Mostrando postagens com marcador campanha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador campanha. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A 5 DIAS DO SEGUNDO TURNO...



Reza a sabedoria popular que, para náufrago, jacaré é tronco. Essa pérola cai como uma luva para explicar a insistência de Haddad e do PT em criar factoides em busca do “grande escândalo” que, segundo Lula, seria a única maneira de evitar a derrota de seu fantoche.

A Folha deu uma mãozinha ao denunciar a compra de supostos “disparos” de fake news contra Haddad por empresas (ou empresários) que apoiam Bolsonaro, mas denunciar é uma coisa, provar é outra. Mesmo que essa história tenha repercutido, e o PT e o PSD se aproveitado dela para pedir a impugnação da candidatura do adversário, a investigação determinada pelo TSE não altera, no curto prazo, o cenário eleitoral que se vem delineando desde o primeiro turno e que tende a se consolidar no próximo domingo 28.

Até o momento não existem provas de que empresas (ou empresários, o que mudaria completamente a história, já que, dentro de certos limites, colaborações de pessoas físicas às campanhas eleitorais continuam sendo permitidas) patrocinaram os tais disparos em massa no WhatsApp, mas a petralhada mantém o tom elevado, como se o partido da estrela (cadente) fosse a quintessência da virtude, e não uma organização criminosa comandada por um apenado e integrada por Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Humberto Costa, Paulo Teixeira e outros que tais.

Um vídeo publicado em junho (não dias ou semanas atrás, portanto), no qual Eduardo Bolsonaro dá uma resposta infeliz a uma pergunta igualmente infeliz, ganhou vulto agora, a poucos dias do segundo turno, também impulsionado pela Folha. Diante dessa “grave ameaça às instituições”, o ministro Dias Toffoli, atual presidente do STF, afirmou em nota que um ato contra o Judiciário seria “atacar a democracia”. Na minha desvaliosa opinião, está-se  fazendo tempestade em copo d’água. Mas não vou insultar a inteligência dos leitores exaltando o óbvio, e sim convidá-los a clicar aqui para ler a nota de Toffoli, aqui para ver como se pronunciaram outros ministros da Corte, e então tirar suas próprias conclusões.

Observação: Ainda sobre o tal vídeo, talvez Jair Bolsonaro pudesse ter escolhido melhor as palavras que usou para condenar o ato de seu rebento — referir-se a  Eduardo como “garoto” e dizer que o repreendeu, tanto como filho quanto como parlamentar, não me pareceu lá muito apropriado. Já a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, também se referiu a Eduardo como “menino inconsequente e imaturo”, mas ponderou que o presidenciável não pode ser responsabilizado pela bravata do filho, e que, quando se vê qual foi o contexto à época em que foi feito, fica clara a intenção do PT de criar mais um factoide e usá-lo contra o adversário.

É oportuno lembrar que o deputado petista Wadih Damous — um daqueles que tramou a soltura de Lula durante o recesso do Judiciário — disse com todas as letras, num vídeo postado meses atrás em sua página no Facebook depois que o ministro Barroso não acolheu os recursos da defesa do ex-presidente petralha, que “tem de fechar o Supremo Tribunal Federal”.

José Dirceu — outro criminoso condenado, mas em liberdade condicional graças à ala garantista do STF — também disse recentemente que “é preciso tirar todos os poderes do Supremo”, rebatizá-lo como “Corte Constitucional”, e que “Judiciário não é poder da República, é um órgão, mas se transformou em um quarto poder; se o Judiciário assume poderes do Executivo e do Legislativo, caminhamos para o autoritarismo”.

Gleisi Hoffmann, a uma semana do julgamento de Lula no TRF-4, berrou aos quatro ventos que para Lula ser preso “vai ter que prender muita gente, vai ter que matar gente”. O próprio Lula chegou a dizer que “botaria o exército de Stedile nas ruas”, e que a mídia deveria “trabalhar” para que ele não voltasse ao poder, porque, quando voltasse, haveria regulação da imprensa (e outras bravatas que a síndrome do macaco me impede de enumerar).

Para encerrar: Segundo a revista digital Crusoé, os petistas depositam suas últimas esperanças em uma possível “onda silenciosa” de eleitores que só se manifestarão nas urnas. Essa onda seria formada por pessoas que vão votar no poste de Lula, mas teriam receio ou até vergonha de expor o voto publicamente, e por isso não aparecem nas pesquisas.

