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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

WINDOWS 10 — OUTRAS DICAS QUE VALE A PENA VOCÊ CONHECER

ATÉ OS CHEFES TÊM CHEFES.

O Win10 oferece três modos de exibição da interface: claroescuropersonalizado. O que nos leva à décima primeira dica. 

Como na maioria das dicas anteriores, o acesso a esse ajuste é feito a partir da janela das ConfiguraçõesClique em Personalização > Cores e faça as modificações desejadas.

A próxima dica trata da Área de transferência em nuvem, que, na verdade, resulta em duas dicas. 

Através do atalho de teclado Win+V (sendo "Win" a tecla com o logo do sistema), você visualiza o histórico da área de transferência do Win10 (mais detalhes nesta postagem). Ativando a sincronização, você consegue copiar coisas no seu PC ou notebook e colá-las em outros dispositivos. Para ativar esses dois recursos, acesse Configurações > Sistema > Área de Transferência

Observação: A ferramenta de captura de tela do Win10 foi aprimorada em uma das atualizações de versão disponibilizada desde seu lançamento, em meados de 2015. A partir de então, ela passou a oferecer mais recursos de captura além do velhos e conhecidos PrtScr (que tira um instantâneo da tela) e Alt+PrtScr (que captura apenas o conteúdo exibido em primeiro plano). Para saber mais acesse esta postagem.

Se você pressionar ao mesmo tempos as teclas logo do WindowsPrtScr, o sistema salvará automaticamente a captura (na pasta Capturas de Tela e no formato .PNG). É mais simples salvar a tela assim do que pressionar PrtScr, abrir o Paint (ou outro editor de imagens qualquer), colar o print lá e salvar num dos formatos de arquivo disponíveis. E mais: pressionando Win+Shift+S você terá acesso a recursos mais sofisticados, como captura retangular, recorte livre, etc.

A próxima dica tem a ver com as atualizações do sistema via Windows Update. Esse assunto mereceria um capítulo à parte se a gente não o tivesse esmiuçado em outras oportunidades, mas não custa relembrar (mais uma vez) a importância de manter o software do computador up to date (tanto o sistema quanto seus componentes e os aplicativos "não-Microsoft", que não são contemplados pelo WU). Tenha em mente que computador seguro é computador desligado, mas isso não significa que seus dispositivos computacionais (isso inclui seu smartphone) não fique ainda mais inseguros se você simplesmente der de ombros para as atualizações de software.  

Observação: Eu me sinto um idiota gastando saliva com gente que se recusa a tomar vacina (não estou dizendo que seja o seu caso, caro leitor) mesmo depois que quase 700 mil pessoas morreram de Covid no Brasil, e que os casos mais graves afetam justamente quem não se vacinou... Eu até poderia dizer que cada um tem o direito de escolher de qual borda da Terra plana vai pular para o inferno, mas não acho justo alguém ser filho da puta e querer que os outros arquem com o ônus dessa filhadaputice.

Quando promoveu o Windows a serviço, a Microsoft implementou uma política de atualizações semestrais de conteúdo e manteve as atualizações mensais de qualidade (Patch Tuesday). O problema é que "os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito": todas as atualizações semestrais (e um ou outro Patch Tuesday) deram muita dor de cabeça a muita gente, ainda que não à totalidade da base de usuários do Win10

Nos tempos de antanho, sempre que uma nova versão do Windows era lançada (e a gente precisava adquirir a mídia de instalação para atualizar o computador), eu recomendava fazer a evolução depois do primeiro Service Pack (“pacote” que reunia todas as atualizações criadas desde o lançamento de uma determinada versão ou do service pack anterior; a título de ilustração, o Windows XP foi alvo de 3 Service Packs ao longo de seus 12 anos de vida útil). 

Com o lançamento do Win10 como serviço, os SPs deixaram de existir e, para piorar, durante algum tempo os usuários da Home Edition não tinham como driblar as atualizações automáticas (até tinham, mas a maneira de fazer isso era um tanto complicada). Sensível ao problema dos bug em seus patches, a Microsoft voltou atrás e passou a permitir o adiamento das atualizações por um período de 7 a 35 dias — tempo mais que suficiente para a empresa corrigir as falhas e que tais. 

Observação: Para retardar a instalação dos KBs, clique em Configurações > Atualização e Segurança > Windows Update > Pausar atualizações e, em “opções avançadas”, faça os ajustes que desejar.

A próxima dica pode ser sua tábua de salvação quando e se você precisar reinstalar seu sistema e não tiver uma cópia de segurança à mão (PCs de grife costuma trazer os arquivos de instalação armazenados numa pequena partição criada no HDD justamente para esses casos, mas essas coisas nem sempre funcionam quando a gente mais precisa delas, daí ser recomendável dispor de um "disco de resgate"). 

A boa notícia é que você pode reinstalar o Win10 usando a "nuvem" da Microsoft. Mas tenha em mente que essa opção reinstala a versão do sistema que estava rodando no seu PC, mas não o desobriga de proceder às devidas atualizações, reconfigurações e personalizações para deixar tudo como era antes no Quartel de Abrantes — e nem de manter um backup atualizado de seus arquivos importantes.  

Tomadas essa providências, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e Segurança > Recuperação. Quando a janela de recuperação se abrir, você terá duas opções: baixar o Windows pela nuvem ou reinstalar de maneira local (a partir de um dispositivo ou disco). Siga as instruções na tela (ou obtenha mais informações nesta postagem) e boa sorte.

Continua...

