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quarta-feira, 17 de abril de 2024

É HORA DE APOSENTAR O WINDOWS 10?

A VERDADE É UMA MENTIRA EM QUE AS PESSOAS ACREDITAM.

Não bastassem os entreveros envolvendo Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas, as investidas do tiranete venezuelano contra a Guiana e de Pequim contra Taiwan, a tensão entre as Coreias, o bolsonarismo boçal versus o lulopetismo lalau e a guerra de egos entre Musk e Xandão, vem o Irã e ataca Israel com centenas de drones. 
Em meio ao furdunço, Netanyahu defende um contra-ataque, a comunidade internacional tenta evitar uma escalada do conflito e Khamenei — que trata o ataque como uma resposta ao bombardeio à embaixada iraniana na Síria, no último dia 1º — dá o assunto por encerrado, mas ameaça uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar.
Os EUA avisaram que não apoiarão uma retaliação, e a ONU e o G7 vêm tentando botar água na fervura, mas o excesso de irracionalidade desestimula o otimismo. Uma insânia gera a outra, a loucura seguinte atropela a anterior, os desatinos se multiplicam em outros.
Os dois lados fazem pose de vitoriosos. A teocracia iraniana esclarece que não é um tigre de cera, enquanto Israel força potências que retiravam o pé de sua canoa a darem meia-volta. Tenta-se agora evitar um contra-ataque que Israel diz ser incontornável. Diante de tanta insânia, o Oriente Médio deixa de ser uma região sujeita a escaladas bélicas e passa a ser um pedaço do mapa condenado ao descenso eterno das opções pacíficas. 
Nas últimas 72 horas, sumiram do noticiário até a destruição de Gaza, com suas mais de 30 mil covas palestinas e os mais de 100 reféns que Israel não consegue resgatar.
Não há humanismo que resista à insanidade.

Windows nasceu em 1985  dez anos depois de Bill Gates e Paul Allen fundarem a Microsoft — e levou uma década para ser promovido de interface gráfica a sistema operacional autônomo. Mesmo assim, o MS-DOS continuou atuando nos bastidores até 2001, quando o XP cortou o cordão umbilical. 

O Windows Vista foi lançado me 2007 (com um aparato publicitário digno do nascimento de um rei), mas foi um fiasco monumental de crítica e de público  a exemplo do Millennium antes dele e dos Win8/8.1 depois dele. Em contrapartida, as edições XP e Seven continuam populares até hoje, a despeito de seus ciclos de vida terem terminado em 2014 e 2024, respectivamente. 
 
Win10 foi
 primeira encarnação do sistema na modalidade serviço. Ele foi lançado em julho de 2015 e incumbido de conquistar 1 bilhão de usuários em 3 anos. Para estimular a adesão, a Microsoft liberou o upgrade para todos os usuários que rodavam cópias licenciadas do Seven SP2 e dos 8/8.1 em máquinas com hardware compatível. Mesmo assim, a ambiciosa missão só foi cumprida em janeiro de 2020, cerca de 20 meses antes do lançamento oficial do Win11 (em outubro de 2021).

O suporte ao Win10 termina em outubro do ano que vem. Como os requisitos mínimos para a instalação da versão atual são bastante restritivos, cerca de 250 milhões de usuários terão de decidir se continuam usando um PC que não recebe atualizações de segurança, se contratam um plano de suporte adicional (US$ 61 por ano pelo período de 3 anos) ou se migram para outra plataforma (como o Linux ou o ChromeOS Flex). 
 
Adequar um computador antigo a novas exigências nem sempre é viável tecnicamente e pode não compensar economicamente, sobretudo quando se trata de
 notebooks, que são pouco amigáveis a upgrades de hardware. Você pode simplesmente ignorar os alertas de incompatibilidade e seguir com a instalação do Win11 — quando feito via Windows Update a atualização dispensa formatação —, mas eu recomendo uma instalação limpa, e lembro que em ambos os casos você estará por sua conta e risco.

Migrar para o Linux é uma opção interessante. As distros são gratuitas, rodam em máquinas de configuração modesta, compatíveis com apps populares como Firefox, ChromeSpotify etc. e bem mais fáceis de usar do que antigamente. E se você não não se der bem com o LibreOffice ou o OpenOffice para editar documentos, planilhas e apresentações, poderá recorrer ao Google Docs ou â versão web do Microsoft 365.
 
Caso decida trocar seu computador velho de guerra, por que não fazê-lo em grande estilo? O macOS é compatível com boa parte dos programas do Windows — incluindo o Word, PowerPoint, Excel, Photoshop e afins — e orna perfeitamente com o iPhone, o iPad e o IWatch. Quem muda para a Apple raramente se arrepende, mas convém ter em mente que tanto o hardware quanto o software são proprietários, e os produtos da Maçã não não são propriamente baratos. 

Observação: Usar o StartAllBack para mudar o formato do Menu Iniciar do Win11 de modo que ele assuma vários aspectos e funções das versões 7 e 10 pode bloquear as atualizações via Windows Update. A mensagem exibida sugere buscar uma atualização do app para resolver o problema, mas essa atualização não existe. Para contornar esse problema, desinstale o StartAllBack, rode o Windows Update e, ao final da atualizaçao, reinstale o app com outro nome.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 7)

ALGUMAS PESSOAS NUNCA DIZEM UMA MENTIRA QUANDO SABEM QUE A VERDADE PODE MAGOAR MAIS.


O “pulo do gato” da Microsoft foi transformar em sistema operacional (quase) autônomo a interface gráfica baseada no MS-DOS, que vinha sendo aprimorada desde 1985.

Lançado comercialmente em 1995 (com pompa e circunstância dignas da coroação de um rei), o Win95 fez um sucesso estrondoso  que se repetiu com a edição OSR2 (lançada um ano depois) e os Win98 (junho/98) e 98/SE (maio/99). Mas não há mal que sempre dure nem bem que nunca termine.

Lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio, o desditoso WinME (de Millennium Edition) tornou-se o patinho feio da família — sem direito a final feliz como cisne real. E o fiasco foi reeditado pelas versões Vista (2207) e 8/8.1 (2012/13).