Sem  mais comentários. Que o leitor tire suas próprias conclusões.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

FALTANDO 6 DIAS PARA O SEGUNDO TURNO



Enquanto a gente sofre com a síndrome do macaco (para saber do que se trata, clique aqui e veja a foto no final da postagem), PT e PDT padecem da síndrome do mau perdedor. O primeiro por estar prestes a levar uma monumental lavada do PSL; o segundo por ter ficado em terceiro lugar no primeiro turno. Inconformados, ambos pleiteiam a cassação de Bolsonaro, baseados numa denúncia de que empresários teriam bancado a compra de “pacotes de disparo de mensagens pelo WhatsApp contra o PT”, que foi publicada pela Folha na semana passada.

Chega a ser hilário um pedido desses partir do PT, que sempre jogou sujo o jogo eleitoral, tanto na esfera legal quanto do ponto de vista moral. À extensa lista de infrações cometidas pela seita do inferno ao longo de três governos e meio, acrescentam-se na reta final desta campanha erros crassos equivocadamente tratados no noticiário como “estratégias”. Da insistência na candidatura falaciosa do criminoso de Garanhuns ao prosaico “Lula Livre”, do “mensalinho do Twitter — em que influenciadores foram pagos para postar loas a candidatos petistas — à retomada da programática passado, culminando com a conversão súbita ao dito pelo não dito no segundo turno, a legenda da estrela apagada só fez reforçar as razões do modelo rejeitado pelo eleitorado — que Bolsonaro soube tão bem cooptar jogando com a manipulação das emoções negativas.

Observação: Haddad afirma que está disposto a debater com Bolsonaro a qualquer momento e em qualquer lugar, mesmo numa enfermaria, e o capitão diz que “quem conversa com poste é bêbado”. A julgar pelos nível dos últimos confrontos televisivos entre João Doria e Marcio França — no da Globo o mediador chegou a dizer que esperava que ambos sobrevivessem ao programa e no da Record a baixaria foi ainda pior —, os eleitores não vão perder grande coisa, já que ninguém parece disposto a discutir programas de governo, mas apenas atacar o adversário para tentar ganhar no grito. Triste Brasil.

Na guerra generalizada de fake news, o PT é tanto vítima quanto algoz, como no caso recente em que Haddad tuitou uma informação falsa (que depois apagou) sobre suposto voto de seu adversário contra um projeto de lei envolvendo a inclusão de portadores de deficiência — e isso vários dias depois de a informação já ter sido desmentida nas mídias sociais. É nítida, portanto, a impressão de esse insurgimento do PT não passa de mera tentativa de “vencer no tapetão”, e que o PSL resolveu surfar nessa onda, vislumbrando a possibilidade — remota, mas enfim... — de anulação do primeiro turno e de um segundo pleito tendo como adversários o segundo e o terceiro colocados no sufrágio do último dia 7.

Observação: Segundo Maurício Lima publicou na seção Radar da revista Veja, o próprio Lula já admitiu abertamente a derrota na eleição. Na visão dele e da cúpula do PT, só um grande escândalo poderia mudar o resultado final. Talvez seja isso que Haddad e o PT, com uma ajudinha da Folha, estão querendo produzir com essa "denúncia".

O Ministério Público Eleitoral e a Justiça Eleitoral estão aí para receber denúncias, promover investigações e julgar os casos que chegarem à corte, mas será que há consistência na acusação envolvendo Bolsonaro, seus apoiadores e o WhatsApp? (a propósito, assistam ao vídeo no final desta postagem). Será que não faltam indícios de materialidade do suposto crime eleitoral, já que não foi apresentada comprovação de que o esquema realmente existiu, colocando em xeque a própria fundamentação da denúncia?

Na última sexta-feira, o WhatsApp cancelou as contas das agências  mencionadas na reportagem da Folha, mas não deu maiores detalhes sobre o teor dos conteúdos que foram compartilhados, o que não permite inferir se os envios eventualmente já feitos configurariam a existência de um esquema criminoso. Supondo que haja empresários pagando agências para disparar mensagens as tais mensagens, seria preciso apurar se o dinheiro vem de pessoas físicas ou jurídicas, já que empresas não podem contribuir para campanhas eleitorais, mas seus donos podem — ao menos dentro de certos limites.

A capa da Folha fala em “empresas” e o título da reportagem, em “empresários”. Apesar do uso do plural, apenas a rede de lojas Havan foi citada, e seu proprietário negou ter pago pelo envio de mensagens. Junte-se a isso o fato de a denúncia não envolver doação oficial de campanha — para caracterizar caixa 2, seria preciso comprovar que o esquema foi realizado com conhecimento ou anuência de Bolsonaro; se tiver sido fruto de iniciativa independente, tomada por apoiadores do candidato, não se pode considerá-lo doação irregular de campanha.