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

SOBRE A APOSENTADORIA COMPULSÓRIA DO WINDOWS 10

A INCERTEZA QUE ESVOAÇA DESGRAÇA MAIS QUE A PRÓPRIA DESGRAÇA.

O Windows 11, lançado oficialmente na última terça-feira, terá seu modelo de manutenção ajustado — uma atualização de recurso anual, com 36 meses de suporte, substituirá o antigo Windows 10 como o repositório do novo. O Win10, por seu turno, que foi originalmente apresentado como uma ruptura revolucionária com o passado na forma de manutenção, pode encerrar sua carreira, em outubro de 2025, com "a cara" do Windows 7.

Quando anunciou a nova versão de seu festejado sistema, em junho, a Microsoft fez questão de dizer aos clientes que lançará uma atualização de recursos do Windows 1021H2 — em paralelo com a distribuição dos arquivos de upgrade para o Win11.

O Windows 10 21H2 não deve ser pródigo em novos recursos e funcionalidades. Aliás, a Microsoft não deu detalhes sobre como oferecerá suporte a essa versão ao longo dos próximos quatro anos. Ela limitará as atualizações às correções mensais de segurança? Algum novo recurso aparecerá em atualizações futuras após 21H2? "The answer, my friend, is blowing in the wind".

Mas o fato é que a empresa de Redmond terá que fazer algo, porque o suporte restante garantido aos clientes se estende além do suporte fornecido por quaisquer atualizações lançadas ou anunciadas. O Windows 10 21H2 Enterprise deverá ser aposentado em maio de 2024, ao passo que as edições 21H2 Home e 21H2 Pro terão suporte até maio de 2023 — o déficit de 18 meses (Enterprise) ou 30 meses (Home & Pro) terão que ser compensados de alguma forma, e a Microsoft pode fazer isso com alguns toques no teclado: se ela não quiser lançar atualizações de recursos após o 21H2, tudo que precisa fazer é mover os prazos de suporte dos vários SKUs para outubro de 2025.

Nada impede a Microsoft de continuar atualizando o Win10, mesmo que essas atualizações não sejam exatamente pródigas em novas funcionalidades ou recursos. Mas isso iria contra "a natureza" da empresa. Quando lançou um novo Internet Explorer, por exemplo, ela continuou a corrigir as versões anteriores, mas deixou de lhe acrescer novos recurso, de maneira a "induzir" os usuários a migrar para a versão mais recente. E o mesmo deverá acontecer com o Windows 10.

O anúncio do Win11 foi uma sentença de morte para seu antecessor — ou a aposentadoria compulsória da edição lançada em 2015 como a "versão definitiva" do sistema operacional mais popular do planeta. A partir de agora, qualquer esforço de desenvolvimento focará o Win11. Nos próximos quatro anos, o Ten receberá atualizações de segurança na segunda terça-feira de cada mês (Patch Tuesday), mas dificilmente receberá novos recursos ou funcionalidades.

Esse é exatamente o modelo adotado para o Windows 7 desde sua aposentadoria, em 2009, até o início de 2020. Ironicamente, será nos próximos anos que o comportamento de serviço do Windows 10 se tornará o que alguns usuários comerciais exigiam antes mesmo do lançamento do sistema operacional, seis anos atrás. A Microsoft deu a eles o que eles queriam na forma da edição LTSB (Long-term Servicing Branch), posteriormente alterada para LTSC, com o canal substituindo o Branch. Alguns anos depois, a Microsoft arrebatou o LSTB/LTSC dos clientes, principalmente.

Com o lançamento do Win11, a Microsoft cedeu às pressões comerciais, reduzindo os lançamentos de atualização de recursos para um por ano e estendendo o suporte Enterprise/Education para 36 meses. Para quem estiver insatisfeitos com a maneira como a manutenção do Windows funcionou, o jeito será manter o Windows 10 e sua nova manutenção no estilo Seven até o final de 2025 — ou até 2028, caso a Microsoft lhe ofereça suporte estendido.

Resta saber quando virá o Windows 12 e como será sua política de atualizações. 

Quem viver verá. 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

ATUALIZAÇÃO CRÍTICA CORRIGE FALHA DE SEGURANÇA PRINTNIGHTMARE NO WINDOWS 10

O AMOR NÃO DEIXA VOCÊ SEM FÔLEGO. O NOME DISSO É ASMA.

Vazou na Web um tutorial que ensina a explorar uma falha de segurança conhecida como PrintNightmare, através da qual hackers podem utilizar o serviço Windows Print Spooler do Windows para instalar programas, visualizar e excluir dados e até mesmo criar novas contas de usuário com prerrogativas de administrador.

Dada a gravidade do problema, a Microsoft liberou em caráter emergencial o patch que corrige a falha no Win10 nas versões 2004 e posteriores e no Win7 (embora não seja mais suportado, o Seven continua ativo e operante em 16% dos PC Windows) e está providenciando correções para as edições 2012 e 2016 do ServerWindows 10 versão 1607.

A atualização baixada via Windows Update exibe a seguinte informação: "2021-07 Atualização cumulativa do Windows 10 Version 21H1 para sistemas operacionais baseados em x64 (KB5004945)". Por ser uma atualização cumulativa, ela corrige também problemas de segurança anteriores. 

Quem utiliza o Win10 1909 receberá o KB5004946; no caso do Win10 versão 1809 do Windows Server 2019, o patch é o KB5004947. Confira abaixo a lista completa das atualizações para as várias versões do sistema:

Versão 21H1, 20H1, 2004 - KB5004945 (Compilação 19043.1083).

Versão 1909 - KB5004946 (Compilação 18363.1646).

