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segunda-feira, 23 de maio de 2022

SOBRE CELULARES, BATERIAS E NOMOFOBIA

CASAR SIGNIFICA TROCAR 50% DE DIREITOS POR 100% DE OBRIGAÇÕES.

 

O neologismo “nomofobia” (de no-mobile + fobos) foi cunhado para designar a ansiedade patológica que acomete algumas pessoas quando se veem privadas de usar seus smartphones. Aliás, nada resume melhor o relacionamento dos nomofóbicos com a bateria do celular do que o aplicativo Die With Me, que só pode ser usado quando a reserva de energia atinge 5%. 


Cerca de 10% dos brasileiros padecem de nomofobia, o que não é pouco se considerarmos que há um ano atrás a 32ª edição da Pesquisa Anual do FGVcia já contabilizava 440 milhões de dispositivos digitais portáteis (notebooks) e ultraportáteis (smartphones e tablets) em uso no país. 

 

À medida que os celulares foram ficando mais versáteis, as pessoas passaram a dar mais importância autonomia e a vida útil da bateria. Mas nem mesmo as poderosas baterias de 6.000 mAh desobrigam os heavy users de fazer um “pit stop” entre as recargas completas. 


Embora seja tecnicamente possível aumentar a capacidade das baterias, o problema está em fazê-lo sem impactar o tamanho do componente e o custo de fabricação. A bateria que equipa um Tesla Model 3 é de 62.000 Wh, ao passo que a de um iPhone 11 Pro Max é de 15,04 Wh (ou 3.969 mAh). Mas as diferenças de tamanho e de peso são igualmente significativas. Assim, a alternativa encontrada pelos fabricantes de smartphones foi criar sistemas de “carregamento rápido” (mais detalhes nesta postagem) e recorrer a softwares destinados a otimizar o consumo de energia. 

 

A potência de um carregador convencional é de 5 a 10 watts, enquanto a de um carregador rápido chega a ser 8 vezes maior (os Galaxy Note 10 vêm acompanhado de um carregador de 25 watts). O impacto do carregamento rápido na vida útil das baterias causa divergências entre os especialistas; há quem diga que não há prejuízo algum para o componente se o carregador for original ou de marca e modelo homologados pelo fabricante do aparelho.

 

Fato é que o processo de recarga gera calor (daí ser recomendável tirar o celular da capa e realizar o procedimento em local ventilado), e que tanto o calor quanto o estresse aumentam quando o nível de carga atinge 80%. Para evitar danos, o carregamento rápido desacelera depois que o nível da bateria atinge de 50% a 70% (o que pode levar de 10 a 30 minutos, conforme o aparelho). Modelos da Samsung utilizam carregadores de 45 Watts, que restabelecem 70% da carga em cerca de meia hora — mesmo tempo que, segundo a Apple, a bateria do iPhone 11 Pro leva para atingir 50%.

 

A possibilidade de danos existe, mas é mínima. Primeiro, porque o gerenciamento da bateria monitora a recarga e reduz a potência na fase final (é por isso que os últimos 10% parecem demorar uma eternidade). Segundo, porque o sistema é projetado para interromper o fornecimento de energia quando a bateria está 100% carregada. Mas, de novo, isso se aplica a baterias e carregadores originais e modelos homologados pelo fabricante do aparelho. 


Da feita que a Lei de Murphy ainda não foi revogada, convém evitar que o nível de carga fique abaixo de 20% durante o uso e supere 80% durante a recarga, mesmo que isso signifique renunciar a uma horinha a mais de WhatsApp que você teria se não observasse esses limites (para mais ou para menos).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Errar é humano...

O Windows é um sistema multitarefa, mas os usuários nem sempre o são. Por isso, fazer diversas coisas ao mesmo tempo dá margem a equívocos cuja gravidade pode variar conforme a natureza da "rata" e as pessoas envolvidas.
A popularização do uso da banda larga leva cada vez mais gente a passar cada vez mais tempo (em casa ou no trabalho) conectada à Web, sendo comum o usuário abrir múltiplas telas do Explorer (para pesquisas, leitura de jornais on-line, acesso ao blog favorito e consulta à conta bancária, por exemplo) enquanto elabora um documento de texto, envia outro para impressão, ouve música pelo Media Player, gerencia sua correspondência virtual, bate papo com amigos e/ou colegas de trabalho pelo Messenger e outros que tais.
Nessas circunstâncias caóticas, um deslize involuntário do mouse pode fazer com que uma frase carregada de erotismo, destinada originalmente a uma amiga de balada, seja exibida por engano na telinha do chefe. Ou, ao responder um e-mail ácido com palavras ainda mais cáusticas, a pessoa se arrepende - mas só depois ter clicado no botão "Enviar". Ou ainda aproveitar uma mensagem recebida para transmitir uma fofoca ou crítica qualquer, clicar inadvertidamente em "Responder a todos" ao invés de em "Responder", e então notar que a mensagem foi enviada para um vasto grupo de destinatários (pior ainda se o alvo do "veneno" também está nessa lista). E a menos que você seja um hacker competente - ou, melhor ainda, que conheça a senha de webmail do destinatário "involuntário" da mensagem (podendo, assim, tentar apagá-la antes que ela seja lida) - é melhor já ir pensando numa desculpa capaz de contornar o problema (o que também não costuma não muito fácil).
Colocando as coisas dessa maneira, a possibilidade de tal conjunção de fatores ocorrer pode parecer remota, mas não se iluda: a Lei de Murphy continua vigendo... Então, é bom saber que o Outlook Express pode ser configurado para retardar a remessa das mensagens que você cria ou responde (permitindo-lhe ganhar um tempinho para administrar eventuais arrependimentos).
Para fazer isso, basta abrir o programa, clicar em Ferramentas > Opções > Envio e desmarcar a caixa de verificação ao lado de "Enviar mensagens imediatamente" (dessa forma, as novas mensagens serão colocadas na Caixa de saída e encaminhadas ao servidor de e-mails somente quando você clicar no botão "Enviar/Receber", na barra de ferramentas).
Para evitar essas e outras "saias-justas", confira algumas sugestões adicionais:



1. Tome cuidado ao usar o MSN no trabalho para tratar de assuntos pessoais - se trocar as janelas durante uma conversa, você corre o risco de falar mal do seu chefe para... o seu chefe.

2. Antes de enviar um e-mail, confira o endereço do destinatário, torne a conferir, confira mais uma vez, e só então clique no botão "Enviar".

3. Procure utilizar o e-mail da firma somente para assuntos de trabalho (crie um ou mais e-mails diferenciados para assuntos pessoais e cadastros em websites).

4. Redobre os cuidados ao responder mensagens enviadas para múltiplos destinatários; sempre existe o risco de mandar um desabafo ou uma crítica para dezenas de pessoas, ou mesmo de destilar seu veneno justamente com quem você menos deveria fazê-lo.

5. Evite deixar muitas janelas do MSN abertas. Ao teclar com um contato de cada vez, você previne o tipo mais comum de gafe, que é justamente falar mal de uma pessoa para ela própria.

6. Se mandar um e-mail errado, ligue para o destinatário o quanto antes, dê conta do fato e peça a ele que não leia a mensagem (e torça para a pessoa seja tão desprovida de curiosidade a ponto de atender seu pedido).

Boa sorte.