Supondo que se trate de uma ação individual sem o conhecimento da campanha do capitão, a resolução 23.551/2017 do TSE proíbe expressamente a compra de cadastros e pune os responsáveis pelo envio das mensagens, independentemente de terem alguma ligação formal com a campanha, mas o candidato só é responsabilizado se for comprovado seu prévio conhecimento. E se o envio de mensagens tiver usado apenas a base de dados fornecida pela própria campanha, com os números de pessoas que voluntariamente se dispuseram a informar seus dados? Mais uma vez, a reportagem diz que houve compra de cadastros, mas não apresenta provas, além do que a referida resolução do TSE não prevê todas as situações nem delimita até onde vai a liberdade individual quando se trata de ajudar um candidato.

Caberá ao MPE investigar as denúncias. Se efetivamente for possível ir além do que foi publicado até agora, amarrar todas as pontas soltas — que são muitas — e se apurar que há realmente indícios de crime eleitoral, que o caso seja levado ao TSE, a quem caberá julgar e responsabilizar os envolvidos (o que não exclui o próprio Bolsonaro). Do contrário, teremos de nos questionar se não estamos diante de mais uma tentativa petista de deslegitimar uma eleição que o PT está prestes a perder, mostrando como o discurso que tenta colocar a legenda no “campo democrático” não passa de mais um engodo do partido, que desde o início do ano vem tumultuando o processo sucessório com o (felizmente já esquecido) “eleição sem Lula é fraude”.

O TSE ficou de se pronunciar na tarde deste domingo (ontem), mas o que eu consegui apurar até a conclusão deste texto é que foi decretado sigilo no inquérito instaurado pela PF a pedido da PGR/PGE Raquel Dodge (para investigar o disparo de fake news em massa pelo WhatsApp referentes a Bolsonaro e Haddad), e que a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, afirmou que não há “base empírica” para as “criativas teses” em mensagens de conteúdo falso que lançam suspeitas sobre o processo eleitoral. Em suas próprias palavras: “As criativas teses que intentam contra a lisura do processo eleitoral não possuem base empírica. Estão voltadas à disseminação rápida de conteúdos impactantes sem o compromisso com a verdade. A resposta da instituição, ao contrário, há de ser responsável, após análise das imputações. Reafirmo: o sistema eletrônico eleitoral é auditável. Qualquer fraude nele necessariamente deixaria digitais, permitindo a apuração das responsabilidades.”

Indagada sobre eventual falha do TSE no combate à disseminação de mensagens com conteúdo falso, Rosa Weber negou, mas ponderou que a desinformação é um fenômeno mundial para o qual não há uma solução “pronta e eficaz”. Novamente, nas palavras da presidente da Corte: “A desinformação visando minar a credibilidade da Justiça Eleitoral, a meu juízo, é intolerável e está merecendo a devida resposta. Nossa resposta está se dando tanto na área jurisdicional como também na própria área administrativa. Agora, se tiverem a solução para que se evitem ou se coíbam 'fake news', por favor, nos apresentem. Nós ainda não descobrimos o milagre.”

Eventuais novidades sobre mais esse circo mambembe serão objeto do post de amanhã, ou, em havendo relevância maior, numa postagem em edição extraordinária.


Visite minhas comunidades na Rede .Link:
http://informatica.link.blog.br/
http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/

sábado, 22 de setembro de 2018

FHC PEDE UNIÃO CONTRA EXTREMISTAS (ou: DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM)



Enquanto o circo eleitoral avança a pleno vapor, a crise política se agrava e o sistema político-jurídico edificado pela Constituição de 1988 agoniza. À corrupção, somam-se a desorganização da estrutura estatal, seu controle por inimigos da sociedade de bem e uma elite absolutamente descolada das necessidades nacionais. Por conta de uma irresponsabilidade nunca antes vista na história deste país, as instituições se esfacelam, e ao invés de se buscar o caminho da serenidade, do equilíbrio, da solução das contradições por meio do debate franco, aberto e democrático, aposta-se no quanto pior melhor. Assim, a duas semanas do primeiro turno das eleições, a impressão que se tem é a de estarmos diante do embate final entre o Bem e o Mal. Quem é quem nesse “nós contra eles”, no entanto, varia conforme as convicções e as preferências de cada um. 