Versão 1809 e Windows Server 2019 - KB5004947 (Compilação 17763.2029).

Versão 1803 - KB5004949

Versão 1507 - KB5004950.

Windows 8.1 e Windows Server 2012 - KB5004954 e KB5004958 (somente segurança).

Windows 7 SP1 e Windows Server 2008 R2 SP1 - KB5004953 e KB5004951 (somente segurança)

Windows Server 2008 SP2 - KB5004955 e KB5004959 (somente segurança).

Para conferir se seu Windows conta com a atualização crítica em questão, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e Segurança > Exibir histórico de atualização. Caso o patch não figure na lista, clique em Verificar se há atualizações e aguarde o resultado. 

Se a atualização não aparecer, instale-a manualmente a partir do "Catálogo Microsoft Update". Basta acessar o catálogo, clicar no botão "transferir" ao lado da versão compatível com seu software, dar um clique direito sobre o link que será exibido, escolher "salvar como" e direcionar o download para sua área de trabalho e, ao final, executar o arquivo de instalação.

Aproveito o ensejo para comentar que o update do Win10 para a versão 21H1 — que foi incluído pela Microsoft no Patch Tuesday de maio passado — passou de opcional para compulsório. Segundo a empresa, isso se deve ao fato de que a versão 2004, lançada em maio de 2020, deixará de ser suportada a partir de dezembro deste ano.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

FINALMENTE O WINDOWS 11

SE PUDÉSSEMOS TER METADE DOS NOSSOS DESEJOS REALIZADOS, TERÍAMOS MAIS AFLIÇÕES DO QUE PRAZERES.

Como eu vinha adiantando desde o início do mês, a Microsoft realizou na manhã de ontem um evento online de apresentação do Windows 11, que começará a ser distribuído gratuitamente para usuários de PCs “qualificados” que rodem atualmente o Win10.

Os requisitos mínimos são 4GB de RAM, CPU 64 bit com dois núcleos e frequência de operação superior a 1GHz, tela HD (720p) maior que 9 polegadas, compatibilidade com UEFI, Secure Boot e TPM na versão 2.0 (volto a esse assunto numa próxima postagem). 

A atualização gratuita entrará em teste público na semana que vem (para usuários inscritos no programa Windows Insider) e será distribuída para toda a base de usuários entre o final deste ano e começo de 2022.

Observação: A Microsoft não divulga, mas quem roda o Win7 ou 8.1 ainda pode instalar o Win10 de graça e, consequentemente obter o Win11 gratuitamente, desde que o hardware seja compatível.

Quem tentou assistir ao evento enfrentou problemas de travamentos já nos primeiros minutos e, mais adiante, a transmissão ficou sem som. Mas ao fim e ao cabo não houve grandes surpresas, já que imagens da nova edição e informações sobre as principais novidades já tinham vinham sendo reveladas por sites e blogs especializados. 

Visualmente, o que mais chama a atenção é o novo Menu Iniciar, não tanto pelos cantos levemente arredondados, mas pelo botão estar no centro da Barra de Tarefas e pelo sumiço dos live tiles (blocos dinâmicos herdados do malfadado Win8), que passam a ser opcionais na nova versão. O recém lançado widget que agrega recursos como feed de notícias e previsão do tempo também continuará presente.

A Microsoft privilegiou usuários que trabalham com mais de um monitor (aproveitando inovações desenhadas para o abortado Windows10X, conforme eu disse em postagens anteriores). O novo sistema permite salvar todas as páginas abertas e restaurá-las na posição original quando os monitores forem reconectados. 

Um atalho para o Microsoft Teams foi adicionado à Barra de Tarefas, já que a popularidade desse serviço cresceu consideravelmente durante a pandemia. Além disso, a Microsoft Store não só será renovada como disponibilizará, por meio da Amazon Store, apps de Android capazes de rodar na nova versão do Windows, tornando a integração mobile/desktop ainda maior.

Para conferir se seu PC atende a essas exigências mínimas do Win11, baixe o app PC Health Check, que é fornecido pela própria Microsoft. Caso a migração não seja possível, a boa notícia é que o Win10 terá suporte até outubro de 2025. Já se você atualizar seu PC e se arrepender, terá 10 dias para fazer o downgrade. Após esse prazo, será preciso reinstalar o Win10 do zero.

Quem quiser testar o novo sistema poderá fazê-lo a partir da semana que vem, quando será liberada uma versão inicial do sistema através do programa Insider. E porque as atualizações frequentes do Win10 já deram muita dor de cabeça, a Microsoft decidiu manter o Patch Tuesday (atualização de qualidade descarregada todos os meses pelo Windows Update, sempre na segunda terça-feira), mas limitar os updates de conteúdo (que instalam novas versões) a um por ano, sempre no segundo semestre.

Volto com mais detalhes numa próxima oportunidade.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

DUAS PELO PREÇO DE UMA

QUEM AVISA AMIGO É.

Em meados de 2015, quando todo mundo achava que o sucessor do Windows 8/8.1 seria o Windows 9, a Microsoft lançou o Windows 10. Segundo a companhia, foi preciso “pular” o número 9 para evitar conflitos de compatibilidade, já que os desenvolvedores parceiros usavam a expressão “Windows 9” para diferenciar as versões 9.x/ME das que foram lançadas de 2001 em diante (WinXP e subsequentes). Coincidentemente, esse “detalhe” acabou com a farra dos cibercriminosos, que vinham oferecendo o “download gratuito do Windows 9” como com isca para induzir os incautos a clicar em links maliciosos.

