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sexta-feira, 8 de março de 2019

O CARNAVAL ESCATOLÓGICO DO PRESIDENTE




Após o feriadão de Carnaval — o único “feriado” que os Bancos emendam, embora nem a terça-feira seja considerada como tal —, o Ibovespa fechou em baixa (3,74%, a mais expressiva queda diária desde a greve dos caminhoneiros, quando o índice recuou 4,48%). Contribuíram para isso cenário internacional as expectativas sobre a taxa Selic (que acabou mantida em 6,5%), naturalmente, mas o negativismo do mercado financeiro se deveu em grande medida à sucessão de pronunciamentos dessintonizados do governo sobre a reforma da Previdência e às frequentes pantomimas protagonizadas pelo presidente da República.

Ninguém é obrigado a gostar de Carnaval, mas cabe ao chefe do Executivo demostrar alguma simpatia — ou ao menos disfarçar sua antipatia — pela maior manifestação cultural deste país. Em vez disso, depois de elogiar o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, de editar uma medida provisória que altera as regras da contribuição sindical, de criar da chamada Lava-Jato da Educação, de bater boca com Daniela Mercury, Caetano Veloso e José de Abreu, Bolsonaro, a pretexto de rebater críticas que lhe foram endereçadas por diversos blocos carnavalescos, chegou ao cúmulo de publicar um vídeo escatológico e obsceno, devidamente acrescido da seguinte pérola: “É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”. 

Logo após o tuíte, muitos internautas pediram que o conteúdo fosse denunciado à rede social como impróprio, mas nem o Twitter, nem Bolsonaro excluíram a postagem (que acabou exibindo um aviso de que "pode conter material sensível"). Mais adiante, o Planalto divulgou uma nota afirmando que “o presidente não teve a intenção de criticar o Carnaval de forma genérica" ao divulgar o vídeo, mas sim de "caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular". Algumas ações, porém, não podem ser desfeitas. É o caso das flechas lançadas, das oportunidades perdidas e das palavras ditas.

Excessos durante o reinado de Momo são cometidos que o mundo é mundo, mas convenhamos: num momento em que há tantos assuntos mais importantes a tratar, não faz o menor sentido o presidente agir como fiscal dos costumes e se valer de um caso isolado para atribuir a pecha da perversão aos blocos carnavalescos em geral. O mais espantoso, porém, é que, ao misturar suas convicções pessoais com as da nação, Bolsonaro “cagou e andou” para decoro exigido pelo cargo que ocupa (a expressão não é lá muito polida, mas me parece adequada a toda essa baixaria).

É claro que Bolsonaro não foi o primeiro presidente a cagar no prato em que comeu (vide observação anterior): Collor se declarou “homem macho de colhão roxo”; Itamar se deixou fotografar ao lado de uma carnavalesca com a genitália à mostra (a dela, não a dele); Lula era useiro e vezeiro em fazer piada com homossexuais e chegou certa vez a chamar as mulheres de “grelo duro” a defendê-lo; FHC foi talvez o mais inglês entre os presidentes da última safra, mas sua carência de humor o distanciava do povo mais do que ele gostaria; Dilma... bem, essa senhora é um caso à parte, pois ela não somente desonrou a Presidência pelo simples fato de a ter exercido como legou para a história do estilo presidencial uma série de cacoetes que potencializaram seu impeachment. Torçamos, pois, para que Bolsonaro não lhe siga os passos.

Bolsonaro foi promovido de deputado do baixo-clero a presidente da República não só, mas também com os votos dos que o consideravam um mal menor (diante da alternativa, o próprio capeta seria um mal menor). Portanto, seria bom alguém lhe dizer que treino é treino e jogo é jogo, que a campanha terminou há quatro meses e governo começou há dois, e que, mesmo numa republiqueta de bananas como a nossa, o presidente eleito é o presidente de todos, inclusive dos que não votaram nele, dos que seguem outras religiões e dos que gostam de Carnaval. O tal vídeo que ele (ou o filho Carlos, segundo se diz à boca pequena) tuitou, com direito a cenas de gente manipulando o ânus e recebendo um banho de urina, é mais que um atendado ao bom gosto e ao decoro do cargo que sua excelência ocupa.

