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sexta-feira, 3 de junho de 2022

DO ÁBACO AO SMARTPHONE

EXISTEM TRÊS MANEIRAS DE FAZER AS COISAS: BOAS, RUINS E COMO EU FAÇO.

O ábaco surgiu há mais de 3 mil anos e é considerado o antepassado mais remoto do computador. O primeiro computador eletrônico de grande escala foi o ENIAC, com 30 toneladas e 18 mil válvulas (que precisavam ser substituídas à razão de uma a cada dois minutos). A geringonça realizava apenas 5 mil somas, ou 357 multiplicações, ou 38 divisões simultâneas por segundo (um desempenho impressionante para a época), mas seu armazenamento era suficiente apenas para manipular os dados envolvidos na tarefa em execução, de modo que qualquer modificação exigia que os programadores corressem de um lado para outro da sala, desligando e religando centenas de fios.


Os primeiros computadores totalmente transistorizados foram os IBM 1401 e 7094, que surgiram entre o final dos anos 1950. Em 1964, a TEXAS INSTRUMENTS criou circuito integrado (composto por conjuntos de transistores, resistores e capacitores); na década seguinte, a INTEL agrupou vários circuitos integrados num único "microchip", propiciando a construção de equipamentos de pequeno porte, como o PET 2001 — lançado em 1976 e tido como o primeiro microcomputador pessoal — e os Apple I e II — este último já com unidade de disco flexível.

 

O Windows surgiu em 1985, inicialmente como uma interface gráfica baseada no MS-DOS. Dez anos depois, quando os PCs já eram relativamente populares, a Microsoft o transformou em sistema operacional autônomo — ou quase isso, já que o DOS continuou atuando nos bastidores até 2001, quando o WinXP (desenvolvido a partir do kernel do WinNT) cortou o cordão umbilical. 


Inicialmente, os desktops eram a regra e os laptopsum sonho de consumo de muitos, mas acessível a poucos, mas acabaram se tornando a opção primária dos usuários, já que podem substituir o desktop e ser usados em trânsito. Em 2007, Steve Jobs revolucionou o mercado da computação pessoal com o iPhone — que não foi o primeiro celular capaz de conectar a Internet, mas se tornou o divisor de águas entre os dumbphones de até então e os smartphones de a partir de então. Atualmente, mesmo num país terceiro-mundista como o nosso há dois dispositivos digitais por habitantequase 250 milhões de celulares ativos.  

 

Resumo da ópera: milhares de anos separam a invenção do ábaco do surgimento dos gigantescos mainframes, mas, a partir de então, bastaram algumas décadas por os computadores pessoais serem criados, encolherem de tamanho, diminuírem de preço, crescerem em poder de processamento, gama de recursos e funções e se tornarem ultraportáteis e indispensáveis. Mas nem tudo foram flores nesse jardim.


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segunda-feira, 21 de março de 2022

WINDOWS 10 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA

DO PRATO À BOCA PERDE-SE A SOPA.

Ainda que fossem mais frequentes nas versões vetustas do Windows, os “paus” ainda ocorrem no Win10 e em seu sucessor. O lado bom da história, por assim dizer, é que eles são capazes de corrigir um sem-número de problemas, bastando para isso uma simples reinicialização. Só que não dá para desligar o computador da maneira habitual quando o mouse e o teclado não respondem. 

Em tese, manter o botão liga/desliga pressionado por 5 segundos corta o fornecimento de energia e desliga o aparelho “na marra”. Supondo que a reinicialização não se complete e o Win10 empaque na tela de boas-vindas (logon), clicar com o botão direito do mouse no terceiro ícone (a partir da esquerda) que é exibido canto inferior direito da janela dá acesso às opções de desligamento. E se o teclado e mouse estiverem operantes, manter a tecla “Shift” pressionada e clicar na opção “Reiniciar” leva ao modo de segurança — ou, na pior das hipóteses, ao Ambiente de Recuperação do Windows (WinRE), que, também em tese, é convocado quando a máquina não reinicia após três tentativas seguidas. Na prática, porém, a teoria pode ser outra.