Seguidores fanáticos desse ou daquele candidato, partido ou ideologia trocam acusações e impropérios (quando não socos e pontapés). O cidadão comum, que tem a vida por ganhar e mais com que se preocupar, é diuturnamente bombardeado com pesquisas que apontam algo diferente a cada instante, opiniões tendenciosas de analistas, jornalistas e outros palpiteiros de plantão e uma enxurrada de promessas eleitoreiras que os candidatos declamam em verso e prosa no horário eleitoral obrigatório, como se estivesse tratando com débeis mentais (às vezes estão, mesmo, mas isso já é outra conversa)  

Cansada da velha política, parte dos brasileiros passou a apoiar os extremistas extremados em detrimento dos candidatos “de centro”, como Amoedo, Meirelles e Álvaro Dias. O Capitão Caverna parece ter lugar garantido no segundo turno, mas ainda não se sabe quem irá enfrentá-lo — os oponentes mais prováveis são Ciro e Haddad, mas estamos no Brasil, onde até o passado é imprevisível.

O PSDB, tradicional arquirrival do PT, é tão imprestável na oposição quanto uma bicicleta para um perneta. Depois que o sucesso do Plano Real garantiu a vitória de Fernando Henrique sobre Lula, em 1994 (no primeiro turno, com 34 314 961 de votos contra 17 122 127 do petista), o partido “criou fama e deitou na cama”. Mas a mediocridade da segunda gestão de FHC favoreceu tanto a vitória Lula sobre José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006, quanto a eleição de Dilma em 2010 e sua reeleição em 2014 (com a derrota de Serra Aécio, respectivamente, para uma fraude, uma gerentona de araque que faliu as duas lojinhas tipo 1,99 em 1995, quando o câmbio favorecia enormemente a revenda de badulaques importados).

Observação: Os tucanos ficaram ainda mais desmoralizados quando Joesley Batista desmascarou Temer e Aécio. Com o espaço de manobra reduzido, eles optaram por permanecer no barco, mas sem forças para assumir o leme, dividiram-se entre “cabeças pretas” e “cabeças brancas”, viraram as costas para a opinião pública e deixaram que se fechasse a janela de oportunidade que lhes permitiria resgatar a imagem de alternativa lógica para quem não aguenta mais a corrupção do PT e do PMDB.

Em 2016, o PSDB contribuiu para o impeachment da anta vermelha e apoiou a ideia de se ter um governo de transição que, mantendo de pé uma “pinguela” reformista, atravessasse a pior fase da crise e entregasse o país em melhores condições a quem assumisse o poder em 2018. Mas não moveu uma palha sequer para influenciar ou direcionar esse governo, que se deixou impregnar pelos interesses escusos do Congresso e pela preocupação em esvaziar a Lava-Jato e recompor oligarquias e práticas clientelistas, trocando a grande política pela pequena política. Um governo de perfil “parlamentar”, mas com uma base pouco confiável, sem grandeza e sem projeto, que se refletiu na composição ministerial, gerou turbulências e explodiu com as delações da JBS.

Ao longo do tempo, a incompetência do tucanato cresceu exponencialmente, como comprova a escolha (infeliz) de Geraldo Alckmin para disputar (novamente) a presidência. Na trilogia “O PODEROSO CHEFÃO”, Michel Corleone afastou Tom Hagen do cargo de consiglieri porque Hagen não era talhado para exercer tais funções em tempo de guerra. Mutatis mutandis, a analogia se aplica ao picolé de chuchu, que seria uma escolha até aceitável se o eleitorado não estivesse tão polarizado. E com a notória indecisão que os leva a mijar no corredor quando a casa tem mais de um banheiro, os tucanos perderam a oportunidade de substituir o azarão por Tasso Jereissati, João Doria ou alguém com mais chances de vitória. Agora é tarde, Inês é morta e não adianta chorar sobre o leite derramado.

Com uma campanha morna, um discurso pusilânime, e sem saber explorar sua galáxia de tempo no rádio e na TV, Alckmin não decolou — e dificilmente decolará, considerando que faltam duas para o primeiro turno. Para piorar, os caciques do “centrão” desconhecem o significado da palavra ideologia e farejam derrota a léguas. Muitos já se mostram mais preocupados com a eleição de governadores e congressistas em seus estados — de olho em sua própria sobrevivência política — do que em apoiar um presidenciável eleitoralmente moribundo (alguns já nem se dão ao trabalho de esconder a possibilidade de virar a casaca e apoiar o Capitão Gancho ou o pau-mandado do presidiário de Curitiba).

Não há, entre as 35 agremiações política regularmente inscritas na Justiça Eleitoral, um partido mais covarde e vaidoso que o PSDB. Que o diga o PT. Ao longo do período em que a ORCRIM ficou encastelada no poder, saqueando os cofres públicos e aparelhando o sistema para perpetuar uma perversa dinastia, o país não pôde contar com os tucanos. Em seus melhores momentos, a oposição foi tímida; nos piores — e esses se repetiram durante a maior parte do tempo —, ela simplesmente inexistiu. 