Josias de Souza classifica esse episódio como um caso único de de difamação do Brasil por seu próprio presidente, que reputa a obscenidade exibida no vídeo como uma cena comum, repetida Brasil afora por milhares de brasileiros — o que até quem não gosta de Carnaval sabe que não é verdade. Comum, no reinado de Momo edição 2019, foi a associação que os foliões fizeram de Bolsonaro com o laranjal do PSL e com Fabrício Queiroz, mas irritação não dá ao presidente o direito de levar o Carnaval às manchetes internacionais como uma grande festa popular em que os brasileiros saem às ruas para sambar e mijar uns nos outros. 

A deseducação e a desinformação, afirma o jornalista, sempre fizeram parte da personalidade política de Bolsonaro, mas a Presidência lhe deu uma tribuna vitaminada, que ele deveria aproveitar para irradiar confiança e bons exemplos, mas vem usando para espalhar ódio e desinformação. Se não fizer uma concessão ao decoro, sua excelência vai acabar agigantando a vice-presidência, conferindo ao general Mourão, pelo contraste, um conteúdo de inusitada moderação. 

Para Merval Pereira, as cenas explicitas de pornografia — ou de obscenidade escatológica, melhor dizendo, pois pornografia vem do grego “pórne” (prostituta) e remete a algo que desperta pensamentos sexuais — e sua divulgação sob o pretexto de defender a moralidade foram “momentos deprimentes do triste cotidiano de um país que não consegue construir seu futuro”. 

Eu não vejo como discordar de nenhum dos dois.

quarta-feira, 6 de março de 2019

MAS É CARNAVAL... OU ERA


NÃO HÁ PORRE QUE SEMPRE DURE NEM RESSACA QUE NUNCA TERMINE.

A exemplo do Réveillon, o Carnaval estimula o consumo de bebidas alcoólicas. Só que a “passagem de ano” é comemorada numa noite, e o reinado de Momo dura quase uma semana. O resultado é uma ressaca cruel, com direito a dor de cabeça, boca seca, língua saburrosa, corpo dolorido, fadiga, tremores e outros desconfortos fáceis de evitar: basta não encher a cara. Como é sempre mais fácil falar do que fazer, seguem algumas dicas para o antes e o depois.

Se você tem problemas com a balança, lembre-se que uma latinha de cerveja (ou garrafinha tipo long neck) tem de 150 a 200 calorias. Para queimá-las, um sujeito de 70 quilos precisa andar pelo menos dois quilômetros. Claro que folião que se preza pula feito perereca; ou seja, gasta energia. Mas, ao contrário do dinheiro, as calorias são mais fáceis de ganhar do que de gastar. Sobretudo se o distinto tem tendência a engordar, que aí basta tirar a tampa da caixa da pizza, quando ela chega quentinha, e respirar fundo... Se comer, então... Outra coisa: o álcool da cerveja é o mesmíssimo álcool do uísque, do vinho, da vodca, do gim, do conhaque, e por aí vai. O que muda é só a concentração. Todavia, se você encontrar vodca por preço inferior ao de cachaça Velho Barreiro, 51, Tatuzinho e outras "derruba-peão", passe longe, porque o troço deve ser venenoso.

Evite beber de barriga vazia (o álcool é absorvido mais lentamente quando há alimento no estômago, mas comer exageradamente antes de beber pode levar o incauto a colocar tudo para fora no meio da festa). Há quem recomende evitar a mistura de bebidas destiladas com fermentadas, mas isso não faz diferença na ressaca, a não ser pelo fato de a mistura "alterar o paladar" do beberrão e lavá-lo a ingerir uma quantidade maior de álcool.

