segunda-feira, 27 de julho de 2015

NOVOS PCs COM WINDOWS 10

APRENDA A DAR SUA AUSÊNCIA PARA QUEM NÃO VALORIZA SUA PRESENÇA.

A chegada do Windows 10, prevista para depois de amanhã, não deve aquecer a demanda por novos computadores – que, aliás, registrou nova queda (de mais 10%) nos primeiros meses de 2015. Na avaliação do IDC e do Gartner Group, a reversão desse quadro só deve ocorrer no próximo ano, mas como previsões dessa natureza não passam de exercícios de futurologia, aos consumidores resta esperar para ver, e aos fabricantes e revendedores, torcer para que essa luz no fim do túnel não seja o farol do trem.

Observação: O Windows 8 jamais conseguiu ameaçar a supremacia do seu predecessor, que continua sendo o SO para PCs preferido por quase 58% dos usuários do mundo inteiro. É certo que, depois de ter sido reformulado e rebatizado como “8.1”, sua participação no mercado melhorou: nos últimos doze meses, ele cresceu de 6,7% para 16,4%, enquanto o XP caiu de 16,3% para 10,2%, estando agora no mesmo patamar do OS X. Já o malsinado Windows Vista, que jamais decolou, caiu de 3,4% para 2,1% nesse mesmo período, superando apenas as distribuições Linux, que cresceram de 1,37% para 1,77% (os dados são do StatCounter GlobalStats).

A despeito do furor que o Windows 10 vem causando entre os usuários de PCs, a evolução gratuita oferecida pela Microsoft desestimula a (recomendável) “evolução casada” de software e hardware e neutraliza o impacto do lançamento nas vendas de desktops e notebooks. Sem mencionar que, pelo menos num primeiro momento, não basta ir a uma loja de informática ou a um grande magazine para adquirir um aparelho com o novo Windows pré-instalado – isso só deverá ser possível a partir de outubro, embora alguns fabricantes estejam aceitando pedidos e prometendo entrega imediata para quem efetuar o pagamento até o próximo dia 29.

Por oportuno, volto a lembrar que maioria dos computadores eleitos pela Microsoft para a atualização não deverá ter problemas para rodar o novo sistema. Se você está na fila e receia possíveis incompatibilidades (tais como limitações de drivers ou de firmware, por exemplo), clique no ícone do GW10, na área de notificação do seu sistema, em seguida no botão com três linhas horizontais, no canto superior esquerdo da janelinha que se abrir, e então selecione em seguida a opção Verifique seu computador, no campo Acesso à atualização. Note ainda que o upgrade será liberado “em ondas” – como a gente discutiu nesta postagem, até para não congestionar (demais) os servidores da empresa de Redmond. Afinal, há cerca de UM BILHÃO de aparelhos inscritos, e cada qual deverá baixar 3GB de dados em arquivos de instalação.

Abraços a todos e até mais ler.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

MEMÓRIAS - CACHE DO PROCESSADOR - DICA PARA MELHORAR O DESEMPENHO DO PC

TUDO BEM SE VOCÊ NÃO AJUDAR, MAS TAMBÉM NÃO PRECISA TORCER CONTRA!

Dizem que, para imitar o Criador, que o concebeu à sua imagem e semelhança, o ser humano criou o computador e o batizou de "Cérebro Eletrônico". Aliás, a CPU (sigla em inglês de Unidade Central de Processamento; favor não confundir com aquela caixa metálica que abriga os componentes internos do PC e atende pelo nome de gabinete ou case) é tida e havida, e não sem razão, como "o cérebro do computador".  

Observação: As semelhanças entre o cérebro humano e o eletrônico são, no mínimo, impressionantes, sendo mesmo que, em alguns casos, a criatura chega a superar seu criador, deitando por terra a velha máxima segundo a qual o computador é uma máquina burra, conquanto seja extremamente veloz! Veja, por exemplo, IBM DEEP BLUE ─ primeiro computador a vencer um campeão mundial de xadrez (no caso, Garry Kasparov) num match com regras de tempo oficiais ─ que, numa disputa de 6 partidas, ganhou 2, empatou 3 e sofreu 1 derrota. Note que o DEEP BLUE não é um computador qualquer. Por ocasião do embate (1997), ele já alcançava prodigiosos 3 milhões de MIPS (milhões de instruções por segundo), enquanto uma CPU INTEL PENTIUM de 700 Mz, então ultramoderna, mal passava de 4 mil MIPS.

Embora os processadores venham evoluindo a passos de gigante, ainda seriam necessários 564 chips INTEL CORE I7 EXTREME EDITION 3960X, que alcançam estratosféricos 177.730 MIPS a 3,33 GHz, para ombrear com o poder de processamento do cérebro humano (estimado em 100 milhões de MIPS, conforme se pode conferir no artigo de Hans Moravec). Mas vamos deixar esse assunto de lado, ou não sobrará espaço para tratar do mote desta postagem.

É difícil encontrar um indivíduo com mais de 50 anos que não pague mico, por exemplo, por esquecer o número do telefone de casa ao preencher um cadastro qualquer. Até porque esses lapsos são inerentes ao processo de envelhecimento, conquanto sejam mais recorrentes em fumantes, consumidores contumazes de bebidas alcoólicas (não confunda com amnésica alcoólica, que já é outra história) e pacientes tratados à base de ansiolíticos, hipnóticos de longa ação, antipsicóticos, antiparkinsonianos, antidepressivos. Então, não é porque uma vez na vida acontece de você não se lembrar do que comeu no almoço do dia anterior, ou mesmo se almoçou no dia anterior, que esteja fadado (Deus nos livre e guarde a todos) a engrossar as estatísticas do Mal de Alzheimer ─ doença degenerativa incurável que afeta inicialmente a memória, depois segue pelas habilidades espaciais e visuais e acaba levando à demência ─, que acomete cerca de 10% dos sexagenários (melhor idade o cacete!) e 25% dos octogenários.

Não pense, porém, que o computador é imune a falhas de memória (provas disso são as famigeradas BSODs, ou telas azuis da morte, que frequentemente decorrerem de problemas físicos que acometem a memória RAM), até porque ele usa diversos tipos de memória, embora a RAM seja a mais conhecida pelos usuários leigos e iniciantes.

Observação: A propósito, sugiro a quem interessar possa a leitura dessa postagem ─ antiga, sem dúvida, mas que encerra informações conceituais válidas também nos dias atuais.