Em tempo: Se você está sempre conectado com seus amigos via Windows Live Messenger, é bom por as barbas de molho: sites especializados em segurança virtual dão conta de que um novo trojan (cavalo-de-tróia) começou a se espalhar atrevés desse programa - e infectou cerca de 11 mil PCs em menos de 24 horas.
Ameaças on-line disseminadas através de softwares de mensagens instantâneas ainda são raras, se comparadas com as que se espalham por e-mail. Entretanto, muitos usuários do WLM vêm recendo, de algum de seus contatos, uma mensagem com um arquivo Zip que embute o código malicioso.
Ainda não se sabe o que esse trojan faz, mas ele parece estar formando um exército de bots para alguma finalidade escusa. Vale lembrar que, em setembro passado, a Microsoft recomendou enfaticamente aos usuários do MSN Messenger que migrassem para o Windows Live Messenger 8.1, visando corrigir uma vulnerabilidade antiga do programa.
Enfim, cautela e canja de galinha...

quarta-feira, 1 de julho de 2020

O MITO, O MITÔMANO E O CIRCO DA VERGONHA NACIONAL


Tudo muda o tempo todo no mundo, diz Lulu Santos em “Como um Onda”. Peço venia ao cantor e compositor carioca para discordar. Nem tudo muda. A incompetência chapada do eleitorado tupiniquim, por exemplo, tornou-se cláusula pétrea nesta pobre nação. Daí a qualidade de nossos governantes e representantes — gente que, salvo raríssimas exceções, elege-se para roubar e rouba para se eternizar no poder. E um poder que se serve em vez de servir não serve.

Está mais que na hora de virar o jogo. Não deveria ser assim. Mas é. Diz-se que o Brasil não merece mais um impeachment presidencial em tão pouco tempo. Talvez não. Mas será que merece um governo como esse?

Parece que ninguém aprendeu nada com os dois impeachments anteriores, nem com os aziagos 13 anos, 4 meses e 12 dias sob jugo do abjeto lulopetismo — oito sob a batuta de um picareta e os demais com esse mesmo picareta nos bastidores, manipulando uma “gerentona” incompetente, pernóstica e arrogante, que antes de entrar para a política levou à breca duas lojinhas do tipo R$1,99, e isso nos anos 1990, quando a paridade entre o real e o dólar favorecia enormemente esse tipo de comércio.

Fosse o Brasil um país sério e essa senhora estaria dividindo a cela com seu criador e mentor (que cumpriu míseros 580 dias dos mais de 25 anos de prisão a que foi condenado, graças ao compadrio de uma corte suprema eivada de militantes fantasiados de ministros togados).

Foi por essas e outras que avalizamos o contrato de locação do atual inquilino do Palácio do Planalto, e que agora vemos com pesar a transformação de seu governo num misto de mercado persa e espetáculo circense, onde a população faz o pepel de palhaço. Claro que o momento está longe de ser o ideal para outro impeachment abrilhantar a história da nossa “frágil democracia”, mas se o preço a pagar para evitá-lo é uma viagem de volta aos tempos do autoritarismo, melhor que se lasque o presidente do que nós.

Falando no general da banda, fica cada vez mais difícil dar fé ao que dizem o capitão caverna e sua entourage, notadamente para tentar justificar o injustificável e defender o indefensável. Segundo Merval Pereira, “o silêncio eloquente do presidente sobre a prisão de seu amigo de longuíssima data Fabrício Queiroz explicita a gravidade da situação”. E eu não poderia concordar mais.

A depender do que os investigadores encontrarem nos celulares e documentos apreendidos em Atibaia, a situação pode levar a crise institucional a um desfecho que se prevê desde os primeiros escândalos deste governo. O caminho para o impeachment parece ser inevitável, já está marcado no GPS político; só não se sabe a velocidade em que isso se dará. Que a vaca foi pro brejo, disso ninguém duvida. A questão agora é calcular a distância do brejo e a velocidade da vaca.

Entre tantos episódios lamentáveis protagonizados por alguém que já reconheceu publicamente não ter nascido para presidente, mas para militar — e que nem para isso prestou, pois teve a carreira abortada por indisciplina e insubordinação —, o penúltimo foi de uma bizarrice a toda prova. A propósito, escreveu Josias de Souza em sua coluna:

Na definição do poeta gaúcho Mário Quintana, ‘a mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer.’ No caso do título de doutor que Carlos Alberto Decotelli dizia ter obtido na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, a mentira esqueceu que o doutorado só vira uma verdade quando acontece a apresentação da devida tese. Pilhado, o novo ministro da Educação desprezou a saída mais simples e preferiu executar acrobacias acadêmicas que esticam a mentira.” 

ATUALIZAÇÃO: 

Depois que piada a colombiana perdeu a graça — falo de Ricardo Vélez Rodríguez, que “comandou” o MEC por 3 meses e 18 dias —, Bolsonaro trocou o humor negro pela tragédia polonesa, e só se conformou em defenestrar o obelisco da grosseria porque sofreu pressão de todos os lados.

Para fechar com chave de ouro sua passagem pelo governo, Abraham Weintraub fez questão de causar mais constrangimentos (detalhes nesta postagem). E como que imbuído do propósito de confirmar a lei de Murphy —segundo a qual não há nada tão ruim que não possa piorar — o capitão trevoso escalou um mitômano para ocupar a vaga aberta com a saída pela esquerda do ministro sem educação — que caiu pra cima: como reconhecimento pelos "bons serviços prestados" ao MEC, a tragicomédia foi indicada para ocupar uma diretoria no Banco Mundial.

O substituto dessa aberração, professor Carlos Alberto Decotelli — um oficial da reserva da Marinha de 67 anos, evangélico, e que por pouco não se tornou o primeiro negro a ocupar um cargo na Esplanada dos Ministérios —, é tão mestre, doutor e pós-doutor quanto eu sou comendador.

A suspeita de que Decotelli não teria o título de doutor pela Universidade Nacional de Rosário foi confirmada pelo reitor da instituição argentina. O alegado curso de mestrado na FGV também teria sido um plágio, e o pós-doutorado na Alemanha, jamis existido.

Decotelli também teria sido responsável por um bizarro edital de licitação envolvendo a compra de 1,3 milhão de notebooks para a rede pública de ensino. Ao examinar o edital, a CGU apurou que 350 colégios receberiam mais de um computador por aluno, e que a Escola Municipal Laura de Queiroz, de Minas Gerais, que reúne 255 estudantes, seria agraciada com 30.030 aparelhos.

As explicações (?!) que o quase ministro deu à imprensa foram tão evasivas e inverossímeis quanto as do mafioso de comédia Fred qualquer coisa e as de seu ex-cliente Flávio Bolsonaro sobre rachadinha, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e que tais. Ou quanto o ramerrão do picareta dos picaretas, que, mesmo condenado a mais de 20 anos (em dois dos dez processos a que responde na Justiça penal), continua afirmando ser a alma viva mais honesta da galáxia.

Depois de muitas idas e vindas e outras tantas informações inconsistentes, o general da banda aceitou a demissão de Decotelli, posto que mantê-lo no cargo depois dessa lambança toda seria dar mais munição aos críticos contumazes de seu governo. Aliás, em que pesem todas as ressalvas que tenho em relação ao capitão das travas, esse imbróglio me leva a reconhecer que ele está coberto de razão ao reclamar da imprestabilidade das informações que lhe são prestadas pelo GSI do Gen. Augusto Heleno

Observação: Questionado, Heleno chamou os críticos de ‘desinformados’ e afirmou que não cabe ao GSI ou à Agência Brasileira de Inteligência examinar currículos de quem está para assumir algum ministério, e que essas informações são de responsabilidade de cada profissional. Na minha terra, isso se chama "tirar o seu da reta".
Voltando ao quase ministro, de pessoas acomodadas em poltronas desse relevo esperar-se-iam exemplos de conduta. Mas não. Damares Alves se apresentava como "mestre em educação, em direito constitucional e direito da família" sem ter nenhum título de mestrado. Espremida, declarou que sua qualificação é bíblica. Sob Michel Temer, uma antecessora de Damares na pasta, Luislinda Valois, incluíra no currículo um título inexistente: "Embaixadora da paz da ONU”. Sob Lula, a então ministra Dilma Rousseff (olha ela aí traveis) injetara no seu rol de méritos universitários dois anabolizantes: um mestrado pela Unicamp e a condição de "doutoranda" em economia monetária e financeira na mesma universidade. Era lorota. A ex-gerentona frequentara os cursos, mas, a exemplo de Decotelli, não apresentara as devidas dissertações.