Comer algo gorduroso (como miolo de pão com bastante manteiga ou embebido em azeite) antes de beber também ajuda, da mesma forma que comer frutas ou tomar suco, refrigerante ou água entre as biritas manter o organismo hidratado reduz a concentração do álcool, facilita sua metabolização pelo organismo e, consequentemente, minimiza os sintomas da ressaca que há de vir. Tenha em mente que o álcool, para ser processado, precisa de carboidratos (daí porque se trata coma alcoólica com injeção de glicose). Portanto, evitar massas e assemelhados para "compensar" as calorias da bebida e prevenir um indesejável ganho de peso não costuma ser boa ideia.

Mas agora é tarde, Inês é morta. A menos, naturalmente, que você se lembre de que leu aqui no Carnaval do ano que vem, no próximo Réveillon ou no happy hour de depois de amanhã, se e quando sentir aquela vontade irresistível de enfiar o pé na jaca.

Se as medidas profiláticas não forem suficientes, a ressaca irá transformar seu dia seguinte na antessala do inferno. E não existem fórmulas mágicas para combatê-la a menos que se esteja em Las Vegas, onde o Hangover Heaven (paraíso da ressaca, numa tradução livre), criado pelo médico Jason Burke, promete solucionar o problema: basta um telefonema para ser atendido por um ônibus que funciona como clínica itinerante e receber uma solução intravenosa com soro fisiológico, vitaminas B1 e B12, anti-inflamatórios, anti-náuseas e outras substâncias destinadas a ajudar na desintoxicação do organismo.

Se você não está em Vegas, mas em algum cu de judas tupiniquim, procure deixar seu corpo processar ou regurgitar o excesso de álcool. Nesse entretempo, não caia na conversa de que ressaca se cura com mais bebida; isso é desculpa de beberrão que quer tomar mais uma cangibrina, e ainda que possa amenizar os sintomas no curto prazo, mais cedo ou mais tarde o nível de álcool no seu organismo terá de baixar.

O segredo, meus caros pés-de-cana, e investir pesado na hidratação. Sobretudo se o porre o fez vomitar ou lhe deu uma poderosa diarreia, que aí a perda de água será potencializada, tornando a reidratação ainda mais importante. Quanto ao que comer no day after, bem, "ouça o seu organismo". Há quem aconselhe evitar comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão, mas quem, em nome de Deus, acorda com uma ressaca-mãe e tem disposição para encher o rabo de feijoada, se o estômago está irritado pelos efeitos do álcool?

Chá com torradas e afins? Bem, o chá contém água e a água reidrata. Mas não acredite em chazinhos milagrosos, como o de hibisco, nem em outras bobagens supostamente mágicas, como suco verde, de quinoa e outros que tais. Se você gosta de chá, tome o chá que você está acostumado a tomar. Se não gosta, mande ver na água água gelada, na tônica com limão, nos sucos, na água de coco (o melhor reidratante natural que existe) e na água com gás.

Se o(a) amigo(a) ressacado(a) preferir refrigerantes, beba os normais, que contém açúcar (glicose) e, portanto, ajudarão seu organismo a metabolizar o excesso de álcool. Fuja da cerveja, do vinho, enfim, de bebidas alcoólicas em geral, já que, de novo, elas até podem aplacar sua sede carrasca, mas não irão reidratá-lo (antes pelo contrário). Uma possível exceção é o Bloody Mary, que é composto basicamente de vodca, suco de tomate, pimenta (do reino e tabasco), suco de limão, gelo e uma pitada de sal. É tiro e queda na cura da ressaca. Ou pelo menos é o que afirmam (ou afirmavam) bebuns inveterados como Frank Sinatra, Judy Garland, Humphrey Bogart, Sammy Davis Jr., Jerry Lewis, Dean Martin e Elizabeth Taylor, que eram fãs de carteirinha dessa beberagem.

Observação: O Bloody Mary (Maria Sangrenta, numa tradução direta) foi criado pelo francês Fernand Petiot, que comandava o balcão do parisiense Harry’s New York Bar , na França, nos anos de 1920, e teria inventado a mistura de vodca com suco de tomate, molho inglês e pimenta a pedidos. Em épocas de Lei Seca, os americanos procuravam uma bebida de aparência e teor alcoólico mascarados e o Bloody Mary foi a saída perfeita para confundir autoridades. O nome viria depois, em 1934, no bar novaiorquino do Hotel St. Regis Sheraton, nos Estados Unidos. 