Observação: O modo de segurança é uma modalidade de inicialização em que o Windows é carregado com um conjunto limitado de arquivos e drivers e resolução gráfica em VGA (não estranhe, portanto, a aparência dos ícones e demais elementos exibidos na tela). Se o sistema iniciar dessa maneira, você saberá ao menos que o problema não está nas configurações-padrão do sistema, e poderá desinstalar uma atualização do próprio sistema ou de driver, e até mesmo um programa qualquer que possa estar impedindo o Windows de carregar normalmente. Vale também executar a restauração do sistema, que, se funcionar, reverterá a máquina a um ponto criado anteriormente, quando tudo funcionava direitinho. Se der certo, você economizará tempo e trabalho.

Dito isso, vamos ao que interessa: depois que instalei o Patch Tuesday de fevereiro, o Windows reiniciou normalmente. No dia seguinte, porém, ele me brindou com uma tela azul da morte (KERNEL SECURITY CHECK FAILURE), que se repetiu nas três reinicializações subsequentes, até que finalmente o processo empacou na tela de logon. Pressionei Shift, cliquei em Reiniciar e, no WRE, selecionei a opção que repara erros de inicialização, mas não consegui me livrar da bendita tela azul.

Sem alternativa, resolvi reinstalar o Win10 do zero e, para não ter surpresas, baixei uma cópia novinha em folha a partir do site da Microsoft usando meu notebook. Todavia, por alguma razão a instalação não se completou, nem depois que mudei o SSD, nem quando tentei o HDD que uso para armazenar meus arquivos pessoais.

Como dispõe a famosa Lei de Murphy, nada é tão ruim que não possa piorar. O portátil, que estava inativo havia meses aproveitou o embalo para me oferecer o Win11. E a despeito de o momento não ser indicado para esse tipo de aventura (já que eu estava sem máquina de backup), achei de aceitar a gentil oferta da dona Microsoft. E aí...

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

WINDOWS 10 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA

POUCAS PESSOAS TOLERAM A RIQUEZA. DOS OUTROS, QUERO EU DIZER.

O Win10 e seu sucessor são menos suscetíveis a congelamentos, telas azuis da morte do que seus predecessores, mas isso não significa que “dar pau” seja coisa do passado

A boa notícia é que essa encarnações do sistema são capazes de solucionar diversos problemas mediante uma simples reinicialização. No entanto, não dá para desligar o PC por software quando o mouse e o teclado deixam de responder. 

Caso os dispositivos de entrada fiquem inoperantes, o jeito manter o “botão de power” (liga/desliga) pressionado por cerca de 5 segundos para cortar o fornecimento de energia e desligar a máquina “na marra”. Caso o Win10 empaque na tela de boas-vindas, manter a tecla Shift pressionada, dar um clique direito sobre o ícone das opções de desligamento (no canto inferior direito) e clicar em “Reiniciar” induz o modo de segurança

No modo seguro, o Windows carrega somente arquivos de sistema e drivers de dispositivos indispensáveis ao funcionamento do computador, de modo a permitir que se investigue a causa do problema ou se recorra à restauração do sistema para voltar no tempo até um momento em que tudo funcionava direitinho.

Observação: Em alguns casos, o que aparece na tela quando se executa o procedimento retromencionado é o Ambiente de Reparo do Windows (Windows RE), que permite não só acessar o modo de segurança, mas também rodar ferramentas de reparo ou reinstalar o sistema (“do zero” ou mantendo arquivos pessoais).

Embora tenha reiniciado normalmente após a instalação do Patch Tuesday de fevereiro, meu PC me brindou na manhã seguinte com uma tela azul da morte. A mensagem de erro era KERNEL SECURITY CHECK FAILURE. Reiniciei, mas a anormalidade se repetiu.

Em tese, o Windows RE abre automaticamente sempre que a inicialização falha duas vezes seguidas, mas eu só consegui acessar o ambiente de recuperação após trocentas reinicializações com a tecla “Shift” pressionada. Mesmo assim, a opção “reparo de reinicialização” não recolocou o bonde nos trilhos.

Como todas as reinicializações que fiz a partir de então resultaram na malfadada mensagem de erro, resolvi reinstalar o Win10 do zero. Para evitar surpresas desagradáveis, baixei do site da Microsoft uma cópia novinha em folha dos arquivos de recuperação. Mesmo assim, a instalação não se completou — nem na partição do SSD que abrigava o Win10, nem em outro SSD, nem no HDD que continha meus arquivos pessoais (que acabaram indo para o espaço com a formatação da unidade).