Ao “promover” o Win10 a serviço (como já havia feito com a suíte MS Office), a Microsoft estabeleceu como política de atualização o lançamento de updates de conteúdo com periodicidade semestral — mas o primeiro só foi liberado em agosto do ano seguinte, quando o Win10 “soprou sua primeira velinha”, daí ele ser batizado de Windows 10 Anniversary Update.

ObservaçãoMicrosoft usa a palavra “build” (construção) para designar as atualizações mensais de qualidade que corrigem bugs, falhas críticas e brechas de segurança (elas ficaram conhecidas como “Patch Tuesday” porque são liberadas sempre na segunda terça-feira do mês). No âmbito do software, o termo “build” designa uma versão compilada de um programa, nada tendo a ver, portanto, com a versão do sistema. Por alguma razão, os usuários passaram a chamar de builds os updates semestrais de conteúdo (estes, sim, instalam as novas versões).

Especula-se que o lançamento do Windows 11 será anunciado no evento previsto para as 11h do próximo dia 24 (horário local do leste dos EUA). Até recentemente, imaginava-se que a versão 21H1 (Sun Valley), esperada para outubro deste ano, trouxesse uma porção de novidades (de cantos arredondados nas janelas dos programas a um menu Iniciar com partes flutuantes, passando por animações e ícones remodelados). 

Observação: Satya Nadella, CEO da Microsoft, disse tratar-se de “um dos updates mais significativos da última década”, e Yusuf Mehdi, executivo da big tech, que “nunca esteve tão empolgado com uma nova versão do sistema desde o Win95”. 

Como dito, a Microsoft não confirmou o lançamento do Win11, mas tampouco desmentiu os boatos. E botou mais lenha na fogueira vazando uma teaser  (que você pode ver na porção direita da figura que ilustra esta postagem) onde a sombra da janela não exibe a linha horizontal, formando duas colunas lado a lado que (para quem tem imaginação fértil) se assemelham ao número 11.

Mas há fundamento nos boatos. Quando mais não seja porque o Win10 completa seis anos em 29 de julho, o  que reforça a possibilidade de o Sun Valley ser, mais que uma atualização de versão, um sistema totalmente remodelado, o que justificaria a troca de nome para Win11, embora não se descarte a possibilidade de se chamar simplesmente Windows, sem qualquer número, e de os novos aprimoramentos serem implementados aos poucos, conforme, aliás, vem sendo feito já há algum tempo. 

Fato é que a Microsoft suspendeu o lançamento de novas builds pelo Dev Channel aos participantes do Windows Insider até a data da efeméride, talvez para realizar testes com o sistema que fornece atualizações e evitar que imprevistos aconteçam justamente na “hora H do dia D”. 

A quem interessar possa, o evento pode ser acompanhado ao vivo através deste link, lembrando que 11h00, pelo horário da costa leste dos EUA, corresponde a 12h00 no horário de Brasília.

A segunda parte desta postagem (para justificar o título) remete ao Voilà AI Artistque transforma selfies em desenhos tridimensionais e virou febre nas redes sociais. Segundo a empesa de cibersegurança Kaspersky, esse aplicativo pode comprometer a privacidade dos usuários, já que todas as fotos enviadas se tornam propriedade do desenvolvedor.

O fato de o programa dispor de um sistema de anúncios próprio sugere que a venda do material coletado não é a solução utilizada pelo desenvolvedor para monetização, mas quem utiliza esse tipo de software deve pôr as barbichas de molho: mesmo que o fabricante não utilize o material para ganho próprio, não está afastada a possibilidade de cibercriminosos invadirem seu banco de dados, e aí está feita a m***a, especialmente quando sistemas como o Internet Banking apostam cada vez mais em tecnologias de reconhecimento facial

ObservaçãoVoilà AI Artist funciona de maneira muito simples e utiliza recursos de inteligência artificial para transformar selfies em desenhos. Você precisa apenas escolher qual estilo de arte vai utilizar e enviar uma foto de sua galeria — ou mesmo tirar uma foto na câmera pelo próprio aplicativo — para obter o resultado em três versões. Aí é só salvar a arte na galeria do smartphone ou compartilhá-la nas redes sociais.

Como dizia meu avô, “quem avisa amigo é”.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

SEGURANÇA É UM HÁBITO...

O ASPECTO MAIS TRISTE DA VIDA DE HOJE É QUE A CIÊNCIA GANHA EM CONHECIMENTO MAIS RAPIDAMENTE QUE A SOCIEDADE EM SABEDORIA.

Segurança é um hábito e como tal deve ser cultivado. Kevin Mitnick, o papa dos hackers dos anos 1980, dizia que “computador seguro é computador desligado, mas um hacker competente será capaz de induzir o usuário a ligar o dispositivo (para então invadi-lo).

Observação: Não deixe de ler a Arte de Enganar, que Mitnick publicou em 2001, após passar cinco anos numa prisão federal. O livro traz diversas dicas (hoje obsoletas, mas enfim) e uma porção de curiosidades sobre a trajetória do menino que passou de mestre em engenharia social e phreaker (doutor em invasão de redes de telefonia) a consultor de segurança.

Parece exagero, mas não é. O ano passado foi atípico (por conta da pandemia que ainda não acabou), mas tudo leva a crer que o home office veio para ficar, e que nossa dependência de dispositivos eletrônicos deve crescer no “novo normal”. E esse cenário preocupante.