JFK disse certa vez que não conhecia a fórmula do sucesso, mas a do fracasso era tentar agradar a todos ao mesmo tempo. Insensível ao ensinamento do ex-presidente norte-americano, a Microsoft incumbiu o malsinado Win8 de servir a dois senhores.

Para além da (péssima) ideia de criar um sistema único para operar tanto PCs quanto smartphones, a empresa suprimiu o Iniciar (que acompanhava o Windows desde 1995) e implementou uma interface gráfica mais adequada a telas sensíveis ao toque (touchscreen). Diante da chiadeira ensurdecedora, o jeito foi lançar uma atualização “meia-boca” (falo do Win8.1) para “recriar” o Iniciar. Mas aí a porca já havia torcido o rabo.

Também contribuíram para o fracasso das versões 8/8.1 a Metro UI, formada por grandes blocos coloridos, que era mas útil em dispositivos touch. Aliás, o Windows Phone foi outro grande fiasco, não por ser um sistema ruim, mas porque a Microsoft demorou a se dar conta de que o mundo digital estava se tornando móvel e que essa mobilidade ia além dos notebooks. Para piorar, o Windows Mobile foi lançado quando o Android, que era uma plataforma de código aberto, já estava no mercado havia três anos.

Observação: Em 2013, a Microsoft concluiu que empurrar seu sistema móvel para fabricantes de smartphones que já usavam o Android era malhar em ferro frio, mas, em vez de jogar a toalha, resolveu comprar a finlandesa Nokia (em 2013) e criar ela própria os aplicativos que os desenvolvedores parceiros não tinham interesse em fornecer (e smartphone sem apps vira peso de papel). Resultado: o Windows Mobile morreu e não deixou saudades. 

Voltando ao Win8/8.1, a exigência de uma “conta Microsoft” (como nas plataformas Android e iOS) não agradou aos usuários, que também reclamaram do SkyDrive (antigo nome do OneDrive), que não podia ser desabilitado nem desinstalado. Mas o maior responsável pelo fracasso do Win8 talvez tenha sido seu lançamento ter ocorrido num momento em que os consumidores preferiam o tablet ao notebook, embora a incompatibilidade do Windows RT (capaz de rodar em dispositivos com configuração de hardware mais espartana e tablets com arquitetura ARM) com aplicativos desenvolvidos para versão desktop do sistema também tenha contribuído.

Diferentemente do eleitorado tupiniquim, a Microsoft não cultiva o péssimo hábito de insistir no erro achando que a “perseverança” será recompensada com um acerto. É nítido que o Win11 busca aliciar usuários de smartphones com sua interface atraente. E que o sistema passa a sensação de ser fácil de operar por quem ingressou no maravilhoso mundo da computação pessoal à bordo do apetrecho que a genialidade de Steve Jobs promoveu de “telefone sem fio de longo alcance” a microcomputador ultraportátil (ainda que o iPhone não tenha sido o primeiro celular capaz de acessar a Internet).

A possibilidade de executar apps Android no PC é um atrativo a mais, e a integração com a Microsoft Store deve ser concluída em breve (a função ainda está em fase de testes e o download, restrito à Amazon Store), quando então será possível baixar qualquer aplicativo Android no Win11.

Vale lembrar que para executar esses apps é preciso habilitar a máquina virtual (VM) na seção de recursos opcionais e contar com pelo menos 8GB de RAM, armazenamento em memória Flash (SSD) e processador Core i3 8ª geração, Ryzen 3000, Snapdragon 8c ou superior (visite a página de suporte da Microsoft para mais informações sobre os requisitos mínimos).

Para quem não se importa de ser reconhecido pela flecha espetada no peito, mais informações sobre como baixar e instalar jogos mobile da Play Store podem ser obtidas a partir deste link. Recomendo apreciar com moderação.

Observação: Serviços do Google ainda não estão disponíveis para uso no Win11, razão pela qual muita coisa que estamos habituados a ver no Android pode não funcionar ou funcionar de maneira diferente em desktops e notebooks.

Uma nova atualização para a versão beta do Win11, lançada em meados do mês passado, trouxe mudanças no sistema de notificações e corrigiu diversos bugs. Aliás, se novos recursos vêm a conta-gotas, correções de bugs vêm a mancheias.

A demora na inicialização do sistema em dispositivos habilitados para 5G foi um dos problemas resolvidos. Também foram corrigidos erros que causavam a desativação da inicialização automática dos apps UWP após a atualização do PC, a incompatibilidade entre os nomes de domínio NetBios e DNS do Active Directory ao criar um cluster, que impediam a caixa de diálogo Controle de Conta de Usuário (UAC) de mostrar corretamente o app solicitando privilégios elevados, bem como problemas relacionados a arquivos do OneDrive e à página Configurações.

Continua...

quarta-feira, 2 de março de 2022

CORREÇÃO DE ERROS NO WINDOWS 10

A PERSEVERANÇA É O PREÇO DA VITÓRIA.

Como vimos no post anterior, o WinME (de Millennium Edition) foi lançado a toque de caixa porque o WinXP ainda não estava maduro e a Microsoft queria aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio. Mas o tiro saiu pela culatra: essa encarnação de seu festejado sistema foi um fiasco retumbante, tanto de crítica quando de público (a exemplo do que ocorreria mais adiante com o Vista e os 8/8.1).

Embora não tenha correspondido às expectativas da empresa de Redmond, a nova versão inaugurou a Restauração do Sistema, que permite reverter o computador a um “ponto” criado quando tudo vai bem, evitando, assim, reinstalar o sistema do zero se um malware, uma atualização de driver malsucedida ou um aplicativo malcomportado, por exemplo, comprometer a estabilidade do sistema.

Observação: No Win98SE, essa "viagem no tempo" podia ser feita com o Scanreg, mas era preciso recorrer ao prompt de comando e escolher, por tentativa e erro, a partir de uma lista de backups do registro, a cópia capaz de recolocar o bonde nos trilhos. Para usuários iniciantes e medianos, a interface gráfica é muito mais amigável, daí a Restauração do Sistema ter sido mantida nas encarnações posteriores do Windows. Quando ativado, o recurso cria “pontos” (backups das configurações do Registro e de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador) que funcionam como um salva-vidas inflável em situações de naufrágio. O problema é que salva-vidas podem estar furados.