Agora, quando faltam 15 dias para o apito final, FHC, em carta, pede união contra candidatos radicais para evitar agravamento da crise. Mas isso já é assunto para a próxima postagem.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 11 de setembro de 2018

HADDAD É LULA, LULA É HADDAD E EU SOU O COELHO DA PÁSCOA




A falácia esquerdista d’ “O Povo Feliz de Novo”, cantada em prosa e verso pelo coral de militontos que veem Lula como preso político e acreditam na alegoria da “alma viva mais honesta do Brasil” não torna menos difícil a missão da seita do inferno de convencer o segmento menos ideologizado de seus seguidores de que Andrade, ops, Haddad é uma edição revista e sem barba do Pai dos Pobres, Exterminador do Plural, Parteiro do Brasil Maravilha, Redentor dos Miseráveis e Picareta dos Picaretas.

Lula é Haddad e Haddad é Lula. Essa é a mensagem que o PT tenta passar no horário político obrigatório, não raro descumprindo a decisão do TSE, tanto assim que vários ministros já suspenderam as inserções em que Lula aparece como candidato. No último domingo, o vice-presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, determinou que a coligação “O Povo Feliz de Novo” deixe de divulgar a candidatura de Lulaem qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral, sob pena de suspensão da propaganda eleitoral do PT/PCdoB/Pros, além de proibir Haddad de se apresentar como vice do Lula, Lula-Haddad, estamos com Lula, vamos com Lula ou qualquer outro jogo de palavras publicitariamente voltados a alimentar a ideia de continuidade da candidatura.

Lula é Lula e Haddad é Haddad. O fato de o primeiro ser semianalfabeto e o segundo, bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia é uma das inúmeras diferenças entre criador e criatura. Mas a maior de todas talvez seja o carisma: a despeito do mensalão, Lula se reelegeu e deixou o Planalto nos píncaros da popularidade. Haddad, depois de uma gestão medíocre, foi fragorosamente derrotado pelo novato João Doria logo no primeiro turno — algo inédito desde a redemocratização, quando as eleições majoritárias municipais passaram a ter dois turnos. Outra diferença digna de nota é capacidade de comunicação: Lula fala a língua do povão — tanto pela origem humilde quanto pela inescondível falta de instrução de que ele tanto se orgulha. Já Haddad abre comícios dizendo para a militância que sua campanha “representa a antítese do status quo”.

Não surpreende, portanto, que Haddad seja considerado pelo próprio PT como o mais tucano dos petistas, tanto por sua pouca afinidade com movimentos sociais quanto pela declarada admiração por FHC. Mas isso está mudando, diz uma matéria publicada recentemente em Veja.com. Desde que abraçou a ideia de substituir Lula na disputa presidencial, o ex-prefeito vem passando por uma metamorfose — o que também não chega a surpreender, na medida em que, se eleito, precisará do apoio da bancada petista para governar, e a mensagem do partido é clara: na condição de segunda opção de Lula (a primeira era Jaques Wagner, que sabiamente declinou da oferta), o “poste” precisa ter a humildade de se deixar instruir — em outras palavras, qualquer sinal de empenho em um projeto pessoal será visto como traição.

Observação: Por se ter referido a Michel Temer como “golpista” em seus discursos de campanha “a vice” — aliás, eu nunca entendi por que a Justiça Eleitoral permitiu essa estapafúrdia chapa tríplex —, o Haddad levou uma carraspana do presidente: “Quero recomendar a você, quando você e seus companheiros me chamam de golpista e de alguém que fez uma reforma trabalhista que recupera a modernidade do nosso país, eu quero que você leia a Constituição, Haddad. Primeiro, para verificar que na Constituição está escrito que quando um presidente é impedido, o vice constitucionalmente assume”. O emedebista também rebateu as críticas sobre a reforma política — Haddad disse que “Temer destrói o país, corta direitos e conquistas históricas do nosso povo, vende nossas riquezas e entrega nossa soberania” e o presidente, que “não adianta você [Haddad] dizer que nós tiramos direitos dos trabalhadores, porque está na lei maior, ele está na Constituição, ninguém pode tirar direitos dos trabalhadores, como não tirei ao fazer a reforma trabalhista”. Gostemos ou não de Temer, nesse ponto temos de concordar com ele.