Como a solução de problemas como esse demanda tempo, deixei para bater cabeça no final da semana — até lá, eu poderia usar meu notebook como máquina de trabalho. E como o portátil estava ocioso desde meados do ano passado, rodei o Windows Update para checar as atualizações e fui informado de que o Windows 11 estava disponível. 

Não era o melhor momento para fazer o upgrade, já que eu estava sem computador reserva. Mesmo assim, segui adiante. Mas a passos de tartaruga.

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

CORREÇÃO DE ERROS NO WINDOWS 10 — PARTE III

A CIÊNCIA TRAZ AO HOMEM A INCERTEZA DE UMA CERTEZA.

Vimos que instabilidades, travamentos, telas azuis da morte e inicializações aleatórias que torravam a paciência dos usuários do Windows 3.X/ME se tornaram menos frequentes depois que a Microsoft lançou o WinXP baseado no kernel do Windows NT, e que o Win10 21H2 está para seus antecessores assim como um Ford Mustang Shelby GT500 está para um modelo T do início do século XX. Mas o fato de as aporrinhações não serem tão recorrentes não significa que tenham deixado de existir.

Antes do Win10, eu recomendava migrar para uma nova versão do sistema somente depois que ela recebesse o primeiro Service Pack. No entanto, a política de atualizações implementada em 2015 pôs fim aos Service Packs, já que novas versões do Win10 passaram a ser lançadas a cada seis meses. A questão é que todas as atualizações semestrais e diversos Patch Tuesday implementados desde o primeiro aniversário do Ten deram um bocado dor de cabeça a um sem-número de usuários.

ObservaçãoSe a Microsoft fabricasse carros — disse Bill Gates em algum momento dos anos 1990 —, eles custariam 25 dólares e rodariam 1.000 milhas com um galão de gasolina. A General Motors saiu em defesa das montadoras e, numa resposta bem-humorada (mas nem por isso menos verdadeira), afirmou que o motor dos "MS-Cars" morreria frequentemente, obrigando o motorista a descer do carro, trancar as portas, destrancá-las e tornar a dar a partida para poder seguir viagem, numa evidente analogia com os constantes travamentos do Windows.

Para piorar, a versão Home do Win10 tolheu dos usuários o controle sobre as atualizações. Considerando que os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito, eu sugeria alterar o horário ativo do computador para contornar esse problema, mas uma caudalosa enxurrada de reclamações levou a Microsoft a repensar o assunto. 

Atualmente, as atualizações podem ser pausadas por até 35 dias — tempo mais que suficiente para que eventuais bugs seja identificados e corrigidos. Ainda assim, uma atualização de driver malsucedida ou a instalação de um aplicativo malcomportado pode comprometer a estabilidade do computador ou, em situações extremas, impedir o sistema de reiniciar. 

Se o Windows carrega, pode-se reiniciá-lo no modo de segurança para tentar recolocar o bonde nos trilhos. Essa modalidade de inicialização carrega apenas um conjunto limitado de arquivos e drivers indispensáveis ao funcionamento do computador. Assim, fica mais fácil descobrir se o problema tem a ver com o hardware e, caso negativo, reverter uma atualização do sistema ou de driver, ou mesmo desinstalar um programa que esteja comprometendo a estabilidade computador (volto a lembrar que vale também executar a restauração do sistema; se funcionar, ela evitará uma trabalhosa e demorada reinstalação do zero).

Já se o Windows não inicia, há, basicamente, duas possibilidades: 1) o sistema chega a exibir a tela de logon; 2), O boot empaca antes disso, dificultando, inclusive, o desligamento do computador. A partir da tela de logon é possível acessar as opções de desligamento (clicando no terceiro ícone, da esquerda para a direita, no canto inferior direito da tela) e escolher “desligar”.

Observação: Sugiro evitar a opção “reiniciar”, na qual o boot é refeito tão rapidamente que as memórias voláteis não são “esvaziadas”. O melhor a fazer, nesse caso, é deligar totalmente o computador, aguardar alguns minutos e então liga-lo novamente. Com alguma sorte, o Windows se recuperará automaticamente ou reabrirá no modo de segurança ou no ambiente de recuperação (WinRE).