Travamentos, telas azuis, reinicializações aleatórias e assemelhados são menos frequentes atualmente do que nas versões vetustas do Windows, mas isso não significa que não ocorram. A boa notícia é que tudo é reversível no âmbito do software, ainda que isso exija reinstalar o sistema do zero. Mas não se deve chutar o pau da barraca sem antes tentar soluções “menos invasivas”.

Malwares (vírus, trojans e afins) podem causar lentidão ou comprometer a estabilidade do computador, embora o objetivo primário dessas pragas seja atualmente roubar dados pessoais/confidenciais das vítimas. Caso sua suíte de segurança não aponte nenhuma ocorrência suspeita, colha uma segunda opinião (ou terceira, ou quarta) de antimalwares baseados na Web — como HouseCallActiveScanKasperskyF-SecureBitdefender ou Microsoft Safety Scanner, entre outros —, lembrando que o uso dessas ferramentas não o desobriga de manter uma suíte de segurança instalada no computador.

Se as varreduras não encontrarem nada suspeito, puxe pela memória: o problema começou depois que você atualizou o Windows ou um driver de dispositivo? Ou depois de que um aplicativo qualquer foi adicionado ao computador?  Caso não seja essa a causa, execute o Windows PowerShell como administrador, digite sfc /scannow e tecle Enter para dar início à verificação e correção de arquivos corrompidos do sistema (não se esqueça de dar um espaço entre sfc e scannow).

O problema terá sido resolvido se, ao final da verificação, uma mensagem der conta de que arquivos corrompidos foram encontrados e reparados com êxito. Caso contrário, digite Dism / Online / Cleanup-Image / RestoreHealth e tecle Enter. O processo pode demorar um bocado e não é incomum a barra de progressão empacar em 20%, mas eu recomendo não interrompê-lo.

Se nem assim o problema for resolvido, torne a executar o DISM usando o comando Dism /Online /Cleanup-Image /RestoreHealth /Source:wim:X:\sources\install.wim:1 (substitua o X pela letra referente à partição que contém os arquivos de instalação do Windows). Ao final, execute novamente o comando sfc /scannow e torça para que dessa vez a mensagem dê conta de que está tudo OK.

Continua...

segunda-feira, 28 de junho de 2021

MAIS SOBRE O WINDOWS 11 E O TRUSTED PLATFORM MODULE (TPM) VERSÃO 2.0

NA SELEÇÃO NATURAL, QUEM SOBREVIVE NÃO É O MAIS FORTE NEM O MAIS INTELIGENTE, MAS O MAIS ADAPTATIVO.

Como eu disse no post anterior, o evento promovido pela Microsoft na última quinta-feira foi meio bagunçado, mas deu uma boa ideia do que esperar da próxima edição do Windows, a começar pelo nome, que será mesmo Windows 11 — e não Windows Sun Valley, como chegou a ser cogitado.

Também como foi dito (apesar de nosso humilde Blog não ser motel, sua audiência é rotativa), o Win11 deve chegar no final do ano e se distribuído gratuitamente aos usuários que rodam o Win10 em máquinas compatíveis. A gratuidade é a boa notícia. A má tem a ver com a tal compatibilidade (volto a essa questão mais adiante).

Diferentemente das versões anteriores, o botão que abre o Menu Iniciar do Win11 fica no centro da barra (quem não gostar do novo layout pode resgatar o anterior mediante uns poucos cliques do mouse). Em vez dos blocos dinâmicos (live tiles) herdados do malsinado Win8, a nova versão tem ícones estáticos. Outra novidade é a compatibilidade com aplicativos da Google Play Store, que poderão se baixados da loja oficial do Windows — aliás, a loja foi totalmente reformulada para facilitar a localização de apps, filmes, jogos e por aí afora. Note que esse benefício contempla também os usuários do Win10, que continuará recebendo suporte da Microsoft até 2025 — o que é outra boa notícia.

O Explorador de Arquivos não foi exatamente remodelado, mas ganhou novos recursos e cantos arredondados em sua janela. Os widgets que se popularizaram no Windows Vista (outro furo n’água da big tech, a exemplo das edições Millennium e 8/8.1) ressurgem na nova versão, somando-se ao do feed de notícias e interesses — uma antecipação que a Microsoft ofereceu aos usuários do Win1. Um novo painel de transferências possibilita a inserção de emojis e GIFs em aplicativos e aprimora a colagem de textos simples — que, copiados de webpages e colados no Word, p.ex., não ficam mais desalinhados (como acontece atualmente).

Voltando à hora em que a porca torce o rabo, o novo sistema é mais “exigente” que o atual em termos de recursos de hardware (para conferir se sua máquina atende os requisitos mínimos, baixe e execute o programinha fornecido pela Microsoft), mas o xis da questão é a TPM 2.0.  

Processador de dois núcleos e frequência de operação igual ou superior a 1GHz, hoje em dia, qualquer PC decente possui. O mesmo se aplica à memória RAM4GB é o mínimo recomendável para o Win10 rodar com algum fôlego. Outros complicadores... contornáveis, digamos assim, são a placa de vídeo com suporte ao DirectX 12 ou posterior com driver WDDM 2.0, o monitor com tela de alta definição (720p) com 9” ou maior e 8 bits por canal de cor, acesso à Internet e uma conta da Microsoft

UEFI — interface de firmware (software de baixo nível que controla dispositivos) que representa uma sensível evolução em relação ao velho BIOS — pode ser um complicador: Para satisfazer essa exigência, de duas, uma: ou o usuário substitui a placa-mãe do PC, ou troca de computador. Afinal, os fabricantes de PC parceiros da Microsoft precisam vender seu peixe, né?

Outro enrosco é a TPM — que, no caso, não tem a ver com tensão pré-menstrualTrusted Platform Module é o nome de um componente que pode aparecer como um chip separado na placa-mãe ou integrado ao processador. Sua função é guardar dados sensíveis — como chaves de criptografia —, criando uma barreira física contra a ação de cibercriminosos. A questão é que esse recurso surgiu há menos de dez anos e só se popularizou em 2017. A boa notícia é que você pode adquirir o componente e instalar no seu PC (se o TPM 2.0 for a única exigência que seu aparelho não atende).