Enquanto o ser humano conta com a memória sensorial e as memórias de curto e longo prazo (semântica, processual, episódica), o PC utiliza, além da RAM, a memória virtual, os caches da CPU e do HD, a memória de vídeo, sem mencionar o disco rígido, que representa sua "memória de massa", armazenando de forma persistente o sistema operacional, os aplicativos e os demais arquivos ─ que são carregados na RAM quando executados. Para saber mais, basta digitar os termos-chave adequados no campo de buscas do Blog e teclar Enter.

Observação: Ao contrário do que se imaginava até algum tempo atrás, a memória não está localizada num determinado local do cérebro, já que é um processo e, portanto, ocorre em todo o cérebro. A rigor, ela é formada por um grupo de sistemas onde cada qual tem seu papel na criação, armazenamento e lembrança das informações, e todos trabalham em conjunto para fornecer um pensamento coeso.

Costuma-se dizer ─ e não sem razão ─ que aumentar a quantidade de RAM é a maneira mais simples e eficaz de aprimorar o desempenho do computador, até porque, com fartura de memória física, o Windows não precisa recorrer à lenta memória virtual (espaço no HD destinado a "ampliar" a memória física do sistema; para saber mais, acesse esta postagem). Note, porém, que é preciso atentar para as limitações impostas tanto pela placa-mãe quanto pelo SO (versões de 32-bits gerenciam apenas algo entre 2,8 GB e 3,5 GB).

Para saber de quanta RAM você dispõe, dê um clique direito na Barra de Tarefas e clique em Iniciar Gerenciador de Tarefas e confira as informações exibidas no campo Memória Física (MB). Para saber qual o tipo de memória adequado à sua placa e a quantidade máxima que ela suporta, baixe e instale o Hwinfo ou recorra ao serviço online da Kingston

Enfim, o que me levou a esta postagem não foi nada disso. Na verdade, a ideia era (e ainda é) explicar em algumas linhas o que é e como aumentar o cache do processador, e com isso dar “um gás” na performance global do computador. Todavia, devido ao tamanho deste texto, acho melhor deixar para concluir esta conversa na semana que vem.

Passemos agora ao nosso humor de sexta-feira:

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar.
Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa — diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.

(Texto de Luiz Fernando Veríssimo).

Abraços a todos e até segunda, se Deus quiser..

P.S. - A figurinha que ilustra esta postagem reproduz uma placa-mãe do tempo em que o cache L2 era externo (o L, no caso, significa nível). Alguns processadores integram até 3 níveis de cache, mas hoje em dia todos eles são internos, ou seja, integrados ao respectivo DIE (núcleo) do chip. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

COMO LIMPAR O CACHE DO SISTEMA

QUEM ABRE MÃO DA LIBERDADE EM TROCA DE SEGURANÇA ACABA SEM NENHUMA DAS DUAS.

Mesmo que a evolução tecnológica propicie avanços significativos em intervalos cada vez mais curtos, continua distante o dia em que os usuários ficarão plenamente satisfeitos com o desempenho de seus PCs (se é que esse dia chegará). Não obstante, diversos paliativos se propõem a minimizar a modorra que se instala no Windows com o passar do tempo e o uso normal da máquina (para saber mais, digite manutenção, desempenho, performance ou outro termo afim no nosso campo de buscas e pressione Enter).

Uma providência que pode ajudar é limpar o cache do sistema. Mas ─ perguntaria um leitor mais atento ─ isso não é feito automaticamente quando desligamos o computador? Sim ─ responderia este obscuro articulista ─, mas a verdade é que nem sempre estamos dispostos para interromper o que estamos fazendo e reiniciar a máquina, mesmo porque, dependendo do tempo de estrada e das condições da dita-cuja, isso pode levar muitos minutos

O PC utiliza memórias de diversas tecnologias, formatos e qualidades (como já vimos em outras oportunidades e tornaremos a ver numa das próximas postagens). A memória cache (ou cache de memória, ou simplesmente cache) consiste numa pequena quantidade de memória RAM estática (extremamente veloz) que se destina a armazenar os dados e instruções que um dispositivo computacional utiliza com maior frequência, de maneira a agilizar o acesso e otimizar o desempenho do sistema como um todo.

Observação: Quando falamos em cache, logo nos vem à mente o processador, que se vale desse recurso desde a época dos jurássicos 386, quando se constatou que a lentidão da RAM obrigava a CPU a perder vários ciclos de clock aguardando a liberação dos dados necessários à execução das tarefas. Inicialmente, o cache fazia parte da placa mãe, e era formado por alguns chips soldados a ela. A partir dos 486, uma pequena quantidade dessa memória velocíssima foi integrada ao núcleo da CPU, dando origem à distinção entre os caches L1 e L2 (este último continuava fazendo parte da placa mãe). Alguns processadores da AMD, como o K6-III, incluíam ainda um terceiro nível de cache (L3), mas, devido ao custo elevado e a questões de ordem técnica, essa solução não se popularizou. Mais adiante, o cache passou a ser usado também em HDs, servidores, placas de sistema, e até mesmo em softwares ─ como é o caso dos navegadores, que guardam as páginas localmente para evitar consultas constantes à rede (solução especialmente útil quando se navega por páginas estáticas).

Voltando ao que interessa, para limpar o cache sem reiniciar o Windows, basta executar o comando %windir%\system32\rundll32.exe advapi32.dll,ProcessIdleTasks ─ tanto via prompt quanto através do menu Executar, mas é mais fácil criar um atalho no Desktop (que pode ser remanejado para outro local, se for o caso) e dar duplo clique sobre ele sempre que necessário. Veja como:

1. Para acessar o prompt de comando, digite cmd na caixa Pesquisar programas e arquivos do menu Iniciar e dê duplo clique sobre cmd.exe. Na janelinha do prompt, digite o comando retrocitado (ou copie-o da postagem, dê um clique direito num ponto qualquer da janelinha e selecione a opção Colar) e pressione a tecla Enter.

2. Caso o menu Executar não figure na coluna direita do seu menu Iniciar, pressione Windows+R e, na janelinha que for exibida em seguida, digite (ou cole) o comando em questão na caixa de diálogo e tecle OK.

3. Para criar o atalho, dê um clique direto num ponto vazio de sua área de trabalho e, no menu suspenso, clique em Novo > Atalho. Na telinha que se abrir, digite (ou cole) o tal comando, clique em Avançar, insira um nome que faça sentido para você (Limpar HD, por exemplo) e clique em Concluir.

Ao clicar no atalho, você não verá qualquer indicativo do sucesso da operação, mas basta continuar a operar o computador para sentir a diferença. Só não espere milagres; embora essa dica seja uma mão na roda quando você não pode (ou não quer) interromper uma tarefa importante, o desligar o PC proporciona melhores resultados, até porque ele limpa os demais caches de memória e a própria memória RAM.