Caldos e sopas estão liberados, desde que com pouco sal. Dietas líquidas ajudam a hidratar, mas não irão curar a ressaca num passe de mágica. Jejuns prolongados, horas na sauna ou corridas sob um sol senegalês também não resolvem, até porque seu corpo está desidratado, e isso só contribuirá para desidratá-lo ainda mais. 

Uma ótima quarta-feira de cinzas a todos.

terça-feira, 5 de março de 2019

GOVERNO BOLSONARO EM RITMO DE CARNAVAL



Sabemos porque Jair Bolsonaro derrotou o poste-fantoche do presidiário de Garanhuns por uma diferença de quase 11 milhões de votos; o que não sabemos é como será o seu governo. A julgar pelo que se viu desde que o presidente assumiu, há que torcer para que a performance da trupe melhore. Mas de uma coisa estou certo: como na fábula do Velho, o Menino e Burro, Bolsonaro será impiedosamente bombardeado, diga o que disser, faça o que fizer. E as críticas virão tanto da ala dos descontentes, que queriam o PT no poder, como dos que não entendem por que o atual governo ainda não resolveu todos os problemas que o PT criou ao longo de treze anos e fumaça, com destaque para os 5 anos, 4 meses e 12 dias em que a calamidade em forma de gente, que atende por Dilma Rousseff, fez o diabo para quebrar o país.

A crítica política em forma de sátira e protestos tomou conta de parte dos foliões neste carnaval. O destaque foi a relação do zero um com o enrolado e inexplicado Fabrício Queiroz, e com zero dois, que ameaçou voltar para o Rio depois de articular a demissão de Bebianno — e ora ameaça ficar por Brasília (detalhes mais adiante). 

No bloco Ladeira Abaixo, em Belo Horizonte, os foliões cantaram em coro debaixo de chuva “ai, ai, ai, Bolsonaro é o carai” — mesmo refrão repetido no bloco Eu Acho É Pouco, em Olinda. Em alguns momentos, era seguido por outro: “Ei, Bolsonaro, vai tomar no cu”, e até o antigo refrão “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” apareceu.

Também em BH, o bloco Tchanzinho Zona Norte mesclou versos como “Lula livre”, “olê, olê, olá, Lula”, “ele não” e “Bolsonaro é o caralho”, causando confusão. Segundo uma das produtoras do bloco, a manifestação foi espontânea e acabou repetida no palco, mas o capitão da PM responsável pela segurança no local alertou que, se seguissem criticando Bolsonaro e defendendo Lula, “que é um vagabundo”, a corporação retiraria seu efetivo (o porta-voz da corporação, major Flávio Santiago, disse que o que motivou a intervenção foi o risco de briga generalizada que os coros poderiam causar). Não vejo como não dar razão ao capitão.

Observação: Dando tempo e jeito, assista a este vídeo:


Mudando de pato para ganso, a mídia quase não repercutiu a curiosa decisão do desembargador Néviton Guedes, do TRF-1, que, na última quarta-feira, acolheu um mandado de segurança interposto pela OAB contra a busca e apreensão realizada no escritório do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, coordenador da defesa do esfaqueador Adélio Bispo, bem como contra a quebra do sigilo bancário e telefônico e a realização de perícias nos materiais apreendidos e que envolvam o sigilo profissional do causídico. Na prática, isso paralisa a última linha de apuração da PF sobre o caso, que é a identificação de quem está por trás da defesa de Adélio e que também poderia ter interesse no atentado (volto a este assunto numa próxima postagem).

