 2016 e penabundada em agosto, depois de levar o país à insolvência, a inflação à casa dos 2 dígitos e o desemprego à das dezenas de milhão.


Vale relembrar o pronunciamento da petista em rede nacional, em janeiro de 2013, dando conta de que "a economia ia de vento em popa" e concitando os apedeutas a reelegê-la no ano seguinte:


Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando um índice de redução maior do que o previsto e já anunciado. A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata. É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a miséria estará superada no nosso Brasil.

No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos. Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. No ano passado, colocamos em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão. Este ano, vamos colocar mais 8.500 megawatts de energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. Temos uma grande quantidade de outras usinas e linhas de transmissão em construção ou projetadas. Elas vão nos permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos.

O Brasil vive uma situação segura na área de energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia. Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países. Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações.

Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas. Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.


Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem exceção, vão sair ganhando. Aproveito para esclarecer que os cidadãos atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao nosso esforço terão, ainda assim, sua conta de luz reduzida, como todos os brasileiros. Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que eu estou dizendo.

Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza.

O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais.

Muito obrigada e boa noite.


Pois é, deu no que deu.


Continua...