Segundo dados do Kaspersky Security Bulletin 2020, pelo menos 10,18% dos computadores conectados à web sofreram alguma ameaça no ano passado, e nada menos do 666,8 bilhões de ofensivas foram lançadas, com mais de 360 mil malwares sendo distribuídos por dia.

O Windows sempre foi considerado inseguro. Detratores da Microsoft, linuxistas de carteirinha e defensores de ocasião do software livre (de código aberto) chamavam o sistema de “ruíndows” (nem é preciso explicar o porquê), de “peneira” (devido às brechas de segurança) e de “colcha de retalhos” (numa alusão ao sem-número de “patches” — “remendos”, em português — que a empresa de Redmond era obrigada a implementar no programa para corrigir bugs e outras falhas). Mas muita dessa “insegurança” devia-se (e ainda se deve) ao fato de o programa em questão ser o sistema operacional mais popular do planeta, o que, mal comparando, seria como andar por um campo de tiro com um alvo pendurado nas costas.

A Microsoft investiu bilhões de dólares em segurança ao longo dos últimos 35 anos (detalhes nesta postagem), mas — traçando um paralelo com a pandemia da Covid — de nada adianta criar vacinas se a população não as utiliza para se imunizar. Ao se dar conta de que muitos usuários resistiam a implementar as atualizações e correções disponibilizadas no site do Windows Update (havia até quem afirmasse que aplicar essas correções “deixava o computador mais lento”), a empresa criou as “atualizações automáticas” e tornou compulsória a instalação de correções críticas e de segurança. Por mal de nossos pecados, alguns patches apresentaram (e ainda apresentam) efeitos colaterais indesejados, o que levou a Microsoft a devolver aos usuários do Windows 10 Home o controle sobre as atualizações.

ObservaçãoVale lembrar que até o update de março de 2019 (versão 1903) usuários do Windows 10 Home tinham de fazer malabarismos para driblar problemas que só seriam corrigidos a posteriori. Doravante, segundo a empresa, em vez de a instalação ser aplicada de maneira impositiva, o usuário será notificado da disponibilidade dos updates.

Enquanto pneus à prova de furos não se tornarem padrão da indústria, as montadoras continuarão equipando os veículos com estepe, macaco e chaves de roda; enquanto os engenheiros de software não se tornarem capazes de escrever programas isentos de bugs e brechas de segurança, desenvolvedores responsáveis continuarão criando e disponibilizando correções de falhas descobertas depois que o software foi lançado comercialmente (como faz a Microsoft no Patch Tuesday), mas cabe ao usuário (tanto do automóvel quando do computador) a reponsabilidade de providenciar o conserto.

Como se costuma dizer, é melhor acender uma vela que simplesmente amaldiçoar a escuridão.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

WIN10 21H1 — EM BREVE NO SEU PC

ENQUANTO OS TOLOS APRENDEM COM OS PRÓPRIOS ERROS, OS ESPERTOS APRENDEM COM OS ERROS DOS OUTROS.

Ao lançar o Windows 10, a Microsoft adotou o formato SaaS — de Software as a Service (programa como serviço, em tradução livre) —, a Microsoft modificou sua política de atualizações. 

Observação: O SaaS é uma modalidade de distribuição de software que se popularizou a reboque de serviços de streaming de vídeo e de música (como Netflix e Spotify) e de armazenamento remoto de dados (como OneDriveDropboxGoogle Drive e outros), na qual o software fica “na nuvem” e os usuários o acessam através da Internet. O SaaS não é exatamente um modelo por assinatura, embora possa fazer uso desse sistema para obter receita recorrente. Nele, o cliente contrata e paga como um pacote ou seleciona individualmente os recursos que deseja acessar e paga somente pelo que usar.

Em de receber Service Packs eventuais, como as edições anteriores, o Win10 recebe dois updates semestrais abrangentes (atualizações de conteúdo). O primeiro, em meados da primavera (no hemisfério norte), traz modificações visuais e de usabilidade; o segundo, no outono, tende a ser mais focado em atualizações de bastidores e manutenção. Neste ano, porém, a empresa inverteu essa proposta.  

Observação: Os Service Packs (pacotes de atualizações/correções lançados ao longo do ciclo de vida de cada versão do sistema) cederam espaço a updates semestrais de conteúdo, que introduzem aprimoramentos tecnológicas e ampliam a gama de recursos e funções do sistema, tornando-o mais seguro, funcional e atraente para os usuários.

O tradicional Patch Tuesday — que implementa atualizações pontuais e correções de bugs, falhas e vulnerabilidades — foi mantido e continua sendo liberado mensalmente, via Windows Update, sempre na segunda terça-feira do mês.

Todos os updates semestrais que a Microsoft liberou desde o primeiro aniversário do Win10 — assim como diversas atualizações mensais de qualidade — aporrinharam, em menor ou maior grau, uma parcela significativa da base de usuários do sistema. Sensível a esse problema, a empresa  devolveu ao Win10 Home (na atualização que implementou a versão 1903) a possibilidade de gerenciar updates, ou seja, passou a permitir o adiamento da instalação dos patches até que sejam criadas e disponibilizadas correções de bugs e falhas descobertas a posteriori.