Observação: Quando desligamos o computador, interrompemos o fornecimento da eletricidade que alimenta os circuitos da placa-mãe e demais componentes, propiciando o "esvaziamento" das memórias voláteis. Na reinicialização, todavia, o intervalo entre o encerramento do Windows e o boot subsequente nem sempre permite que os capacitores esgotem totalmente suas reservas de energia. Então, a não ser por ocasião de atualizações e/ou reconfigurações do Windows e de aplicativos cuja validação exija a reinicialização do computador, o recomendável é desligar totalmente a máquina e tornar a ligá-la depois de um ou dois minutos.

Abraços a todos e até amanhã.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

COMO HABILITAR O CACHE DO HD

UM HOMEM QUE NÃO ACEITA SEU DESTINO ACABA DESTRUÍDO POR ELE.

Como foi dito alhures, existem diversos "truques" para aprimorar a performance do HD. Veremos a seguir como habilitar a gravação de arquivos em cache, e assim acelerar o acesso aos dados e liberar o uso da RAM para outras tarefas. Para tanto:
  • Clique em Iniciar, de um clique direito em Computador, selecione Propriedades e clique em Gerenciador de dispositivos (à esquerda da tela);
  • Na lista dos dispositivos, expanda Unidades de disco, dê um clique direito sobre o drive onde seu sistema se encontra instalado e selecione Propriedades;
  • Na tela das propriedades do drive, clique em Diretivas, marque o campo Habilitar gravação em cache no dispositivo, confirme em OK, e pronto.
Abraços a todos e até mais ler.

terça-feira, 21 de julho de 2015

DICAS PARA AVALIAR UM HD

RECEBER SPAM É UMA VICISSITUDE, MAS RESPONDER AS MENSAGENS É BURRICE!

Conforme eu comentei em outras oportunidades, o HD é tido e havido como um simples repositório de dados, e escolhido apenas com base na sua capacidade. Claro que espaço nunca é demais, e como qualquer PC de fabricação recente, mesmo de entrada de linha, oferece de 500GB a 1TB, vale a regrinha do "quanto mais, melhor".

Optar por uma máquina de grife (montada por fabricantes regularmente estabelecidos, como LENOVOHPDELLPOSITIVO, etc.) limita sobremaneira as possibilidades de personalizar a configuração de hardware, mas ainda assim você deve dar uma olhada nas principais especificações do disco rígido, pois elas influenciam significativamente a performance global da máquina. Vejamos as principais:

O FORM FACTOR (ou fator de forma) define as dimensões físicas do drive. Atualmente, a maioria tem largura de 3,5 polegadas, embora alguns notebooks integrem discos menores (com apenas 2,5 polegadas) e ultrafinos.

A INTERFACE remete à controladora usada pelo drive, que deve ser suportada pela placa-mãe. Hoje em dia, o padrão mais popular é o Serial Advanced Technology Attachment ─ ou simplesmente SATA ─, que se contrapõe ao já obsoleto Parallel ATA ─ ou simplesmente PATA (para saber mais, reveja esta postagem), que se divide em SATA-300 e SATA-600 (ou SATA 3 gigabits por segundo e SATA 6 gigabits por segundo, conforme a taxa de transferência máxima teórica que eles conseguem alcançar).

Observação: De uns tempos a esta parte, os discos rígidos vêm sendo divididos em quatro categorias: Green (ecológico), Desktop, Enterprise (corporativo) e Portátil. Fuja dos modelos ecológicos e portáteis ─ que giram a uma velocidade menor para economizar energia, o que seria uma solução interessante se não impactasse negativamente o desempenho. Se possível, escolha um modelo do padrão Desktop, que custa mais barato e cujo desempenho não fica devendo nada ao Corporativo.   

A Density (ou densidade) define quantidade de dados que podem ser gravados em cada trilha dos pratos. Quanto maior ela for, melhor será o desempenho do dispositivo.

A Rotational Speed (ou velocidade de rotação) remete ao número de rotações dos pratos (que pode chegar a 15 mil RPM, dependendo do padrão, embora a velocidade média seja de 7.200 RPM, já que, acima disso, a tendência ao superaquecimento aumenta expressivamente). De modo geral, pode-se dizer que velocidade de rotação e desempenho são grandezas diretamente proporcionais.

A Capacity (ou capacidade) designa a quantidade de dados que a mídia é capaz de armazenar. Talvez você não precise de um disco com 4TB (e nem esteja disposto a pagar por essa exorbitância de espaço), mas drives com menos de 500GB são coisa do passado.

Latency and Seek Time (Latência e Tempo de Busca) remetem, respectivamente, ao tempo que um prato leva para posicionar os dados solicitados sob a cabeça de leitura e ao tempo que ela leva para começar a ler as informações. Combinados, esses parâmetros determinam o tempo de acesso (quanto menor for esse tempo, melhor será o desempenho do HD).  

ObservaçãoPara calcular a latência, divide-se 60 pela velocidade de rotação do disco em RPM e multiplica-se o resultado por 1000. Assim, um hipotético HD de 7.200 RPM terá uma latência de 8.33 milissegundos. Nas especificações do drive, o valor informado costuma expressar o tempo médio de latência, que corresponde à metade de uma rotação do disco ─ que, no nosso exemplo, seria de 4,15 milissegundos.

O Buffer (ou cache de disco) consiste numa pequena quantidade de memória RAM ultraveloz destinada a armazenar os dados acessados mais frequentemente pelo HD. Quanto maior o buffer, melhor o desempenho do drive (se possível, escolha um modelo com pelo menos 32MB).

A Transfer Rate (ou taxa de transferência) subdivide-se em internaexterna e sustentada. A primeira remete à transferência de dados dos discos para as cabeças de leitura e gravação (e vice-versa); a segunda, à taxa máxima que a interface pode alcançar; e a terceira ─ a que mais interessa nesse contexto ─, à velocidade com que as informações são transferidas do drive para a placa-mãe, de modo constante, durante um determinado intervalo de tempo, e varia de acordo com diversos fatores (tempo de acesso, buffers, interface, etc.).

Para concluir, vale lembrar que os SSDs (solid state drive) prometem por um ponto final num dos grandes gargalos de desempenho dos PCs, qual seja a baixa velocidade de transferência de dados provida pelos discos rígidos eletromecânicos. Inicialmente, os maiores entraves para a popularização dessa tecnologia eram o alto custo de produção e a limitada capacidade de armazenamento; hoje, drives de 1TB são encontrados facilmente no mercado formal, embora a preços ainda elevados ─ o SSD interno padrão SATA III, da Corsair (figura à direita), custa tanto quanto um notebook de configuração mediana, e as recentes desvalorizações do real perante o dólar agravaram ainda mais a situação. Para manter os preços dentro do orçamento, o jeito é optar por modelos híbridos, que combinam uma unidade SSD de pequena capacidade com um HD
convencional (a primeira funciona como um cache gigante, armazenando e garantindo acesso rápido a uma quantidade respeitável de arquivos utilizados frequentemente pelo drive e melhorando significativamente o desempenho global da máquina). O modelo de 1TB padrão SATA III 6 Gbps, para notebooks (figura à esquerda), custa cerca de R$500.

Amanhã tem mais, pessoal. Abraços e até lá. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

APLICATIVOS MAL-COMPORTADOS – SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

TODA NOVIDADE É FILHA DO SEU TEMPO.

Nenhum programa, por mais bem escrito que seja, está livre de erros e brechas de segurança. E como os softwares atuais são monstruosas obras de engenharia computacional compostas por milhares e milhares de linhas de código, a conclusão é óbvia. Não obstante, à medida que os problemas são identificados, os desenvolvedores criam as devidas correções e as disponibilizam sob a forma de atualizações ou novas versões, cabendo ao usuário aplicá-las ─ coisa que, como sabemos, muita gente não se dá ao trabalho de fazer.

Em atenção aos recém-chegados (até porque a audiência do Blog é rotativa), vale lembrar que, na pré-história do Windows, era preciso visitar o site da Microsoft para obter as atualizações disponíveis, o que, convenhamos, não era nada divertido num cenário em que a jurássica conexão discada reinava absoluta. Mais adiante, devido em parte à crescente proliferação das pragas digitais e ao fato de muitas delas explorarem brechas de segurança já corrigidas, a Microsoft vinculou ao Win98 um serviço online destinado a facilitar o download e a aplicação das atualizações, e assim nasceu o Windows Update, que, a partir do XP, passou a integrar as Atualizações Automáticas e a contemplar outros produtos Microsoft (como o IE, o Word, o Excel, o Power Point, e por aí vai).      

Observação: As Atualizações Automáticas do Windows não abrangem aplicativos de terceiros, embora seja igualmente importante mantê-los up-to-date. A boa notícia é que a maioria dos sharewares executam essa tarefa sem interferência do usuário, e que os freewares exibem um link na tela principal ou uma entrada no menu Ferramentas ou na Ajuda que facilita esse procedimento (procure algo como "atualizar", "check for updates" ou "verificar atualizações", por exemplo). Mas é bem mais prático recorrer a freewares como o R-UPDATER e o FILEHIPPO APP MAGANGER, p.ex., que checam o software instalado em busca de atualizações ou novas versões disponíveis.  

Programas atualizados tendem a funcionar melhor, mas isso não significa que sejam imunes a instabilidades, travamentos, incompatibilidades, consumo anormal de memória e outros aborrecimentos que exasperam os usuários e levam os menos pacientes a se descabelar. E ajudar o leitor a resolver esses problemas é justamente o mote desta e das próximas postagens; se você tiver alguma dúvida sobre assunto discutido em cada uma delas, use o campo Comentários e volte no dia seguinte (ou no próximo) para conferir minha resposta, combinado? Então, vamos em frente. 

Quando um aplicativo deixa de responder, geralmente basta encerrá-lo e reabri-lo em seguida para que tudo volte a ser como antes no Quartel de Abrantes. Caso ele se recuse a ser fechado, tecle Ctrl+Shift+Esc, clique na aba Aplicativos do Gerenciador de Tarefas, dê um clique direito sobre o programinha rebelde e selecione a opção Finalizar Tarefa. Se não resolver, o SUPER F4 costuma ser tiro e queda; caso você não disponha dessa ferramenta, clique na aba Processos, identifique o executável do app teimoso, dê um clique direito sobre ele e selecione Finalizar Processo (ou Finalizar Árvore de Processos, melhor ainda). Se ainda assim não funcionar, feche todas as janelas, encerre os aplicativos, abra o menu Iniciar, clique em Desligar e espere o Windows ser encerrado e o computador, desativado. Aguarde cerca de dois minutos, e então torne a pressionar o botão de Power.

Observação: Em situações dessa natureza, deve-se desligar totalmente o computador, e não recorrer à opção Reiniciar do menu Desligar. Ela é útil para validar atualizações de software que não podem ser efetivadas com o Windows carregado, por exemplo, mas como o um novo boot é executado quase que imediatamente, os capacitores da placa-mãe não têm tempo para exaurir suas reservas de energia, o que é indispensável para o esvaziamento da RAM e dos caches de memória (voltaremos a esse assunto oportunamente).            

Amanhã a gente continua, pessoal. Abraços e até lá.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

COMO RECALIBRAR A BATERIA DE UM SMARTPHONE COM SO ANDROID

TODA NULIDADE TEM OUTRA, AINDA MAIOR, QUE A ADMIRA.

Para encerrar esta sequência (ufa!), resta dizer como recalibrar a bateria de um gadget com SO Android, lembrando sempre que esse procedimento não recupera um componente agonizante, nos estertores da sua vida útil ─ como foi dito no transcurso das últimas postagens, as baterias suportam um número finito de ciclos de carga e, com o passar do tempo e o uso normal do aparelho, tendem a perder progressivamente a capacidade de armazenar energia. Em sendo esse o caso, só resta ao usuário decidir se é mais conveniente substituir a bateria ou o próprio aparelho.

No festejado sistema operacional para dispositivos móveis da Google (Android), um arquivo chamado Battery Stats indica a capacidade da bateria e monitora em tempo real seu nível de carga ─ aliás, é com base nas informações armazenadas em data/system/batterystats.bin que aparelho entra no modo de economia de energia, quando diversos recursos são desativados (dentre os quais a sincronização automática, o Wi-Fi, o Bluetooth, o alerta vibratório, etc.) e outros, reconfigurados (como o brilho do display, a luz frontal, o tempo de timeout, etc.) antes de a energia remanescente caia a níveis críticos e o telefone ser finalmente desligado. No caso de o Battery Stats se corromper e passar a exibir dados imprecisos, levando à interrupção da recarga antes que a bateria alcance seu potencial máximo, ou ao desligamento automático quando ainda há carga suficiente para operar por mais algum tempo, tente o seguinte:
  • Ligue o aparelho, coloque-o para carregar e aguarde o sinal indicativo de carga completa.
  • Desconecte o carregador e desligue o aparelho.
  • Torne a conectar o carregador e, mantendo o aparelho desligado, aguarde até que a mensagem de carga completa seja exibida novamente.
  • Desconecte o carregador, ligue o aparelho, ajuste as configurações do aparelho de modo que a tela fique permanentemente iluminada (na falta dessa opção, selecione o maior tempo de espera possível), reconecte o carregador e aguarde o sinal de carga completa.
  • Torne a desconectar o carregador, use o aparelho até que ele seja desligado automaticamente, conecte novamente o carregador e aguarde (mais uma vez) o aviso de carga completa.
  • Reajuste o timeout conforme sua preferência e use o aparelho normalmente.
Se você tiver rooteado (*) seu aparelho, utilize a alternativa a seguir:
  • Baixe e instale o app Battery Calibration.
  • Carregue totalmente a bateria.
  • Abra o Battery Calibration e confira se o parâmetro “mV”, ao lado da porcentagem, continua subindo. Caso afirmativo, mantenha o aparelho na carga até que o valor em questão estabilize.
  • Toque no botão Battery Calibration e em seguida reinicie o aparelho, para que o arquivo Battery Stats seja sobrescrito por uma nova versão com os dados atualizados.
Se isso não funcionar, acesse o Modo Recovery do seu aparelho e, na seção Advance, selecione a opção wipe battery stats, que apagará os dados armazenados por ocasião de uma calibragem feita anteriormente ou pela implementação de uma Custom ROM (**). Feito isso, esgote a bateria, desligue o aparelho e proceda a uma recarga completa sem interrupções. Ao final, torne a ligar o aparelho (sem desconectá-lo do carregador), execute o Battery Calibration e assim que lhe for exibida a mensagem calibration succedeed, clique em OK, remova o carregador e encerre o programinha.

(*) Não faltam tutoriais na Web – inclusive em vídeo – ensinando a rootear smartphones. O procedimento consiste basicamente em baixar e instalar no PC os drivers do gadget e o aplicativo que será usado no processo (há miríades de programinhas, tanto pagos quanto gratuitos, mas é importante escolher um que seja indicado para a marca e modelo do seu aparelho e respectiva versão do sistema). Ao final, é só conectar o telefone ao computador via cabo de dados e seguir as instruções do tutorial.

(**Android é baseado no Linux e, na condição de open-source (software livre de código aberto), passível de modificações por usuários avançados, que retrabalham o kernel do sistema para criar versões alternativas, conhecidas como CUSTOM ROMs, que ampliam os recursos e funções do programa original, aprimoram o desempenho mediante overclocks (para saber mais sobre esse “veneno” via software, reveja as postagens publicadas em 18 24 de março de 2009), e por aí vai. Algumas Custom ROMs baseadas no AOSP (Android Open Source Project) chegam a ser melhores do que as versões disponibilizadas pelos fabricantes dos aparelhos, mas isso já é uma história que fica para outra vez.  

E como hoje é sexta-feira:

Novos vírus que estão atazanando os usuários de computador:

Vírus IR: Para cada arquivo salvo, ele ocupa o correspondente a 27,5% do tamanho do HD.

Vírus Repartição Pública: Subdivide o HD em centenas de partições que não funcionam direito, mas que resistem estoicamente à exclusão.

Vírus Funcionário Público: Ameaça travar seu sistema sempre que você tenta apagar arquivos inúteis.

Vírus Politicamente Correto: Não admite ser chamado de vírus; prefere micro-organismo eletrônico.

Vírus Pró-Aborto: Deleta a última versão de cada arquivo salvo no dia.

Vírus Elvis Presley: Torna o computador gordo, lento e preguiçoso e ao final o leva à autodestruição.

Vírus Nike: Simplesmente faz!

Vírus Star Trek: Chega onde nenhum vírus chegou antes.

Vírus Assistência Técnica: Testa seu sistema por uma semana. Neste período, o computador fica totalmente indisponível. Não encontra nenhum defeito e depois manda uma conta de 300 reais.

Vírus PM: Apaga aleatoriamente arquivos indefesos.

Vírus Adão e Eva: Ataca apenas o Mac OS.

Vírus CPI: Alerta o usuário sobre a ação de outros vírus enquanto se apropria de todos os recursos do sistema.

Vírus Sertanojo: É conhecido por uma vasta gama de nomes, mas sempre ataca da mesma forma, produzindo sons enjoados e repetitivos. É da mesma família dos Vírus Pagode, Lambada e afins.

Abraços a todos e até mais ler.  

quinta-feira, 16 de julho de 2015

COMO RECALIBRAR O SENSOR DA BATERIA (TECNOLOGIAS ÍON DE LÍTIO E POLÍMERO DE LÍTIO)

PIORAR PARA DEPOIS MELHORAR É MELHOR DO QUE PIORAR PARA DEPOIS FICAR AINDA PIOR.

Ao contrário das antigas baterias à base de Níquel Cádmio e de Hidreto Metálico de Níquel, os modelos usados atualmente não estão sujeitos ao famigerado efeito memória (*), e por isso podem ser recarregados a qualquer momento, a critério do usuário, certo?

Numa única palavra, a resposta é sim, mas o assunto é controverso. A rigor, não existe unanimidade nem mesmo quanto à melhor tecnologia ─ note que concorrentes icônicos como o Galaxy e o iPhone usam baterias à base de Íon de Lítio e de Polímero de Lítio, respectivamente. No entanto, quando já se buscam alternativas comercialmente viáveis para aumentar a autonomia cada vez menor dos nossos gadgets (mais detalhes na postagem da última quinta-feira), surpreende o fato de alguns fabricantes continuarem recomendando a execução de descargas e recargas completas em intervalos regulares (note que tampouco existe consenso em relação a essa periodicidade).

Observação: Tanto o Li-Ion quanto o Li-Po têm como base o Lítio, que, dentre os metais conhecidos, é o mais leve e o que apresenta melhor potencial eletroquímico e relação peso/capacidade energética. As baterias de íon de lítio são mais baratas que as de polímero de lítio, mas estas últimas oferecem reserva de carga igual ou superior com peso e dimensões menores, conquanto suportem menos ciclos de carga ─ nada é perfeito, afinal de contas.    

Fato é que essas baterias integram um pequeno chip controlador, destinado a gerenciar sua capacidade de carga, e que, caso as recargas sejam feitas quando ainda existe energia remanescente, o percentual correspondente acaba deixando de ser "enxergado" pelo controlador, o que dá ao usuário a impressão de que a autonomia do aparelho diminuiu. Então, para tirar a cisma, alguns especialistas sugerem recalibrar o controlador, o que consiste basicamente em usar o aparelho até que ele seja desligado automaticamente, e em seguida recarregar totalmente a bateria.