Deputados do “Centrão” — ou "Blocão" — prometem emperrar a reforma da Previdência caso seus interesses não sejam atendidos. (Quanto patriotismo. Ou eu deveria dizer fisiologismo?). Depois que os parlamentares reclamaram da inércia de Bolsonaro nas redes sociais, o presidente se comprometeu com os líderes dos partidos que podem votar a favor da reforma a fazer uma defesa mais enfática do tema com a "inestimável" ajuda do zero dois. Na terça-feira passada, Carluxo criticou pelo Twitter o silêncio de "deputados eleitos por Bolsonaro" e fez um apelo para que eles defendam o texto da PEC. A crítica causou mal-estar no Congresso. "Eu não vejo autoridade no filho do presidente para dar pito nem mesmo nos seus companheiros, colegas vereadores da Câmara Municipal, quanto mais em deputado federal eleito pela população", disse o líder do DEM na Câmara e do Centrão, Elmar Nascimento. "A gente não vai votar a reforma da Previdência porque o filho do presidente quer. Vamos votar pelo Brasil. Temos convicção de que o País precisa da aprovação dessa reforma". De novo: quanto patriotismo!

Para quem não se lembra, zero dois teve papel determinante na demissão de Gustavo Bebianno. Após o episódio, e graças a alguma pressão da cúpula militar, que não vê com bons olhos envolvimento da prole presidencial em questões administrativas do governo, o pitbull do papai voltou para o Rio, supostamente para reassumir suas funções na Câmara Municipal. Mas o afastamento durou pouco: segundo reportagem da Folha, ele se reuniu nesse início de semana com o secretário de Comunicação Social, Floriano Barbosa, para discutir estratégias para defender a reforma da Previdência.

Bolsonaro-pai parece apreciar a ajuda de Bolsonaro-filho-do-meio para promover a PEC da Previdência e conseguir mais apoiadores — não só no Congresso, mas também na sociedade civil. Na última terça-feira, o pimpolho postou no Twitter: "Gostaria de ver mais deputados eleitos por Bolsonaro defendendo a não tão popular, mas necessária proposta da nova previdência. Sabemos que alguns já o fazem, mas qualquer um vê que a esmagadora maioria nem toca no assunto. Um time tem que jogar junto interessado só no Brasil". Até aí não há como discordar.

A propaganda é a alma do negócio, dizem, mas sem dinheiro o coisa não anda, sobretudo no antro de corruptos que se tornou o Congresso Nacional. Assim, outra estratégia do Planalto para enfunar as velas da reforma previdenciária é adoçar a boca, digo, o bolso dos congressistas de primeira viagem com repasses individuais de R$ 5 milhões, visto que eles só terão direito a emendas parlamentares a partir do ano que vem.

Dos 513 deputados, 243 estão no primeiro mandato; no Senado, 46 dos 81 são novos. Uma simples conta de padeiro nos leva ao total de R$ 1,4 bilhão — isso sem incluir as emendas impositivas para os deputados e senadores que foram reeleitos (cada um receberá R$ 15,4 milhões, o que perfaz o total de R$ 9,2 bilhões). Embora sejam obrigatórias, as emendas sempre funcionaram como moeda de troca em momentos de votações cruciais para o governo, como é o caso da reforma da Previdência — e foi o caso das denúncias de Janot, que levaram Temer a torrar seu capital político e o nosso dinheiro para comprar o apoio das marafonas da Câmara Federal e se escudar das “flechadas” do então PGR.

A despeito do discurso oficial contrário à barganha política, o governo deve liberar, além das emendas para os veteranos e do crédito para os calouros, cargos de segundo escalão. Responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, o ministro Onyx Lorenzoni avisou aos políticos que eles poderão fazer indicações para cargos em repartições federais nos Estados, desde que preenchidos “critérios técnicos”, como determina a Controladoria-Geral da União, e advertiu que ministros terão poder de veto sobre as indicações.

“Se fosse toma lá, dá cá, os repasses seriam só para os deputados e senadores aliados, mas não é isso. Todos os novatos vão receber, independentemente de partidos, para colocar nas suas bases”, defendeu o ex-deputado e atual secretário especial da Casa Civil para a Câmara, Carlos Manato. Pode até ser. Mas o problema é que até agora o governo são conseguiu consolidar uma base de sustentação no Congresso e só conta com a adesão formal do seu partido, que tem se mostrado dividido.