Feita essa (não tão) breve contextualização, importa dizer que a próxima atualização semestral (21H1) já está no forno e deve ser servida em breve. Há cerca de três semanas, a Microsoft liberou o build 21337 para os participantes do programa Windows Insider. As principais novidades são o suporte ao Auto HDR e a personalização de áreas de trabalho virtuais (diferentes ambientes de trabalho para diferentes tarefas)

Em PCs com hardware e monitor com suporte para HDR, o novo build permite ativar o “Auto HDR”, que que habilitará a função automaticamente durante a execução de jogos baseados no DirectX 12 e DirectX 11, como já ocorre nos consoles Xbox Series X e Xbox Series S

O Explorador de Arquivos também foi atualizado — o espaçamento entre alguns itens foi aumentado, visando facilitar o acesso a eles em dispositivos com tela sensíveis ao toque. O aplicativo Bloco de Notas não só ganhou um novo ícone e um lugar no Menu Iniciar como será atualizado através da Microsoft Store, e os aplicativos Windows Terminal e Power Automate Desktop virão instalados por padrão.

O build inclui correções para diversos bugs. As principais resolvem problemas como vazamento de memória no DWM.exe, erros quando se tenta acessar o aplicativo Configurações em determinadas situações e/ou as opções avançadas do Windows Update no aplicativo Configurações, travamento de jogos executados em tela cheia caso quando se comanda o bloqueio/desbloqueio do PC ou se prime o atalho de teclado Alt + Tab e por aí vai.

O sistema que permite aos usuários desbloquear seus aparelhos por reconhecimento facial ganhará a capacidade de identificar uma webcam externa e configurá-la como dispositivo padrão no Hello (as câmeras integradas em notebooks nem sempre são de boa qualidade). Além disso, o Windows Defender Application Guard passará a executar verificações de segurança quando o usuário abre um documento recebido, e o Windows Management Instrumentation (WMI) Group Policy Service (GPSVC) receberá suporte para acesso remoto.

Ainda não há data prevista para a distribuição da atualização, via Windows Update, para toda a base de usuários, mas acredita-se que ela deva começar já no mês que vem.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

BUGS, SOFTWARE COMO SERVIÇO E OUTROS BICHOS

O SUCESSO NORMALMENTE VEM PARA QUEM ESTÁ OCUPADO DEMAIS PARA PROCURAR POR ELE.

Softwares são escritos por pessoas, e pessoas são seres falíveis. Daí não existirem programas de computador totalmente livres de bugs (erros de programação) e, consequentemente, a indústria do software considerar “aceitável” a ocorrência “x” falhas a cada “y” linhas de código.

Quanto mais complexo for o programa, mais linhas de código ele terá e maior será a incidência de erros de programação. A título de ilustração, o Office 2013 é formado por 50 milhões de linhas e o Mac OS X Tiger, por quase 90 milhões. Não é difícil imaginar o tamanho da encrenca.

Ainda que partam do projeto (fase alfa) e burilem o software etapa por etapa (betaclosed betaopen beta, e release candidate) até a versão gold (comercial), os desenvolvedores não estão livres de cometer erros pontuais. 

A maioria desses erros é identificada pelo controle de qualidade, mas pode acontecer de um bug passar batido e vir a ser descoberto depois do lançamento comercial do software. Nesse caso, desenvolvedores responsáveis se apressam a criar as devidas correções e disponibilizá-las através de patches (remendos) ou de atualizações de versão, conforme o ponto do ciclo de vida em que o programa se encontra.

Correções “a posteriori” geram custos e tendem a comprometer a imagem dos fabricantes. Sem falar no risco de a emenda sair pior que o soneto — como já aconteceu com alguns “pacotes cumulativos mensais” da Microsoft, que tiveram “efeitos colaterais” imprevistos e indesejados. Para além disso, todos os updates semestrais que a empresa lançou desde 2015, quando passou a comercializar o Windows como serviço, continham bugs e aporrinharam, em maior ou menor grau, um número significativo de usuários.

Antigamente, isso não acontecia com tanta frequência. Nem poderia. Até 2015, a Microsoft lançava novas versões do Windows em intervalos de 2 a cinco anos e, além do Patch Tuesday (pacote de correções liberado mensalmente, sempre na segunda terça-feira, como o próprio nome sugere), havia somente os service packs, que funcionavam como mini atualizações de versão.

Os SPs incluíam todas as atualizações/correções lançadas para determinada versão do Windows desde seu lançamento (ou do lançamento do service pack anterior), e não raro acrescentavam novos recursos e funções ao sistema. Mas é preciso ter em mente que mesmo XP, a despeito se ser a versão mais longeva do Windows, tendo sido suportado pela Microsoft durante 13 anos, foi alvo de apenas 3 service packs (média de um para cada 3 anos e 3 meses de seu ciclo de vida). 

Basta comparar essa periodicidade com a semestralidade das atualizações de qualidade que a Microsoft disponibiliza para o Win 10 desde o primeiro aniversário do lançamento do sistema como serviço para entender o que eu quero dizer.

Continua...

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

DE VOLTA AO WINDOWS 10 20H2, AGORA AO VIVO E EM CORES

QUANDO O ÁRBITRO APITA, O JOGO ACABA... SIMPLES ASSIM.

Vimos na postagem da última segunda-feira que a atualização do Windows 10 para a versão 20H2 começou a ser distribuída no dia 20 de outubro, só que “em fases”. 

A Microsoft vem adotando essa estratégia para evitar que eventuais intercorrências afetem mais de 1 bilhão de máquinas ao mesmo tempo. Aliás, a empresa publicou em seu site uma lista dos problemas relacionados com esse update (não custa você conferir antes de instalar). 

Todos os updates de conteúdo lançados desde o primeiro aniversário do Windows 10 aporrinharam, em menor ou maior grau, uma parcela significativa da base de usuários (mais detalhes na sequência que começa nesta postagem). Por conta disso, a versão 1903 devolveu ao Win 10 Home Edition a possibilidade de gerenciar updates (que nunca foi limada da edição PRO), tornando possível adiar a instalação de patches por até 5 semanas.