Mudando de um ponto a outro, deu no Estadão  que o presidente Bolsonaro (temos outro?) vem intensificando as negociações com o Centrão para, além de livrar-se de eventual processo de impeachment ou inquérito no STF, incluir no pacote a blindagem seu primogênito, alvo de investigações e sujeito a ter o mandato parlamentar cassado pela comissão de ética (?!) do Senado.

O desembargador Paulo Rangel, autor do voto decisivo que deu foro privilegiado ao Zero Dois, queria anular não só as provas contra o filho do presidente, mas também contra outras 94 pessoas investigadas na primeira instância pelo esquema de rachadinha, tais como o sócio do senador na loja de chocolates, sua senhora, a esposa de Queiroz e uma filha do casal, além de empresas, ex-assessores e familiares suspeitos de colaborarem para o esquema, que foram alvo de quebras de sigilo e buscas e apreensões determinadas no ano passado pelo juiz de primeira instância Flávio Itabaiana.

Em 2010, ao tomar posse como desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, Rangel agradeceu efusivamente o apoio à sua candidatura por parte da primeira-dama Adriana Ancelmo (mulher do ex-governador Sergio Cabral) e do procurador-geral Claudio Lopes — ambos acabariam presos pela Lava-Jato na investigação sobre o megaesquema de corrupção montado pelo marido da dita-cuja.

Segundo o desembargador, Adriana gostou do seu currículo e de sua história de vida, passando a defender seu nome. “Sou grato a honraria que me foi deferida porque sei da pressão que se faz num processo eleitoral dessa envergadura.” O magistrado também citou o apoio do desembargador Luiz Zveiter, que é citado na delação de Cabral, homologada por Edson Fachin em fevereiro.

Em seu voto, o magistrado disse que agiu de acordo com sua consciência, considerou que Itabaiana não tinha competência para supervisionar a investigação e, por isso, com base na teoria dos “frutos da árvore envenenada” (isto é, os vícios da planta transmitem-se aos seus frutos), defendeu a anulação de todos seus atos no caso. Em nota divulgada pelo TJ-RJ, o desembargado disse ainda que a decisão do STF de 2018 (*) não se aplica ao senador, “que passou de deputado estadual para senador, sem nunca ficar sem mandato parlamentar, e, portanto, não poderia ter uma investigação na primeira instância”.

(*) Na ocasião, o Supremo definiu que só mantêm a prerrogativa de foro parlamentares cujos atos investigados tenham ocorrido durante o mandato e tenham relação com a função. Quando deixa o mandato, o caso desce para a primeira instância.

O voto de Rangel só não prevaleceu por causa da desembargadora Mônica Tolledo, que manteve válidos os atos do juiz de primeira instância, apesar de votar pela remessa do caso ao Órgão Especial. A relatora, Suimei Cavalieri, votou por manter o caso com o juiz, por entender que ele sempre teve competência e, portanto, legitimidade para autorizar as diligências e coletar as provas.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

DICAS PARA MANTER O DESEMPENHO DO CELULAR NOS TRINQUES (FINAL)

O SILÊNCIO É UM AMIGO QUE NUNCA TRAI.

Todo aplicativo consome recursos e todo arquivo ocupa espaço. Instalar programas desnecessários e armazenar milhares de fotos e centenas de vídeos no celular resulta em lentidão, mesmo que o dispositivo disponha de 6GB de RAM e 256GB de armazenamento. 

Portanto, elimine o crapware, instale somente apps necessários e transfira para um pendrive ou HDD externo ou para a nuvem sua fototeca e sua filmoteca. Configure o sistema para suspender ou encerrar apps que não são usados com frequência e recorra a ferramentas de diagnóstico, como o Phone Doctor, para identificar e reparar os problemas mais comuns. 
 
Se seu orçamento o obrigar a comprar um smartphone com 4GB de RAM e 64GB de armazenamento, você pode possa emular memória com o RAM Plus, que é disponibilizado por alguns modelos Samsung e Xiaomi e permite usar parte da memória interna como "RAM virtual", e ampliar o armazenamento com um SD-Card
Existem dezenas de tipos desses cartões no mercado, mas nem todos são aceitos por todos os smartphones. Consulte o manual do seu aparelho (ou do aparelho que você pretende comprar) para saber se ele compatível com SDHC ou SDXC e quais das três principais classes de velocidade ele suporta (mais detalhes nesta postagem).  

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Vivo, Cazuza cantaria: "Brasil, mostra tua cara / Quero ver quem paga / Pra gente ficar assim / Brasil, qual é o teu negócio / O nome do teu sócio / Confia em mim." Explico: a PEC das Praias passou na Câmara sem alarde e subiu para o Senado, onde tem como relator o famoso senador das rachadinhas e mansões milionárias. Mas o presidente da Casa pisou no freio ao declarar que a votação não será pautada "da noite para o dia", e o feitiço da invencibilidade digital da direita bolsonarista acabou enfeitiçado na praia das redes. Desde então, o filho do pai desperdiça saliva em entrevistas e postagens. "Não tenho interesse pessoal nisso, não sou proprietário de área beneficiada, não estou levando dinheiro do Neymar nem do empreendimento que ele fará", disse FB ao Globo. 
Esforçando-se para dar um aroma social à empreitada, Zero Um alardeou que a PEC presentearia habitantes pobres da orla com títulos de propriedade e mencionou os moradores do Complexo da Maré e dos quilombolas da Restinga de Marambaia, no Rio. Mas o bolsonarismo deixou-o apanhando sozinho nas redes. Ainda que a milícia digital organize uma mobilização tardia, já não há força no universo capaz de deter a maledicência segundo a qual o que move o primogênito do aspirante a tiranete não é a Maré nem a Restinga, mas a ideia fixa do pai de criar "uma Cancún em Angra dos Reis. 
Zonzo, FB tem dificuldades para manter a língua na coleira. Na mesma entrevista, ele disse que a PEC não tem nada de agressivo às praias, que todo mundo gosta de ir a um resort em Cancún, em Miami, na Espanha, na Grécia, e que a ideia é fazer um troço pequeno no Brasil para tentar estimular empreendimentos. E fechou com chave de ouro dizendo que, para fazer empreendimento em Angra, Salvador, qualquer lugar de Alagoas, seguirá existindo toda uma burocracia ambiental. 
Deu para entender?
 
O Bluetooth é útil em diversas situações, mas pode causar interferências ou erros de emparelhamento. Se desligar e religar o recurso não resolver, reinicie o smartphone; se o problema persistir e o "modo detectável" estiver ligado, limpe o cache do Bluetooth; se mesmo assim não funcionar, reverter o aparelho às configurações de fábrica costuma solucionar esse e uma porção de outros problemas. 
 
Por ser ultraportátil, o celular está sujeito a impactos e quedas. Segundo a Lei de Murphy, se cair, vai quebrar. Capinhas e películas protegem o aparelho, mas não fazem milagres — clique aqui e aqui para saber quais modelos são mais indicados. Se a tela trincar ou rachar, você terá de substituí-la — o conserto custa caro e nada garante que as coisas voltam a ser como dantes no quartel de Abrantes.
 