Antes de qualquer outra providência, pressione as teclas Win+R, digite “tpm.msc” (sem aspas) na caixa de diálogo do Menu Executar e dê Enter. Se for exibida uma mensagem dizendo “não é possível localizar um TPM compatível” (vide figura que ilustra esta postagem), a tecnologia não está ativada — o que não significa necessariamente que o chip não esteja presente

Para descobrir o tamanho da encrenca, abra o Windows PowerShell (detalhes nesta postagem), digite “get-tpm” (sem aspas) na linha de comando e pressione a tecla Enter. 

Observação: Note que você terá de acessar o PowerShell com prerrogativas de administrador; digite “powershell” (sem aspas) na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas e selecione a opção Executar como Administrador.

Se o comando retornar a mensagem False ao invés de True, será preciso habilitar a função através do CMOS Setup — geralmente na aba Advanced, mas tanto a localização como a nomenclatura (TPM, de Trusted Plataform Module, ou PTT, de Plataform Trusted Technology, p.ex.) podem variar conforme o fabricante da UEFI e da versão instalada). Se o recurso estiver presente, basta mudar seu status de DISABLED para ENABLED e reiniciar o computador (veja mais detalhes sobre BIOS, Setup e afins nesta sequência de postagens).

Resumo da ópera: Se seu PC Windows 7, 8, 8.1 ou 10 for aprovado pela ferramenta de checagem da Microsoft (siga o link presente no 5º parágrafo desta matéria) basta aguardar o lançamento oficial do Win11 para migrar gratuitamente para o novo sistema. Caso não seja, sempre existe a possibilidade de recorrer a uma maracutaia... enfim, isso é conversa para outra postagem. 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

AINDA SOBRE A SEGURANÇA DIGITAL (CONCLUSÃO)

A CIÊNCIA NUNCA RESOLVE UM PROBLEMA SEM CRIAR PELO MENOS OUTROS DEZ.

Para concluir esta breve sequência sobre segurança digital, relembro que em algum momento da história da informática os cibercriminosos se deram conta de que o malware poderia ser um aliado valioso se, em vez de danificar o sistema alvo, monitorasse os hábitos de navegação das vítimas, bisbilhotasse seus arquivos sigilosos e capturasse credenciais de login, números de cartões de crédito e que tais.

Manter o Windows e os aplicativos atualizados, contar com a proteção de um arsenal de segurança responsável, criar senhas seguras, desconfiar (sempre) de anexos e hyperlinks recebidos por email e/ou compartilhados em programas mensageiros e/ou redes sociais, por exemplo, são dicas largamente divulgadas, mas nem sempre observadas. E “o problema com as consequências (como observou o Conselheiro Acácio, personagem do romance O Primo Basílio, de Eça de Queiroz), é que elas sempre vêm depois”.

É fato que ainda não inventaram um software de segurança idiot proof a ponto de proteger usuários relapsos de si mesmos, mas também é fato que ninguém apresentou uma solução melhor do que usar esse tipo de ferramenta. Se ela não garante proteção absoluta como spywarestrojansransomwares e assemelhados, ao menos minimiza os riscos de o usuário ser vítima desses programinhas mal-intencionados.

Deixar o computador desligado é uma solução, mas não uma alternativa válida, a exemplo de não conectar a Internet — nos tempos que correr, isso seria como usar uma Ferrari apenas para ir buscar pão na padaria da esquina. Existe uma maneira menos absurda — mas ainda radical, pelo menos no âmbito doméstico — de operar o computador livremente, sem se preocupar com a segurança e a integridade do sistema. Essa alternativa, conhecida como “virtualização”, consiste basicamente em instalar um aplicativo que cria uma "imagem" das definições e configurações do computador e as recarrega a cada inicialização. Assim, sempre o usuário ligar o computador, tudo será como dantes no quartel de Abrantes, independentemente da ação de malwares e/ou das “barbeiragens” cometidas pelo próprio usuário durante a sessão anterior.

Observação: virtualização faz lembrar do filme "Feitiço do Tempo", no qual um repórter meteorológico ranzinza (Bill Murray) foi encarregado pela quarta vez consecutiva de cobrir uma festividade interiorana chamada de "Dia da Marmota" e, após pernoitar na cidadezinha devido a uma nevasca, passa a reviver a cada manhã o dia da festa, como se o tempo tivesse deixado de passar (clique aqui para assistir).

O detalhe (e o diabo mora nos detalhes) é que eventuais atualizações e correções do Windows, de seus componentes e dos demais aplicativos, instalações e remoções de software, apagamento de arquivos e pastas, enfim, quaisquer alterações realizadas legítima e intencionalmente durante uma sessão são desfeitas na próxima inicialização. Claro que é possível criar exceções ou desativar a ferramenta antes de fazer as modificações desejadas, mas até aí morreu o Neves.  

Alguns anos atrás, ao avaliar aplicativos de virtualização para embasar um artigo, achei-os interessantes para donos de lanhouses, cibercafés e afins, mas restritivos demais para usuários domésticos. Nesta revisão, percebi claramente que as ferramentas estão bem mais amigáveis, não o bastante para recomendar seu uso, mas o suficiente para sugerir, a quem interessar possa, o Faraonics Deep Freeze e o Shadow Defender, que oferecem versões de teste, mas exigem registro após o prazo de avaliação, o que não acontece com o Reboot Restore, que é freeware. Seja qual for a sua escolha, só ative a proteção depois de particionar o HDD (veja como fazer isso na sequência de 5 postagens iniciada por esta aqui) e mover para a partição que não será virtualizada seus arquivos de texto, planilhas, enfim, tudo o que você costuma alterar constantemente.

Cumpre mencionar que reverter ações malsucedidas nas edições 9x do Windows exigia executar o scanreg/restore via prompt de comando — uma tarefa complicada para os poucos leigos e iniciantes que sabiam da existência desse recurso). Sensível a esse problema, a Microsoft criou o System Restore (ou restauração do sistema), que pretendia introduzir no WinXP — que não só foi um sucesso absoluto de crítica e de público como se tornou a edição mais longeva da história do Windows —, mas acabou adicionando aos recursos nativos do Windows Millennium Edition, que lançou a toque de caixa em setembro de 2000, para aproveitar o apelo mercadológico da “virada do milênio”, mas acabou sendo um retumbante fiasco.

Em linhas gerais, o System Restore cria backups das configurações do Registro e de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador em intervalos regulares, ou sempre que alguma modificação abrangente é procedida (note que também é possível "pontos de restauração" manualmente). Assim, caso o PC se torne instável ou seja incapaz de reiniciar, o usuário pode tentar reverter o sistema a um ponto anterior através da interface gráfica e, com um pouco de sorte, resolver o problema com relativa facilidade.

Observação: O desairoso WinME sucedeu ao Win98SE (que muitos consideravam “o melhor Windows de todos os tempos), mas não conseguiu se legitimar como seu virtual sucessor — missal da qual o XP, lançado 13 meses depois, se desincumbiu com um pé nas costas. Dentre seus muitos problemas do ME, relembro a lentidão, os travamentos constantes e a profusão de telas azuis da morte — decorrentes, em grande medida, da maneira como o sistema suportava aplicações que dependiam de compatibilidade integral com o MS-DOS. Além disso, se PC ficasse ocioso por mais de 10 minutos, mover o cursor do mouse podia resultar no congelamento do sistema, acompanhado ou não de uma indesejável tela azul. A ocorrência desse erro dependia da configuração do computador, mas quem teve a infelicidade de ser aporrinhado por ele jamais o esqueceu. Ademais, a própria restauração do sistema se tornou problemática no ME a partir de 8 de setembro de 2001, já que um erro na forma como o recurso passou a marcar os pontos a partir dessa data tornou a ferramenta incapaz de encontrá-los, e mesmo quando a restauração era realizada com sucesso podia acontecer de malwares serem ressuscitados junto com os arquivos legítimos, o que tornava a restauração inútil quando o propósito era recuperar o sistema de uma eventual infecção.

terça-feira, 16 de março de 2021

SOBRE A RESTAURAÇÃO DO SISTEMA

UM ORAL CAPRICHADO SEMPRE RENDE DIVIDENDOS. 

Até o lançamento do Windows Millennium Edition, ao usuário que instalasse um driver problemático ou um app malcomportado e fosse brindado com instabilidades ou travamentos que conseguisse resolver desinstalando o vilão da história, restavam duas opções: 1) tentar recolocar o bonde nos trilhos restabelecendo a última configuração válida executando o “Scanreg”; 2) formatar o HDD e reinstalar o Windows do zero.

Como era preciso recorrer ao prompt para acessar uma lista de backups do registro e escolher, por tentativa e erro, uma que funcionasse, a maioria dos usuários não conhecia ou não sabia usar esse recurso. Sensível ao problema, a Microsoft introduziu a Restauração do Sistema no WinME (que foi lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da chegada do ano 2000). Além de ser mais eficiente que o Scanreg, o novo recurso era (e continua sendo) executado a partir da interface gráfica do sistema, o que facilita bastante sua utilização (mais detalhes nesta postagem).

Não vou repetir aqui o que disse em outras oportunidades (para saber o que é, como funciona e como deve ser configurado e utilizado esse expediente, basta digitar "restauração" no campo Pesquisar aqui do Blog), mas apenas reforçar que a restauração está longe de ser uma panaceia, mas pode poupar muita dor de cabeça em caso de desconfigurações acidentais do sistema ou ações de vírus e outros malwares, por exemplo. 

Para dar uma ideia de como a coisa funciona traçando um paralelo com nosso quotidiano, imagine que, ao caminhar tranquilamente pela cidade, você escorrega numa casca de banana e acorda no hospital com um galo enorme na testa. Se a vida concedesse uma "segunda oportunidade" — como faz a Restauração do Sistema —, bastaria simplesmente voltar ao momento anterior ao escorregão e, sabedor da existência da tal casca de banana, evitar o tombo e as respectivas sequelas.

O Windows cria pontos de restauração automaticamente (desde que o recurso esteja habilitado e os pressupostos que lhe permitam fazê-lo sejam satisfeitos), mas nada impede que você também os crie manualmente sempre que levar a efeito uma reconfiguração abrangente, instalar drivers de dispositivos e aplicativos, ou mesmo antes de abrir um anexo de email suspeito, por exemplo.

Na hipótese de haver problemas, basta escolher um ponto criado anteriormente, comandar a restauração do sistema e torcer para que tudo volte a ser como antes no quartel de Abrantes.

Lembre-se apenas de que você terá de reinstalar eventuais atualizações (do Windows e de apps) que tenham sido implementadas após a criação do ponto de restauração para o qual o sistema foi revertido.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

BUGS, SOFTWARE COMO SERVIÇO ETC. (PARTE IV)

CONHECER A SI MESMO É O MAIOR SABER.

Vimos que a primeira edição da interface gráfica que se tornaria um sistema operacional autônomo dali a dez anos, transformaria a firmeca de garagem fundada por Bill Gates e Paul Allen em 1975 na “Gigante do Software” e abriria as portas da seleta confraria dos bilionários da Forbes a seus desenvolvedores foi anunciada em 1983, mas só chegou ao mercado dois anos mais tarde.

Inicialmente, a Microsoft deu ao software o nome de Interface Manager (como sabemos, "windows" significa "janelas", daí ter sido trabalhoso e demorado registrar como marca uma palavra de uso corrente no idioma do Tio Sam). Mas as versões 1.0 e 2.x não chegaram nem perto de revolucionar o mercado, embora facilitassem bastante a operação do PC.

Vale lembrar que até então a interação usuário-computador se dava pelo teclado e exigia a digitação de intrincados comandos de prompt baseados em texto e parâmetros. Por outro lado, quem operava computadores, naquela época, ou eram programadores, ou eram entusiastas de tecnologia. “Pessoas comuns” só passaram a se interessar por essas máquinas maravilhosas depois que a interface gráfica e o dispositivo apontador (mouse) entraram em cena.

Diferentemente do que muita gente imagina, nem a interface gráfica nem o mouse foram “inventados” pela Microsoft. A GUI — sigla de Graphical User Interface, ou interface gráfica do usuário — foi idealizada muito antes de a tecnologia que lhe agregaria utilidade prática ser desenvolvida pela Xerox (nos longínquos anos 1970) e popularizada, mais adiante, pela Apple. Vejamos isso melhor.

Lá pelo início dos anos 1960, o engenheiro Douglas Engelbart, inspirado no trabalho de um tal de Vannevar Bush, vislumbrou a possibilidade de interagir com computadores a partir de informações dispostas em uma tela, onde o usuário poderia se organizar de maneira gráfica e “pular” de uma informação para outra. Até então, mesmo as interfaces em modo texto, com comandos executados em tempo real, eram consideradas “coisas de outro mundo”, visto que os mainframes da época operavam com  cartões perfurados — como os da loteria esportiva dos anos 1970 —, que demoravam horas para entregar o resultado do processamento.

O dispositivo apontador criado nos anos 1960 — que mais adiante seria batizado como “mouse” em virtude de o formato e o fio comprido lhe darem a a aparência de um camundongo, não tinha qualquer utilidade prática antes de Engelbart e sua equipe demonstrarem o potencial de conceitos inovadores (para a época) como o de hipertexto e de comunicação por rede, além de uma tela que podia ser compartilhada por dois usuários a partir de locais diferentes. Daí para uma interface gráfica baseada no conceito de janelas — que mais adiante se tornariam reposicionáveis e incorporariam bordas, barras de título e de rolagem, ícones, menus de contexto clicáveis, caixas de diálogo e botões de opções — foi um pulo.

Em 1976, valendo-se da tecnologia desenvolvida por Engelbart e com a participação de ex-funcionários da Xerox, o visionário Steve Jobs, fundador da Apple, criou um computador pessoal (batizado de Lisa) operável via interface gráfica baseada em ícones — que representavam graficamente um documento ou uma aplicação — e com uma barra de menu desdobrável (pull-down) que exibia todos os menus logo nas primeiras linhas da tela.

Lisa OS incorporou marcas de verificação — destinadas a destacar os itens selecionados (ativados) nos menus — e o conceito de atalhos de teclado para os comandos mais comuns, além do então inovador ícone da Lixeira, para onde o usuário podia arrastar os arquivos que desejasse excluir. O mouse, que havia se consagrado com três botões, passou a ter apenas um no Lisa. E pelo fato de a interface exigir pelo menos duas ações para cada ícone — uma para selecionar e outra para executar o programa ou arquivo —, surgiu o conceito do duplo clique.

Anos mais tarde, as primeiras versões Windows levaram à vitrine um sistema gráfico aprimorado, com uma barra de menus para cada janela — no Lisa e nos Macintosh havia uma única barra no topo da área de trabalho — e janelas dispostas lado a lado (configuração que seria descartada pela Microsoft nas versões subsequentes, quando a sobreposição de janelas foi implementada). 

No final dos anos 1980, diversos desenvolvedores criaram interfaces gráficas para estações Unix — sistema que daria origem ao Linux) —, mas a lei da selva vale tanto no mundo real como na digital: em poucos anos, noves fora a Apple e a Microsoft, todas as empresas faliram ou foram encampadas por outras companhias.

Antes de encerrar, impõem-se algumas considerações. Vamos a elas:

Noves fora alguns sessentões (com este que vos escreve), poucos usuários de PC tiveram seus primeiros contatos com o sistema da Microsoft antes do final do século passado, quando a bola da vez era o Win 98 — a aziaga edição Millennium foi lançada sem setembro de 2000 e o festejado XP, em outubro de 2001. Em vista disso, imagino que dê para contar nos dedos os leitores do Blog que conviveram com as saudosas versões 3.x, ainda que elas tenham vendido mais de 10 milhões de cópias em apenas dois anos. 

Até não muito tempo atrás, eu tinha na estante um lugar reservado para o manual do usuário que a Microsoft fornecia com o Win 3.11 for Workgroups — um calhamaço respeitável, que ombreava em número de páginas com os romances intermináveis de Irving Wallace. Mas um belo dia um amigo levou o livro emprestado e a partir daí eu nunca mais soube de nenhum dos dois. 

Ainda que cheirem a bolor e pareçam de certo modo elementares — até porque o são, ao menos diante da profusão de recursos e funções que as versões mais recentes do Windows nos oferecem — as vetustas versões da saudosa interface gráfica dos tempos de antanho, cujos arquivos de instalação vinham numa caixinha de prosaicos disquetes (que a gente copiava, sem o menor pudor, para servir aos amigos) eram bastante divertidas. Daí eu não resistir aos apelos do saudosismo e me estender além da conta nesta e nas próximas postagens, que, não fosse por isso, até um articulista prolixo como este vosso humilde criado conseguiria ir dos entretantos aos finalmentes em uma poucas dezenas de parágrafos. 

Dito isso, espero que os leitores compreendam (e irrelevem) este "arroubo sentimental" e possam extrair dele, mediante a leitura desta sequência, ao menos uma fração do prazer que a nostalgia me proporcionou ao escrevê-la. 

Continua...

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

SOBRE A MICROSOFT, O WINDOWS E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

SE DERES VOZ A BURROS, OUVIRÁS ZURROS.

Em 1975, Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft para desenvolver e comercializar interpretadores BASIC para o Altair 8800

No início dos 1980, de olho no sucesso da empresa de Steve Jobs com o Apple II, a International Business Machines Corporation decidiu massificar o mercado de computadores pessoais com seu IBM-PC. Como não tinha planos de desenvolver um sistema operacional, a gigante procurou Bill Gates, supondo que a Microsoft fosse a dona dos direitos do CP/M (que na verdade pertenciam ao programador Gary Kildall).

Da feita que não tinha nada pronto para oferecer à IBM — até então, Gates e Allen jamais haviam escrito um sistema operacional —, Tio Bill desfez o engano e mediou uma reunião entre a IBMKildall. A partir desse ponto as versões divergem, mas a mais aceita é a de que Kildall encarregou a esposa de receber os executivos e foi pilotar seu avião particular. Como a mulher vinculou a assinatura do contrato prévio a um aumento substancial no valor dos royalties, a IBM encerrou as negociações e voltou a procurar a Microsoft, e dessa vez Mr. Gates não fez de rogado.

