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segunda-feira, 6 de junho de 2022

DO ÁBACO AO SMARTPHONE (CONTINUAÇÃO)

VIVEMOS COM NOSSOS DEFEITOS COMO COM O CHEIRO QUE TEMOS; NÓS NÃO O SENTIMOS, ELE SÓ INCOMODA OS OUTROS.


O iPhone transformou em computador ultraportátil um aparelho que nasceu telefone sem fio de longo alcance. Com sistema operacional e uma profusão de aplicativos, a demanda energética do dispositivo cresceu para além da capacidade da bateria, e a autonomia passou a disputar com o tamanho da tela o topo do ranking das características mais valorizadas pelos usuários. 


No que tange ao display, há aparelhos do tamanho de tábuas de carne. Quanto à energia, ou se paga mais por um modelo com bateria de 5.000 mAh ou superior, que dure pelo menos um dia inteiro, ou se é obrigado a fazer um pit stop entre as recargas.


É possível aumentar a capacidade das baterias; difícil é fazê-lo sem que tamanho, peso e custo de fabricação cresçam na mesma medida. Traçando um paralelo meramente ilustrativo com os veículos elétricos, enquanto o iPhone 11 Pro Max integra uma bateria de 3.969 mAh (equivalente a 0,01504 kWh), BMW i3 de 2015 já usava um modelo com capacidade de 22 kWh, que lhe garantia uma autonomia de até 135 km. Quatro anos depois, uma "usina" de 98,7 kWh permitiu ao Ford Mustang Mach Extended Range rodar até 610 km sem recarrega. 

 

Observação: Os veículos elétricos surgiram no final do século XIX, mas deixaram de ser fabricados em 1915, quando Henry Ford lançou o modelo T. Quando a ideia voltou à baila, muitos anos depois, a Gurgel Motores S/A lançou o primeiro carro elétrico da América Latina. Com um motor de 3,2 kWh (potência equivalente a 4,2 cv) e pesando 460 kg (320 kg só das baterias), o Itaipu E150 atingia 30 km/h de velocidade máxima nas primeiras versões; as últimas já alcançavam 70 km/h na descida e com vento a favor, mas sua autonomia média era de 70 kmAntes de baixar as portas (em 1996), o engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel apostou as últimas fichas no furgão elétrico Itaipu E400, com motor de 11 cv e autonomia de apenas 80 km (a bateria levava até 10 horas para recarregar). O tempo provaria que Gurgel mirou o alvo certo, apenas não dispunha da arma adequada para atingi-lo. Atualmente, os carros da Tesla são os que oferecem maior autonomia — o Tesla Model S Long Range Plus lidera o ranking, com autonomia de 647 km, contrapondo-se ao MINI Cooper SE, que roda apenas 177 km. 

 

Enquanto buscam uma solução factível e comercialmente viável, os fabricantes de baterias se valem de paliativos, como sistemas de “carregamento rápido” e softwares que otimizam o consumo (mais detalhes na sequência de postagem iniciada aqui). Mas as limitações dos ultraportáteis (e dos computadores em geral) vão bem além da autonomia.


O desempenho de qualquer dispositivo computacional é limitado pelo hardware que o integra. Claro que o sistema (Windows, macOS, Linux, Android, iOS etc.) também impacta, positiva ou negativamente, a performance global: rodar o Win11 numa máquina com disco rígido eletromecânico é um verdadeiro teste de paciência.

Para além da capacidade de armazenamento de energia (que dita a autonomia dos ultraportáteis), há ainda limitações impostas pelo processador, pelas memórias e pelas interfaces de vídeo, áudio e rede, entre outras. Segundo Mestre Morimoto, “todo computador é tão rápido quanto seu componente mais lento”.

Um PC com processador ultraveloz e pouca memória RAM tende a ser mais lento do que seria se dispusesse de uma CPU mediana e fartura de RAM. Claro que a importância de cada componente é relativa. As limitações de uma placa de rede 10/100, por exemplo, só são sentidas quando a tarefa depende diretamente da largura de banda nos downloads e uploads. Da mesma forma, vídeo e áudio chinfrins não incomodam um usuário que se limita a assistir a clipes no YouTube, também por exemplo.

No que concerne ao processador e às memórias, o buraco é mais embaixo. Todo computador usa memórias de diversas tecnologias (RAMROMHDD/SSDcache, etc.), mas é na RAM (memória física ou primária) que o sistema operacional, os aplicativos e os demais arquivos são carregados e processados — geralmente a partir da memória de massa, que nos PCs corresponde ao drive de disco rígido (ou de memória sólida, conforme o caso) e nos ultraportáteis, ao armazenamento interno. 

A RAM é uma memória volátil e de acesso aleatório. Volátil, porque só retém os dados quando está energizada; de acesso aleatório, porque grava e lê dados a partir de quaisquer endereços, de forma não sequencial. O acesso aleatório a torna milhares de vezes mais rápida do que os drives de disco rígido (HDD) e suas taxas de transferência e velocidade de escrita e gravação são superiores às dos drives de memória sólida (SSD). Por outro lado, devido à volatilidade, é preciso haver uma memória “persistente” (não confundir com permanente) que preserve o conteúdo mesmo com o computador desligado.

 

Quando ligamos o computador, arquivos do sistema e dos aplicativos que pegam carona na inicialização são carregados para a RAM a partir da memória de massa (ou secundária), que é representada pelo HDD e/ou SSD em desktops e notebooks, e pelo armazenamento interno em smartphones e tablets. A quantidade de RAM influencia diretamente o desempenho do aparelho: quando ela é insuficiente, o uso da memória virtual  evita a exibição das antigas mensagens de "memória insuficiente", mas deixa o sistema muuuuuuuito lento.  