A autonomia da bateria pesa tanto quanto a RAM e o armazenamento na escolha de um smartphone. Modelos
 "premium" trazem baterias de 6.000 mAh, mas quem usa intensamente o aparelho não está livre de fazer um "pit stop" entre as recargas. A boa notícia é que baterias de íons ou polímero de lítio não estão sujeitas ao famigerado efeito memória, podendo ser recarregadas a qualquer momento, e sempre se pode recorrer ao "carregamento rápido" e a softwares que otimizam o consumo energético (mais detalhes na sequência de postagem iniciada aqui). 
 
A potência dos carregadores rápidos chega a ser 8 vezes superior à dos convencionais, mas nem todo aparelho suporta essa tecnologia (consulte o manual o site do fabricante). E muitos dos que suportam vêm acompanhados de carregadores comuns. 

Observação: Para descobrir a potência do carregador, basta multiplicar a voltagem pela amperagem. Meu Galaxy M23 suporta um carregador de 25 W (9V x 1,67A), mas veio com um modelo de 15 W, que demora cerca de 90 minutos para levar a bateria de 20% a 100%.  
 
Evite deixar o celular na carga a noite toda. Os riscos de superaquecimento e explosão são desprezíveis quando a bateria e o carregador são originais ou homologados pelo fabricante do aparelho, já que um sistema inteligente interrompe a passagem de corrente quando a bateria está cheia. No entanto, seguro morreu de velho, de modo que não custa nada desligar o telefone, tirá-lo da capinha, recarregá-lo num local fresco e ventilado e, ao final, desconectar o carregador do telefone e da tomada, nessa ordem.
 
A autonomia informada pelos fabricantes é medida em "condições controladas" — com temperaturas em torno de 20-25°C, umidade do ar otimizada, sinal de rede estável, Wi-Fi, Bluetooth, e GPS desligados, brilho da tela inferior a 50% e usando apenas "aplicativos-padrão" —, que não refletem o que acontece no dia a dia. Mesmo assim, não é normal
 um aparelho relativamente novo precisar ser recarregado duas ou três vezes por dia. Antes de levar o dito-cujo a uma assistência técnica de confiança, experimente fazer o seguinte:
 
1 — Abra as configurações, toque em Bateria > Atividade da bateria, identifique os aplicativos que consomem mais energia, suspenda os que você acessa com frequência e desinstale os que nunca usa;
2 — Diminua o brilho da tela e o tempo de "timeout", ative os modos escuro e de economia de energia e reduza a quantidade de ícones na tela inicial;
3 — Desative o disparo automático do flash, a sincronização automática de fotos e vídeos, as conexões sem fio, o serviço de GPS e os alertas sonoros/vibratórios;
4 — Use papel de parede preto em telas AMOLED ou OLED, instale um antivírus responsável e mantenha o sistema e os apps atualizados (atualizações de software geralmente incluem otimizações de bateria). 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A QUESTÃO JÁ NÃO É “SE”, MAS “QUANDO”

 


SE ALGUMA COISA PODE DAR ERRADO, DARÁ. E MAIS, DARÁ ERRADO DA PIOR MANEIRA, NO PIOR MOMENTO E DE MODO QUE CAUSE O MAIOR DANO POSSÍVEL”, ensinou o major Edward Aloysius Murphy Jr., autor da célebre Lei de Murphy. E com efeito: o desdém à dimensão da pandemia e a guerra contra a vacinação levaram Bolsonaro a escancarar sua absoluta incapacidade governamental no momento em que o país mais precisa de liderança, visto que a ação do tinhoso genocida (falo do Sars-CoV-2), que vinha perdendo força, ganhou novo ímpeto graças à estupidez inconsequente da ospália irresponsável que resolveu “decretar o fim da pandemia”.

Situações extremas exigem medidas extremas, mas é preciso que quem as determina saiba o que está fazendo. E esse não é o caso do mandatário de turno, cuja gestão se notabilizou pela mais absoluta imprestabilidade e o gestor, por sua mentalidade tacanha e flagrante divergência entre seus objetivos e os anseios da nação. Daí ter voltado à baila o tema do impeachment.

Bolsonaro deveria observar com mais atenção a situação de seu amado, idolatrado e sempre macaqueado muso inspirador, que perdeu o apoio de republicanos de peso graças à invasão do Capitólio (financiada, sabe-se agora, por ele próprio, que pagou US$ 2,7 milhões aos organizadores do movimento), entrou para a história como o único presidente americano impichado duas vezes e pode virar réu em pelo menos dez ações criminais. À luz do efeito Orloff — o famoso “eu sou você amanhã” — a versão tropicalizada do peruquento alaranjado periga colher frutos amargos da incúria de seu pau-mandado, já que o passador-de-pano-geral da República foi pressionado a pedir ao STF a abertura de um inquérito para apurar as mortes por asfixia no Amazonas.

Discórdia, polarização e cizânia político-ideológicas foram semeadas durante décadas pelo “nós contra eles” de Lula e seus acólitos, regadas pelos tucanos e estrumadas pelo presidente, por seus  filhos e por ministros sectários do ex-astrólogo e pseudo filósofo Olavo de Carvalho. Mas pouco importa se Bolsonaro se criou no confronto ou se foi nele forjado, pois que criatura e criador fundiram-se num só, e dessa fusão surgiu um ente bizarro e multifacetado.

Bolsonaro ora se comporta como um troglodita truculento que quer ganhar no grito, resolver as coisas no braço e calar a boca da imprensa na porrada; ora como um paranoico que atira no mensageiro para não ouvir más notícias. Ora reencarna o mau militar conhecido na caserna como "Cavalão", que foi expurgado da corporação por atos de indisciplina e deslealdade para com os seus superiores, ora ressurge como o parlamentar medíocre que aprovou dois projetos e colecionou mais de trinta ações criminais em seus 27 anos de deputância. 

Mas em momento algum se parece, nem remotamente, com um presidente da República.

Bolsonaro faltou à aula quando Tancredo Neves ensinou que “na política, não brigam os homens, mas as ideias”, que “o processo autoritário traz consigo o germe da corrupção, que ele começa desfigurando as instituições e acaba desfigurando o caráter do cidadão”, e que “governo e oposição, acima dos seus objetivos políticos, têm deveres inalienáveis com o povo.

Bolsonaro foi eleito como parte da solução de um problema, mas tornou-se ele próprio um problema para o qual a Constituição oferece duas soluções: o impeachment (hipótese aventada até por aliados do presidente no Congresso) e a abertura de inquérito pelo procurador-geral da República, em caso de crime comum. 

Há ainda uma terceira via, mas quem acompanha com atenção o cenário político tupiniquim sabe que é mais provável chover Moët & Chandon do que o capitão caverna renunciar. E é aí que mora o perigo.

O momento atual não poderia ser mais inadequado para a abertura de um processo de impeachment — remédio amargo por natureza, mas que se torna quase intragável num contexto como o atual. No entanto, como na anedota da sopa de pedra, o cenário que se vislumbra no horizonte não deixa alternativa. A uma, porque a gravidade da situação não impediu o capitão-problema (que não se sabe ao certo se é maquiavélico ou demente) de empurrar porta afora do Ministério da Saúde não um, mas dois médicos, para nomear um general da ativa, sem nenhuma experiência na área da saúde, mas fiel como um cão a seu comandante-em-chefe.