Se o sistema empaca antes de exibir a tela de logon, não há como desligar ou reiniciar o computador via software. Nesse caso, a solução é manter o botão liga/desliga pressionado e até a máquina desligar, aguardar um ou dois minutos, cruzar os dedos e torne a ligar — com sorte, tudo voltará a ser como antes no Quartel de Abrantes.

ObservaçãoEvite desligar o computador interrompendo o fornecimento de energia elétrica, seja removendo o cabo de força da tomada, seja desligando o estabilizador de tensão. Ademais, isso não funciona nos notebooks, pois a bateria continuará fornecendo energia (a menos que você a remova do respectivo compartimento, mas isso já é outra conversa).

Se não for capaz iniciar normalmente, o Windows tenta fazê-lo no modo de segurança. Se não conseguir, ele exibe as opções avançadas de inicialização. Se nem isso acontecer, ou seja, se a máquina se fingir de morta, deve-se desligá-la e torne a ligar três vezes seguidas — na terceira tentativa, a tela das opções avançadas de inicialização é exibida, permitindo ao usuário decidir o que fazer a partir dali.

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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

DE VOLTA AO WINDOWS 11

PAÍS QUE TEM BOLSONARO NA PRESIDÊNCIA NÃO PRECISA DE OPOSIÇÃO.

Lançado oficialmente no dia 5 de outubro, o Windows 11 chegou trazendo diversos recursos novos e melhorias gerais no sistema, bem como novos requisitos mínimos que devem ser atendidos para que usuários do Win10 recebam a atualização via Windows Update.

A Microsoft assegurou que não vai impedir quem tem máquinas mais antigas de instalar a nova versão, desde que o aparelho conte com o TPM 2.0 ativado na placa-mãe (ou recurso semelhante provido por software), memória RAM compatível com as exigências do Win11 e processador Intel de 8ª geração ou superior (ou chip AMD Zen 2 ou superior).

Dias após informar os requisitos mínimos — que produziram uma chiadeira danada —, a empresa de Redmond prometeu reavaliar alguns quesitos, mas manteve as restrições tocantes à CPU da AMD, embora tenha sido mais flexível com a Intel — chips de sétima geração como Core X-series, Xeon W-series, Core i7-7820HQ passaram a ser compatíveis. 

A Microsoft disse ainda que analisou o desempenho do Windows 11 em máquinas que não atendiam aos requisitos mínimos e identificou um aumento de 52% nos travamentos no modo kernel (com processadores incluídos na lista dos modelos suportados, houve apenas 0,2% de falhas).

Vale relembrar (pois já foi dito aqui no Blog) que o Windows Update não é a única maneira de fazer a migração para a nova versão do sistema, sendo a alternativa mais comum a criação de uma imagem .ISO num dispositivo externo bootável (drive de HD USB, pendrive ou DVD). Mas é bom ter em mente que essa modalidade de instalação exige a alteração da sequência de boot do computador no CMOS Setup e a formatação da unidade/partição que hospedará o sistema, o que implica o apagamento dos arquivos.

A Microsoft disponibiliza uma imagem .ISO do Windows 11 em seu site oficial, a partir da qual você pode migrar para a nova versão. Da mesma forma como os (hoje arcaicos) CDs e DVDs, essa imagem é composta por um agrupamento de arquivos. A diferença é que os arquivos .ISO dispensam o uso de mídia física (embora seja possível criar cópias .ISO de mídias físicas como forma de backup).

Em outras palavras, é possível software e até mesmo sistemas operacionais inteiros usando uma rede local ou a Internet, pois a grande maioria dos programas de gravação de disco suportam esse tipo de arquivo, e é fácil criar um ambiente virtual para utilizá-lo. Por outro lado, diferentemente dos arquivos .ZIP, as imagens ISO não podem ser comprimidos — o tamanho do arquivo será o mesmo do CD ou DVD.

ObservaçãoImagens .ISO são usadas apenas pelo Windows; o Mac OS X é compatível apenas com o formato CDR, que tem as mesmas funções e características do ISO.