Desde o mês passado que Haddad deixou a cargo do PT a elaboração do seu plano de governo, e assim engoliu calado a regulamentação da mídia e do sistema judiciário (com a revisão da lei anticorrupção e da delação premiada) e a revogação da reforma trabalhista aprovada por Temer. Outra mudança visível na postura do quase candidato é a dicção acadêmica, que está sumindo aos poucos. Frases que eram recorrentes no início da eleição começam a vir traduzidas — aquela em que prometia ser a “antítese” do “status quo” virou que ele é “contra o projeto de Temer, que ameaça o Bolsa Família e afeta os mais pobres”). No começo do mês, em visita à Garanhuns, Haddad vestiu chapéu de cangaceiro e andou a cavalo (ou de jegue, não tenho bem certeza); na semana passada, madrugou na porta de montadoras em São Bernardo do Campo, rememorando o roteiro da campanha salarial liderada por Lula em 1978, e de lá seguiu para Diadema (também no ABC paulista), onde discorreu sobre seus feitos como ministro da Educação no governo Lula.

Enquanto Haddad se dedica a esse processo de metamorfose, a defesa de Lula joga as últimas cartadas na tentativa de reverter a inelegibilidade do egun mal despachado. Até porque, antes de ser declarado inelegível, Lula aparecia nas pesquisas com quase 40% das intenções de voto, ao passo que Haddad mal chegava aos 4%. Na primeira pesquisa sem Lula, feita pelo Ibope nos três primeiros dias do horário eleitoral na TV, o “vice” mal chegou a 6%, sinalizando que falta muito para ele herdar o legado do molusco, embora não lhe falte disposição.

Haddad comemorou a fato de Alckmin não ter conseguido angariar votos do PT, mesmo dispondo de mais tempo na propaganda política obrigatória e de uma estratégia direcionada a desconstruir Bolsonaro, que é o maior antagonista do partido. Ainda que o tucano esteja em quarto lugar nas intenções de voto, os petralhas querem minar suas chances de crescimento, pois preferem enfrentar o PSL no segundo turno — Bolsonaro é campeão em rejeição, com 44% na pesquisa Ibope divulgada no último dia 5; em seguida vem Marina (26%), Haddad (23%), Alckmin (22%) e Ciro Gomes (20%).

O fato é que a resistência do PT ao ex-prefeito de São Paulo ainda é considerável. Prova disso é a defesa de Lula ter pedido ao STF que conceda para a troca do candidato e que analise a recomendação do comitê da ONU, dando sinais de que o presidiário quer ir até o final. 

Ontem, dizia-se que Lula havia escrito uma carta para ser lida a militantes petistas, na qual diz que não anunciaria, naquele momento, nenhuma decisão sobre a candidatura do PT ao Planalto. Isso depois de a ministra Rosa Weber ter negado o pedido de efeito suspensivo à decisão do TSE. Segundo O Globo, o núcleo da campanha do PT à Presidência não espera sucesso nos recursos, mesmo com uma nova recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU dizendo que o Brasil tem o dever de garantir os direitos políticos do ex-presidente. Mas parece que o sevandija de Garanhuns pensou melhor e, a poucos minutos do apito final, acabou autorizando a oficialização da candidatura de Haddad. Mais detalhes amanhã — ou a qualquer momento, em edição extraordinária.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 1 de setembro de 2018

A PROPAGANDA DOS PRESIDENCIÁVEIS E O JULGAMENTO DA CANDIDATURA DE LULA


COMEÇANDO PELO FINALO TSE julgou na noite de ontem as impugnações contra o registro de Lula — em qualquer democracia que se preze, um criminoso condenado estaria automaticamente impedido de disputar eleições, mas estamos no Brasil. 
Enfim, a sessão terminou à 01h50 desta madrugada, com 6 votos favoráveis à cassação do registro e um contra. Além de ser afastado do pleito, o molusco foi impedido de fazer campanha (até porque não é mais candidato), conquanto sua imagem possa ser usada pelo partido nos 25% do tempo das inserções reservado aos apoiadores no horário eleitoral obrigatório. Voto com detalhes no post de amanhã. Fique agora com o texto que eu elaborei na tarde de ontem, mas com um ou outro aparte adicionado depois da decisão do tribunal.

Durante os próximos 30 dias, todas as terças, quintas e sábados os ilustres presidenciáveis interromperão o jornal, a novela, ou o quer que você esteja ouvindo no rádio ou assistindo pela TV para se venderem como salvadores da pátria, fazendo seu ouvido de penico. E é você, caro leitor ou cara leitora, quem paga por isso: 80% do valor que as emissoras receberiam de anunciantes convencionais, caso vendessem o tempo reservado aos candidatos, lhes são devolvidos na forma de incentivos fiscais. E essa palhaçada custa caro: em 2010, as compensações em favor das emissoras chegaram a R$ 850 milhões

Cerca de duas horas antes do início da sessão extraordinária do TSE desta sexta-feira, foi incluída na pauta a questão da inelegibilidade de Lula, cuja candidatura, vale lembrar, foi alvo de dezesseis contestações baseadas na Lei da Ficha-Limpa. Os ministros terão uma longa jornada pela frente: a sessão deve terminar somente por volta da meia-noite (escrevo no condicional porque estou redigindo este texto no finalzinho da sexta-feira, enquanto a sessão plenária do TSE está em curso).