A propalada expertise em logística nada teve a ver com a nomeação do estrelado (que, na verdade, não é capaz sequer de encontrar o próprio rabo usando as duas mãos e uma lanterna). O que Bolsonaro queria era fazer prevalecer sua visão tacanha e negacionista de como enfrentar a mãe de todas as crises, e para isso não precisava de um ministro, mas de um vassalo que cumprisse cegamente as ordens do suserano e não se constrangesse em bancar o boneco de ventríloquo.

Mandetta foi demitido porque não se prestou a esse patético papel, e Teich encerrou sua passagem relâmpago (29 dias) pelo ministério por não estar disposto a lamber as botas do presidente, que insistia em pôr fim ao isolamento horizontal e promover medicamentos sem comprovação científica no combate à Covid, como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a ivermectina

Pazuello caiu nas graças do capitão por se sujeitar a atuar como promotor da cloroquina, minimizar a importância de reduzir a taxa de transmissão do vírus por meio de medidas restritivas e reconhecer publicamente que, no seu ministério, um manda e outro obedece“.

O ministro foi alertado com quatro dias de antecedência para a escassez crítica de oxigênio em Manaus, tanto por integrantes do governo do estado quanto pela empresa que fornece o produto, mas não tomou nenhuma providência. Num evento político no dia 11 — para promover a distribuição do kit-Covid e defender o “tratamento precoce” que, segundo Bolsonaro, é o procedimento adequado para evitar o colapso do sistema de saúde, disse à imprensa que chegou em casa e soube pela cunhada que o irmão não tinha oxigênio nem para passar o dia. "O que você vai fazer?", ela perguntou. Pazuello respondeu: “Nada. Você e todo mundo vão esperar chegar o oxigênio e ser distribuído. Não tem o que fazer. Então, vamos com calma.

Observação: Técnicos e diretores da Anvisa que recomendaram a aprovação emergencial das vacinas no domingo 17 deixaram claro que não há alternativa terapêutica disponível eficiente contra a doença. Em outras palavras: não existe "tratamento precoce". Existe, sim, a certeza de que oxigênio salva vidas.

Falhas do governo do Amazonas podem ter contribuído para o colapso do sistema de saúde do estado, mas isso não muda o fato de que a gestão do ministro da Saúde é uma catástrofe comparável à de Bolsonaro no executivo federal. 

Desde que assumiu a pasta (e a transformou em cabide de farda para os amigos do chefe), Pazuello estarrece o Brasil com um festival de barbaridades que vão da indicação de medicamentos de eficácia não comprovada no trato da Covid à tentativa de escamotear as estatísticas da pandemia. E o vai-e-vem do acordo do ministério sobre a CoronaVac, a falta de testagem em massa e os 6,86 milhões de testes RT-PCR “esquecidos” num depósito federal em Guarulhos, que custaram R$ 290 milhões ao cofres públicos e corriam sério risco de acabar no lixo completam o quadro desolador. 

Pazuello levou quatro meses para se manifestar acerca de uma oferta de vacinas da Pfizer e não se preocupou em antecipar agulhas e seringas para a vacinação. Quando foi despertado de sua letargia quando pelo Ministério da Economia, amargou mais um fiasco: Dos 331 milhões de unidades que se propôs a comprar, só conseguiu 7,9 milhões (2,4% do total pretendido).

O descaso do governo federal com a efetivação de um plano de vacinação para o país levou um grupo de 352 juristas, intelectuais, artistas e ambientalistas a solicitar a abertura de uma ação criminal contra Bolsonaro no STF, responsabilizando-o por “sabotar e frustrar” o processo de imunização de modo a colocar em risco a saúde pública. Para além disso, seis subprocuradores-gerais da República cobraram de Augusto Aras medidas para investigar e responsabilizar Bolsonaro  por crimes comuns, pela sabotagem no combate à pandemia. 

O passador-de-pano-geral saiu pela tangente, alegando que cabe ao Legislativo responsabilizar o presidente por crimes de responsabilidade. E, para deixar claro que não aceita pressão, afirmou que “o estado de calamidade pública decretado por conta da pandemia é a ‘antessala do estado de defesa’”.

Em nota, os procuradores responderam que a atribuição para a persecução penal de crimes comuns é de responsabilidade da competência do STF, tratando-se, portanto, de função constitucionalmente conferida ao Procurador-Geral da República, cujo cargo é dotado de independência funcional.

Observação: Desde o início desta gestão, mais de 60 pedidos de impeachment já foram protocolados contra Bolsonaro, mas o presidente da Câmara engavetou todos eles, alegando não ser o momento oportuno para dar andamento a um processo dessa natureza. Vale lembrar que Maia deixa o cargo no mês que vem. 

Afora a postura de Bolsonaro ante à pandemia, os procuradores seus constantes questionamentos sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro, com acusações de fraudes sem apresentação se provas “que só contribuem para agravar o quadro de instabilidade institucional”. Também destacaram a afirmação do presidente, “em clara afronta à Constituição Federal”, de que as Forças Armadas são as responsáveis por decidir se há democracia ou ditadura em um país.

texto em reação à nota de Aras critica ainda indicação da PGR de que já vem adotando todas as providências cabíveis desde o início da pandemia, entre as quais requisição ao ministério da Saúde, de instauração de um inquérito epidemiológico e sanitário:

Atual decano do STF, o ministro Marco Aurélio Mello disse “não ver com bons olhos” esse imbróglio, e lembrou uma declaração sua de 2017, na qual disse que “temia” pelo Brasil caso Bolsonaro fosse eleito. 

Diversos parlamentares sentiram o cheiro de ameaça na nota de Aras. Para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a PGR deixou de ser procuradoria geral de República e passou ao triste papel de advogada de defesa do presidente da República”.

Bolsonaro não está anos-luz daquilo que se possa chamar de estadista, mas usa de sua influência sobre apoiadores para fazer exatamente o contrário do que se esperaria de qualquer pessoa normal em posição de liderança. Tanto suas ações quanto suas omissões durante a pandemia chegam às raias do absurdo, e as consequências são contabilizadas em óbitos. Sua postura inefável lhe garantiu o topo do ranking dos presidentes com maior número de crimes de responsabilidade (pelo menos isso). Se permanecer no cargo até 2022, pode ser difícil, para seus sucessores, quebrar esse recorde. 

Todos estamos cansados dessa situação, de saco cheio das restrições de circulação, distanciamento social e uso de focinheiras,  mas não há alternativa que não manter essas medidas supostamente preventivas até que a imunização em massa produza os resultados esperados. O tempo que isso levará vai depender de diversas variáveis, como veremos num próxima oportunidade.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

SMARTPHONES — MITOS E VERDADES

TODA TOLICE, POR MAIS GROSSEIRA QUE SEJA, SEMPRE ENCONTRA SEQUAZES.

Para a maioria das pessoas, o smartphone é a opção primária de acesso à Internet. Sendo “ultraportátil”, o telefoninho pode ser levado a toda parte e utilizado a qualquer momento para navegar na Web, pagar contas, fazer compras, acessar redes sociais etc. E até mesmo — pasmem! — para telefonar. 

Tanto é que, mesmo nesta Belíndia chamada Brasil, onde sobra mês no final do salário de quem ainda tem emprego, o número de linhas móveis ativas supera o de habitantes. No entanto, o versátil aparelhinho precisa “comer muito feijão” para aposentar de vez o PC de mesa (que um notebook pode substituir com vantagens, conforme já discutimos em outras oportunidades).