Até 2015, quando o Windows passou a ser disponibilizado como serviço (SaaS), novas versões eram lançadas de tempos em tempos, e os usuários se apressavam a atualizar seus computadores (quase sempre utilizando uma mídia de instalação adquirida nos melhores camelódromos do ramo). 

Eu sempre recomendei migrar somente quando a Microsoft disponibilizasse o primeiro service pack (como eram chamados os “pacotes” que englobavam todas as atualizações/correções criadas para uma determinada versão desde seu lançamento ou da liberação do SP anterior). Mas a nova política de atualizações da mãe da criança eliminou a figura do service pack.

A prudência recomenda instalar as atualizações de conteúdo do Windows 10 três ou quatro semanas depois que a Microsoft começou a disponibilizá-las para os usuários finais. Em tese, um mês é tempo mais que suficiente para a correção de falhas que tenham escapado ao crivo dos engenheiros de software da empresa (para saber mais sobre updates problemáticos e suas consequências, reveja a sequência iniciada nesta postagem).

Usuários mais afoitos, incapazes de conter o furor uterino, podem "cortar caminho" atualizando seus sistemas manualmente (detalhes na postagem do último dia 3). Mas não custa lembrar que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, e que os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito.

Recebi os arquivos de atualização para a versão 20H2 na noite de terça-feira, juntamente com o Patch Tuesday de novembro. A instalação transcorreu sem problemas e levou menos tempo que as anteriores. 

Concluído o processo, tecle Win+R, digitei winver na caixa do menu Executar e cliquei em OK (para conferir se a nova versão havia sido realmente instalada), já que, num primeiro momento, não notei a menor diferença.

O propósito desse update é corrigir problemas e fazer ajustes internos no sistema, embora traga algumas novidades — sobretudo para quem ainda não havia instalado o Edge Chromium (detalhes nesta postagem). Não era o meu caso. Mas não demorei a reparar que, na lista do menu Iniciar e nos blocos dinâmicos (live tiles), as cores sólidas deram lugar a cores claras e semitransparentes, que se mesclam com as cores do wallpaper (plano de fundo) e facilitam a localização de ícones específicos. 

Mudaram também os ícones da Calculadora, do Email do Calendário. A Aba de Notificações passou a exibir ícones dos aplicativos, facilitando a associação entre as notificações e os programas aos quais elas remetem, além de ganhar um "X" clicável para dispensar notificações (até então, a única opção era a seta para a direita).

O atalho Alt + Tab — que acompanha o Windows desde a versão 2.0 e permite alternar entre janelas de nível de aplicativo sem usar o mouse — agora inclui também as abas abertas no Edge Chromium. Detalhe: essa funcionalidade, que não se estende a outros navegadores, pode ser incomodativa se você costuma manter muitas abas do navegador abertas ao mesmo tempo. Em sendo o caso, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Multitarefas e, em Alt + Tab e reveja essa configuração (as opções vão desde retornar ao status quo ante a limitar a 5 ou a 3 o número de abas do navegador que serão exibidas).

Ainda há mais a dizer, mas vou deixar para o próximo post. Até lá.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

AINDA SOBRE O WIN 10 20H2 E O EULA

NÃO SE COMBATE A HIDROFOBIA PRENDENDO O CÃO DANADO NA CORRENTE. É PRECISO SACRIFICÁ-LO.

A Microsoft já começou a distribuir a atualização semestral de conteúdo que promove o Windows 10 à versão 20H2. 

Segundo a política adotada pela empresa quando do lançamento do sistema como serviço, em julho de 2015, os updates de conteúdo são disponibilizados duas vezes por ano, um no outono e outro na primavera, e as atualizações de qualidade, sempre na segunda terça-feira do mês — daí o nome Patch Tuesday

Caso seja necessário corrigir falhas críticas ou brechas de segurança em caráter extraordinário, os patches são disponibilizados fora dessas datas. As atualizações automáticas são habilitadas por padrão, mas seguro morreu de velho, e não custa nada rodar o Windows Update a cada dois ou três dias.

Updates semestrais resultam em novas versões. Cada versão é identificada por um número de quatro algarismos. Em tese, os primeiros dois algarismos remetem ao ano e os dois últimos, ao mês em que a versão foi lançada. Na prática, porém, a teoria costuma ser outra. A versão 2004, por exemplo, foi liberada em maio (5º mês do ano). A mais recente (20H2 ou 2009), começou a ser distribuída no dia 20 do mês passado (10º mês do ano). Aliás, se você ainda não a recebeu pelo Windows Update, aguarde mais uns dias.

Como eu costumo dizer, os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito. Considerando que todas as atualizações de conteúdo que Win 10 recebeu desde seu lançamento aporrinharam, em menor ou maior grau, uma parcela significativa dos usuários, a Microsoft rendeu-se aos fatos e passou a liberar os updates de forma “faseada” (ou “em ondas). Uma atitude louvável: se 1 bilhão de computadores fizessem a evolução simultaneamente, toda a base de usuários estaria sujeita a problemas decorrentes de bugs e assemelhados, o que seria dramático num momento em que milhões de pessoas estão em home office e, portanto, totalmente dependentes do computador.

Observação: Se essas ponderações não o sensibilizaram caríssimo leitor (ou caríssima leitora), sinta-se à vontade para forçar a evolução manualmente (basta seguir as instruções que eu publiquei nesta postagem).