Joice Hasselmann, escolhida como líder do governo no Congresso, promete pedir votos até para o PT. “Na pauta de costumes a gente briga, mas, na Previdência, precisamos ter união”, afirma a deputada. Falando na quadrilha, o líder da ORCRIM na Câmara, Paulo Pimenta, classificou como “uma vergonha” a liberação do crédito para os novatos. “É fisiologismo e contraria tudo o que Bolsonaro disse na campanha”, afirmou o petralha, “esquecendo-se” muito convenientemente de que verba também deve beneficiar a oposição. E isso depois que Lula e seus asseclas rapinaram a Petrobras em prol de seu espúrio projeto de poder (e de encher os bolsos, deles próprios e de parentes, amigos e apaniguados). Não fosse trágico, o pronunciamento desse projeto mal-ajambrado de monte de merda seria cômico. Mas essa corja não tem jeito; é como o escorpião da fábula, que convence o sapo a levá-lo nas costas até o outro lado do rio, alegando que, se ferroá-lo, ambos morrerão, e então lhe casca o ferrão, simplesmente porque agir assim é da sua natureza, não há nada que ele possa fazer para mudar. Quer um exemplo? Então vamos lá:

PT disse que vai acionar a Corregedoria da PF contra Danilo Campetti, um dos agentes que fizeram a escolta de Lula durante o velório e a cerimônia de cremação do neto do petralha, no último sábado. Campetti integrou a equipe que cuidou da segurança do então candidato Bolsonaro e ostenta nas redes sociais uma aversão ao PT e um engajamento ao hoje presidente Bolsonaro. Também contrariou a escumalha vermelha o fato de o agente aparecer em imagens ao lado de Lula ostentando no colete à prova de balas um emblema da SWAT (divisão de táticas especiais da polícia dos Estados Unidos onde ele fez cursos de especialização).

De novo: Se não fosse trágico, seria cômico! Para concluir, relembro esta perola do Ultraje a Rigor.


terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

MAS É CARNAVAL...


MAIS DE 30% DOS ELEITORES PREFEREM LULA, DIZEM AS PESQUISAS. NORMAL: ATRÁS DOS MUROS ALTOS, SEMPRE HAVERÁ NAPOLEÕES DE HOSPÍCIO GANHANDO GUERRAS ENTRE UM BANHO DE SOL E OUTRO.

Pensei em ficar “na encolha” nesta terça de Carnaval, mas resolvi publicar umas discas de como prevenir a ressaca, visto que, como o Réveillon, o Carnaval estimula o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Só que o reinado de Momo dura quase uma semana ― contra uma única noite da “virada” de ano ―, e a ressaca costuma ser de lascar, com direito a dor de cabeça, boca seca, língua saburrosa, corpo dolorido, fadiga, tremores e outros desconfortos que a gente pode evitar simplesmente não enchendo a cara. Como é mais fácil falar do que fazer:

Evite misturar destilados com fermentados ou beber de barriga vazia (o álcool é absorvido mais lentamente quando há alimento no estômago, mas comer exageradamente antes de beber pode levar o incauto a colocar tudo para fora no meio da festa).

Ingerir algo gorduroso (como miolo de pão besuntado com manteiga ou embebido em azeite) antes de beber também ajuda, da mesma forma que comer frutas ou tomar suco, refrigerante ou água entre as biritas ― manter o organismo hidratado reduz a concentração do álcool.

Se as medidas profiláticas não foram suficiente, a ressaca irá castigá-lo(a) no dia seguinte, e não existem fórmulas milagrosas para combatê-la ― a menos que você esteja em Las Vegas, onde o Hangover Heaven (paraíso da ressaca, numa tradução livre), criado pelo médico Jason Burke, promete solucionar o problema: basta um telefonema para ser atendido por um ônibus que funciona como clínica itinerante e receber uma solução intravenosa com soro fisiológico, vitaminas B1 e B12, anti-inflamatórios, anti-náuseas e outras substâncias destinadas a ajudar na desintoxicação do organismo. O tratamento dura 45 minutos e custa de 90 a 150 dólares.