 

O Gerenciador de Memória Virtual libera espaço na RAM enviando para um "arquivo de troca" (swap file) as sessões "não prioritárias" naquele momento, e trazendo-as de volta mais adiante, se e quando necessário. O problema é que esse arquivo é baseado na memória de massa, que é muito mais lenta do que a já relativamente lenta RAM


Se você observar as especificações do seu aparelho, verá que o HDD, SSD ou armazenamento interno são "latifúndios" de centenas (ou milhares) de gigabytes, ao passo que RAM só ultrapassa 4 GB nos modelos mais caros, embora o recomendável seja atualmente 8 GB. 


Continua...

quarta-feira, 25 de maio de 2022

SOBRE ANDROID, APLICATIVOS E TASK KILLERS...

O MAIS SURPREENDENTE NA POLÍTICA BRASILEIRA É QUE NADA MAIS NOS SURPREENDE.

Task Killers (“matadores de tarefas”, em tradução literal) são aplicativos que forçam o encerramento de outros programas para evitar que o desempenho de smartphones e tablets Android se degrade. Os especialistas não são unânimes em atestar sua funcionalidade, havendo inclusive quem diga que elas deixam o sistema mais lento. 

 

Nem tudo que se aplica a desktops e notebooks Windows se aplica a dispositivos com sistema Android, embora estes também sejam computadores pessoais, só que ultraportáteis. Nos PCs, aplicativos que pegam carona na inicialização do Windows e permanecem em execução nos bastidores, consumindo ciclos de processamento e espaço na memória RAM (esta postagem oferece mais detalhes sobre esses programinhas enxeridos e explica como inibir sua inicialização automática). 


Nos smartphones e tablets, os apps ficam em “standby”, de modo a responder mais rapidamente quando forem convocados, mas sem consumir recursos além do espaço que ocupam na RAM. O detalhe é que o Android é capaz de gerenciar os processos e tomar as melhores decisões, dispensando o uso dos “matadores de aluguel”. Para além disso, o próprio usuário pode encerrar os apps a seu critério, ainda que seja bem mais trabalhoso fazê-lo manualmente do que usando um task killer ou um utilitário de manutenção. 

 

Basta fazer uma busca no Google Play para encontrar inúmeras opções de task killer. Suítes antivírus para Android (incluindo as gratuitas) costumam incluir módulos destinados a apagar arquivos inúteis e encerrar aplicativos (ou esvaziar os respectivos caches) para, segundo eles, "recuperar espaço" na RAM.


task killer pode ser útil quando um aplicativo deixa de responder ou passa a consumir muita memória e/ou energia da bateria, por exemplo, a despeito de uma saudável reinicialização resolver problemas dessa natureza (para saber mais, leia esta postagem). 

 

Vale destacar que o desempenho de um smartphone (ou tablet, ou notebook, ou desktop) depende de diversos fatores, entre os quais a configuração de hardware. A performance de um celular “basiquinho” jamais será igual à de um modelo top de linha. Até porque é do couro que sai a correia.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

AINDA SOBRE O MAC PRO E MAIS DICAS PARA O WINDOWS 11

NENHUM TRAPACEIRO NOS ENGANA TÃO BEM QUANTO O TRAPACEIRO QUE EXISTE EM CADA UM DE NÓS.


O fato de ter sido meio que “empurrado” para o macOS não significa que eu vá abandonar o festejado sistema da Microsoft, até porque meu note roda o Win11. Sem falar que old habits die hard — afinal, um “casamento” de 3 décadas não se desfaz da noite para o dia. 


Como qualquer mudança, migrar do Windows (que uso desde a versão 3.0, lançada em1990) para o sistema da Apple exige uma adaptação mais demorada do que a requerida por um simples upgrade de versão do mesmo sistema operacional. 


Já começa que o tradicional “refresh” produzido pela tecla F5 no Windows é obtido no macOS via atalho Command + R (sendo “Command” a tecla com o logo do Windows nos teclados convencionais). E o famoso “X” vermelho que o Windows exibe no canto superior direito das janelas é representado no Mac por um botãozinho vermelho localizado no lado oposto. Para desligar o computador, em vez de clicar no botão Iniciar e no comando respectivo, como se faz no Windows, clica-se no ícone da maçã, na barra que fica alinhada à borda superior da tela, e então em Desligar


Voltando ao Win11, o upgrade no meu notebook foi um calvário. Além de demorar horas, deixou a máquina instável — eu só consegui utilizá-la normalmente depois que a excelente suíte Advanced System Care, da IOBit, fez sua mágica. Mas é preciso destacar que as atualizações entregues pelo Windows Update nos últimos meses restabeleceram diversas funções que a Microsoft havia suprimido e deixaram o Win11 mais redondo e menos “guloso” por memória RAM.


O Win10 já permitia dividir a tela em várias janelas, mas isso ficou mais fácil na versão atual. Basta pousar o mouse sobre o botão maximizar da janela (ou digitar o atalho Win + Z) para criar até quatro janelas diferentes, o que pode ser interessante para quem tem um monitor de tela grande. Também é possível minimizar todas as janelas e tornar a abri-las selecionando o grupo, bem como fazer ajustes adicionais clicando com o botão direito no grupo, selecionando Configurações do Grupo e explorando as opções disponíveis no campo Multitarefa.


A Microsoft deve reimplantar a função que permitia arrastar e largar arquivos entre janelas e programas. Enquanto isso não acontece, pode-se arrastar o arquivo, pressionar Alt+Tab e largar o dito-cujo na janela para a qual se quer transferi-lo.


Os temas oferecidos por padrão pelo Win11 são bonitos, mas você pode obter outros dando um clique direito na área de trabalho, clicando em Personalizar > Temas > Procurar temas, rolando a tela, escolhendo o tema que mais lhe agradar e clicando em Adquirir. Também é possível configurar o modo escuro clicando em Cores > Tema escuro.


O Gerenciador de tarefas continua respondendo ao atalho Ctrl+Shift+Esc e pouco mudou em relação às versões anterior (mais detalhes nesta postagem). Entre os muitos recursos que ele oferece, dois são particularmente úteis para a maioria dos usuários: 1) impedir que apps enxeridos peguem carona na inicialização do Windows, e 2) forçar o encerramento de processos que pararam de responder. 