Segundo algumas fontes, a empresa contratou um programador para criar a primeira versão do MS-DOS “inspirada” no software de Kildall. Outras dão conta de que Paul Allen conhecia Tim Paterson — o criador do QDOS —, e o procurou para negociar um acordo de licenciamento. Em meio as tratativas, a IBM confirmou seu interesse no “sistema da Microsoft”, e Allen se apressou a comprar os direitos do QDOS (tanto num caso como noutro, o valor pago teria sido de US$ 50 mil).

Fato é que a Microsoft ajustou o software ao hardware do IBM-PC e serviu-o à Big Blue com o nome de MS-DOS, tomando o cuidado de não incluir no contrato uma clausula de exclusividade — que impediria a Microsoft de licenciar o sistema a outros fabricantes de microcomputadores compatíveis — nem tampouco o acesso ao código fonte do MS-DOS. O valor dessa transação varia de acordo com quem conta a história; uns falam em US$ 186 mil, outros em US$ 8 milhões.

Kildall procurou Gates e a IBM em busca de satisfação pela "cópia", e saiu com um acordo: os IBM-PC deixariam as fábricas com a opção dos dois programas. Como o CP/M custava 240 dólares por cópia e o DOS, 40 dólares, o mercado se encarregou de fazer a seleção natural do software. 

A partir daí, a Microsoft dominou o mercado de "PCs compatíveis", e seus fundadores entraram para a seleta confraria dos bilionários da Forbes (que Gates encabeçou uma porção de vezes). Paul Allen chegou a ocupar a 48ª posição no ranking, com uma fortuna estimada em US$ 18,1 bilhão, mas morreu de choque séptico em 2018. Em 1991, Kildall vendeu sua empresa por US$ 120 milhões — número bem distante do valor de mercado da Microsoft, que em 2019 ultrapassou a marca do trilhão de dólares.

Por essas e outras, muitos confundem a trajetória da Microsoft com a do Windows, embora o sistema operacional mais popular da história da informática só tenha sido lançado em 1985 — inicialmente como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS —, e despertado o interesse do público consumidor entre 1990 e 1993, com o lançamento das versões 3.0, 3.1 e 3.11 for Workgroups (esta última já oferecia suporte nativo a redes ponto a ponto, sem um servidor central).

O Windows só foi promovido a sistema operacional autônomo em 1995, com o lançamento do Win 95, um divisor de águas que consolidou a liderança da Microsoft no mercado. O Win98/SE fez um sucesso estrondoso, mas o Win ME (Millennium Edition), lançado a toque de caixa no final do ano 2000 para aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio, foi um fiasco acachapante.

O Win XP, que chegou ao mercado em setembro de 2001 com um aparato publicitário digno do nascimento de um príncipe, recuperou o terreno perdido por seu antecessor (e se tornou a versão mais longeva de todos os tempos, tendo sido suportado pela Microsoft até 2014). A Microsoft voltou a errar a mão em 2006, com o malfadado Windows Vista, e a tirar o atraso três anos depois, com o festejado Windows 7, que, curiosamente, se recusa a sair de cena. Aliás, foi justamente essa questão que me levou a esta postagem, mas vou ter de deixá-la para o próximo capítulo, visto que me estendi demais nesta contextualização. 

Antes de encerrar, relembro algumas pérolas de humor negro sobre o Windows Vista:

-"No filme Independence Day, não foi um vírus que os americanos colocaram no computador da Nave-mãe... eles instalaram o Vista!"

- "O Casco do Titanic foi projetado pelo Vista"

- "Windows é igual rodízio de carros. Quando você começa a entender, vem alguém e muda tudo outra vez."

- "Windows Vista : se o seu não dá problema, é porque você não sabe usar."

- "Windows Vista: o maior e mais mal feito vírus conhecido."

- "Se Bill Gates é um Deus, o Vista deve ser a praga divina."

- "Mensagem do Norton Antivirus: TRJ/Windows.Vista found; Remove it?(YES/YES)".

- "A diferença entre um vírus e o Vista é que o vírus funciona".

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A MICROSOFT E AS NOVIDADES DO WINDOWS 10 — CONTINUAÇÃO

BASTAR A SI MESMO É A PIOR SOLIDÃO.

As edições Millennium, Vista e 8/8.1 do Windows foram grandes fiascos da Microsoft, a exemplo do Edge, que a empresa embutiu no Windows 10, em 2015, numa inequívoca reedição da estratégia de marketing usada 30 anos antes para impulsionar o Internet Explorer

Mas a história nem sempre se repete. Depois de muito insistir, a empresa resolveu recriar o navegador do zero, desta feita com base no Projeto Chromium, e o lançou sem grande estardalhaço no início deste ano.

O Edge Chromium (esse é o nome do caçula) deverá substituir ocupar o lugar do irmão mais velho (falo do Edge “de legado”) na versão 2009 do Win10, que começará a ser distribuída dentro de algumas semanas. Agora, se ele conseguirá vingar o velho IE, que foi nocauteado pelo Google Chrome no início de 2012, só o tempo dirá.

Em vista das 21 postagens (não consecutivas) publicadas entre 6 de maio e 16 de junho, e da sequência complementar , focada especificamente no Edge Chromium e concluída na última quarta-feira, tornar a falar em navegadores, a esta altura, seria chover no molhado. Por outro lado, considerando que muitos usuários do Win10 devem ter, em breve, seus primeiros contatos com o "novo" navegador, achei por bem dizer que sucumbi aos insistentes apelos da mãe da criança e “dei uma chance ao Edge”. Mas bastou utilizá-lo configurado como navegador padrão por uma semana para ver que a troca não se justificaria, nem mesmo se ele rodasse redondo no meu PC.

A despeito da trabalheira danada que tive para domesticar o fiduma, vira e mexe ele tem uma recaída e volta a “esquecer” que deve reiniciar “do ponto onde eu parei” e memorizar o histórico de navegação. Além disso, ora salva meus dados de login aqui no blog e não me enche o saco por dias a fio, ora exige o logon toda vez que eu acesso o site, ainda que o tenha feito 5 minutos antes.

Tudo visto e examinado, resolvi retribuir a gentileza e “esquecer” o Edge Chromium. Fosse ele  “a última bolacha do pacote”, vá lá, mas da feita que não passa de um clone do Google Chrome com alguns recursos e funções adicionais (que o concorrente não oferece), mantê-lo como browser padrão em detrimento do Chrome seria trocar seis por meia dúzia, e isso se ele parasse de me aporrinhar com suas manias. É a minha opinião. Há, certamente, quem pense diferente, e eu respeito isso. Mas volto a frisar que não estou fazendo uma crítica a priori. "Dei uma chance" a ele, mas acho que sofrer para além do necessário é puro masoquismo. 

Encaminhei à Microsoft um relato detalhado desse meu calvário. Quando (e se) a mãe da criança me fornecer elementos que me levem a mudar de ideia, voltarei ao assunto para lhes dar conta das novidades. Afinal, se nos damos ao direito de criticar falhas em produtos ou serviços, assumimos o compromisso moral de informar publicamente que as tais falhas foram corrigidas (ou que quem falhou fomos nós ao apontá-las, em sendo o caso). 

Seria leviano — ou no mínimo prematuro — eu incluir o Edge Chromium na longa lista de fiascos que conspurcam o currículo da Microsoft. Há quem diga que o browser tem grandes de emplacar. Mas também há que diga que o atual governo é sério e competente, e que “nos últimos 21 meses não houve uma única denúncia de corrupção”. Enfim, é melhor ouvir essas asnices do que ser surdo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A MICROSOFT E O WINDOWS DEFENDER COMPULSÓRIO (CONTINUAÇÃO)

PETISTAS E BOLSONARISTAS FAZEM NA VIDA PÚBLICA O QUE TODO SER HUMANO NORMAL FAZ NA PRIVADA.

Como vimos no capítulo anterior, o Windows deixou de ser a principal fonte de renda da Microsoft, mas continua sendo o sistema operacional mais popular do planeta. Por outro lado, do seu lançamento em 1985 à chegada a versão 2004 do Win10, há cerca de 4 meses, nem tudo foram flores nos jardins da Microsoft.

O interesse do público pela então interface gráfica se deu a partir das versões 3.x (detalhes no capítulo anterior). Sucesso mesmo fez o Win 95, já um sistema operacional autônomo, que inaugurou o Menu Iniciar e a Barra de Tarefas, trouxe suporte a tecnologias como UDMA, Plug'n'Play, USB, FAT-32 e multitarefa, incorporou o navegador Internet Explorer e implementou o Modo de Segurança (alguns aprimoramentos foram acrescentados na versão OSR 2 e pelo pacote de complementos Windows 95 Plus!).

O Windows Millennium Edition — lançado a toque de caixa, em setembro de 2000, para aproveitar o “apelo mercadológico” do novo milênio — foi um fiasco de crítica e de público. No ano seguinte, a Microsoft virou o jogo com o XP, que seria o Windows mais longevo da história (foram quase 13 anos do lançamento até o fim do suporte estendido, em abril de 2014).   

Observação: Os produtos Microsoft tem um ciclo de vida que se estende até o final do suporte estendido. Embora isso não seja exatamente uma sentença de morte, até porque o programa continua funcionando, podemos considerar o final do ciclo como uma "aposentadoria compulsória", já que a partir de então o produto deixa  receber atualizações/correções (inclusive para falhas críticas e brechas de segurança). Isso torna o computador mais vulnerável a invasões remotas e infecções virais, mas mesmo assim milhões de PCs ainda rodam o Windows 7 ou o XP

O Win8.1 é a única edição antiga que ainda conta com suporte da Microsoft (até janeiro de 2023). No caso do Windows 10, a versão atual das edições Home, Pro, Pro Education e Pro for Workstations é a 2004 — a Microsoft já liberou uma prévia da próxima (2009 ou 20H2), mas ainda não definiu a partir de quando começará a distribuí-la via Windows Update. Embora esteja mais para um service pack do que para um update de conteúdo, esse update trará algumas novidades interessantes, como veremos oportunamente.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

SOBRE O MENU INICIAR E O PAINEL DE CONTROLE NO WINDOWS 10

NUNCA ATRIBUA A MÁS INTENÇÕES O QUE É DEVIDAMENTE EXPLICADO PELA BURRICE.

O Menu Iniciar e do Painel de Controle estão para o ambiente Windows como móveis e utensílios para o ativo fixo de uma empresa.

O sistema operacional mais bem sucedido da história “nasceu” em 1985, dez anos depois que Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft, e recebeu o nome (provisório) de Interface ManagerWindows significa “janelas” e, por ser um termo de uso corrente no idioma do Tio Sam, a Microsoft teve algum trabalho para registrá-lo como marca.

Mais 10 anos se passaram até a interface gráfica baseada no  MS-DOS ser promovida a sistema operacional autônomo — ou “quase”, já que o DOS continuou presente, ainda que atuando nos bastidores, até 2001, quando o lançamento do Windows XP, desenvolvido a partir do kernel do Win NT, cortou o cordão umbilical. Outras duas décadas se passaram até o Windows ser convertido a serviço, e nesse entretempo a Microsoft alcançou sucessos retumbantes (com as versões 98SE, XP e Seven) e amargou fiascos acachapantes (com as versões ME, Vista e Eight). Mas o Menu Iniciar e o Painel de Controle resistiram bravamente às intempéries. Ou quase.

Ao lançar o malsinado Windows 8, em outubro de 2012, a Microsoft apostou suas fichas na famigerada interface Metro, que privilegiava aparelhos com telas sensíveis ao toque, em detrimento dos modelos operados via mouse e teclado. Além disso, o sumiço do Menu Iniciar na versão definitiva e a supressão da chave de Registro que permitia ressuscitá-lo na versão de testes, o desaparecimento do botão Desligar e a confusa tela inicial do Eight — que ficava ainda mais poluída porque não havia como agrupar os blocos dinâmicos em pastas —, produziram uma enxurrada de reclamações. 

A Microsoft demorou a se dar por achada e só resolveu parte dos problemas um ano depois, com a atualização do sistema para a versão 8.1. A essa altura, porém, muitos usuários já haviam feito o downgrade para o Windows 7 ou recorrido a ferramentas de terceiros para emular o menu clássico no 8. E assim (não só por isso, mas também por isso), o que poderia ter sido um sucesso tornou-se mais um fiasco de público e de crítica — como foram o Vista e Millennium Edition.  

Continua...