Se você não está em Vegas, mas em algum cu de judas tupiniquim, procure deixar o corpo processar naturalmente ― ou regurgitar ― o excesso de álcool. Nesse entretempo, evite comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão, e não caia na conversa de que ressaca se cura com mais bebida (isso é desculpa de pé-de-cana que quer tomar e mais uma canjebrina, e embora possa até amenizar os sintomas no curto prazo, mais hora, menos hora, o nível de álcool no seu organismo terá de baixar).

Aproveite a festa, mas beba com moderação. Ou não, que eu não tenho nada a ver com isso; se você quiser tomar todas, o problema é seu ― e a ressaca também!



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segunda-feira, 3 de março de 2014

CARNAVAL - CUIDADO COM A RESSACA!


O PODER CORROMPE, E O PODER ABSOLUTO CORROMPE ABSOLUTAMENTE.

Eu pretendia ficar na encolha nesta segunda de Carnaval, já que a audiência cai barbaramente em feriadões que tais, mas achei por bem relembrar que:

Para prevenir ressacas cruéis – daquelas que combinam dor de cabeça com boca seca, fadiga, tremores e outros desconfortos afins –, a solução é não encher a cara. Na impossibilidade, evite misturar destilados com fermentados e beber de barriga vazia (o álcool é absorvido mais lentamente quando existe alimento no estômago, mas tome cuidado para não errar na quantidade e colocar tudo para fora no meio da festa).

Comer frutas ou algo gorduroso antes de beber (como miolo de pão besuntado com manteiga ou embebido em azeite) também ajuda, da mesma forma que tomar suco, refrigerante ou água entre as biritas (para manter o organismo hidratado e reduzir a concentração do álcool).

Se as medidas profiláticas não foram suficientes, a ressaca irá castigá-lo no dia seguinte, e não existem fórmulas milagrosas para combatê-la - a menos que você esteja em Las Vegas, onde existe o Hangover Heaven (paraíso da ressaca, numa tradução livre). Criado pelo médico Jason Burke, o serviço promete acabar com a ressaca: basta um telefonema para ser atendido por um ônibus que funciona como clínica itinerante e, a bordo do veículo, receber uma solução intravenosa com soro fisiológico, vitaminas B1 e B12, anti-inflamatórios, anti-náuseas e outras substâncias destinadas a ajudar na desintoxicação do organismo. O tratamento dura 45 minutos e custa de 90 a 150 dólares. 

Não sendo o caso, o jeito é deixar o corpo processar naturalmente – ou regurgitar – o excesso de álcool. Nesse entretempo, evite comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão, e não caia naquela conversa de que ressaca se cura com mais bebida (isso pode até amenizar os sintomas no curto prazo, mas uma hora qualquer o nível de álcool no seu organismo terá de baixar).

A propósito, vamos torcer para que o entulho da nossa mais alta corte tome vergonha - possibilidade remota se considerarmos que os votos dissidentes do Presidente Joaquim Barbosa foram proferidos por apaniguados de Lula e da "presidenta" que o sucedeu. Guarde-nos, Deus e Nossa Senhora, dessa súcia de sacripantas. 

Para intensificar o mal estar, não deixe de ler esta postagem esta postagem.

Até quarta, se Deus quiser.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

NFC, BLUETOOTH, SOL, CERVEJA E CARNAVAL.

VIVEMOS NUM PAÍS ONDE O CRIME COMPENSA E O CRIMINOSO É CONHECIDO, RECONHECIDO, RECOMPENSADO, INDENIZADO E TRANSFORMADO EM HERÓI.


Embora pareça sigla de time de futebol, NFC (de NEAR FIELD COMMUNICATION) remete a uma tecnologia semelhante ao Bluetooth, mas que permite a troca de dados (arquivos, programas, músicas, filmes e fotos) através de uma conexão wireless entre aparelhos compatíveis colocados próximos uns dos outros.

Observação: o NFC é mais rápido – pois dispensa o “shakehands” do concorrente – e mais seguro – já que seu alcance não vai além de uns poucos centímetros (contra 1, 10 ou 100 metros do Bluetooth, conforme a classe).
Volto a lembrar que é recomendável ativar o Bluetooth em celulares, smartphones, tablets e afins somente quando você for realmente transferir ou receber arquivos, de modo a prevenir acessos não autorizados, infecções ou ataques Bluejacking e Bluebugging, que visam burlar os procedimentos de autorização e identificação que exigem do usuário uma autorização expressa para abrir um arquivo ou aceitar uma transferência de dados.

Hoje, última sexta-feira deste mês de fevereiro, é dia de “Grito de Carnaval”, como se dizia quando eu era moleque. Lembrando disso, em vez do nosso tradicional humor de final de semana, resolvi republicar duas dicas que reputo interessantes para quem tenciona passar o reinado de Momo na praia, debaixo de muito sol (se São Pedro colaborar) e regado a muita cerveja. Confira:



Expor-se ao sol sem proteção não causa danos somente à pele, mas também aos olhos, pois o excesso de luz pode "queimar" as córneas, acelerar o surgimento cataratas e, em situações críticas, acarretar até mesmo a perda da visão. 
Além de um protetor solar de boa qualidade e FPS adequado, colocar na mala óculos escuros (que não devem privilegiar a estética em detrimento da proteção; o indicado é usar modelos que assentem bem no rosto e impeçam a passagem de luz pelas laterais).
No que concerne às lentes, os especialistas recomendam as de cor marrom, verde ou cinza; as azuis, rosa e laranja filtram menos, e as amarelas são mais indicadas para a prática de esportes na neve.
O material não influencia a eficácia da proteção; a opção pelo cristal ou pela resina deve levar em conta o peso e a resistência dos óculos de sol (lentes de cristal são mais pesadas que as de resina, mas estas últimas arranham mais facilmente). Já o espelhamento é uma questão de preferência pessoal, pois seu efeito puramente estético.
Quando for comprar óculos de sol, fuja dos camelôs, marreteiros e assemelhados. Embora eles ofereçam réplicas de modelos de marca por preços bastante atraentes, seus produtos são geralmente de má qualidade, importados informalmente sabe lá Deus de onde. No mais, antes de se decidir por um modelo, fite fixamente um ponto qualquer e mova as lentes em círculos diante dos olhos; se houver distorção na imagem, não compre. 
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Pouco importa que alguns atribuam a invenção da cerveja aos bávaros, e outros, aos alemães (na verdade, essa bebida já era consumida pelos antigos egípcios). O importante mesmo é que o brasileiro não abre mão de uma "loura gelada", especialmente nos dias (e noites) quentes do Carnaval.
Os ingredientes básicos da cerveja são água, lúpulo, levedura e malte (de cevada, trigo ou outro cereal). A água corresponde a mais de 90% da beberagem, o lúpulo imprime o amargor, a levedura transforma os carboidratos em álcool e o malte determina o sabor - e, a despeito da crendice popular, parece não haver qualquer relação entre a obesidade e o consumo (moderado) da bebida: pesquisas realizadas com habitantes da República Tcheca - país com maior índice de consumo per capita de cerveja - dão conta de que somente um consumo excessivo acarreta aumento significativo da cintura ou do volume do corpo em geral.
Embora cada qual tenha suas preferências pessoais (especialmente em relação à marca do produto), é melhor gelar a cerveja no refrigerador (entre zero e 4ºC) do que colocá-la diretamente no freezer. A formação de espuma é essencial (a falta indica que a cerveja está choca ou que o copo não foi bem lavado), pois o "colarinho" retém o aroma e dosa a liberação do gás carbônico - um colarinho de até três dedos evita a oxidação e mantém a cerveja mais gostosa por mais tempo. 
Na hora de degustar sua loura, prefira um copo de vidro de espessura fina ou cristal, no formato de tulipa (cuja borda estreita evita que a bebida esquente rápido demais), embora na praia, debaixo de um sol abrasador, talvez você acabe mesmo é bebendo-a diretamente da latinha ou do bico de uma "long neck".
Apreciem com moderação. 

Até segunda, se Deus quiser.