E com isso eu encerro este post. Bom feriado. Feliz Páscoa a todos.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 6)

QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA.

O Windows 10 continua sendo um excelente sistema operacional, em que pese o fato de todas as atualizações semestrais de versão terem causado aborrecimentos a uma parcela substantiva de usuários. O patch de outubro de 2018 foi suspenso dias depois do lançamento e retomado somente em meados de dezembro. Aliás, foi por conta disso que a Microsoft decidiu distribuir os patches de forma escalonada e devolver aos usuários do Win10 Home Edition o controle sobre a instalação das atualizações.


O Win11 é mais seguro do que as versões anteriores, até por exigir tecnologias de hardware que reforçam a proteção do sistema como um todo. Embora pareçam draconianos, os requisitos mínimos impostos pela Microsoft têm um impacto significativo na segurança — desde, é claro, que o usuário não clique em links nem abra anexos de email com “fotos reveladoras da artista fulana”, por exemplo. 

 

Há no horizonte uma atualização de conteúdo abrangente para o Win11. Segundo o Windows Latest, a nomenclatura 22H2 indica que ela será lançada no segundo semestre deste ano. Quem não quiser esperar até lá — e não se importar com o fato de os pioneiros serem reconhecidos pela flecha espetada no peito —, pode se inscrever no Windows Insider.


As próximas atualizações mensais de qualidade (Patch Tuesday) devem continuar a sanar problemas pontuais e a implementar novos recursos e funções no Win11. Cito como exemplo o patch de março: depois que ele foi aplicado, o consumo de memória do meu notebook diminuiu significativamente. 


Infelizmente, o maior dos problemas do meu portátil não é falta de memória, já que ele dispõe de 8GB de RAM, mas o drive de disco rígido eletromecânico, que é muito mais lento do que os modelos baseados em memória Flash (mais detalhes nos capítulos anteriores). 


Computadores com 4GB de RAM sofrem para rodar o Win11 (como já sofriam na versão anterior). Para além da memória alocada pelo sistema, todos os aplicativos disputam sua quota-parte de espaço, e a maioria pega carona na inicialização e permanece rodando em segundo plano durante toda a sessão, mesmo que isso não seja realmente necessário (essa questão já foi abordada em outras oportunidades; a quem interessar possa, basta pesquisar o Blog digitando os termos-chave adequados no campo de buscas).


É possível controlar o apetite pantagruélico do Win11 por memória acessando as Configurações, clicando em Personalização > Barra de Tarefas e desativando as funções Widgets e Bate-papo. Vale também desativar o “início rápido” do MS-Edge: com o navegador aberto, clique nos três pontinhos, depois em Configurações e, em Sistema e Desempenho, desligue a chavinha que controla o Início rápido. Isso não faz grande diferença para quem dispõe de 8GB ou mais de RAM, mas, como sabemos, esse não é o caso da maioria dos desktops e notebook de entrada de linha.


Continua… 

terça-feira, 29 de março de 2022

ACELERE A INICIALIZAÇÃO DO WINDOWS DESATIVANDO O MICROSOFT TEAMS

QUANTO MAIS FORTES FORMOS, MENOS PROVÁVEL SERÁ A GUERRA.

O Microsoft Teams centraliza todas as conversas, arquivos e reuniões em um aplicativo que se enquadra na categoria dos mensageiros corporativos. Ele ajuda as empresas a não misturar o profissional com o pessoal ao usar o WhatsApp, por exemplo, mas não tem utilidade para a maioria dos usuários domésticos. No entanto, por inicializar de carona com o sistema, ele permanece rodando em segundo plano e consumindo recursos preciosos, como ciclos do processador e espaço na memória RAM.

Se você não usa o Microsoft Teams, convém desabilitá-lo. No Win11, clique com o botão direito num ponto vazio da Barra de tarefas, acesse as configurações da barra e desligue o botão ao lado de “Bate-papo” para remover o botão do app da barra. 

Ainda no menu de configurações da Barra de tarefas, selecione o campo “Aplicativos” e depois clique em “Inicialização”. Na lista com os programas que podem ser desligados durante a inicialização do sistema, localize o Microsoft Teams e configure-o como “Desativado”.

Observação: Aproveite o embalo para desativar outros programas que não precisam pegar carona com o Windows, lembrando que eles não serão desinstalados, apenas levarão alguns segundos a mais para responder quando você os convocar. Só tome cuidado para não inibir a inicialização automática de seu antivírus e de outros apps que precisam realmente iniciar junto com o sistema.  

O processo é semelhante no Win10: clique num ponto vazio da Barra de tarefas, abra o Gerenciador de Tarefas, selecione o campo “Inicializar”, localize o Microsoft Teams na lista, clique com o botão direito sobre ele e selecione “Desabilitar”.

Está feito.

sexta-feira, 18 de março de 2022

WINDOWS 10 — DICAS (SÉTIMA PARTE)

ANTES, A MÍDIA CONTROLAVA AS MASSAS; HOJE, AS MASSAS CONTROLAM A MÍDIA.

Em 1995, quando a Microsoft promoveu o Windows de interface gráfica a sistema operacional, um megabyte de memória RAM custava 20 dólares. Atualmente, com esse mesmo dinheiro compra-se um módulo de 4GB SDRAM DDR-3 da Kingston

Em 1995, o Win95 exigia pelo menos 4MB de RAM (isso mesmo, quatro megabytes) para rodar. Em 2015, quando lançou o Win10 como serviço (SaaS), a Microsoft, modesta quando lhe convém, informou que o sistema requeria 1GB na versão de 32-bit e 2GB na de 64-bit. Para o Win11, lançado oficialmente em outubro do ano passado, a mãe da criança informa que a quantidade mínima de RAM é de 4GB.  

A questão é que todo aplicativo consome memória, inclusive aqueles que pegam carona na inicialização do sistema e ficam rodando em segundo plano. Um PC sem programas é quase inútil, e usá-lo sem acessar a Internet é como andar com uma poderosa motocicleta somente no quintal de casa. E os navegadores são vorazes consumidores de memória.

Para rodar com fôlego, o Win10 precisa de pelo menos 6GB de RAM. Meu desktop dispõe de 32GB DDR3, mas foi reprovado pelo PC Health Checker por causa do processador — um Intel quad-core i7-4790 3.6GHz. Já meu note Dell Inspiron 3583 (i7 4GHz de 8ª geração) foi aprovado, mas, a despeito de contar com 8GB de RAM DDR4, ele fica no chinelo quando comparado ao desktop (o gargalo está no disco rígido eletromecânico de 2TB; o desktop dispõe de um SSD de 1TB e um HDD de 3TB).

Conforme comentei em outras oportunidades, a Microsoft dará suporte ao Win10 até outubro de 2025. Até lá muita água vai rolar, já que ninguém escapa da obsolescência programada. Isso não muda o fato de o Win11 ser a bola da vez. Atualmente, quem compra um PC Windows novo recebe o aparelho com a nova versão do sistema pré-instalada ou, no mínimo, com uma configuração de hardware que permita a migração.

Fiz este preâmbulo porque, no dia 9 do mês passado, meu desktop resolveu exibir um festival de telas azuis (coincidência ou não, isso se deu um dia depois de eu aplicar o Patch Tuesday de fevereiro). Num dos reboots, consegui acessar o ambiente de recuperação (WinRE), mas não obtive sucesso com o Reparo de Inicialização e resolvi deixar para reinstalar o sistema mais adiante. 

O jeito foi tirar meu notebook do armário, mas eu não o usava havia meses e o Windows Update me avisou que o Win11 estava pronto para ser instalado. Pensei em postergar a atualização, mas resolvi seguir adiante. Eram, então, 14h. 

Somente às 23h30 que Windows concluiu os trâmites e pediu a indefectível reinicialização (afora as que ele fez por conta própria durante o processo). Dado o avançado da hora (essas coisas, a gente sabe quando começam, mas não quando terminam), deixei para reiniciar o PC pela manhã.

Para encurtar a conversa, pouco depois das 11h da manhã seguinte o Win11 deu as caras pela primeira vez. Gastei mais algumas horas com reconfigurações, personalizações e o escambau. Para “ajudar”, o sistema “não encontrou nenhuma saída de áudio”. E se já não bastasse a lentidão generalizada, navegar com o Edge Chromium virou um teste de paciência: eu digitava um URL e nada acontecia. Depois, aos poucos, as letras iam aparecendo. Quando a página abria, rolar a tela era um suplício... Em suma, meu note ficou uma merda.

Encontrei reclamações parecidas no fórum oficial do Win11. As sugestões iam desde remover e reinstalar o browser a restaurar o sistema, rodar o DISM, desabilitar o antivírus (meu note veio com uma licença do McAfee, que foi renovada quando eu reinstalei o sistema), e por aí afora. Nenhuma delas me convenceu. Para piorar, o martírio se repetia com o Google Chrome, que eu consegui baixar e instalar a duras penas (a essa altura, eu abria o Edge e ele fechava do nada).

Resumo da ópera: Conforme eu mencionei ao longo desta sequência, o Windows oferece diversos utilitários — entre os quais ferramentas para limpeza do disco, correção de erros e desfragmentação dos dados —, mas não disponibiliza um limpador do Registro e tampouco recomenda recorrer a ferramentas de terceiros (como o festejado Advanced System Care). 

Sou fã dessa suíte da manutenção desde sempre, mas não me cabe discutir com a mãe da criança. Interessa dizer que eu estava prestes a jogar a toalha quando decidi travar mais um “cabo de guerra” como o navegador e baixar ASC. Eu uso a versão PRO no desktop, mas não estava com paciência para procurar na nuvem uma cópia das chaves de ativação dos meus softwares pagos, de modo que baixei a encarnação mais recente da versão freeware (15.2.0.201. E foi tiro e queda.

O ASC oferece a opção IA (vide figura), que utilizei inicialmente. Tanto o exame quanto as correções levaram mais tempo do que seria “normal” (mesmo para o notebook, que não conta com os benefícios do SSD), mas o fato é que o sistema mudou da água para o vinho. A inicialização demore bem mais que a do desktop (que leva de 10 a 15 segundos), mas Win11 tornou-se perfeitamente utilizável.

Em que pesem as recomendações da Microsoft, eu recomendo o ASC a todos que se preocupam em manter o sistema nos trinques. Até porque os módulos que a IObit inclui nessa suíte vão muito além das ferramentas nativas do Windows. Além de realizar uma limpeza profunda no disco, ela otimiza o sistema e a conexão com a Internet, busca por drivers e aplicativos desatualizados, brechas de segurança, fraquezas no sistema e muito mais (sobretudo quando se clica no ícone da malinha de ferramentas). Algumas funções são restritas à versão paga, mas, de modo geral, a gratuita está de bom tamanho.

Fica aqui a sugestão.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

NOTEBOOKS — VIDA ÚTIL E OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

A MEMÓRIA DOS CREDORES COSTUMA SER MELHOR QUE A DOS DEVEDORES.

Combinado com um monitor externo de dimensões generosas e um combo de teclado e mouse wireless, um laptop (ou notebook, como queiram) de configuração razoável pouco (ou nada) fica devendo a um desktop mediano, e, de quebra, "volta a ser portátil" sempre que o usuário quiser.

Por outro lado, computadores portáteis custam mais caro que os de mesa, sua manutenção é mais onerosa e seu upgrade, bem mais limitado. Isso sem falar que o uso em trânsito os expõe a tombos, impactos e, por que não dizer, à cobiça dos amigos do alheio.

Um computador de boa estirpe, de mesa ou portátil, irá prestar bons serviços por quatro ou cinco anos. Isso porque, mesmo que continue funcionando direitinho depois desse prazo, os fabricantes têm por norma estimular as “compras repetitivas”, o que fazem lançando novas versões em intervalos de tempo cada vez menores, e valendo-se de campanhas de marketing para disseminar a ideia de que as "inovações" justificam o investimento na aquisição de um modelo supostamente “superior”.

Para garantir que seu público-alvo seja alcançado, a indústria criou o conceito de “obsolescência programada”, que consiste em abreviar a “vida útil” dos assim chamados “bens duráveis”, antecipando a troca de algo que não precisa ser trocado por um modelo novo que provavelmente irá durar bem menos. Mas não é só.

Novas exigências dos sistemas operacionais e aplicativos podem tornar obsoletos os modelos mais antigos. Basta lembrar que, ao anunciar o Windows 11, a Microsoft incluiu na lista de requisitos mínimos o famigerado TPM 2.0 (processador de criptografia destinado a robustecer a segurança durante a inicialização do sistema; para mais detalhes sobre o recurso e como fazer para ativá-lo, acesse esta postagem) e CPUs de oitava geração ou superior. Claro que não demoraram a surgir maneiras "não oficiais" de fazer o upgrade em máquinas que não contam com esses recursos (para mais detalhes, assista a este vídeo), mas essa é uma outra conversa.

Interessa dizer que seu note irá lhe prestar bons serviços por mais tempo se você não o tratar ao coices, embora isso não significa que você não será forçado a substituí-lo, mais cedo ou mais tarde, por um computador novo.

A estimativa de vida útil de um produto pode ser abreviada por mau uso ou falta de manutenção. No caso específico do note, é importante desligar o aparelho (ou colocar o sistema em hibernação) na hora de transportá-lo — e usar uma maleta almofadada ou uma mochila apropriada. Ainda que drives de memória sólida (SSD) sejam "menos frágeis" que discos rígidos eletromecânicos, há outros componentes internos que podem ser danificados por vibração excessiva, solavancos bruscos e outros "acidentes de percurso".

Embora "laptop" signifique "sobre o colo", usar o aparelho apoiado nas coxas por longos períodos não é uma boa ideia — além de ser desconfortável, pois o calor gerado durante o funcionamento é transferido para as pernas do usuário. Colocar o portátil em cima de travesseiros, almofadas, colchas ou algo do gênero pode prejudicar a circulação do ar no interior do gabinete — pelo mesmo motivo, mantenha as ranhuras de ventilação desobstruídas e procure ajuda especializada se o microventilador do cooler emitir ruídos estranhos. E, por motivos óbvios, evite comer e/ou beber enquanto usa o portátil.

O Windows não oferece um utilitário nativo para monitoramento da temperatura do hardware, mas existem diversos aplicativos (como o Core Temp e o HWMonitor) que suprem essa lacuna. Por outro lado, melhor do que desligar o aparelho antes que ele superaqueça é evitar que ele superaqueça. No caso específico dos portáteis, suportes com ventiladores acoplados não custam caro e produzem bons resultados.

O preço do computador depende diretamente da configuração de hardware, e isso vale tanto para desktops quanto para laptops. Modelos de entrada de linha são mais acessíveis, mas deixam a desejar na hora de rodar apps mais "exigentes" (como editores de vídeo, games e outros que tais). Quando for comprar um PC, seja de mesa ou portátil, prefira um modelo que integre ao menos 8GB de RAM, HDD/SSD com 1TB de espaço e CPU/GPU de responsa.

O Windows multitarefa, mas você não é. A navegação por abas, facilita um bocado a vida do internauta, mas deve ser usada com parcimônia. Até porque os navegadores são ávidos consumidores de memória RAM, e cada aba aberta aumenta o consumo (quase tanto novas instâncias do aplicativo). Portanto, seja seletivo ao usar as abas e mantenha abertas somente aqueles que são necessárias naquele momento.

Para não precisar anotar o endereço da página que você tenciona revisitar mais adiante, adicione-a aos favoritos ou fixe-a na Barra de Tarefas ou no menu Iniciar do Windows (para acessar essas opções, abra a tela de configurações do Edge e na setinha à direita de Mais Ferramentas).

Note que você pode configurar o navegador para "adormecer" as abas que ficarem inativas por um determinado período, de modo a reduzir o consumo de memória é ciclos do processador. Para tanto, clique em Configurações (na página de configurações do navegador), depois em O sistema e o desempenho (na coluna à esquerda da página) e habilite as opções Salvar recursos com guias inativas e Esmaecer guias inativas (oriente-se pela figura 1). Feito isso, em Colocar as guias inativas em suspensão após o período de tempo especificado, escolha a opção desejada — recomendo 5 minutos, mas você pode escolher entre 30 segundos e 12 horas.

No Google Chrome, é possível fazer mais ou menos a mesma coisa, mas desde que você adicione o plugin (extensão) Great Suspender. Ele monitora as abas abertas em tempo real e coloca em animação suspensa as que estão inativas. Concluída a instalação, reinicie o navegador, clique no ícone que será exibido na porção à direita da barra de endereços e, no menu suspenso, clique em Configurações, ajuste o tempo de inatividade da página e torne a reiniciar o navegador. O intervalo padrão é de uma hora, mas você pode alterar para qualquer outro entre 20 segundos e 3 dias (também nesse caso eu sugiro 5 minutos).

Se seu PC dispõe de pouca RAM (muitos modelos de entrada de linha trazem míseros 4GB), mantenha em execução somente os aplicativos necessários — com exceção das ferramentas de segurança (como antivírus, firewall, antispyware e que tais), os demais programas não têm motivo para estar na lista da inicialização automática, mas ninguém explicou isso aos desenvolvedores.

Programa enxeridos, como o Skype, o Teams e OneDrive, entre outros, não só retardam a inicialização do sistema como degradam o desempenho global do computador. Mesmo rodando nos bastidores, eles disputam ciclos de processamento e espaço RAM com os programas que a gente está realmente utilizando. 

Alguns aplicativos permitem rever essa configuração durante a processo de instalação (na maioria dos casos, basta desmarcar uma caixinha de verificação), mas a gente nem sempre atenta para esse detalhe. O Windows permite desativar a inicialização automática de aplicativos instalados (basta clicar em Iniciar > Configurações > Aplicativos > Inicialização, como se vê na figura 2), mas não nos permite evitar que novos aplicativos se aboletem no seu banco do carona. Felizmente, o Advanced System Care, da IOBit, supre essa lacuna.

Mantenha seu computador limpo, tanto interna como externamente, mas assegure-se de que os produtos que você for usar na carcaça, tela e teclado sejam adequados. E só faça a faxina com o aparelho desligado. Já a limpeza interna é um procedimento simples e que pode ser feita por qualquer usuário, mas isso nos desktops. Nos portáteis, só deve se arriscar a desmontar o aparelho quem tiver alguma familiaridade com hardware. E sendo o seu caso, você não precisa das minhas dicas; se não for, recorra a um computer guy de confiança.

quarta-feira, 10 de março de 2021

WINDOWS — INICIALIZAÇÃO LENTA — COMO RESOLVER (TERCEIRA PARTE)

NÃO HÁ NADA PIOR QUE UM BURRO COM INICIATIVA.

O sintoma mais comum de “inchaço” do perfil de usuário (detalhes na postagem anterior) é o tempo anormal que o computador leva, depois que é ligado, para se tornar operacional. 

A demora não se limita ao boot e ao carregamento do sistema. Mesmo depois que o usuário faz o logon e o desktop surge na tela, abrir o navegador ou outro aplicativo é um teste de paciência. 

Não faltam reclamações, no fórum da Microsoft, de donos de PCs novos (ainda na garantia) e configuração robusta (CPU Intel Core i5 de 7ª geração, 8GB de RAM DDR4 e drive de HD eletromecânico de 1TB, p.ex.) que levam mais de 10 minutos para se deixarem operar. 

A solução detalhada no post anterior pode ou não resolver, já que desgraça pouca é bobagem e um problema  nunca vem sozinho. Portanto: 

Evite prolongar uma sessão do Windows por muitas horas (ou dias a fio). Reiniciar o computador de tempos em tempos elimina arquivos temporários, limpa o cache de memória e exclui “sobras” de aplicativos que já foram encerrados, mas não devolveram todo o espaço que ocupavam na RAM, o que deixa o sistema lento ou mesmo errático. O problema é que reiniciar uma máquina que leva dez ou mais minutos para carregar o Windows e passar o comando ao usuário não é uma perspectiva muito animadora.

O Google Chrome é o queridinho da maioria dos internautas, mas seu apetite por recursos (ciclos da CPU, espaço na memória etc.) é pantagruélico. As abas são interessantes porque dispensam a abertura de várias instâncias do navegador ao mesmo tempo, mas cada aba aberta é um processo em separado; quanto mais abas, maior o consumo de recursos e, consequentemente, a degradação do desempenho do browser e do sistema como um todo.

A extensão The Great Suspender monitora o uso das abas em tempo real e coloca em animação suspensa as que estão inativas. Depois de instalar o complemento, reinicie o Chrome, clique no ícone que será exibido à direita da barra de endereços e, no menu suspenso, clique em Configurações, ajuste o tempo de inatividade e reinicie o navegador — o intervalo padrão é de uma hora, mas você pode definir algo entre 20 segundos e 3 dias (eu sugiro 5 minutos).

Convém também desabilitar (ou excluir) extensões desnecessárias. Também conhecidas como plugins, esses programinhas ampliam a funcionalidade do browser, mas consomem muita memória. Algumas, inclusive, são instaladas à revelia do usuário (de carona com freewares baixados da Web por exemplo) e podem comprometer a segurança do sistema. Digite chrome://extensions na barra de endereços do Chrome, pressione a tecla Enter e faça uma faxina em regra.

Temas e outras firulas são “bonitinhos”, mas também consomem recursos do sistema. Caso seu PC tenha menos de 6GB de RAM, clique em Configurações > Temas e restabeleça a configuração padrão do Chrome. Aproveitando o embalo, pressione Ctrl + Shift + Del e faça uma faxina no cache do navegador (e repita essa operação semanalmente).

Lentidão, instabilidade e travamentos frequentes são problemas que podem ser resolvidos mediante a desinstalação e reinstalação do Chrome. Mas não parta para o tratamento de choque sem antes digitar chrome://settings na barra de endereços, rolar a tela até o final, clicar em Avançado e em Restaurar configurações para os padrões originais. Feito isso, reinicie o Chrome e veja como ele se comporta.

Observação: Um recurso que pouca gente conhece é o Gerenciador de Tarefas do Chrome, inspirado no recurso homônimo do Windows (que muita gente também desconhece). Com o navegador aberto, tecle Shift + Esc para convocar o Gerenciador e visualizar os processos que estão em execução nos bastidores. Para identificar os itens mais gulosos, organize a lista por memória, CPU ou rede (dê um clique direito na barra que fica logo acima da lista de processos para adicionar outras categorias). Para encerrar uma aba ou extensão que esteja detonando os recursos do sistema, basta selecionar o item malcomportado e clicar em Encerrar processo.

Se seu Windows estiver instalado num HDD tradicional (eletromecânico), o ReadyBoost utiliza uma unidade flash externa (pendrive, SSD externo ou cartão de memória) para emular memória RAM e minimizar o acesso à memória virtual — que emula memória física a partir de um arquivo de troca (swap file) criado no disco rígido, para onde o Gerenciador de Memória Virtual remete as sessões que não são prioritárias naquele momento — e de onde as traz de volta quando necessário. Esse recurso, desenvolvido pela Intel e aprimorado ao longo dos anos, continua sendo usado até hoje, a despeito da lentidão que ele acarreta ao sistema por ser baseado no drive de HD — um dispositivo ultrapassado e milhares de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM.

Continua...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

PRINT SCREEN E ÁREA DE TRANSFERÊNCIA — CONTINUAÇÃO

APENAS OS IDIOTAS NÃO SE CONTRADIZEM.

Na pré-história da computação pessoal, a área de transferência do Windows suportava somente plain text (texto puro), donde era usada apenas para mover ou copiar/colar palavras, frases ou parágrafos em documentos de texto. Mais adiante, ela se tornou capaz de armazenar metadados em múltiplos formatos, reconhecer links, salvar atributos de cor ou mesmo imagens, planilhas e bancos de dados.

Quando lançou o Win7, a Microsoft implementou uma versão mais rebuscada do Print Screen, que batizou de Ferramenta de Captura, e a manteve nas versões posteriores do sistema. Para utilizá-la, bastava digitar captura no campo de buscas do menu Iniciar do Seven (ou na caixa de pesquisas da Barra de Ferramentas do Win8/8.1 e Win10) e explorar as possibilidades que o recurso oferecia (elas não eram exatamente um colosso, mas enfim...). 

O detalhe — e o diabo mora nos detalhes — é que cada snapshot da tela ou item recortado/copiado não só sobrescrevia (e substituía) o anterior como não sobrevivia à reinicialização do sistema.

Diante dessas limitações, eu uso e recomendo o CopyQ, que é gratuito e ocupa míseros 47,4MB de espaço no disco. Feito o download e concluída a instalação (sugiro manter o app configurado para pegar carona na inicialização do Windows), um ícone representando uma pequena tesoura (vide figura que ilustra esta postagem) é adicionada à área de notificação do sistema. 

Clique sobre esse ícone para abrir a janela que exibe a lista dos itens armazenados de maneira incremental e persistente — ou seja, os snapshots, recortes e cópias não substituem os anteriores, mas juntam-se a ele e só são excluídos por iniciativa do usuário, pouco importando quantas vezes o Windows for encerrado e reiniciado.

Para saber mais sobre configurações e recursos do aplicativo clique no menu Ajuda ou pressione a tecla F1.

Continua no ano que vem.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

NOVO RECURSO DO WIN10, EULALYZER, UNCHECKY E NINITE

QUANDO OUÇO BARULHO DE CASCOS, PENSO EM CAVALOS, JEGUES, BOLSOMÍNIONS, MILITANTES PETISTAS, MAS JAMAIS EM UNICÓRNIOS.

Num futuro não muito remoto, pressionar a tecla power fará o computador dar o boot e carregar o sistema instantaneamente, como acontece hoje quando acionamos o interruptor para acender uma lâmpada. E isso se até lá a evolução tecnológica não tiver substituído a tecla power e a inicialização convencional por algo mais avançado. 

Por enquanto, PCs equipados com UEFI e drive de memória sólida (SSD) inicializam mais rapidamente e apresentam desempenho superior ao de máquinas que usam o velho BIOS e o jurássico disco rígido eletromecânico (HDD), embora não tão rapidamente quanto a maioria de nós gostaria. 

A culpa pela demora na inicialização do sistema operacional nem sempre é do hardware ou do Windows. Em muitos casos — notadamente quando tarefas simples, como abrir um arquivo ou executar um aplicativo, se tornam um verdadeiro teste de paciência nos primeiros 5 ou 10 minutos da sessão — o vilão da história é o inchaço de nosso perfil de usuário (mais detalhes nesta postagem e seguintes e nesta outra). Mas também pode ser causado pelo o excesso de aplicativos que pegam carona com o sistema. 

Com exceção das ferramentas de segurança (como antivírus, firewall, antispyware e que tais), os demais programas não têm motivo para estar na lista da inicialização automática. Pelo visto, ninguém explicou isso aos desenvolvedores. Programa enxeridos (como o Skype, o Teams e OneDrive, entre outros) não só retardam a inicialização do sistema como degradam o desempenho global do computador. Mesmo rodando nos bastidores, eles consomem ciclos de processamento da CPU e espaço na memória RAM, e esses recursos podem fazer falta — sobretudo em máquinas de configuração modesta — quando rodamos aplicações mais exigentes. 

Alguns softwares permitem rever essa configuração durante a processo de instalação (no mais das vezes, basta desmarcar uma caixinha de verificação), mas o usuário nem sempre se dá conta dessa possibilidade. O Windows permite desativar a inicialização automática de aplicativos instalados (basta clicar em Iniciar > Configurações > Aplicativos > Inicialização), mas não impede que novos aplicativos se abolem no banco do carona. 

Visando minimizar o problema, um recurso introduzido pela atualização de conteúdo que a Microsoft começou a distribuir no dia 20 do mês passado (detalhes na postagem anterior) informa ao usuário, no momento em que o computador é ligado ou reiniciado, que um programa foi incluído na lista de inicialização automática durante a sessão anterior. A iniciativa é louvável, ainda que esse recurso esteja presente em diversas suítes de manutenção. Usuários do Advanced System Care, por exemplo, são notificados em tempo real, ou seja, durante a instalação de um novo aplicativo, de sua inclusão na lista de inicialização do Windows. Assim, basta dar um clique na caixa de diálogo para acessar o gerenciador de inicialização do ASC e desfazer essa configuração.

Falando em instalação de programas, é de suma importância ler o EULA (contrato de licença) antes de concordar com seus termos e seguir adiante com o processo. Além de resguardar os direitos de propriedade intelectual do desenvolvedor do software, esse contrato contém informações importantes, inclusive sobre conteúdo invasivo ou que ponha em risco a privacidade do usuário.

O problema com o EULA é que ele contém uma infinidade de cláusulas e geralmente não é traduzido para o português. Consequentemente, as pessoas simplesmente clicam em Yes, Submit, I agree, Concordo etc. e prosseguem com a instalação. Em sendo o seu caso, o EULAlyzer é uma mão na roda, pois oferece um relatório rápido e conciso do conteúdo potencialmente perigoso do aplicativo, mediante o qual fica fácil decidir se aceita os temos do contrato ou a instalação do software.

Vale considerar também o UNCHECKY, que previne “instalações casadas” — como as que alteram a homepage ou o mecanismo de busca do navegador, ou mesmo barras de ferramentas à revelia do usuário — desmarcando caixas de verificação que nos passam despercebidas. Além disso, ele exibe um alerta no caso de um instalador embutir códigos potencialmente indesejáveis

Já o NINITE é baseado na Web e, portanto, dispensa instalação. Usá-lo é muito fácil: antes de instalar um programa qualquer, você o site e vê se o app em questão consta da lista. Caso afirmativo, basta fazer as configurações desejadas e clicar em Get Installer para baixar o instalador livre dos penduricalhos. 

terça-feira, 2 de junho de 2020

MAIS SOBRE NAVEGADORES — DESEMPENHO (PARTE XIII)


BASTAR A SI MESMO É A PIOR SOLIDÃO.

Prosseguindo de onde paramos no post anterior:

Para verificar se o Windows está atualizado, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e Segurança > Windows Update > Verificar Atualizações. Programas de terceiros (não-Microsoft) não são contemplados pelo WU, devendo ser atualizados individualmente.

Alguns aplicativos avisam quando há uma nova versão disponível; nos que não fazem essa gentileza, escarafunche o menu Configurações ou Ajuda do programa e localize alguma entrada identificada como “atualizar”, “update”, “verificar atualizações” ou coisa parecida. Para facilitar esse trabalho, instale um programinha dedicado (sugiro o Update Detector ou a ferramenta Atualização de Software presente na suíte Glary Utilities 5).

Para atualizar seu navegador (Chrome, Opera, Firefox e Edge Chromium), veja como proceder no post da última sexta-feira. E como o navegador é o mote desta postagem (ou deveria ser), lembro que uma das causas de lentidão desses programas tem a ver com as extensões (ou plug-ins, ou add-ons), que são programinhas destinados a ampliar os recursos e funções de outros programas.

Seu navegador (qualquer que seja ele) deve integrar uma porção de extensões. Algumas são úteis, mas muitas só servem para deixar o programa mais lento. Então, acesse o Gerenciador de Extensões (ou de Complementos) e desabilite tudo que não for útil para você. Se o desempenho do browser melhorar, você pode desinstalar, se quiser, as extensões que desabilitou; já se alguma lhe fizer falta, torne a habilitá-la.

Não se surpreenda se encontrar plug-ins que você não se lembra de ter instalado (muitos pegam carona em freewares ou se auto instalam quando você clica em algum link duvidoso ou navega por páginas da Web maliciosas). Livre-se deles.

Se tiver dificuldade para lidar com esses enxeridos, uma boa ideia é pedir socorro ao SlimComputer, que ajuda a desabilitar serviços, remover links, desinstalar softwares inúteis e barras de navegador indesejáveis, além de otimizar serviços e desativar a inicialização automática de aplicativos que não precisam carregar junto com o Windows (se preferir, baixe a versão portátil, que pode ser levada num pendrive e usada em qualquer computador).

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

ACELERE SEU PC (FINAL)


O MELHOR ARGUMENTO CONTRA A DEMOCRACIA É CINCO MINUTOS DE CONVERSA COM UM ELEITOR MÉDIO.

Em aditamento às dicas sugeridas nos posts anteriores, clique com o botão direito do mouse na Barra de Tarefas do Windows 10 (note que isso também se aplica às edições 8 e 8.1 do sistema) e selecione “Gerenciador de Tarefas”. Na tela do gerenciador, clique com o botão esquerdo na guia “Inicializar”; na coluna "Impacto na inicialização", identifique os apps que consomem mais recursos do computador e encerre os que não precisam permanecer rodando em segundo plano.

Aproveite o embalo para inibir animações com propósitos puramente estéticos. Basta pressionar o botão Iniciar, clicar no ícone da engrenagem (Configurações), em Sistema e no link “Configurações Avançadas do Sistema”. Na tela que se abre a seguir, no campo Desempenho, clique no botão “Configurações” e, na aba Efeitos visuais, marque a caixa de verificação ao lado de “Ajustar para obter um melhor desempenho” e selecione “Aplicar” para salvar as configurações.

Seu navegador de Internet, seja ele o Edge, o Chrome, o Firefox, o Opera etc., deve integrar uma porção de add-ons — ou extensões, como também são chamados esses complementos destinados a ampliar os recursos e funções dos browsers —, alguns dos quais você provavelmente nem irá se lembrar de ter instalado. 

Embora visem facilitar a navegação, esses penduricalhos costumam deixar o navegador mais lento. Então, acesse o Gerenciador de Extensões (ou de Complementos) do browser e desative (ou exclua) as extensões de que você não precisa.

Outra causa de lentidão tem a ver com malware (programinhas maliciosos, tais como vírus, worm, trojan, spyware etc.). Mesmo que disponhamos de um arsenal de defesa responsável e que proporcione proteção em tempo real, sempre existe a possibilidade de essas pragas se infiltrarem no sistema (disfarçada de aplicativos úteis ou de carona com a instalação deles, apenas para citar o exemplo mais comum). 

Em face do exposto, convém fazer uma checagem completa com o antivírus pelo menos uma vez por semana, bem como obter uma segunda opinião sobre a saúde do sistema utilizando um serviço online confiável, como o Security Scanner (da Microsoft), o ESET Online Scanner, o House Call Free Online Virus Scan (da TrendMicro) e o Norton Security Scan (da Symantec). Todos são gratuitos e muito bons, embora não nos desobriguem de manter um antivírus residente atualizado e bem configurado.