Caso Lula seja julgado inelegível , restará ao PT promover o poste Fernando Haddad a cabeça de chapa e a “triceManoela d’Ávila a vice, pondo fim a esse estelionato eleitoral que o partido vem promovendo com a manutenção de um candidato que, à luz da lei, não poderá concorrer. 

Nunca antes na história deste país uma eleição presidencial foi tão conturbada e cercada de incertezas. Nem a de 1989 — a primeira após a redemocratização —, quando o caçador de marajás de festim venceu o abominável sapo barbudo. Assim, a “pressa” do TSE se justifica, pois urge por um ponto final nessa indefinição.

Observação: Basta ver como o mercado financeiro e o câmbio vêm reagindo às pesquisas de intenção de voto, que sistematicamente apontam Lula e Bolsonaro, nessa ordem, como os primeiros colocados. Alckmin, que seria a opção mais “centrada”, aposta suas fichas no horário eleitoral, mas já se fala na possibilidade de ele ser substituído por João Doria, que abandonou a prefeitura de Sampa para concorrer ao governo do estado.

Em não havendo surpresas, o demiurgo de Garanhuns será oficialmente afastado da disputa e o PT terá que suspender o teatro e oficializar o que todos já sabem (a primeira parte da "profecia" já se realizou; resta Haddad ser ungido candidato e Manoela, promovida a vice). Falta pouco mais de um mês para o primeiro turno, e a legenda precisa de tempo para realizar o milagre da multiplicação dos pães, digo, da transferência de votos. Lula jamais venceu em primeiro turno, e só elegeu a gerentona de arque em 2010 porque gozava de extrema popularidade. Quatro anos depois, porém, a anta vermelha ganhou por apenas 3% de vantagem em relação ao mineirinho safado — vantagem essa que muitos atribuem a urnas eletrônicas com vontade própria e convicções esquerdistas —, e agora o desafio do petralha é muito maior, pois tem de repetir a dose de dentro da cadeia.

Como a Justiça Eleitoral não proíbe o uso da figura de um candidato inelegível na campanha de seu substituto, Haddad, promovido a candidato, poderá se valer disso para tentar convencer os eleitores de que votar nele é votar em Lula. Mas é bom lembrar que, nas eleições municipais de 2016, alguns tribunais regionais eleitorais entenderam que manifestações de apoio ao candidato devem ser limitadas a 25% do tempo de propaganda, de modo que essa questão provavelmente será suscitada e caberá ao TSE se posicionar a respeito (e foi, como eu mencionei no parágrafo de abertura).

Assumindo que o registro da candidatura de Lula será cassado (e foi, como eu mencionei no parágrafo de abertura), a defesa certamente ingressará com embargos de declaração, e não se sabe se a decisão do TSE valerá somente depois que esse recurso for julgado — lembro que os governadores do Amazonas e do Tocantins foram afastados do cargo após a primeira decisão do plenário (a decisão passou a valer no momento em que foi publicada verbalmente pela presidente do TSE, segundos antes do encerramento da sessão).

Também é provável que os advogados do petralha recorram ao STF, mas para que a decisão do TSE deixe de valer até o julgamento definitivo do pedido é preciso que o recurso seja embasado em alguma questão constitucional e que o Supremo conceda uma liminar com efeito suspensivo. Até o presente momento, porém, a única certeza que temos é de que há mais dúvidas que certezas (agora já sabemos um pouco mais, como eu disse no parágrafo de abertura).

Volto com mais detalhes numa próxima postagem.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 16 de setembro de 2017

AINDA SOBRE LULA...


Dizia eu no post anterior que Lula responde a 6 processos, já foi sentenciado (a 9 anos e 6 meses de prisão em regime fechado) em um deles, está em via de ser condenado pela segunda vez (na ação em que depôs dias atrás, cuja sentença é esperada antes do final do ano), além de ser alvo de mais três denúncias e investigado em outros tantos inquéritos.

Segundo a edição de IstoÉ desta semana, sua insolência vem colecionando peças acusatórias em ritmo quase semanal ― só neste mês já foram três. Sua ficha corrida rivaliza com a de criminosos de alta estirpe, e, na falta de elementos consistentes para se defender das acusações, só lhe resta se fazer de vítima e posar de perseguido político. Mas se essa retórica algum dia pareceu se sustentar, agora ruiu de vez: Antônio Palocci ― velho amigo, articulador de sua campanha, ministro da Fazenda em seu governo e da Casa Civil na gestão de sua deplorável sucessora ― relatou com requintes de detalhes que o molusco teria recebido benesses imobiliárias, propinas travestidas de palestras e outros mimos, além de uma “reserva técnica” de R$ 300 milhões. E isso de apenas uma das empresas que lhe fizeram gentilezas.