Para criar uma imagem .ISO a partir de uma mídia física já existente ou com um grupo de arquivos do computador é preciso utilizar ferramentas como o Free DVD ISO Burner e o Free ISO Creator (ambos gratuitos). Também é possível acessar esse tipo de arquivo sem queimar mídias ópticas (CD ou DVD), pois programas como o Virtual CloneDriver criam um emulador virtual para a imagem.

Como dito, as ISOs possibilitam uma instalação limpa — que, se implica formatação e perda de dados, não deixa rastros indesejáveis da versão anterior —, mas isso não significa não ser possível fazer apenas uma atualização que preserve os arquivos e programas atuais. Para isso, concluída a etapa de configuração, o aplicativo Get Started detalha, num breve editorial, como fazer ajustes mais rápidos na máquina.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

WINDOWS 10 -- MENSAGEM DE ERRO AO TENTAR ABRIR UM APLICATIVO

MUITO PROMETER É UMA FORMA DE ENGANAR.

Travamentos, mensagens de erro, reinicializações aleatórias e BSoD (sigla de tela azul da morte em inglês) faziam parte do nosso quotidiano até o lançamento do Windows XP, que foi desenvolvido a partir do kernel (núcleo) do Windows NT e minimizou esses aborrecimentos. Mas não existe software perfeito (na verdade, nada é perfeito neste mundo). 

Prova disso é que todas as atualizações abrangentes que a Microsoft disponibilizou para o Windows 10 desde quando passou a comercializá-lo como serviço atazanaram milhões de usuários devido a bugs de programação — que foram corrigidos a posteriori, mas, em alguns casos, patches (remendos) bugados resolviam um problema e criavam outros que até então não existiam.

O sistema da Microsoft sempre foi considerado problemático e inseguro — tanto que era chamado de “ruíndows”, “peneira”, “colcha de retalhos” etc. Parte dessa “fama” se deve justamente a sua enorme popularidade, que fez dele o alvo preferido de malwares, hackers e distinta companhia. Mas é preciso salientar que: 

1) 50% dos problemas atribuídos ao Windows sempre foram causados por falhas ou incompatibilidades de aplicativos de terceiros (notadamente a coleção de inutilitários que muita gente instala para usar, quando muito, uma única vez). 

2) Ainda que a Microsoft se apressasse disponibilizar correções de bugs e brechas de segurança, a maioria dos usuários não se dava ao trabalho de as instalar (até que a empresa tornou compulsórias as atualizações críticas, mas isso é outra conversa).

Tudo isso para dizer que shit happens, só que o culpado nem sempre é o software ou o hardware, mas sim aquela pecinha que fica entre a cadeira e o monitor. Um erro comum — que resulta na mensagem “Este aplicativo não pode ser executado em seu PC” — costuma ocorrer quando se tenta rodar um app de 64 bits numa versão do Windows de 32 bits

Observação: Aplicativos compilados em 32 bits podem ser executados em máquinas com sistema e processador de 64 bits, mas a recíproca não é verdadeira. Para saber se a versão do Windows instalada no seu PC é de 32 ou 64 bits, abra o menu Iniciar, clique em Configurações > Sistema > Sobre, role a tela e confira a informação exibida em “Tipo de sistema”.

Outra causa possível desse erro é o download corrompido do aplicativo. Em sendo o caso, você deve limpar o cache do seu navegador — área da memória onde o browser guarda as páginas localmente, evitando consultas constantes à rede. Isso deveria acelerar a navegação, mas, quando acumula muitos dados, produz o efeito inverso. 

Para fazer essa faxina no Chrome, clique em Configurações (os três pontinhos no final na barra de endereços), depois em Mais FerramentasLimpar dados de navegação > Eliminar os seguintes itens desde. Escolha uma das opções disponíveis (sugiro desde o começo) e marque as caixas de verificação ao lado dos itens que você deseja eliminar (sugiro limitar-se às primeiras quatro opções). Ao final, clique em Limpar dados de navegação, reinicie o navegador e confira o resultado (para não meter os pés pelas mãos, siga este link e leia atentamente as informações da ajuda do Google antes de dar início à faxina).

No Mozilla Firefox, clique no botão Abrir menu (também localizado no canto direito da barra de endereços, mas identificado por três traços horizontais), clique em Opções > Privacidade e Segurança > Cookies e dados de sites, clique no botão Limpar dados e reinicie o navegador. 

No Edge Chromium, clique no ícone das reticências (no canto superior direito da janela), depois em Configurações > Privacidade, pesquisa e serviços e, em Limpar dados de navegação, selecione Escolher o que limpar, defina um intervalo de tempo no menu suspenso e os tipos de dados que você quer limpar, clique em Limpar e reinicie o browser.

No Opera, clique no botão Menu (no canto superior esquerdo da janela), em Configurações > Privacidade e segurança > Limpar dados de navegação; feitos os ajustes desejados, pressione o botão Limpar dados de navegação e reinicie o navegador.

Caso o erro ocorra quando você tenta abrir um programa a partir de um atalho, experimente acessar a pasta do aplicativo e iniciá-lo a partir dali, dando duplo clique sobre o arquivo executável (.exe). Outra possibilidade são as permissões de execução. Para saber se esse é o problema, clique como botão direito sobre o executável do app e selecione a opção “Executar como Administrador”. Mas é bom lembrar que o bloqueio também pode ter sido feito pelo filtro SmartScreen (clique aqui para mais informações).

Se nada disso resolver, faça uma inicialização limpa do sistema — que serve para determinar se um programa em segundo plano está interferindo no sistema ou otimizar o carregamento do sistema, mas também pode ajudá-lo com o problema em pauta — e tente rodar o aplicativo em questão. Se ele funcionar, você terá de identificar o responsável pela incompatibilidade, o que significa habilitar um item por vez e tornar a executar o programa até a mensagem de erro ser exibida. 

Para realizar uma inicialização limpa nas versões 10 e 8.1 do Windows, pressione as teclas Win+R, digite msconfig e clique em OK. Na janela Configuração do Sistema, clique na aba serviços; na parte inferior da tela, marque a caixa Ocultar todos os serviços Microsoft e clique em Desativar tudo. Feito isso, clique na aba Inicialização de programas e em Abrir gerenciador de tarefas. Na janela do Gerenciador, clique na aba inicializar, desabilite todos os programas não-Microsoft (clique com o botão direito sobre o programa e escolha desabilitar), feche a janela, clique em OK e reinicie o computador. 

Boa sorte.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

DE VOLTA ÀS BENDITAS SENHAS

ENQUANTO A VERDADE CALÇA OS SAPATOS, A MENTIRA DÁ A VOLTA AO MUNDO.

Segundo o Gênesis (do grego Γένεσις, que significa "origem", "criação", "início"), “no princípio era o Caos, e do Caos Deus criou o Céu e a Terra (...)

Em apenas 6 dias o Criador transformou o Caos em ordem. Criou a luz e separou-a em duas (uma, grande, para governar o dia, e outra, menor, para governar a noite). Criou as águas e separou-as em duas (e juntou as da porção inferior num só lugar, para que ali emergisse parte seca). Cobriu a terra de plantas, povoou-a com todo tipo de seres vivos e no sexto dia, disse o Senhor das Esferas: “Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão”. E após concluir Sua obra e ver que tudo era bom (?!), abençoou e santificou o sétimo dia, quando então descansou.

ObservaçãoA primeira versão escrita do Antigo Testamento remonta ao século 10 a.C. Desde então, seus relatos foram copiados, editados e reescritos um sem-número de vezes, até que alguém teve a ideia de juntar a essa compilação o Novo Testamento. E assim formou-se a síntese da mitologia cristã, composta por 66 livros, sendo 39 do A.T. e 27 do N.T., que ficou conhecida mundialmente como Bíblia(do grego "biblion", que significa "livro", "rolo").

Do Gênesis bíblico à teoria do Big Bang, diversos povos construíram versões próprias da origem do universo. Na maioria delas, o Caos seria uma matéria sem forma definida. Mas nenhuma trouxe a lume o detalhe que ora lhes revelo: Antes do Caos, já havia políticos, pois certamente foram eles que criaram o Caos!

Com os políticos, surgiu a vigarice. Em Juízes 12: 1-15, o Antigo Testamento registra que a palavra “xibolete” (do hebraico שבולת, que significa “espiga”) funcionava como “senha linguística” para identificar um grupo de indivíduos. Séculos depois, durante o massacre das Vésperas Sicilianas (1282 d.C.), os franceses eram reconhecidos pela forma como pronunciavam “cìciri” (grão de bico, no dialeto siciliano). Assim, engana-se quem imagina que as senhas surgiram com a popularização da Internet, embora a popularização da Internet as tenha popularizado e multiplicado.

Em 1961, para evitar que alguns estudantes monopolizassem o computador, o MIT desenvolveu o Compatible Time-Sharing System, mas os nerds logo descobriram como burlar a exigência da senha e se livrar da incomodativa limitação de tempo. No âmbito das transações financeiras, a autenticação por senha foi implementada no Brasil no início dos anos 1980, com o advento dos caixas eletrônicos ― a primeira máquina foi instalada pelo Itaú no município paulista de Campinas, em 1983. O cartão de crédito surgiu muito antes, inicialmente como alternativa para clientes de redes de hotéis e petroleiras comprarem a crédito nos próprios estabelecimentos (a primeira versão para uso no comércio em geral foi o Diners Club Card, que desembarcou no Brasil em meados dos anos 1950).

No início dos anos 1980, os fraudadores recuperavam os dados do papel-carbono dos formulários usados nas maquininhas manuais para lesar as operadoras, que contra-atacaram com mídias providas de tarjas magnéticas. Quando os vigaristas responderam com os “chupa-cabras”, a tarja deu lagar ao microchip e a autenticação por assinatura foi substituída pela senha. E o resto é história recente. 

Quando os PCs se tornaram populares (embora inicialmente não passassem de caríssimos substitutos das máquinas de escreve e de calcular e do console de videogame), era comum a mesma máquina ser compartilhada por todos os membros da família ― uma solução economicamente interessante, mas desastrosa do ponto de vista da privacidade. Sensível ao problema, a Microsoft tornou o Windows “multiusuário” e implementou uma política de contas e senhas de acesso. Com isso, cada membro da família se logava no sistema e meio que “tinha um Windows só para ele”. 

Embora essa solução não pusesse fim à disputa pelo uso da máquina, ao impedia o acesso a pastas e arquivos alheios, o que já não era pouco. Mas os usuários do Windows ME — edição lançada pela Microsoft a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da “virada do milênio” — logo descobriram que bastava pressionar a tecla Esc para "pular" a tela de logon (essa falha foi sanada no XP, que foi desenvolvido a partir do kernel do WinNT).

Reminiscências à parte, interessa dizer (de novo) que segurança absoluta no âmbito digital é conversa para boi dormir. E da feita que comodidade e segurança são como água e azeite, senhas difíceis de quebrar costumam ser virtualmente impossíveis de memorizar. E como usamos dezenas delas no dia a dia, tendemos a padronizar os acessos, ou seja, recorrer à mesma password para desbloquear a tela do smartphone, fazer logon no Windows, acessar redes sociais e contas de email, fazer compras online, transações financeiras via netbanking e por aí vai.

É possível criar senhas complexas e, ao mesmo tempo, fáceis de memorizar, como veremos na próxima postagem.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

NOTEBOOKS E DESKTOPS EM ALTA

MOMENTOS BONS E RUINS FAZEM PARTE DA VIDA. A DIFERENÇA É QUE UNS MARCAM E OS OUTROS ENSINAM.

Bastou dizer que a popularização dos ultraportáteis reduziu significativamente a procura por notebooks — e que estes já haviam derrubado as vendas de desktops — para a Apple e a Samsung anunciarem forte crescimento das vendas em relação ao último ano.

No geral, o mercado total de PCs registrou um aumento de 23% no comparativo anual, sendo a Lenovo a líder, com 23,5 milhões de tablets, notebooks e desktops vendidos. Ao todo, 124,5 milhões de unidades de PCs foram comercializadas, com destaque para os Chromebooks, cuja demanda cresceu 122%. Já os tablets e notes tiveram aumento de 88% nas vendas, sendo a segunda categoria com maior desempenho (comercialmente falando) em computação pessoal.

Aqui cabe abrir um parêntese para esclarecer que Chromebooks são a reedição revista e atualizada dos netbooks (dos quais falaremos numa próxima postagem). Trata-se, basicamente, de portáteis semelhantes aos notes, só que com configuração espartana (visando a um preço mais acessível), sistema operacional Chrome OS (derivado do projeto Chromium), projetados para funcionar sempre conectados à Internet (embora tenham se tornado capazes de executar diversas funções offline) e voltados, sobretudo, a estudantes e usuários que precisam de um PC básico, suficiente apenas para navegar, editar documentos e acessar redes sociais, mas que acham o tablet muito limitado.

Via de regra, os Chromebooks não suportam aplicativos tradicionais de desktop (exceto os nativos e alguns modelos desenvolvidos para o sistema Android. É possível fazê-los reconhecer programas do Linux — sistema de código aberto a partido do qual o kernel (núcleo) do Chrome OS foi desenvolvido —, mas o processo não é lá muito simples. Quanto às dimensões, esses aparelhos tendem a ser menores, mais simples, mais leves e mais  que os notebooks, e no que tange à configuração de hardware, a maioria utiliza CPU Intel Celeron, tem unidades de armazenamento em memórias Flash e memória RAM não expansíveis e em pouca quantidade.

A tela pode ou não ser touchscreen, e o dispositivo pode ou não ser um 2 em 1 — que permite o uso como laptoptablet, ou nos modos tenda e apresentação. A exemplo dos notes, eles podem utilizar periféricos como drives externos, mouses e teclados USB, bem como ser conectados a um aparelho de TV ou monitor HDMI. Todavia, a exemplo dos notebooks modernos, eles não dispõem de drive de mídia óptica (para CD, DVD, Blu-ray).

Existem modelos de configurações bem simples, como o Samsung XE501C13-AD3BR, com processador Intel Celeron, 4 GB de RAM e 32 GB de espaço interno, que custa por volta de R$ 3 mil (na Americanas.com), e outros menos potentes (o propósito original da linha é fornecer laptops baratos), entre os quais vale mencionar o Chromebook Plus V2 da Samsung, que custa cerca de R$ 2,5 mil no Extra.com, e o Chromebook C202SA, da Asus. Fecho o parêntese.

O crescimento nas vendas de computadores foi influenciado pelo contexto que envolve a pandemia sanitária e as medidas de isolamento social, o que acabou implicando o aumento do consumo de opções mais acessíveis. De acordo com a Canalys, a demanda deve continuar crescente no curto prazo, mas a mesma tendência não se verifica em relação a desktops, apesar do aumento de 7% na venda dos all-in-one. No geral, a procura por modelos "de mesa caiu" 32% contra o último ano.

Observação: A exemplo dos notebooks, os PCs all-in-one são uma alternativa interessante ao desktop convencional, pois trazem a placa-mãe e demais componentes internos embutidos na face posterior do monitor de vídeo, proporcionando um visual clean e uma significativa economia de espaço sobre a mesa de trabalho — onde, além do próprio monitor, só é preciso manter o teclado e o mouse (de preferência wireless). Existem até modelos com telas de 27”, que podem ser pendurados na parede e usados para assistir a filmes em streaming, jogar games e por aí vai.

A Apple tem a segunda maior cota de mercado no terceiro trimestre de 2020 (17,7%), seguindo de perto a Lenovo (18,9%) e registrando crescimento de 40,9%. A Samsung tem o maior crescimento percentual (86,2%), mas ainda está longe em números absolutos, com cota de 8% no mercado de PCs. No entanto, fazendo um recorte para o mercado de tablets, exclusivamente, a fabricante sul-coreana conseguiu um ótimo desempenho, com crescimento de 79,8% e cota de mercado de 20,4%. Nesse segmento, a Samsung fica atrás apenas da Apple, que conquistou uma fatia de 34,4% com a venda de 15,2 milhões de iPads no terceiro trimestre. No geral, a categoria registrou aumento de 44% e as fabricantes HuaweiAmazon e Lenovo ajudam a compor o Top 5.

Para a Canalys, os tablets são mais amigáveis aos iniciantes e terão papel fundamental na transformação digital daqui para a frente. O estudo revela ainda que a HP lidera o mercado de Chromebooks, com a maioria das remessas nos Estados Unidos, mas a Lenovo surpreendeu no crescimento de 300% para este segmento, vendendo 1,8 milhão de unidades. A conferir.

Com TecnoblogCanalys