Se o medidor que fica na Área de Notificação do sistema deixar de exibir corretamente o nível de carregamento da bateria, você pode recalibrar o respectivo leitor da maneira sugerida no parágrafo anterior, mas para isso você terá de modificar os parâmetros do gerenciamento de energia do Windows para permitir que a bateria seja totalmente descarregada. Em vista disso, e considerando que o processo leva algumas horas para ser concluído, sugiro levá-lo a efeito quando você não tiver nenhum trabalho pendente que exija o uso do computador. Satisfeito esse pressuposto, basta fazer o seguinte:  

·        Desligue o computador.
·        Conecte o adaptador AC (carregador) e aguarde o aviso de que a recarga foi concluída (geralmente um led indicativo acende ou muda de cor; consulte o manual do seu aparelho).
·        Pressione o botão Power (liga/desliga) para inicializar o computador.
·        Pressione a tecla F8 repetidamente para acessar as opções de inicialização avançadas.
·        Quando o menu em questão for exibido na tela, use as setas de teclado para selecionar a opção que inicia o computador no MODO DE SEGURANÇA e pressione Enter.
·        Desconecte o adaptador da tomada e deixe a bateria descarregar completamente (quando o nível de carga chegar ao mínimo estabelecido pelo fabricante, o computador será desligado automaticamente).
·        Reconecte o adaptador, aguarde o sinal indicativo de carga completa e então torne a ligar o computador, que já poderá ser usado normalmente.

Ao cabo desse processo, a bateria estará calibrada e a leitura do nível de carga deverá ser precisa. Amanhã veremos como recalibrar a bateria de um smartphone com sistema operacional Android. Abraços a todos e até lá.

(*) Chamamos "efeito memória" à redução da capacidade de armazenamento que as baterias de níquel-cádmio e hidreto metálico de níquel costumavam apresentar quando eram recarregadas antes de serem totalmente esgotadas.  

quarta-feira, 15 de julho de 2015

MAIS SOBRE BATERIAS E COMO RECALIBRAR O MEDIDOR DE CARGA NO WINDOWS E NO ANDROID

NÃO BASTA CAMINHAR; É PRECISO CAMINHAR NA DIREÇÃO CERTA.

Vimos que é possível ter uma ideia aproximada da autonomia da maioria dos gadgets dividindo a amperagem da bateria pelo consumo do aparelho, embora isso não nos ajude a descobrir por quanto tempo nosso smartphone é capaz de manter uma chamada de voz ativa, por exemplo, ou nosso tablet, de exibir vídeos em streaming. Para obter informações (superestimadas) sobre a autonomia desses aparelhos, basta folhear os respectivos manuais do usuário, que apresentam informações baseadas em "condições ideais" que nada têm a ver com nosso quotidiano. Demais disso, também como vimos no transcurso desta sequência, não faltam aplicativos destinados a gerenciar a bateria, apontar os vilões do consumo, encerrar tarefas gulosas executadas desnecessariamente em segundo plano, e por aí vai, mas isso dificilmente ajuda a decidir qual aparelho se adéqua melhor ao nosso perfil à luz da autonomia teórica provida pela bateria.

Em tese, é possível comparar baterias a partir de suas amperagens ─ uma bateria de 3.000 mAh, por exemplo, dobra a autonomia em relação a um modelo de apenas 1.500 mAh ─, mas na prática a teoria costuma ser outra.

Observação: Para quem não está lembrado, o mAh (miliampère/hora) é um submúltiplo do Ah (ampère/hora) e corresponde a 3,6 coulombs (ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora). Vale ressaltar que essa grandeza na quantifica a "potência" da bateria (que costuma ser expressa em joule ou watt/hora), mas sim sua capacidade de fornecer energia (que, em última análise, corresponde à autonomia do aparelho que ela alimenta).

O "X" da questão são as diferenças do consumo energético dos celulares, tablets, notes e assemelhados, que variam conforme o perfil de cada usuário e as tarefas impostas a cada aparelho. Daí a maioria das dicas que vimos nas postagens anteriores envolverem basicamente o uso balanceado dos recursos e a desativação de funções que se revelam desnecessárias durante a maior parte do tempo (quantas vezes você já pareou seu smartphone com outro aparelho para transferir um arquivo via Bluetooth?).

Outro fator digno de nota é a tecnologia usada por cada fabricante no desenvolvimento de seus produtos. Traçando um paralelo com a indústria automobilística, temos que o velho motor de 1.493 cm3 que equipava o "Fuscão 1500" (lançado pela VW em 1970) produzia modestos 52 CV a 4.600 RPM, ao passo que o propulsor de 999 cm3 que equipa o Gol 1.0 gera 76 CV a 5.250 RPM (ou 112 CV quando equipado com um turbocompressor).

Fato é que, ao comparar gadgets considerando somente as especificações técnicas de suas baterias, você nem sempre levará para casa o modelo com maior autonomia. Isso se deve em parte à configuração de hardware ─ os componentes variam de um modelo para outro, como também a quantidade de energia elétrica que cada um deles utiliza para funcionar ─ mas principalmente ao perfil do usuário. Isso sem mencionar que dois aparelhos de marca e modelo idênticos podem apresentar autonomias distintas quando equipados com chips de operadoras diferentes ─ o que não chega a surpreender se retomarmos nossa analogia com os automóveis, pois um mesmo veículo pode apresentar diferenças de rendimento (tanto no desempenho quanto no consumo) se abastecido em postos diferentes e, principalmente, se dirigido por motoristas diferentes.          

Observação: O software também desempenha um papel fundamental no consumo energético. A propósito, vale mencionar que a adoção da versão Mavericks do iOS aumentou a autonomia dos MacBooks, dispensando a Apple de modificar o hardware ou substituir a bateria por um modelo de maior capacidade. Outro aspecto digno de nota são os apps, ou mais exatamente a maneira como eles são utilizados. Não há bateria que resista por muitas horas com a conexão móvel com a Internet, programinhas como o Facebook e o Instagram e a atualização automática de apps ativos e operantes durante todo o tempo.

Para não estender demasiadamente esta postagem, veremos amanhã o que é calibrar a bateria e como fazê-lo no Windows e no Android. Abraços a todos e até lá.   

terça-feira, 14 de julho de 2015

DICAS PARA AUMENTAR A AUTONOMIA E A VIDA ÚTIL DAS BATERIAS (continuação)


UM HOMEM DE SUCESSO É O QUE GANHA MAIS DINHEIRO DO QUE SUA MULHER CONSEGUE GASTAR; UMA MULHER DE SUCESSO É A QUE CONSEGUE ENCONTRAR UM HOMEM DESSES.

Mutatis mutandis, o que foi dito no post anterior em relação a notebooks vale também para smartphones e tablets, lembrando que, nesse segmento específico, quem reina é o Android (com quase 55,68% de participação, contra 29,78% do iOS e 1,9% do SO da Microsoft, conforme dados da StatCounter GlobalStats, de março deste ano). A propósito, vale lembrar também que os ajustes disponibilizados por esses gadgets podem diferir tanto na nomenclatura quanto na localização dos comandos nos menus, de acordo com a marca, o modelo, o sistema operacional e respectiva versão. Assim, é de importância fundamental ler o manual de instruções do seu aparelho, preferencialmente na versão digital (geralmente na forma de um arquivo .PDF), onde as informações costumam ser mais completas e detalhadas do que no folheto impresso (foi-se o tempo dos livretos, infelizmente). Feitas essas ressalvas, passemos às considerações conceituais e dicas práticas. Acompanhe:

·        Os aparelhos de marcas bem conceituadas no mercado trazem baterias e carregadores homologados pelos respectivos fabricantes, e é recomendável manter esse padrão de qualidade se for preciso substituí-los (situação em que a compra deve ser feita numa loja regularmente estabelecida, mediante nota fiscal). Como dito alhures, capinhas, películas de proteção do display e outras "perfumarias" podem ser compradas no mercado informal, já que, nesse caso, a economia não implica em riscos para a segurança.
·        Devido à baixa amperagem da tomada 12V do carro e das portinhas USB do computador, prefira plugar o carregador numa tomada da rede elétrica e, se possível, manter o aparelho desligado durante a recarga.
·        Mantenha os conectores da bateria e do respectivo compartimento livres de poeira e outras impurezas que possam prejudicar o contato (use um pincel umedecido em álcool isopropílico para limpar e um pano macio para secar).
·        Telas grandes e taxas de resolução elevadas aumentam significativamente o consumo de energia, mas é possível obter alguma economia reduzindo o brilho da tela e o tempo de timeout (modo de espera). No caso específico dos celulares (dumbphones ou smartphones), vale manter o teclado bloqueado, de modo a evitar que a iluminação seja acionada acidentalmente. E se o aparelho dispuser de flash, não deixe de ajustá-lo para atuar somente em condições de pouca luminosidade.

Observação: Se seu gadget tiver uma tela AMOLED (como diversos modelos fabricados pela Samsung), utilize um fundo de tela escuro, pois essa tecnologia só ilumina os pixels coloridos (ou seja, deixa os pretos apagados e, consequentemente, reduz o consumo de energia quando se utiliza um fundo escuro).

·        Wi-Fi, Bluetooth, 3G/4G, NFC, GPS e avisos sonoros ou vibratórios que dão conta do recebimento torpedos, emails, e assemelhados são vorazes consumidores de energia e, portanto, devem ser ativados somente em situações de real necessidade. Adicionalmente, vale configurar um ringtone como alerta de chamada e deixar o vibracall para situações ou ambientes onde “não cai bem” o aparelhinho berrar o hino do Timão ou outro toque musical de gosto igualmente discutível (note que, em termos de consumo, tanto faz usar os toques-padrão do aparelho quanto trechos de arquivos MP3, pois o que voga é o número de vezes que o toque é reproduzido até que o usuário atenda a chamada).
·        Quanto mais aplicativos ativos, maior o consumo de energia. Habitue-se a encerrar tudo o que estiver sendo executado desnecessariamente em segundo plano e a proceder manualmente à sincronização de emails, redes sociais, etc.

Observação: O Android oferece uma visão geral do consumo de bateria de cada aplicativo e de cada processo. Para conferir, abra o menu Configurações, selecione Bateria e veja a lista dos apps mais esfaimados. Limpar o cache dos gulosos pode ajudar, mas se não resolver, o jeito será você deletar o aplicativo e procurar um similar que consuma menos energia.

·        Baterias recarregáveis suportam um número limitado de recargas, ao final do qual se tornam incapazes de armazenar energia. Se sua bateria começar a pedir recargas com frequência cada vez maior, o melhor a fazer é substituí-la com a possível urgência. Note que, ao contrário do que muitos acreditam e alguns querem fazer crer, ainda não se desenvolveu um programa capaz de restituir a funcionalidade a uma bateria desgastada pelo tempo, embora haja uma vasta gama de aplicativos, muitos deles gratuitos, que gerenciam o consumo e exibem diversas informações interessantes, mas nada além disso.
·        Volto a lembrar que baterias de íon de lítio não estão sujeitas ao efeito memória, e, portanto, você não deve esgotá-las totalmente antes de recarregá-las (aliás, isso nem é mais possível, pois os aparelhos de fabricação recente desligam-se automaticamente quando o nível de cai para algo em torno de 5%, de maneira a não comprometer a vida útil do componente). Todavia, se sua bateria deixar de segurar carga, experimente realizar dois ciclos seguidos de carga e recarga completas (isso nem sempre resolve o problema, mas a tentativa é válida).
·        A despeito do muito que se diz, não há provas cabais de que carregar totalmente uma bateria de íon de lítio prejudique sua vida útil, mas a maioria dos (bons) carregadores interrompe o fluxo de energia quando o nível de carga atinge de 90% a 95%, visando prevenir superaquecimentos e sobrecargas indesejáveis. Como seguro morreu de velho, desligue o cabo da tomada tão logo o aviso de carga completa seja exibido.
·        Há ocasiões em que pode ser preciso checar emails em trânsito, embora seja enfaticamente recomendável deixar para fazer isso a partir do PC de casa ou do trabalho. E o mesmo se aplica a navegar na Web, trocar recadinhos via programas mensageiros, assistir a vídeos em streaming, ouvir música em rádios online e realizar atividades que tais, pois o tráfego de dados é um ávido consumidor de energia.
·        Diversos aplicativos prometem gerenciar o consumo de energia, mas a maioria deles não passa de simples "task killers". Se seu smartphone for baseado no Android, experimente o DEEP SLEEP BATTERY SAVER, que mesmo na versão gratuita oferece cinco perfis diferenciados, sendo um deles personalizável.
·        Se você não for usar seu telefone por longos períodos (durante um semestre sabático num vale tibetano, por exemplo), desligue-o, retire a bateria e guarde tudo num local fresco e seco. Note que o ideal é que a carga da bateria esteja pela metade (guardá-la "seca" ou totalmente carregada pode prejudicar sua capacidade de armazenamento).
·        É essencial manter o software do seu portátil devidamente atualizado (aliás, na hora de optar por este ou aquele aparelho, dê preferência a versões mais recentes do SO, ainda que o impeça de aproveitar eventuais promoções). No entanto, o download automático das atualizações dos aplicativos (configuração padrão dos aparelhos baseados no Android) não só consome bateria como também esgota mais rapidamente a franquia do seu plano de internet móvel. Então, acesse as Configurações do Play Store e marque Não atualizar apps automaticamente ou Atualizar apps automaticamente somente via Wi-Fi, a seu critério.
·        Lembre-se de que smartphones e tablets são, essencialmente, computadores, e a quantidade de malwares dirigidos a essa plataforma vem crescendo a passos de gigante, justificando amplamente a adoção de uma ferramenta de proteção adequada. E na condição de SO mais popular para dispositivos móveis, o Android é o principal alvo dos cibercriminosos (segundo a empresa de segurança russa Kaspersky, mais de 90% das ameaças atuais são direcionadas a essa plataforma). Então, seja seletivo ao instalar apps, e procure fazê-lo preferencialmente a partir do Google Play Store (clique em Aplicativos e toque no ícone Play Store). Caso seu portátil seja um iPhone ou um iPad, baixe os programinhas da Apple Store; se for um aparelho baseado no Windows, recorra à loja virtual da Microsoft.

Observação: Eu, particularmente, uso e recomendo o PSafe, que oferece proteção contra pragas digitais, gerencia aplicativos, exclui arquivos desnecessários, bloqueia ligações e mensagens de números indesejáveis, monitora o consumo de carga, ajuda a encontrar o telefone em caso de perda, furto ou roubo, e por aí vai.

Abraços a todos e até amanhã.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

DICAS PARA AUMENTAR A AUTONOMIA E A VIDA ÚTIL DAS BATERIAS

ENGANAR ALGUÉM É TERRÍVEL, ESPECIALMENTE QUANDO ESSE ALGUÉM DESCOBRE QUEM O ENGANOU.

Como ficou implícito no post anterior, devemos nos dar por felizes quando conseguirmos manter nossos smartphones longe da tomada durante um dia inteiro (nos notebooks, a autonomia costuma ser ainda menor, chegando, com sorte, a 3 horas de uso intenso). No entanto, é possível tornar esse cenário menos sombrio mediante alguns ajustes  cujo acesso pode variar conforme a marca e o modelo do aparelho e respectivo sistema operacional, razão pela qual é importante você consultar o manual de instruções. A título de exemplo, vejamos como proceder num notebook com Windows 7:
  • Acesse as Opções de Energia (via Painel de Controle) e mude a configuração padrão – geralmente Equilibrado (recomendável) – para Economia de Energia. 
  • Clique em Alterar configurações do plano para ajustar o brilho na tela, o modo de espera e o desligamento do vídeo, que impactam significativo a autonomia da bateria.
  • Em Alterar configurações de energia avançadas, você pode fazer uma porção de ajustes adicionais (para obter detalhes sobre cada um deles, pressione tecla F1). Ao concluir as modificações, lembre-se de clicar em OK e em Salvar alterações.
  • Se quiser estabelecer um esquema de energia personalizado, clique em Criar um plano de energia (na coluna à direita da tela das Opções de Energia), selecione um dos planos de economia da lista, defina um nome para ele e, faça os ajustes desejados e confirme.
Observação: Caso as alterações não lhe agradem, siga os mesmos passos e clique no link Restaurar configurações padrão deste plano.

Você pode melhorar a performance do note e, de quebra, economizar energia clicando em Iniciar, digitando desempenho na caixa de pesquisas e selecionando a opção Ajustar a aparência e o desempenho do Windows. Na telinha que se abrir, escolha a opção Ajustar para obter um melhor desempenho e clique em Aplicar (se preferir, faça o ajuste manualmente e deixe marcadas somente as caixinhas correspondentes aos recursos desejados). Igualmente recomendável é desconectar pendrives ociosos, remover CDs ou DVDs do drive óptico, desativar a conexão Wi-Fi e o Bluetooth quando esses recursos não estiverem em uso, encerrar todos os programas desnecessários e evitar sempre que possível rodar aplicativos pesados ─ tais como games radicais e softwares de editoração de imagens ─ quanto o aparelho estiver sendo alimentado pela bateria. Demais disso, jamais acomode o note sobre colchas, cobertores, almofadas, travesseiros ou o que quer que possa obstruir os dutos de ventilação localizados em sua face inferior, pois a dissipação do calor demandará a ação constante dos coolers e resultará num aumento expressivo do consumo de energia. Por último, mas nem por isso menos importante, desligue o computador quando terminar de usá-lo, ou automatize esse processo através das configurações avançadas de energia. Para isso:
  • Clique em Iniciar > Painel de Controle > Opções de Energia. 
  • Na coluna à esquerda, clique no link Escolher a função do fechamento da tampa e faça os ajustes desejados. Note que é possível escolher ações diferentes conforme o regime de alimentação (na bateria ou conectado). Ao final, pressione o botão Salvar alterações.
  • Clique no link Escolher tempo para desligar o vídeo e estabeleça os parâmetros adequados (também neste caso é possível definir intervalos diferentes conforme o regime de alimentação).
  • Ajuste o tempo (em minutos) que o Windows deve aguardar antes de esmaecer/desligar o vídeo e suspender a atividade do computador, e aproveite o embalo para ajustar também o brilho da tela (sugiro mover a barra deslizante até a metade na bateria e até o final na tomada). Concluídos os ajustes, lembre-se de pressionar o botão Salvar alterações. 
  • Clique em Alterar configurações de energia avançadas e no sinal de adição (+) ao lado de cada item para explorar as opções de ajustes adicionais do plano de energia que você implementou (veja detalhes na figura que ilustra esta postagem). Quando concluir as reconfigurações, clique em Aplicar e em OK para validá-las.
Observações importantes:

Remover a bateria quando o note estiver sendo usado como substituto do computador de mesa ajuda a prolongar sua vida útil, mas mantê-la a postos protege seu trabalho (e o próprio HD) de possíveis problemas decorrentes de uma inesperada interrupção no fornecimento de energia. 

- Jamais remova ou reinstale a bateria com o notebook ligado, mesmo que ele esteja no modo de espera (isso pode travar o sistema e até mesmo causar danos ao hardware). Só o faça com o aparelho hibernando ou totalmente desligado (e com o cabo de força desconectado da tomada).

Por hoje é só, pessoal. Abraços a todos e até a próxima.