De companheiro de longa data e parceiro de crimes, Palocci passou à condição de “homem frio, calculista e dissimulado, capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade”. Aliás, a reação de Lula contra os mais de 30 delatores que o acusam ― entre empreiteiros, correligionários, operadores e amigos do calibre de Bumlai, Delcídio e distinta companhia ― é sempre a mesma: todos mentem, só ele, Lula, fala a verdade.

Confrontado com evidências de pagamentos de propina a seu instituto, o santarrão do pau oco teve o desplante de afirmar que era apenas o “presidente de honra” e, portanto, não participava da direção executiva da organização. Suas andanças pelos currais do Nordeste reuniram apenas áulicos seguidores e protagonizaram situações anedóticas: ao tratar da devastadora paulada de Palocci, a senadora Gleisi Hoffmann ― ré no STF e presidente da agremiação criminosa petista ― alegou pateticamente que o ex-ministro estava a serviço da CIA.

Os petistas perderam o senso de ridículo. Apegam-se a qualquer lorota em busca da única tábua de salvação que enxergam: a candidatura de Lula como saída para livrá-lo da prisão. Todavia, mesmo nesta Banânia a situação de uma chapa a presidente encabeçada por alguém com a capivara do demiurgo de Garanhuns ― ou “comandante supremo da quadrilha”, segundo procuradores do MPF ― seria surreal. E ainda que isso fosse adiante e lograsse êxito nas urnas, a folha corrida do petralha o impediria de tomar posse, até porque a Constituição veta expressamente a possibilidade de alguém com pendências judiciais assumir a presidência da República.

Pela letra fria da Lei, Lula está cada dia mais distante de Brasília, a não ser que estejamos falando da Papuda. Se você ainda tem dúvidas, siga este link ou leia o resumo a seguir:
― No processo sobre o notório tríplex no Guarujá, Lula foi condenado pelo juiz Moro a 9 anos e 6 meses de prisão; foram interpostos recursos de apelação, que aguardam julgamento pela 8ª Turma do TRF-4).

― No processo sobre o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, o petista é acusado de ter recebido propina da OAS e da Odebrecht, representada pela reforma da propriedade (que, contrariando todas as evidências, o molusco insiste em afirmar que não é dele (leia a decisão que tornou Lula réu e a defesa do ex-presidente).

― Na ação que trata do terreno comprado pela Odebrecht para abrigar o “Memorial da Democracia” do Instituto Lula, a sentença deve ser prolatada em breve (leia a íntegra da denúncia e a defesa de Lula).

― No processo em que é acusado de obstrução de Justiça, o molusco eneadáctilo responde por supostamente conspirar com o ex-senador Delcídio do Amaral para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró (leia a decisão que tornou Lula réu, a defesa do ex-presidente e a íntegra da delação de Delcídio).

― Quanto a nomeação de Lula para a Casa Civil, no apagar das luzes do governo Dilma, com o claro propósito de lhe restabelecer o foro privilegiado, o MP apresentou a denúncia no último dia 6, também por obstrução da Justiça (leia a íntegra da denúncia e a defesa de Lula.

― Também neste mês, Lula, Dilma e mais 6 petralhas foram denunciados por organização criminosa para arrecadar propina em órgãos da administração pública (leia a íntegra da denúncia e a defesa de Lula).

Lula é investigado por ter usado o Instituto Lula e sua empresa de palestras LILS para receber propina de empreiteiras (leia a nota oficial do PT sobre o caso).

Lula foi denunciado na Operação Janus, em outubro do ano passado, por ter favorecido a Odebrecht na obtenção de empréstimos junto ao BNDES para tocar obras no exterior (leia a denúncia e a nota da defesa de Lula).

Lula foi denunciado em dezembro passado por tráfico de influência na edição de uma medida provisória e negociação de aviões de combate (leia a íntegra da denúncia e a nota da defesa de Lula).

― Dias atrás, o MPF acusou o ex-presidente de tráfico de influência na edição de uma medida provisória que teria beneficiado o setor automotivo em troca de propina ― paga por meio de intermediários a Lula e a seu ex-chefe de gabinete, Gilberto Carvalho (leia a íntegra da denúncia e a nota da defesa de Lula).

Boa leitura.

Visite minhas comunidades na Rede .Link: