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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ainda o WINDOWS 8, MENSALÃO, ELEIÇÕES 2012 e humor de sexta-feira

Venho dizendo que o suporte estendido até abril de 2014 fará do XP a edição mais longeva do Windows – aspecto que o Seven dificilmente conseguirá superar, embora deva coexistir durante algum tempo com o Eight.
A propósito, alguns comerciantes vêm afirmando que as vendas do Seven estão encerradas, e que a única maneira de obtê-lo seria mediante a aquisição do sucessor e posterior downgrade. No entanto, essa questão ainda foi definida pela Microsoft, mas se nada mudar na política do ciclo de vida de seus produtos, o Seven continuará a ser comercializado no varejo por mais um ano e os fabricantes de PCs poderão continuar a pré-instalá-lo por mais dois anos (para saber mais, clique aqui).
A Dell já anunciou que continuará disponibilizando PCs com o Windows 7 – embora ofereça seu sucessor como alternativa em seus modelos XPS, Inspiron, LatitudeOptiPlex e Precision –, e é bem possível (e até provável) que os demais fabricantes façam o mesmo. Já os notebooks híbridos – aparelhos que combinam tablets com telas sensíveis ao toque e teclados convencionais – não devem sobreviver por muito tempo, devido especialmente ao seu baixo poder de processamento, pouco espaço em disco e quantidade insuficiente de memória RAM, mas isso é uma história que fica para outra vez.

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Mudando agora de pato para ganso, caso o leitor não seja paulistano e não venha observando o cenário político fora dos limites do seu município, Sampa escolherá, depois de amanhã, quem irá ocupar a cadeira de prefeito pelos próximos quatro anos. Eu, particularmente, não tenho predileção especial por nenhum dos dois candidatos que continuam no páreo, mas confesso que o fato de Fernando Haddad ser petista me basta para rejeitá-lo – aliás, se Cristo ressuscitasse e fosse candidato a qualquer cargo eletivo pelo PT, certamente não seria eleito com o meu voto. E enumero alguns dos muitos motivos que me levam a pensar dessa maneira:
  • Enquanto oposição, o PT sempre posou de obelisco da moralidade, mas bastou assumir o poder para se revelar a quintessência da corrupção: numa formidável sucessão de maracutaias (que fizeram o “Plano Collor” parecer coisa de punguista de feira), o então  ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e acólitos como José Genoíno e Delúbio Soares protagonizaram o que acabou ficando conhecido como o escândalo do mensalão - cuja intenção precípua era perpetuar no poder o lulopetismo com Dirceu sucedendo nosso populista ex-presidente, mas isso é uma história e fica para outra vez.
Observaçãopresidencialismo de coalizão propicia o loteamento de cargos na administração pública em troca de apoio da chamada base aliada, sem o qual, como dizia FHC, “o presidente reina, mas não governa”. No entanto, o Brasil conta com nada menos que 30 legendas (ávidas por abocanhar uma fatia do bolo), o que propicia práticas espúrias, corrupção e roubalheira em todas as esferas da política nacional. Bons exemplos disso foram as maracutaias envolvendo o quinto ano de mandato do ex-presidente Sarney, o impeachment de Collor e a aprovação da emenda da reeleição por FHC.
  • Inicialmente, Lula alegou não ter participado – e nem ter tido conhecimento, pasmem! – dos desmandos perpetrados pelos PTralhas. Humilde quando lhe convém, nosso então mais alto mandatário se resignou a pôr de lado seu ego imenso e pedir desculpas ao povo brasileiro em rede nacional de televisão. Mais adiante, valendo-se de seu inegável carisma e da memória curta dos eleitores tupiniquins, sua insolência não só conseguiu se reeleger, mas também dar à luz nossa primeira presidente (ops, presidenta), cujo desempenho no cargo será avaliado em momento oportuno.
  • Nada indica (infelizmente) que os 153 milhões de reais surrupiados dos cofres públicos (valores oficiais) serão ressarcidos, ou que os culpados ficarão realmente atrás das das grades, pois isso pode variar conforme o cálculo das penas que lhes serão impostas e da vasta gama de embargos que seus patronos, contratados a peso de ouro, irão impetrar. Na última quarta-feira, o relator e o revisor do processo acusaram-se de “advogar em favor dos réus” e “fazer parte do ministério público”, respectivamente, e da feita que o Ministro Joaquim Barbosa deverá se ausentar do país por motivos de saúde, o apenamento dos réus será retomado no próximo dia 05 de novembro.
Curiosamente, a caca ainda não respingou (pelo menos não diretamente) no "FILHO DO BRASIL", cuja habilidade de tirar o seu da reta rivaliza com a do incrível Houdini. No ano passado, em Washington (EUA), Lula vaticinou que o processo do mensalão não seria julgado antes de 2050; semanas atrás, desdenhou a importância do julgamento nas eleições 2012, afirmando que os paulistas estão mais preocupados com o rebaixamento do Palmeiras do que com o cenário político nacional. Aliás, sua excelência vem dizendo aos quatro ventos que o capítulo final da sua biografia não será escrito pelos ministros do STF, mas sim pelo povo brasileiro, e que a condenação dos mensaleiros e consequente derrocada do PT não decretarão o fim de sua carreira política.

Observação: Embora não goste de política, eu venho abrindo mão de horas de sono para assistir à retransmissão do julgamento do processo do mensalão (ação penal 470) pela TV Justiça – canal 184 pela VIVO TV –, que já está em sua fase final. No frigir dos ovos, foram julgados e condenados os mentores do mensalão e a maioria dos envolvidos nesse escândalo – de longe o maior da história política do Brasil. O prazo para publicação do acórdão é de 60 dias, mas deverá ser dilatado devido ao recesso do judiciário (de fins de dezembro ao início de fevereiro).


Ao fim e ao cabo, haveria bem mais a dizer, mas não pretendo abusar da paciência de que tem cérebro entre as orelhas exaltando o óbvio ululante. A quem interessar possa, recomendo assistir com atenção ao depoimento do jurista (petista) Hélio Bicudo e aos demais clipes que podem ser acessados na mesma página.




Um ótimo final de semana a todos. Caso haja segundo turno em seu município, vote conscientemente (ou anule se voto conscientemente).

quarta-feira, 6 de julho de 2022

SE NÃO FOSSE TRÁGICO SERIA CÔMICO

 

"É UM ABSURDO ESSA COISA DI PARCERIA COM O PT, TÁ LIGADO? NÓIS É BANDIDO, MAIS TEM VERGONHA NA CARA. TÁ PENSANO O QUÊ?! NÓIS NUM VAI NA MISSA PRA PEDI VOTO EM ANO DE ELEIÇÃO. NÓIS NUM É LOCO. NÓIS MATA, MAIS NUM MANIPULA FOTO. NÓIS ESQUARTEJA, MAIS NUM CHEGA NEM PERTO DUMA URNA ELETRÔNICA. O BAGULHO É LOCO, MAIS TUDO TEM LIMITE. TUDO!"

 

Muita coisa anda em falta no Brasil. De salsicha em lata a biscoito Salpet. De político com vergonha na cara a eleitor consciente. Mas sobram crimes mal resolvidos e, consequentemente, teorias conspiratórias. Cito como exemplos o "suicídio" de Getúlio Vargas (1954); o "acidente" rodoviário que matou Juscelino Kubitscheck (1976); os "acidentes aéreos" que mataram Ulysses Guimarães (1992), Eduardo Campos (2014) e Teori Zavascki (2017); a estranha morte de PC Farias; os assassinatos de Toninho do PT (2001) e Celso Daniel (2002); o atentado contra Bolsonaro (2018); o assassinato de Marielle Franco (2018); a morte de Gustavo Bebianno (2020); a execução de Adriano da Nóbrega (2020); e por aí segue o féretro, digo, segue a procissão.

 

Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como "O Sombra", foi apontado em 2003 como o mentor intelectual da execução de Celso Daniel. O processo foi anulado em 2014, Sombra morreu de câncer em 2016 e o crime continua envolto em sombras. Em sua delação premiada, Antonio Palocci referendou a versão oficial, descartando qualquer vínculo com a cúpula do PT (talvez medo de acabar como Celso Daniel).

 

Observação: Uma década antes de o escândalo do Petrolão vir a público, o co-fundador do PT Cesar Benjamin denunciou uma série de financiamentos de bancos e empreiteiras para a campanha de Lula à Presidência. Perguntado pela revista Época se achava que esses episódios tinham ligação com a morte de Celso Daniel, ele respondeu: “Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico.” (Não só aquele diga-se; outras sete pessoas ligadas ao caso morreram, entre elas o legista que atestou que o prefeito foi barbaramente torturado antes de ser assassinado). Em 2015, já desfiliado da sigla, Benjamin postou no Facebook um texto pra lá de sugestivo. 

 

Também em delação premiada à PF, o ex-mensaleiro Marcos Valério afirmou que foi encarregado de pagar R$ 6 milhões pelo silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, que teria informações sobre a ligação do PT e o PCC com a morte do ex-prefeito de Santo André, e estaria chantageando Lula et caterva (saiba mais sobre o Mensalão e o assassinato de Celso Daniel no livro O CHEFE). Valério disse que, na época (2005), administrava um caixa clandestino do PT de R$ 100 milhões, e que "(...) eu tinha muito mais que os seis milhões na mão deles, eu tinha umas dez vezes mais que isso na mão, então, pagar os 6 milhões não era o problema".

 

De acordo com a Gazeta do Povo, a notícia não fez nem cócegas na burguesia petista. "Muito estranho ressuscitarem Marcos Valério e até Celso Daniel a poucos meses da eleição", disse um sindicalista. "Tinha que ser careca mesmo!", desprezou um professor universitário. "Vocês vão ter que engolir o Lula", afirmou ou argumentou ou ameaçou alguém que passou atrás do jornalista Paulo Polzonoff Jr., autor da matéria. Nas cadeias, contudo, a reação foi bem diferente. 

 

Segundo matéria publicada em VEJA, Marcos Valério é um homem de muitos segredos. No escândalo do mensalão, pelo qual foi condenado a 37 anos de cadeia, atuou como operador de pagamentos a parlamentares em troca de apoio no Congresso ao então presidente Lula. Quase dez anos depois, a revista revela trechos inéditos da delação premiada que o publicitário fechou com a PF — e que foi homologada pelo então decano do STF, ministro Celso de Mello. Em um de seus mais emblemáticos depoimentos, Valério afirma que ouviu do então secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, detalhes sobre o que seria a relação entre petistas e a principal facção criminosa do país.


Valério informou que o empresário do ramo dos transportes Ronan Maria Pinto chantageava o então presidente para não revelar o que supostamente seria uma bala de prata contra o partido: detalhes de como funcionava o esquema de arrecadação ilegal de recursos para financiar petistas. O delator afirma que soube da suposta chantagem contra Lula após conversar PereiraDe acordo com o delator, o então secretário-geral petista o informou que Ronan ameaçava revelar que o PT recebia clandestinamente dinheiro de empresas ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos e que, neste último caso, os repasses financeiros ao partido seriam uma forma de lavar recursos do crime organizado. Valério é claro ao explicar a quem se referia ao mencionar, genericamente, crime organizado: o PCC.

 

Em uma série de depoimentos à PF, que VEJA publicou com exclusividade, o operador do mensalão informa que o então prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002 em um crime envolto em mistérios, havia produzido um dossiê detalhando quem, dentro dos quadros petistas, estava sendo financiado de forma ilegal. 


O que Daniel não sabia, disse o delator aos investigadores, é que a arrecadação clandestina por meio de empresas de ônibus não beneficiava apenas a cúpula partidária: vereadores e deputados petistas que mantinham relações com o crime organizado estavam recebendo livremente dinheiro sujo. Na versão do operador do mensalão, o dossiê elaborado pelo prefeito assassinado simplesmente sumiu.

 

Ainda segundo a reportagem, após o assassinato de Daniel o partido cuidou de afastar os políticos envolvidos com o PCC. "A posteriori, o PT fez uma limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que vocês vão ver que o PT fez uma limpa, expulsando do partido essas pessoas", disse Valério.

 

VEJA tentou falar com Silvio Pereira, que não retornou os contatos. Paulo Okamoto, um dos atuais coordenadores da campanha de Lula, demonstrou irritação ao ser questionado sobre as acusações de Valério sobre ligações do partido com a facção criminosa. “Tem que perguntar para o pessoal do PCC. Eu não tenho nada para te informar sobre isso”, afirmou.


A Lava-Jato descobriu que metade dos R$ 12 milhões de um empréstimo ilegal solicitado por José Carlos Bumlai ao banco Schahin, a pedido do PT, foi usado para pagar Ronan. Semanas atrás, a Polícia Civil deflagrou operação contra esquema de lavagem de dinheiro para o PCC. Um dos alvos foi o vereador Senival Moura, líder do PT na Câmara de Vereadores de São Paulo e dono de frota de ônibus. Em outra frente recente, o Denarc de São Paulo acusa João Muniz Leitecontador de confiança da família de Lula, de lavar dinheiro para o mesmo grupo criminoso. Muniz também foi alcançado pela Lava-Jato.


Encerro com um texto (resumido) de Rodrigo Constantino, que, a meu ver, peca por defender incondicionalmente o governo Bolsonaro, mas é cirúrgico quando se trata de dar os nomes aos bois do PT.


"Ligações entre o PT e o crime organizado não chegam a surpreender, considerando que Lula e Fidel Castro fundaram o abjeto Foro de São Paulo. Um vereador petista de SP é denunciado por lavar dinheiro do PCC em operação de ônibus. O contador de Lula era também responsável por lavar dinheiro do PCC, segundo denúncia. Quanta coincidência, não? 


'A esquerda radical e o crime organizado sempre dividiram afinidades ideológicas e pragmáticas. Não obstante, militantes disfarçados de jornalistas não querem investigar nada disso. Não querem sequer repercutir as denúncias de gente de dentro dessas quadrilhas, como o deputado do partido de Evo Moralles que denunciou o financiamento do narcotráfico às campanhas deles. O braço direito do ditador Nicolás Maduro é notório traficante. Cuba virou hub do tráfico de drogas internacional e do terrorismo sob os Castro


'Quem pode fingir surpresa quando o assunto é a ligação do comunismo com o tráfico de drogas? É lamentável o esforço da imprensa em ajudar o líder da quadrilha petista a voltar ao poder no Brasil."

 

Perfeito.

domingo, 2 de outubro de 2016

A ALMA VIVA MAIS HONESTA DO BRASIL POSA DE VÍTIMA, MAS NADA EXPLICA SOBRE ACUSAÇÕES

Após ter sido apontado pelo MPF como chefe do megaesquema de corrupção, Lula tagarelou por mais de uma hora para a imprensa, mas não emitiu uma explicação sequer para as graves denúncias que pesam contra ele. Como fez no auge do mensalão, repetiu no petrolão e vem fazendo sistematicamente ao longo dos últimos anos, o petralha usou sua (invejável) retórica para distorcer os fatos, posar de vítima e defender a autodeclarada imagem de alma viva mais honesta do Brasil.

Apesar de afirmar que não falava como político, mas como cidadão indignado, o petralha atacou o MP e a imprensa, reafirmou sua intenção de concorrer à presidência em 2018 e, desviando-se da obviedade dos fatos que pavimentaram a acusação, ressaltou os feitos do PT, reforçou o discurso que classifica de golpe o impeachment da ex-grande-chefa-toura-sentada e incitou a militância: “Tenho profundo orgulho de ter criado o mais importante partido de esquerda da América Latina (...) Cada petista do país tem que começar a andar de camisa vermelha; quem não gostar, coloque de outra cor, esse partido tem que ter orgulho”.

Em suma, Lula foi Lula: chorou, contou histórias, atacou adversários e, numa tentativa de defesa que mais parece ter sido emprestada do dilmês, saiu-se com a seguinte pérola: “As pessoas achincalham muito a política, mas a profissão mais honesta é a do político, porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir pra rua e pedir voto”. Mas nenhuma frase expôs tanto sua “humildade” quanto esta: “Eu tô falando como cidadão indignado, como pai, como avô, como bisavô, eu tenho uma história pública conhecida. Acho que só ganha de mim aqui no Brasil Jesus Cristo. Pense num cabra conhecido e marcado neste país”.
Acusado de ter comandado não apenas o petrolão, mas também o mensalão, Lula afirmou que o PT é tido como o partido que tem que ser extirpado da história política brasileira, mas não fez menção ao fato de ambos os escândalos terem resultado na prisão de próceres petistas como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, de asseclas como João Vaccari, Guido Mantega e Antonio Palocci, nem de o partido de tanto se orgulha de ter fundado ser o único que tem três ex-tesoureiros atrás das grades.

Vale destacar que, diferentemente do discurso proferido em março, depois de ter sido conduzido coercitivamente para depor, em que usou a metáfora da jararaca, o petralha baixou o tom, dando a impressão de que a cobra virou minhoca. Ainda assim, Lula escarneceu dos procuradores do Ministério Público e dos investigadores da Lava-Jato e vociferou ofensas e desafios. Mas Lula sabe que o cerco está apertando e que pode, sim, acabar na cadeia (veja mais detalhes neste vídeo) ― aliás, na visão “acurada” de sua cria e sucessora, tudo se resume em inviabilizar a candidatura do “chefe”, e que prendê-lo irá “transformá-lo em herói” (acho que ela quis dizer “mártir”, mas enfim...). “O golpe só se completa com isso”, disse a nefelibata da mandioca, em entrevista à TVE da Bahia.

Observação: Quando deferiu o pedido para que Lula fosse ouvido coercitivamente em vez de preso, o juiz Moro foi mais brando do que a lei lhe permitia ― a mesma medida fora tomada em relação a outros investigados, e para alívio de muitos deles, pois é melhor passar algumas horas depondo do que cinco dias no xilindró. Alguns procuradores acreditam que Moro deveria ter optado pela prisão temporária, e só não o fez devido ao ambiente tenso e polarizado do país.     

A coletiva de imprensa da Lava-Jato deu margem para que prosperasse rapidamente nas redes sociais uma frase falsamente atribuída aos procuradores: “Não temos provas, temos convicções”. Nem Dallagnol nem os demais procuradores proferiram tal disparate, mas sites petistas espalharam a frase como prova de que não havia evidências contra Lula e puxaram o coro de “golpe continuado” contra o PT. O próprio Lula, no dia seguinte à denúncia, usou a frase como se fosse verdadeira, buscando convencer quem não precisava ser convencido ― ou seja, a militância fanática e radical, que acredita piamente na fantasiosa “conspiração liderada pelos Meninos de Curitiba” e em qualquer outra coisa que saia da boca de seu amado chefe.  Todavia, está em curso uma intensa produção de provas contra Lula.

Parafraseando Abraham Lincoln; “pode-se enganar uma pessoa por muito tempo, alguns por algum tempo, mas nunca todos por todo o tempo”. 

A história do operário pobre e trabalhador que se elegeu presidente para combater a corrupção e defender o trato da coisa pública ― e que dizia que “ser honesto é mais do que apenas não roubar, é não deixar roubar” ― já não convence ninguém, com a possível exceção da militância fanática e divorciada da realidade que ainda o defende. 

Mas não há nada como o tempo para passar, e hoje se sabe que o discurso com que o petista defendia seu projeto de governo não passava de um espúrio projeto de poder que visava sequestrar o Brasil e mantê-lo sob o jugo do partido por pelo menos 20 anos. Durou 13 anos ― ironicamente, o número do PT. Treze anos, quatro meses e doze dias transcorreram da posse de Lula, em 2003, até o afastamento de Dilma, em maio deste ano, convertido em deposição 111 dias depois, embora o julgamento tenha sido maculado por uma maracutaia ― que contou com o apoio do presidente do Senado e o aval do então presidente do Supremo ― para evitar a inabilitação da imprestável ao exercício de funções públicas, em flagrante desrespeito à Constituição.

Lula e o PT nunca tiveram um plano de governo, mas sim plano de poder que se valeu de práticas espúrias para enriquecer o petralha e abastecer a conta do partido, visando a sua perpetuação no comando do país. A desfaçatez de seu governo veio à tona com o escândalo do mensalão ― do qual Lula afirmou que nada sabia, que fora traído, e cuja existência teve a desfaçatez de negar mais adiante, afirmando que “o mensalão nunca existiu, que tudo não passou de uma tentativa de golpe”. 

Mas a canalhice não só existiu, como também deu origem a outra ― que ficou conhecida como escândalo do petrolão ―, na qual empreiteiras que possuíam contrato com a Petrobras eram cooptadas por um esquema criminoso a repassar dinheiro de corrupção para os partidos da base aliada. Ao puxar o “fio do novelo”, a PF e o Ministério Público demonstraram que o ex-presidente era, na definição do procurador Deltan Dallagnol, o “maestro da grande orquestra da Propinocracia”, sob cuja batuta os desvios de recursos públicos não serviram apenas para abastecer o PT e partidos da base aliada do governo, mas também para enriquecer o Clã Lula da Silva.

Assim, o maior expoente da política brasileira, que até pouco tempo atrás era ovacionado por onde passava, agora é vaiado em público, embora continue teimosamente negando ser o dono do tríplex no Guarujá e do sítio em Atibaia, a despeito da clareza meridiana dos fatos que o colocam no centro de um esquema de corrupção nunca antes visto na história deste país. Visando impedir as investigações, o petralha chegou mesmo a ser nomeado ministro por Dilma, mas teve as asas podadas pelo STF, por conta do desvio de finalidade do ato administrativo que resultou em sua nomeação. 

Até o momento, Lula é réu em dois inquéritos e investigado em pelo menos mais três. Seu nome aflora alegremente nas delações de Delcídio do Amaral, Pedro Corrêa, Nestor Cerveró, Fernando Baiano, José Carlos Bumlai e Leo Pinheiro, apenas para citar as mais significativas, bem como em diversas ramificações da Lava-Jato que nem vou enumerar, já que tratei desse assunto em diversas postagens.

Por essas e outras, fica difícil entender como ainda tem gente que defende o petralha e a corja de malfeitores que o apoiaram em seu intento. Uma das razões talvez seja o fato de o salafrário ainda ser bom de palanque. Mas a questão é seu destino não será definido pelas urnas, mas pelos Tribunais. E não há João Santana que ludibrie os “meninos de Curitiba”, o juiz Sergio Moro e as demais instâncias do Judiciário ― que trabalham com fatos, e não com política, como parece crer o ex-presidente. E os fatos depõem fortemente contra ele. 

segunda-feira, 17 de março de 2014

JABOR, LULA E CBN - SERÁ A VOLTA DA CENSURA?

QUERO DIZER COM FRANQUEZA:  ME SINTO TRAÍDO POR PRÁTICAS INACEITÁVEIS DE QUE JAMAIS TIVE CONHECIMENTO! (Lula, durante o escândalo do Mensalão).

Discutir Politicagem não é o mote deste Blog, mas há momentos em não dá para segurar a indignação.

Vejam vocês que o Ministro Levandowiski, atualmente no exercício da presidência do STF, mandou retirar do site da CBN – a pedido do ex-presidente Lula – o comentário de Arnaldo Jabor que segue abaixo. Se preferir ler as ponderações acompanhadas de uma trilha sonora mais do que apropriada, clique aqui. 

“No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis - ou melhor, 'explicáveis' até demais. Quase toda a verdade já foi descoberta, quase todos os crimes provados, quase todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu, mas quase nada acontece. Parte dos culpados está catalogada, fichada, processada e condenada e quase nada rola.,A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe, tais são as manobras de procrastinação movidas por um sem número de agentes da quadrilha.

Isto é uma situação inédita na História brasileira! Nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente e desfigurada! Os fatos reais mostram que, com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo, de cabo a rabo da máquina pública e desviou bilhões de dinheiro público para encher as contas bancárias dos quadrilheiros e dominar o Estado Brasileiro, tendo em vista se perpetuarem no poder, pelo menos, por 70 anos, como fizeram os outros comunas, com extinta UNIÃO SOVIÉTICA!

Grande parte dos culpados já é conhecida e quase tudo está decifrado, mas os governos psicopatas de Lula e Dilma negam e ignoram. Questionado ou flagrado, o psicopata CHEFE não se responsabiliza por suas ações. Sempre se diz inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'! E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso?

Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF. Até lá, parte dos delitos é esquecida, empacotada ou prescreve, com a ajuda sempre presente dos TÓFFOLIS e dos LEWANDOWSKIS (some-se a esses Barroso, Zawaski e Weber.) A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desses últimos dois governos.

Sei que este, é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tinha de ser escrito... Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?' A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulopetismo. A cada negação do óbvio, a cada testemunha muda, aumenta a sensação de que as idéias não mais correspondem aos fatos! Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.

Nos últimos anos, tivemos um grande momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos da nossa política. Depois, surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e a Denúncia do procurador-geral da república, enquadrando os 39 quadrilheiros do escândalo do MENSALÃO. Faltou o CHEFÃO.

São verdades cristalinas, com sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'. Lulopetistas clamam: 'Como é que o Procurador Geral, nomeado pelo Lula, tem o desplante de ser tão claro! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito e, como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como pode ser tão fiel à letra da Constituição, o infiel Joaquim Barbosa? Como ousaram ser tão honestos?'

Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista'.
Quando apareceu aquela grana toda, no Maranhão, a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando... Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo de Lula foi criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política. Uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, preparando-nos para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte.

Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o Simplismo.,Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois. Alguns otimistas dizem: 'Não. Este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades!”

Abraços e até amanhã.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

JULGAMENTO DO HC DE LULA - PALOCCI, “O SOMBRA” E O ASSASSINATO DE CELSO DANIEL



O enésimo pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, desta feita com base na suposta parcialidade do ex-juiz federal Sérgio Moro, foi a julgamento na tarde de ontem. 

A impressão que a gente tem — sobretudo os 57,7 milhões de eleitores que votaram contra Haddad no segundo turno, sinalizando claramente que estão de saco cheio de Lula e do PT — é de que o Poder Judiciário nada mais tem a fazer senão julgar a miríade de apelos do criminoso de Garanhuns.

Enfim, iniciada a sessão, Cristiano Zanin tentou adiar o julgamento, ponderando que o HC deveria ser analisado em conjunto com outro recurso interposto pela defesa, mas teve o pedido negado por 3 votos a 2, vencidos os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Na sequência, depois que o relator, ministro Edson Fachin, votou contra o HC e a ministra Cármen Lúcia acompanhou seu voto, o laxante togado Gilmar Mendes pediu vistas e a sessão foi encerrada.

Volto com mais detalhes na próxima postagem. Passemos ao assunto do dia.

Sérgio Gomes da Silva — o Sombra — foi denunciado em 2003 como mentor intelectual da execução do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, mas o processo foi anulado em 2014, Sombra morreu de câncer em 2016 e o crime continua até hoje envolto em sombras (se o leitor me concede o trocadilho).

Em delação premiada, Palocci referendou a versão oficial desse episódio, descartando qualquer vínculo com a cúpula do PT. Pelo visto, ele não quer acabar como o ex-prefeito e coordenador da campanha de Lula em 2002, tanto assim que seu acordo de colaboração prevê garantia de vida para si e sua família.

Muita gente apostava que delação-bomba viria de Dirceu — e que por isso ele vem sendo mantido fora da prisão, a despeito dos quase 40 anos de reclusão a que foi condenado em duas ações criminais. Mas o guerrilheiro de araque nada tem a ganhar com uma delação; na condição de mentor intelectual das maracutaias petistas, tudo — ou quase tudo — que ele revelasse aumentaria sua pena. Destarte, o homem bomba é Palocci, cujas revelações podem, inclusive, pôr um fim a impunidade da ex-presidanta sacripanta, a quem o ex-PGR e o STF proporcionaram uma impressionante virgindade judicial.

Dilma finalmente se tornou ré no tal “quadrilhão do PT”, já que o cumpanhêro Janot, nas palavras do jornalista Guilherme Fiuza, “fez uma pirueta estratégica no melhor estilo engana trouxa, oferecendo uma denúncia carnavalesca que faz um ‘cozidão’ de delitos de Lula, Dilma, Palocci, Mantega, Dirceu, Vaccari e companhia, um trabalho porco feito por um personagem que meses depois estaria declarando publicamente seu voto em Haddad”. Segundo Fiuza, o status de ré ajuda a quebrar a redoma de hipocrisia em torno da “presidenta golpeada” — que continua passeando pelo mundo com dinheiro do contribuinte para cantar seus réquiens. Mas é a bomba — ou as bombas — de Palocci devem virar esse jogo, trazendo a lume detalhes sobre a negociata de Pasadena, a cobertura para o tráfico de influência de Erenice, as tentativas de obstruir a Justiça e a Lava-Jato tentando comprar o silêncio de Cerveró e blindar João Santana e Monica Moura, a operação criminosa para tentar salvar Lula da Justiça nomeando-o ministro, toda a condescendência explícita com o banditismo dos diretores da Petrobras prepostos do PT. Isso sem falar no crime das pedaladas, no qual acabaram de se tornar réus Mantega, Bendine e Augustin, entre outros que pintaram e bordaram com a bênção e sob a supervisão de Lula — a pobre vítima perseguida e injustiçada que os áulicos de sempre querem mandar para casa.

Palocci pode ajudar muito a elucidar as triangulações entre BNDES, ditaduras amigas e empreiteiras idem. Aliás, é interessante ver o ex-chanceler de Lula, Celso Amorim, preocupado com os rumos da política externa do novo governo. Diplomacia boa é a que dá cadeia — e a que faz espirrar sangue no quintal dos facínoras gente boa como Nicolás Maduro. O Brasil está entrando numa conjuntura em que, se Palocci não virar Celso Daniel, essa página infeliz da nossa história começará de fato a ser virada.

Voltando à execução do ex-prefeito de Santo André: Cesar Benjamin, um dos fundadores do PT, denunciou no Estadão, quase uma década antes de o escândalo do Petrolão vir a público, uma série de financiamentos de bancos e empreiteiras para a campanha do Lula de 1994. Perguntado pela revista Época se achava que esses episódios teriam gerado o cadáver de Celso Daniel, ele respondeu: “Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico.” (Não só aquele diga-se; outras sete pessoas ligadas ao caso morreram, entre elas o legista que atestou que o prefeito foi barbaramente torturado antes de ser assassinado).

Em 2015, já desfiliado do PT , Benjamin postou no Facebook, por ocasião da morte de outro co-fundador do partido:

Acabo de saber da morte de Antônio Neiva. Muito teria a dizer sobre ele: seu companheirismo, seu humor, sua lealdade, sua honestidade. Velho militante da época da ditadura, permaneceu no PT até o fim. Escolho apenas um momento das nossas vidas. Eu era da direção do PT quando percebi que o processo de corrupção se alastrava no partido. Tentei debater isso na direção, sem sucesso, pois àquela altura todos já temiam os dois comandantes da desagregação, Lula e José Dirceu.

Restou-me levar a questão ao Encontro Nacional do PT realizado em 1995 em Guarapari, no Espírito Santo. Fui à tribuna, que ficava numa quina do grande salão, de onde era possível ver, simultaneamente, o plenário e a mesa. Logo depois de começar meu pronunciamento, vi Dirceu se levantar, se colocar de frente para o plenário, de lado para mim, e fazer sinais na direção de um grupo que — depois eu soube — era a delegação de Santo André. Pelo tom da minha fala, Dirceu achou que eu trataria do esquema de corrupção nesse município, que ele e Lula comandavam e que resultaria depois no assassinato de Celso Daniel. Ele estava enganado. Eu não falaria disso, simplesmente porque desconhecia esse esquema. Minha crítica era à perda geral de referência ética e moral no partido, que nessa fala eu denominei de ‘ovo da serpente’.

Mobilizados por Dirceu, os bandidos de Santo André saltaram sobre mim, para interromper meu pronunciamento na base da porrada. Foi Antônio Neiva quem se interpôs entre mim e eles, distribuindo safanões e impedindo a continuidade do massacre. Foi minha última participação no PT, que agora agoniza, engolido pela serpente que cultivou. Descanse em paz Antônio Neiva, irmão, homem honrado.

No mês passado, em entrevista à Rádio Estadão, Bruno Daniel disse ter esperança que a Carbono 14 (27ª fase da Operação Lava-Jato) lance luz sobre as investigações do assassinato do irmão. Ele e outros familiares defendem a tese de que Celso Daniel teria sido morto para evitar denúncias sobre esquemas de corrupção em financiamento de campanhas do PT e de aliados, e acusam o partido de tentar dissuadi-los de pressionar pela apuração do caso.

Observação: A Carbono 14 investiga supostos repasses do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, a Ronan. Segundo as investigações, Bumlai tomou em 2004 um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões do Banco Schahin, dos quais R$ 6 milhões foram utilizados para quitar dívidas da campanha petista em Campinas, em 2002 e 2004, e os outros R$ 6 milhões, repassados a Ronan Maria Pinto. Os procuradores agora querem saber o porquê.

Bruno acredita que Ronan teria informações sobre a morte de Celso e que chantageou dirigentes petistas para manter o silêncio. Ele lembrou ainda que, três meses após a execução, foi encontrado no apartamento do morto um dossiê produzido pelo ex-ministro Gilberto Carvalho, a quem Bruno acusa de tentar convencê-lo a não insistir no caso. Ainda segundo ele, o então petista Donisete Braga, hoje filiado ao PROS, teve seu celular rastreado na região do cativeiro de Celso Daniel, e nunca foi esclarecido o que ele estaria fazendo lá.

Bruno cita também o caso do legista Carlos Delmonte Printes, que apareceu morto depois de apontar, em entrevista ao Programa do Jô, indícios de que a execução teria sido queima de arquivo (a polícia encerrou o caso dizendo tratar-se de suicídio), e questiona como o Sombra teria arranjado dinheiro para pagar o advogado Roberto Podval — o mesmo que defendeu José Dirceu quando este foi preso na Lava-Jato —, “que cobra o olho da cara por seus serviços”.

Saiba mais sobre o escândalo do mensalão e a execução de Celso Daniel no livro O CHEFE, do jornalista Ivo Patarra.

domingo, 7 de maio de 2023

FILHO DE PEIXE PEIXINHO É

 

Na Famiglia Bolsonaro, quem sai aos seus não endireita. O MPRJ colecionou evidências capazes de transformar em denúncia formal a suspeita de que o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio é mais uma filial — com trocadilho — do conglomerado familiar da rachadinha. O diminutivo não atenua a gravidade do crime, e o esquema mantém o método do patriarca, que desfrutou de 32 anos de mandatos, elegeu três filhos e com eles construiu a holding da rachadinha. Passaram pelos gabinetes da família, entre ex-mulheres, parentes e laranjas, 102 pessoas que se deixaram extorquir, cedendo parte do salário.

Descobriu-se que o chefe de gabinete Jorge Luiz Fernandes, visto como uma espécie de segundo pai de Carluxo, recebeu algo como R$ 2 milhões em créditos provenientes de contas de seis servidores levados à folha do legislativo municipal pelo vereador. Parte do dinheiro pagou contas do dono do gabinete. A promotoria jogou luz sobre os calcanhares de vidro do pitbull do clã quando se descobriu sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro e madrasta do vereador, foram empregados no gabinete, mas não compareciam ao trabalho. 

Observação: Já havia chegado ao ex-presidente e à cúpula do PL a informação de que "está se fechando o cerco" da investigação que o MPRJ conduz sobre Carluxo, que comprova, como revelou o GLOBO, a prática de 'rachadinha' no gabinete do vereador — um pedido de prisão não é descartado pelos correligionários da sigla.


A investigação começou em 2019, primeiro ano do capitão na Presidência. Por uma emboscada do azar, o inquérito amadurece depois que o pai do suspeito, fora do Planalto e crivado de processos, já não dispõe de poder para blindar o filho, como fez com o primogênito. Entende-se agora o porquê de Zero Dois ter propalado, dias atrás, que deixaria de administrar as redes sociais do pai. Ele passou a ter outras prioridades.

E.T. — A versão tupiniquim de El Cid — que nada tem a ver com o nobre guerreiro castelhano que viveu no século XI, época em que a Hispânia estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros — segue numa unidade militar de Brasília. Valendo-se de intermediários, o esbirro do capetão mandou dizer ao chefe que pretende assumir sozinho a responsabilidade por tudo que a provas colecionadas pela PF tornarem irrefutável. A lealdade do tenente-coronel orna com o enredo construído pela vice-procuradora Lindôra Araújo, mas destoa da percepção do ministro Alexandre de Moraes, segundo a qual "não é crível" a narrativa de que o ajudante de ordens pudesse ter comandado operação criminosa destinada a beneficiar Bolsonaro e a filha dele sem "no mínimo conhecimento e aquiescência" do chefe. 

 

De resto, consolida-se a impressão de que a expressão "eu não sabia" passará à história como uma frase-lema do Brasil pós-ditadura. Será lembrada quando, no futuro, quiserem recordar a época em que o país era regido pelo cinismo. Lula recorreu ao "eu não sabia" no escândalo do mensalão petista. O tucano Eduardo Azeredo repetiu a frase no processo do mensalão tucano. Agora, Bolsonaro se vale do mesmo subterfúgio. Usada assim, tão desavergonhadamente, a expressão já virou uma espécie de código. Quando ela aparece, já se sabe que o país está diante de mais um desses escândalos que, de tão escancarados, intimam o brasileiro a reagir, nem que seja com uma cara de nojo. Mas sempre há quem se disponha a conceder aos encrencados um deixa-pra-lá preventivo, que transforma culpados e cúmplices notórios em cegos atoleimados.

 

A excentricidade da crise do bolsonarismo é a transgressão acéfala, a máfia sem "capo", a quadrilha sem chefe. Estão na cadeia Daniel Silveira, Anderson Torres e Mauro Cid. Na aparência, são seres diferentes; na prática, igualam-se nas bolsonobabaquices. Os três são ex-alguma coisa — ex-deputado, ex-ministro, ex-ajudante de ordens — e se encrencaram por seguir e obedecer ao pior mandatário que esta banânia amargou desde Tomé de Souza. Presos, passaram a ser ignorados pelo líder e ex-chefe. Com um ano de atraso, o Supremo anulou o indulto presidencial que o capetão concedeu a Silveira — cujas férias compulsórias serão longas, já que a sentença de oito anos e nove meses de cana voltou a valer... e Bolsonaro se finge de morto.

 

No caso das muamba das arábias, o verdugo do Planalto disse à PF que não sabe por que Cid correu para tentar reaver as joias. Jura que não ficou cobrando ninguém, e tampouco encomendou cartões de vacina falsos para ele e para a filha. Pelo andar da carruagem, quando for interrogado sobre os atos terroristas e 8 de janeiro, esse repugnante dublê da carcinoma e ajudante do vírus SARS-CoV-2 talvez verta lágrimas (prática cada vez mais frequente) e pergunte: "Quem é Anderson Torres?" 


O capetão virou um antilíder que finge humildade reivindicando o papel de cego abobalhado. Não viu, não soube e não pediu coisa nenhuma. Não vai colar.


Com Josias de Souza

sexta-feira, 23 de julho de 2021

DE *AGADA EM *AGADA ACABAREMOS NA *ERDA

O deputado Marcelo Ramos, que comandou a sessão de votação na qual o valor do "Fundão" foi triplicado, disse ter sido vítima de uma grande armação. Pode até ser, mas isso não muda o fato de que esse descalabro foi uma espécie de teste para checar os limites do saco nacional. 

"Quem já encheu balões na infância sabe que só se descobre o ponto exato de ruptura quando já é tarde demais [...] Ao turbinar o fundo eleitoral, o Legislativo revela uma disposição alucinada para buscar o ponto de ruptura da sociedade, parecendo não se dar conta de que o saco nacional já está cheio", escreveu Josias de Souza em sua coluna.

Bolsonaro, que disse estar "cagando para a CPI", parece estar cagando também para o saco nacional. Depois de ser submetido a um tratamento para desobstruir o intestino, ele não só cagou (pela segunda vez) para a lista tríplice do Ministério Público (ao propor a recondução de Augusto Aras à PGR), como também ao promover uma dança das cadeiras ministeriais que trará o Centrão de vez para dentro do Palácio do Planalto.

Diante das críticas por se aproximar ainda mais do Centrão, o presidente disse ter nascido do grupo de partidos conhecido pela troca de apoio por cargos e emendas. "Todo e qualquer partido tem gente boa e gente que não está muito interessada em fazer a coisa certa. Agora, eu tenho e pretendo, dentro das quatro linhas da Constituição, buscar apoio dentro do Parlamento."

Essa aliança, buscada no ano passado diante de dezenas de pedidos de impeachment que se acumulavam na Câmara, enterrou de vez o discurso que o então candidato explorou à exaustão em 2018, de que não se renderia ao que chamava de a velha política do "toma-lá-dá-cá"

Para atender o Centrão, Bolsonaro promete liberar bilhões em emendas parlamentares e — como se viu agora — até recria ministérios, contrariando outro discurso de campanha — o do enxugamento da máquina pública. Hoje, o governo tem 22 ministérios (eram 23, mas o Banco Central perdeu este status com a aprovação de sua autonomia), 7 a mais do que os 15 prometidos na campanha eleitoral. Na gestão de Michel Temer, eram 29 ministérios.

O Centrão é um bloco de partidos de centro e centro-direita que, pragmáticos, se articulam para votar da mesma maneira sobre determinados projetos. O apelido remonta à Constituinte de 1988 e remete a um grupo de parlamentares formou maioria para mudar o jogo no Congresso. Já o atual Centrão surgiu em 2014, sob o comando do então líder do MDB na Câmara, Eduardo Cunha, preso pela Lava-Jato. Seu apoio foi decisivo para o impeachment de Dilma, em 2016, e para blindar Michel Temer das "flechadas de Janot" (que poderiam ter abreviado o mandato tampão do vampiro do Jaburu). 

À frente do bloco estão o líder do PP na Câmara, Arthur Lira, o presidente do partido, Ciro Nogueira, o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto, e o ex-presidente do partido, Valdemar Costa Neto — condenado e preso no esquema do mensalão e uma das principais lideranças do PL. Entre seus principais articuladores figuram também o deputado Marcos Pereira, do Republicanos, e o presidente do partido, Paulinho da Força, além do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, também condenado no escândalo do mensalão — e que se tornou recentemente um dos principais defensores de Bolsonaro.

Reportagem publicada ontem em "O Estado de S. Paulo" relatou que o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria enviado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, dizendo que sem a aprovação do voto impresso e "auditável" não haverá eleições em 2022. Lira negou ter recebido a ameaça. Depois de telefonar ao presidente da Câmara, o ministro Barroso, presidente do TSE, escreveu numa rede social que "as instituições estão funcionando".

Braga Netto desmentiu a reportagem. Disse que não se comunica com os presidentes dos poderes por meio de interlocutores, que se trata de "mais uma desinformação que gera instabilidade entre os poderes da República em um momento que exige a união nacional", que as Forças Armadas "atuam sempre e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição" e que a discussão sobre o voto impresso é legítima e está sendo analisada no Congresso.

O diretor de Jornalismo do Estadão reafirmou o conteúdo da reportagem: "Diante das diversas reações, considero importante reafirmar na íntegra o teor da reportagem publicada hoje no 'Estadão' sobre os diálogos do ministro da Defesa. O compromisso inabalável do Estadão segue sendo a qualidade jornalística e o respeito ao Estado de Direito".

"O enredo do governo Bolsonaro parece ter sido escrito por um roteirista bêbado que, farto de ganhar a vida com trabalhos medíocres, resolveu, no meio do caminho, ter um ataque de sincericídio e reescrever a história como ela é, e não como a encomendaram. Ciro Nogueira já chegou ao topo do governo que iria prendê-lo, e o roteirista imaginou um advogado exibicionista, suposto defensor das liberdades públicas, mas que se especializou em soltar ladrões, dizendo que os vários processos a que Nogueira responde não o impedem de assumir um dos cargos mais importantes da República. Mas aí já seria imaginação demais", escreveu Merval Pereira em sua coluna desta quinta-feira. 

Parafraseando Ricardo Kertzman, "de cagada em cagada, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de R$ 6 milhões corrói a ordem democrática, destrói a economia, achincalha os demais Poderes, dissemina o vírus e promove mortes". Enquanto o bando de hienas continuar achando graça nas ‘merdas’ desse sujeito, conclui o jornalista, continuaremos atolados no fundo do vaso sanitário, à espera de alguém que dê a descarga.

sábado, 23 de julho de 2022

O DESEMPREGADO QUE DEU CERTO (TERCEIRA PARTE)



Marisa Letícia Lula da Silva morreu no dia 3 de fevereiro de 2017, aos 66 anos, vítima de um aneurisma. Embora ela fosse hipertensa, sedentária e fumante, sua morte foi inesperada. Durante o velório, o viúvo proferiu um discurso emocionado, regado a lágrimas, e a imprensa concedeu ampla cobertura à desgraça que se abateu sobre o Clã Lula da SilvaNas redes sociais, mensagens de solidariedade, pêsames e congêneres dividiram espaço com posts publicados por gente que não morria de amores por Lula, pelo PT e pela própria ex-primeira dama. Alguns resvalaram do mau gosto para o grotesco, o que é indesculpável, mas, ainda assim, compreensível.


Militantes de esquerda em geral e puxa-sacos em particular relembraram a infância pobre da falecida, que estudou somente até a 7ª série, começou a trabalhar aos 9 anos, enviuvou do primeiro marido aos 20, liderou a marcha pela libertação do segundo, costurou a primeira bandeira do PT, apoiou o chefão da ORCRIM nas campanhas; enfim, pintaram-na como uma Amélia melhorada, com a inteligência de Marie Curie, a abnegação de Madre Teresa, a têmpera de Margaret Thatcher e a fleuma de Hillary Clinton (no episódio Monica Lewinsky).

Curiosamente, ninguém mencionou que a finada deixou patente, bem do Escândalo do Mensalão, a notória incapacidade petista de separar o público do privado ao mandar plantar, no gramado do Alvorada, um canteiro de flores vermelhas no formato da estrela símbolo do partido. Tampouco foi lembrado que ela ― muito convenientemente ― teria “fechado os olhos” (aqui metaforicamente) para o affair do marido com Rosemary Noronha (entendeu agora o que eu quis dizer com a “fleuma de Hillary”?).

 

Rose, como a “segunda-dama” era chamada informalmente, foi apresentada a Lula pelo guerrilheiro de araque José Dirceu. O “caso” teve início na década de 90, mas só veio a público em 2012, quando a PF deflagrou a Operação Porto Seguro. Nesse meio tempo, a moçoila acompanhou “O Chefe” ― ou “Deus”, como ela costumava se referir a ele ― em pelo menos 32 viagens oficiais. Seu nome não constava do manifesto de voo e ela não compartilhava com Lula a mesma suíte, mas ficava nos melhores hotéis, comia do bom e do melhor em restaurantes estrelados e, segundo Leo Pinheiro, recebia R$ 50 mil por mês da OAS (também a pedido do petista, o empreiteiro teria incluído o marido de Rose na folha de pagamento da empresa).

 

Quando a história ganhou notoriedade, o repórter Thiago Herdy e o jornal O Globo entraram na Justiça com um pedido de quebra do sigilo dos gastos da dita-cuja no cartão corporativo da Presidência, mas o STJ empurrou a coisa com a barriga. Em 2014, quando o movimento “Volta, Lula” ganhou corpo, Dilma ― que prometeu “fez o diabo” para se reeleger ― ameaçou divulgar as despesas da concubina real, forçando o petralha a recuar.

 

Segundo o jornalista Cláudio Humberto, editor do blog Diário do Poder, os gastos com cartões corporativos no período de 2003 a 2015 somaram R$ 615 milhões (mais de R$ 51 milhões por ano), ao passo que no último ano do governo FHC a conta foi de “apenas” R$ 3 milhões. A farra foi tamanha que um alto funcionário do Ministério das Comunicações chegou a pagar duas mesas de sinuca com o cartão corporativo — que também foi usado por seguranças da “primeira-família” para pagar equipamentos de musculação e materiais de construção para Lurian, filha de Lula


Em setembro de 2013, o jornalista Augusto Nunes publicou em sua coluna: "Neste sábado, Lula completará 288 dias de silêncio sobre o escândalo que protagonizou ao lado de Rosemary Noronha. Ele parece ainda acreditar que o Brasil acabará esquecendo as bandalheiras que reduziram a esconderijo de quadrilheiros o escritório da Presidência da República em São Paulo. No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, a edição de VEJA tratará de reiterar que a memória da imprensa independente não é tão leviana. As revelações contidas nas quatro páginas tornarão mais encorpada e mais cinzenta a pilha de perguntas em busca de resposta. Por exemplo: quem está bancando os honorários do oneroso exército de advogados incumbido de livrar de punições judiciais a vigarista de estimação do ex-presidente? Num depoimento à Polícia Federal, Rose não conseguiu explicar como comprou o muito que tem com o pouco que ganha. De onde vem o dinheiro consumido pela tropa de bacharéis que cobram em dólares americanos? Lula sabe”. Segue um excerto da matéria: A discrição nunca foi uma característica da personalidade de Rosemary Noronha. Quando servia ao ex-presidente em Brasília, ela era temida. Em nome da intimidade com o “chefe”, fazia valer suas vontades mesmo que isso significasse afrontar superiores ou humilhar subordinados. Nos eventos palacianos, a assessora dos cabelos vermelhos e dos vestidos e óculos sempre exuberantes colecionou tantos inimigos — a primeira-da­ma não a suportava — que acabou sendo transferida para São Paulo. Mas caiu para cima. Encarregada de comandar o gabinete de Lula de 2009 a 2012, Rose viveu dias de soberana e reinou até ser apanhada pela Polícia Federal ajudando uma quadrilha que vendia facilidades no governo. Ela usava a intimidade que tinha com Lula para abrir as portas de gabinetes restritos na Esplanada. Em troca, recebia pequenos agrados, inclusive em dinheiro. Foi demitida, banida do serviço público e indiciada por crimes de formação de quadrilha e corrupção. Um ano e meio após esse turbilhão de desgraças, no entanto, a fase ruim parece ter ficado no passado. Para que isso acontecesse, porém, Rosemary chegou ao extremo de ameaçar envolver o governo no escândalo."

 

No discurso emocionado que proferiu no velório da esposa, Lula disse que ele dona Marisa foram foram vítimas de injustiça, que a mulher morreu "triste com a maldade que fizeram com ela" e que ele espera que "os facínoras que fizeram isso um dia peçam desculpas". Confira um trecho do comício:

 

Se alguém tem medo de ser preso, este que está aqui, enterrando sua mulher hoje, não tem. Não tenho que provar que sou inocente. Eles que precisam dizer que as mentiras que estão contando são verdadeiras. Marisa foi mãe, foi pai, foi tia, foi tudo; eu e ela nunca brigamos. Marisa nunca pediu um vestido, um anel. Eu vou continuar agradecendo à Marisa até o dia que eu não puder mais agradecer, o dia em que eu morrer. Espero encontrar com ela, com esse mesmo vestido que eu escolhi para colocar nela, vermelho, para mostrar que a gente não tinha medo de vermelho quando era vivo, e não tinha medo de vermelho quando morre”.

 

Neste vídeo, a jornalista e hoje deputada federal Joice Hasselmann resumiu em 6 minutos, de maneira irreprochável, o que pensava da desfaçatez do viúvo que transformou esquife em palanque e foi aplaudido pelos micos amestrados de costume — conquanto muita gente tenha lido nas entrelinhas a monstruosidade moral de um safardana nauseabundo, capaz de usar a morte da mulher para fazer proselitismo político.

 

Continua...