Diferentemente dos celulares da era pré-iPhone, os smartphones são microcomputadores ultraportáteis. Como a maioria de seus recursos e funções é provida pelo sistema operacional (Android ou iOS) e pelos aplicativos, deixou de ser necessário passarmos dias ou semanas “reaprendendo” a usar o aparelho sempre que compramos um modelo novo. A não ser que mudemos do Android para o iOS ou vice-versa. E mesmo assim a ambientação será menos penosa se lermos o manual que o fabricante disponibiliza em seu website. Mas o fato é que muita gente não se ao trabalho de ler , até porque “o Google tem resposta pra tudo”. 

O Google tem resposta para tudo, mas é preciso ter o cuidado de "filtrá-las", pois muitas informações disponíveis na Web (sobre seja lá o que for) não têm respaldo técnico nem embasamento empírico confiável. Isso sem mencionar que um sem-número de dicas que “valiam” no início da década passada já não se aplicam mais.

Remover arranhões da tela usando creme dental é um bom exemplo da exemplo. Esse “truque” funcionava nos tempos de antanho, quando o display exibia apenas ícones monocromáticos indicativos de intensidade do sinal, carga da bateria e correio de voz, além dos números chamados ou que originaram as chamadas, o tempo de duração das ligações e eventuais mensagens de texto curtas (SMS). Nos modelos atuais, o dentifrício pode causar danos nos displays LCD touchscreen, que devem ser protegidas por películas autoadesivas (preferencialmente as de vidro, que são mais resistentes).

A mobilidade favorece o uso do celular em trânsito, o que aumenta o risco de acidentes. Se o aparelho sofrer uma queda e a tela trincar, por exemplo, não existe gambiarra que dê jeito. Ou se manda trocar a tela, ou compra-se um aparelho novo (dependendo do modelo em questão e do tempo de uso, o molho pode ficar mais caro do que o peixe).

O seguro custa caro (a anuidade pode chegar a custar 50% do valor do bem, sem mencionar que ainda há a franquia), não indeniza o segurado em caso de furto ou perda nem tampouco cobre danos físicos e/ou elétricos, a menos que essas coberturas sejam contratadas em separado (o que aumenta ainda mais o valor do prêmio).

Com a possível exceção de modelos water resistant ou water proof, um temporal inesperado pode causar sérios danos ao telefone, daí ser recomendável levar no bolso ou na bolsa uma sacolinha plástica, daquelas de supermercado. Assim, se você for pego no contrapé, bastará colocar o aparelho dentro da sacola e fechá-la com um nó cego.

Já se o celular cair na piscina ou no vaso sanitário, p.ex., quanto menor for o tempo de submersão, maior será a chance de ele sobreviver ao afogamento. Portanto, resgate-o o quanto antes, desligue (mesmo que ele esteja funcionando), remova o chip (SIM-Card) e, se possível, a bateria (caso não saiba abrir o aparelho, consulte o manual ou acesse o site pt.Ifixit.com), seque o melhor que puder com papel toalha e complete o serviço usando um secador de cabelos (ajustado para soprar ar frio ou, no máximo, morno). 

O ideal seria levar o telefone a uma assistência técnica com a máxima urgência, mas isso nem sempre é possível em época de pandemia, com fase vermelha nos finais de semana. E o cenário será ainda pior quando o “afogamento” se der no mar, já que a água salgada não perdoa.

Muita gente desdenha a dica do arroz. Diz que o cereal só absorve a umidade que fica na superfície, que a placa precisa ser submetida a um banho químico e blá, blá, blá. Trata-se de uma gambiarra antiga (eu mesmo a publiquei cerca de 12 anos atrás), que parece coisa do Mundo de Beakman. Mas eu soube de casos de casos em que aparelho voltou a funcionar e jamais apresentou problema algum. Ademais, o que você tem a perder?

Observação: Após secar bem o aparelho, o chip e a bateria, coloque tudo numa tigela, cubra com arroz cru e deixe ficar de 48 a 72 horas. E reze. Se não ajudar, atrapalhar é que não vai.  

No que diz respeito à bateria, sugiro ler a sequência iniciada nesta postagem. Relembro apenas que baterias de íon de lítio (ou polímero de lítio), que substituíram os modelos de níquel-cádmio, não estão sujeitas ao “efeito memória”. Portanto, não é necessário — nem aconselhável — “zerar” a bateria antes de colocá-la na carga, até porque isso pode causar reações químicas que, com o tempo, reduzem a vida útil do componente (para prevenir esse problema, o sistema de gerenciamento da bateria desliga o aparelho quando a reserva de carga atinge 5%).

Você pode carregar a bateria quando bem entender, mas eu sugiro fazê-lo quando o nível de carga estiver entre 50% e 30% e desligar o carregador quando o indicador atingir 100%. Embora o sistema de gerenciamento seja projetado para interromper o fornecimento de energia quando a bateria estiver totalmente carregada, ninguém revogou a lei de Murphy. Se algo der errado com o circuito (o que não é exatamente incomum nos carregadores “xing-ling”), a bateria pode estufar e até explodir. 

Em contato com o oxigênio, o íon de lítio causa a expansão dos componentes internos da bateria, forçando a dilatação de suas paredes, e o vazamento dos compostos pode danificar os frágeis circuitos do aparelho. Um carregador rápido costuma ter 8 vezes mais potência do que o modelo convencional, mas, em condições normais, não causa danos à bateria no longo prazo, pois aplicam um pico de tensão nos primeiros 15/20 minutos (o que fornece de 50% a 70% de carga) e depois desaceleram o processo.

Convém utilizar sempre que possível o carregador e o cabo fornecidos pelo fabricante do aparelho. Misturar ou combinar modelos diferentes não prejudica a bateria, mas altera o tempo de recarga. Já o excesso de calor não só reduz a eficácia da bateria como pode resultar na explosão do componente. Portanto, evite deixar o smartphone exposto ao sol durante muito tempo ou esquecê-lo no porta-luvas do carro em dias de muito calor.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

AINDA SOBRE RELÓGIOS, PULSEIRAS E QUE TAIS — OITAVA PARTE

QUANDO UM POLÍTICO NÃO SE ELEGE, É PORQUE FALTARAM VOTOS.

No jargão da relojoaria, o mecanismo interno do relógio se chama calibre, o anel que circunda o mostrador recebe o nome de bisel (ou de catraca, se for rotativo), cristal denomina a proteção que recobre o dial (ou mostrador) e as funções acessórias (como calendário, fases da lua etc.) são conhecidas como complicação. O botão lateral que serve para dar corda e acertar a hora e o calendário atende por coroa, e o tempo durante o qual o mecanismo permanece funcionando sem precisar de corda é denominado reserva de marcha.

Modelos próprios para a prática de esportes aquáticos (inclusive mergulho com ou sem tanque de ar) são à prova d'água (detalhes mais adiante), ao passo que os identificados como "WR" (de water resist ou residente a água) suportam apenas respingos (como quando lavamos as mãos ou tomamos uma chuva leve). Já o termo magnetização remete à influência nefasta de campos magnéticos — como os gerados por televisores, celulares, placas de indução, caixas de som etc. — exercem sobre a mola de barrilete dos relógios de movimento mecânico (modelos a quartzo raramente são afetados).

Na maioria das vezes o relógio volta a funcionar normalmente quando a influência do campo magnético cessa, mas pode acontecer de ele continuar adiantando se o tempo de exposição superar 15 minutos (para saber se seu relógio está magnetizado, coloque-o ao lado de uma bússola; se o ponteiro se mover de modo desordenado, procure um relojoeiro de confiança ou resigne-se a acertar a hora frequentemente).

Como foi dito, a precisão dos modelos a quartzo (de boa estirpe) supera em muito a dos modelos mecânicos. Claro que a coisa muda de figura quando falamos do estado da arte da alta relojoaria suíça, embora a Rolex considere tolerável uma variação entre -4 e +6 segundos/dia (eu testei o meu e o resultado foi +3,6, o que é bom, mas meu Omega Seamaster Diver (GoldenEye 007) anda pari passu com o relógio do Windows — que eu mantenho sincronizado com o relógio atômico de césio 133 do Observatório Nacional).

Para acertar a hora, tanto num relógio mecânico quanto movido a quartzo, puxar a coroa e a girá-la no sentido horário ou anti-horário adianta ou atrasa os ponteiros. Devemos acertar o relógio movendo os ponteiros no sentido horário, de modo que as engrenagens e outros mecanismos internos funcionem da maneira para a qual foram projetados.

Se precisão for importante para você, pare a máquina quando o ponteiro dos segundos estiver sobre a marca das 12 horas, adiante o relógio um minuto em relação ao horário exibido pelo relógio atômico e pressione a coroa (para que a máquina volte a funcionar) somente quando o marcador dos segundos (do relógio atômico) zerar.

Em alguns modelos próprios para esportes aquáticos, a coroa costuma ser "de rosca". Isso evita que ela seja puxada acidentalmente — o que poderia parar a máquina, "desacertar" a hora ou, pior, propiciar a entrada água na caixa durante um banho de mar, p. ex. Daí ser preciso primeiro girar a coroa no sentido anti-horário até que ela "salte para fora" por efeito de uma mola estrategicamente posicionada, e só então puxá-la para engatar os mecanismos que permitem dar corda, acertar a hora e ajustar o calendário. 

As pulseiras (ou braceletes) tendem a acumular sujeira (suor, células mortas de pele, etc.), devendo ser limpas de tempos em tempos. As de borracha, mais comuns nos modelos à prova d'água, podem ser lavadas com água e detergente neutro e devem ser inspecionadas meticulosamente, pois as inevitáveis rachaduras tendem a evoluir para rasgo no pior momento. E isso pode nos custar o relógio.

Pulseiras de couro não devem ser molhadas nem entrar em contato com colônias, perfumes, filtro solar e que tais. Para evitar o ressecamento do couro, besunte a pulseira, de tempos em tempos, com óleo para bebê (tipo Johnson). As de metal (aço, plaquê de ouro, ouro ou platina) podem ser polidas com uma flanela ou pano macio — caso estejam muito arranhadas, use um polidor de metais (como Brasso) ou recorra a um relojoeiro de confiança (se você encontrar um). 

Observação: Nos modelos de aço, o suor e a salinidade da água do mar fazem com que os pinos que prendem os elos e o fecho enferrujem, e como ninguém revogou a Lei de Murphy, a gente só se dá conta quando a pulseira se abre e o relógio cai do braço. Foi assim que eu perdi um Seiko próprio para mergulho — que dorme com os peixes há mais de 40 anos.

Falando em mar, peixes e afins, a maioria dos relógios atuais é resistente à água (water resist). Isso significa que ele pode ser submetido a respingos d'água — como quando lavamos as mãos ou somos apanhados por uma chuva moderada, por exemplo. Mas lavar o carro, tomar banho de chuveiro ou entrar no mar ou na piscina com o relógio no pulso, só se ele for à prova d'água (water proof).

Essa informação vem gravada no fundo da caixa (tampa) e/ou no mostrador. Vale lembrar que a pressão exercida pela água aumenta à razão de uma atmosfera a cada 10 metros de profundidade; quanto fundo mergulharmos, maior será a pressão e, consequentemente, o risco de entrar água pela junção do vidro com a caixa, pelo retentor da tige (“eixo” da coroa) ou pela tampa traseira.

Para "valorizar" seus produtos, os fabricantes marcam como WR 30m (ou 100ft, ou 3atm) modelos que mal suportam uma garoa. Isso leva consumidores desinformados a achar que podem entrar com eles na piscina, no mar, ou mesmo mergulhar até a profundidades de até 30 metros (embora a maioria de nós não mergulhe nem numa banheira).

Para praticar esportes aquáticos como natação ou mergulho sem tanque de ar, invista num modelo WR 100m (ou 300ft, ou 10atm) com coroa rosqueada (vide tabela que ilustra esta postagem). Ainda assim, tire-o do pulso ao tomar banho quente, hidromassagem, sauna e afins. E, de novo: o oxigênio presente nas moléculas de água causa a oxidação do metal, e o sal acelera ainda mais esse processo. Mesmo que a caixa do seu relógio "de mergulho" seja de aço, titânio, ouro ou platina, o fecho e os pinos da pulseira sofrem os efeitos da corrosão.

Continua...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Smartphones etc. (conclusão)

Mais e mais recursos incorporados a smartphones e celulares de topo de linha comprometem sua autonomia, pois o consumo energético aumenta bem mais depressa do que a capacidade das baterias - e se não surgir uma alternativa viável ao polímero de íon de lítio no curto prazo, logo será impossível utilizá-los a fundo sem uma tomada por perto.
Além de criar designs caprichados, interfaces amigáveis e funções inovadoras, o maior desafio dos fabricantes é encontrar soluções que tornem seus produtos capazes de permanecer funcionando pelo menos por um dia inteiro. Enquanto essa mágica não acontece, veja (e ponha em prática) as dicas a seguir, lembrando que elas são genéricas, pois as funções e os comandos que lhes dão acesso variam conforme a marca e o modelo do aparelho (não deixe de consultar o manual do seu telefone).
  • Quanto maior for o display e a resolução, maior será também o consumo de energia, mas você pode obter uma sensível economia simplesmente reduzindo o brilho da tela. Vale ainda configurar o Timeout (modo de espera) para 30 segundos ou menos e o flash da câmera para atuar somente em condições de pouca luminosidade (na impossibilidade, faça-o manualmente). Demais disso, manter o teclado bloqueado quando o aparelho estiver no bolso evita que a iluminação seja acionada sem necessidade.
  • Desabilite as conexões sem fio (Bluetooth, Wi-Fi, etc.) e o serviço de GPS sempre que esses recursos não sejam necessários. E o mesmo vale para notificações irrelevantes (avisos sonoros ou vibratórios que disparam sempre que você recebe um e-mail ou um SMS, por exemplo). Deixar o smartphone em “modo avião” é indicado apenas quando você não está usando o serviço de voz e dados, mas deseja ouvir música, jogar games, editar documentos ou ler emails previamente baixados.
  • alerta vibratório pode ser útil em situações e ambientes onde “não cai bem” o telefoninho berrar o hino do Corinthians ou outro Ringtone de gosto igualmente discutível, mas consome mais energia do que os alertas sonoros. E se você mantiver ambas as modalidades habilitadas, poderá ficar sem bateria justamente quando for preciso fazer uma chamada de emergência. A propósito, tanto faz utilizar músicas em MP3 quanto os arquivos de som padrão do telefone; em termos de consumo, o que voga é o tempo durante o qual a som é reproduzido até que o usuário atenda a chamada.
  • Há ocasiões em que pode ser preciso checar e-mails em trânsito, embora seja preferível (sempre que possível) fazê-lo a partir do PC de casa ou do trabalho. O mesmo vale para navegação na Web, bate-papo via Messenger, vídeos em streaming, rádios online e atividades afins, pois o tráfego de dados é um consumidor voraz de energia. Use esses recursos com moderação e evite-os quando a bateria estiver com pouca carga (ou tenha sempre à mão uma bateria sobressalente; afinal, ainda não revogaram a Lei de Murphy e nunca se sabe quando será preciso realizar uma chamada de voz realmente importante).
  • Os smartphones varrem constantemente o ambiente para identificar redes disponíveis, e isso consome um bocado de energia. Se o plano contratado com sua operadora não prevê acesso à Internet, desative o recurso 3G para cancelar a varredura automática e manter o aparelho no modo EDGE ou GPRS (esta dica também se aplica para celulares comuns com conexões 3G, que consomem mais bateria que as 2G).
  • Baterias de íon de lítio não estão sujeitas ao “efeito memória” que assombrava os modelos de níquel-cádmio, de modo que você pode recarregá-las a qualquer momento, total ou parcialmente, sem comprometer sua vida útil. No entanto, evite fazê-lo através de portas USB, que fornecem corrente inferior à das tomadas. Prefira sempre utilizar o carregador convencional ou um modelo que possa ser plugado no acendedor de cigarros do carro.
  • Com o passar do tempo, as conexões entre a bateria e o telefone tendem a acumular poeira e outras impurezas que prejudicam o contato. A cada dois meses, passe um pano macio e seco nas interfaces (tanto da bateria quanto dos conectores internos), e se perceber que a autonomia vem diminuindo progressivamente, o jeito será comprar outra – ou mesmo trocar o aparelho; afinal, certamente já haverá um bocado de novidades no mercado.
Em tempoO Zitmo – trojan que já contaminou as plataformas Symbian, BlackBerry e Windows Phone – chega agora ao Android para roubar dados bancários. Capaz de burlar a autenticação dupla que as instituições financeiras promovem por questões de segurança, essa praga primeiro identifica o login e a senha da vítima; depois, passando-se pelo Banco, envia um SMS oferecendo o download de um aplicativo que completará o “trabalho”. 
Vale relembrar que smartphones são, essencialmente, computadores, estando sujeitos, portanto, à ação de pragas digitais e demandando proteção de um antivírus responsável. A maioria das opções disponíveis (tanto pagas quanto gratuitas) geralmente faz uma varredura no sistema para garantir que nenhuma praga o esteja corrompendo, mas algumas incluem ferramentas para localizar o celular em caso de perda ou mesmo para apagar seus dados confidencias. 
Seja como for, antes de instalar qualquer app, informe-se a respeito do desenvolvedor – tanto no Android Market quanto em portais reputação ilibada – e atente para a lista de permissões que o programa exige pra ser instalado (um alarme, por exemplo, não precisa de acesso aos seus contatos). Na dúvida, deixe-o de lado.

Abraços a todos e até a próxima.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR... (QUARTA PARTE)

TODA PARTÍCULA QUE VOA SEMPRE ENCONTRA UM OLHO.

Quando baixamos a tampa do notebook sem desligá-lo, o hardware continua funcionando. Se o aparelho dispõe de disco rígido (eletromecânico), qualquer impacto — ou trepidação excessiva — pode resultar no surgimento de “bad blocks”. 

Ainda que os portáteis sejam projetados com vistas à mobilidade, não se deve movimentá-los demais durante o uso (modelos equipados com drives de memória sólida são menos sensível a esse problema, mas nem por isso devemos submetê-los a castigos severos).

Jamais segure o note pela tela, que é delicada e suscetível a danos causados pela pressão dos dedos. Pressionar o visor de cristal líquido pode fazer com que linhas de pixels ruins apareçam, e segurar o note com uma só das mãos, forçar as dobradiças da tampa (o certo é segurá-lo aberto e usar sempre as duas mãos).

Fontes de alimentação com conectores semelhantes podem operar com voltagens diferentes. Um carregador não homologado pelo fabricante do celular (ou do notebook) pode danificar o aparelho ou, em situações extremas, provocar a explosão da bateria. Se for preciso usar uma fonte “universal”, observe ao menos se, além do conector adequado, ela permite ajustar a voltagem para atender especificamente às exigências do seu dispositivo.

Como dito, smartphones (e tablets) foram projetados com vistas ao uso em trânsito, e o armazenamento interno, baseado em memória flash, tornam-nos menos sensíveis a vibrações ou impactos, mas nem por isso você deve tratar seu celular nas patas do coice. Aliás, o fato de levá-lo a toda parte aumenta o risco de quedas, ensopamento, exposição a temperaturas elevadas e que tais.

Mesmo que o aparelho seja “à prova d’água”, não é recomendável entrar com ele no mar (quando mais não seja devido à salinidade da água) ou na piscina (idem com relação ao cloro e outros produtos químicos usados no tratamento da água). Tampouco deve-se “esquecer” o telefoninho no porta-luvas quando se vai deixar o carro estacionado por horas a fio sob o sol causticante do verão. Quanto a tombos e impactos, a lei de Murphy não foi revogada. Se o celular achar de cair e o piso for 90% recoberto por carpete, a queda ocorrerá em algum ponto dos 10% de piso cru, e com a tela virada para baixo.

No tempo dos dumbphones, as capinhas dispunham de um clipe que se prendia ao cinto ou ao cós da calça, mas isso é coisa do passado. Não há problema em levar o smartphone no bolso, mas convém evitar o bolso traseiro da calça. Primeiro porque os aparelhos atuais são quase tão grandes quanto uma tábua de carne — e, com metade da carcaça exposta, o smartphone chama a atenção dos amigos do alheio. Segundo porque o risco de esquecer de tirar o dito-cujo do bolso antes de acomodar o buzanfã numa cadeira, poltrona etc. pode causar danos (não só, mas principalmente) ao display. E moçoilas que vestem calças 3 números abaixo de seu manequim para ressaltar o derrière voluptuoso nem precisam se sentar para expor o telefoninho a uma torção para a qual ele não foi projetado.

Outro detalhe que merece destaque é a autonomia da bateria — quanto maior a amperagem, melhor, pois maior será o intervalo entre as recargas. Considera-se adequada uma bateria que permita usar o celular durante um dia inteiro sem “pit stop”, e isso exige pelo menos 5.000 mAh. Menos que isso exige diminuir o brilho do display, desabilitar o alerta vibratório e as conexões Bluetooth, Wi-Fi, NFC, o GPS e outros recursos que não estiverem sendo utilizados, sob pena de ficar sem carga no meio do dia.  

Fechar aplicativos desnecessários e impedi-los de rodar em segundo plano também ajuda a poupar energia. No Android, basta tocar em Configurações > Bateria > Detalhes de uso e ativar a Economia de bateria (este roteiro foi baseado no Motorola G60, mas, de modo geral, vale para a maioria dos aparelhos, embora nomenclatura e caminhos possam variar um pouco).

Ao contrário da baterias de níquel-cádmio dos tempos de antanho, as atuais, à base de íon/polímero de lítio, não estão sujeitas ao “efeito memória”, de modo que podem ser recarregadas a qualquer momento. Aliás, não é preciso colocar o celular na carga após tirá-lo da caixa e esperar 8, 12 ou 24 horas para começar a utilizá-lo, como se recomendava antigamente.

Se você precisar sair e seu telefone estiver com pouca carga, os carregadores “TurboPower” (da Motorola) e assemelhados são sopa no mel, pois recarregam a bateria mais rapidamente do que os modelos convencionais — alguns minutos na tomada são suficientes para horas de uso, e a presença de chips e da ligação entre software e hardware permitem que o celular administre o carregamento de modo a não haver prejuízo para a vida útil da bateria.

Observação: De acordo Hélio Oyama, Diretor de Gerenciamento de Produtos da Qualcomm na América Latina, o carregamento rápido é um compromisso conjunto de hardware e software. O hardware, no próprio celular, recebe a energia e procede ao carregamento rápido da bateria inserida no smartphone, enquanto o software é responsável pela análise da necessidade (quantidade) de energia, pelo nível de carregamento da bateria, pelo nível de potência e por manter nos patamares adequados a corrente, a voltagem e a temperatura durante a recarga.

Continua...