Antes de prosseguirmos, abro um parêntese para complementar o que disse no último dia 4 sobre o EULA, cujos termos a maioria de nós se limita a aceitar (clicando em Sim, Yes, Aceito, Concordo etc.) para poder dar sequência à instalação do software.  Por óbvio, não é possível saber quais são os direitos e obrigações que esse contrato estabelece, embora haja soluções (ou paliativos) que facilitem a análise, conforme também foi mencionado no post de quarta-feira feira passada.

Enfim, um levantamento realizando em 1997 revelou que 91% dos usuários que concordam com os termos de uso das plataformas e aplicativos que utilizam jamais leram os respectivos contratos, sobretudo os usuários mais jovens (entre 18 e 34 anos de idade, esse percentual chega a 97%).

Vale lembrar que os Termos de Uso e as Políticas de Privacidade são dois contratos distintos, ainda que seja comum serem colocados no mesmo documento, como se fossem uma coisa só. Além disso, ambos são contratos de adesão e bilaterais, ou seja, que estabelecem obrigações para ambas as partes. Só que apenas uma das partes elabora as cláusulas, e a outra parte concorda sem ter a menor ideia do que se trata.

A função precípua do EULA é descrever detalhadamente o produto ou serviço ofertado e, em torno disso, estabelecer não só as responsabilidades da plataforma, do usuário, mas também as garantias que ela confere para que este último tenha seus direitos assegurados.  

Embora os Termos e Condições de Uso de qualquer plataforma possam conter um sem-número de cláusulas (até para desmotivar o usuário de ler o documento) seis delas costuma estar sempre presentes:

1. O objeto do contrato, ou seja, a descrição do que é o produto ou serviço que o usuário está consumindo.

2. As condições gerais de uso, isto é, como a plataforma deve ser utilizada e com o que o usuário está concordando ao utilizá-la.

3. O pagamento, se houver — em caso de não haver, é desejável que a gratuidade da utilização esteja expressa.

4. A política de privacidade de dados (quando não for estipulada em outro documento), no qual deve constar como os dados dos usuários são coletados e de que forma são utilizados — tanto os dados cadastrais do usuário quanto o uso de cookies e os mecanismos para exclusão das informações pessoais do usuário, caso o usuário a solicite (lembrando que a LGPD já está em vigor).

5. Responsabilidade ("Disclaimer"), que deve deixar claro para o usuário quais situações são de sua responsabilidade e quais são da plataforma, visando evitar que ela seja responsabilizada por incidentes que ocorram dentro de seu domínio, mas aos quais ela não tenha dado causa. Por exemplo, a imputação da responsabilidade ao usuário pelo conteúdo compartilhado por ele (comentários ofensivos, compartilhamento de imagens ou informação sem autorização das partes envolvidas, discurso de ódio etc.).

6. Alteração Contratual, visto que as novas versões que venham a ser lançadas podem conter novas funcionalidades que deem azo a novas relações jurídicas, ainda que a obrigação da plataforma se limite a informar o usuário de que houve mudanças e que ele deverá aceitá-las se desejar continuar usando o serviço.

Agir de forma açodada ou irresponsável implica consequências, e o problema com as consequências é que elas sempre vêm depois. Aceitar os termos desses contratos é condição sine qua non para prosseguir com a instalação do aplicativo ou utilizar determinada plataforma, mas fazê-lo sem ler é uma péssima ideia. Até porque sem conhecer o alcance desse aceite você não terá como saber se está renunciando a quais direitos ou autorizando expressamente o uso de sua imagem, de seus dados pessoais, e o que poderá ser feito com eles. 

Alegar ignorância da existência de uma lei que tipifica determinado ato não permite pratica esse ato impunemente, a menos, é claro, que quem pratica o ato seja a deputada Flordelixo ou o senador Cueca-Suja, por exemplo. Portanto, jogar sua sogra pela janela e dizer ao juiz que não sabia que purificar o ambiente era crime não o livrará da pena. 

Em suma, sendo possível ao agente conhecer o direito e ele agir de forma indiferente ou preguiçosa mesmo assim, a punição prevista em lei lhe será aplicada. Pense nisso antes de aceitar sem ler o próximo EULA.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A MICROSOFT E AS NOVIDADES DO WINDOWS 10

VISITAS SEMPRE DÃO PRAZER. SENÃO QUANDO CHEGAM, PELO MENOS QUANDO PARTEM.

A trajetória do Windows teve altos e baixos e foi marcada por dois “divisores de águas". O primeiro foi o Win95, que promoveu a sistema operacional autônomo o que até então era uma simples interface gráfica (e custou à Microsoft US$ 300 milhões em publicidade, mas isso é outra conversa). O segundo foi o Windows 10, lançado em 2015 como SaaS (sigla em inglês para “software como serviço”).

Para quem não se lembra, até a chegada do Win10Microsoft lançava novas versões do sistema de tempos em tempos”. O WinME chegou em 2000, o XP, um ano depois, o Vista, só no final de 2006, o Seven, em outubro de 2009, e o Eight, em 2012. A cada lançamento, os usuários precisavam adquirir a mídia de instalação numa loja parceira da Microsoft — ou nos melhores camelódromos do ramo, a critério de cada um e por sua conta e risco, já que as cópias piratas custavam uma fração infinitesimal do preço das originais, mas não raro funcionavam mal ou vinham recheadas de malware.

Observação: Durante décadas, o uso de software pirata foi muito popular e sua comercialização, extremamente lucrativa. Tanto que, no final de 2014, quando todos aguardavam ansiosamente a chegada do Windows 9 e a Microsoft anunciou que nova versão se chamaria Windows 10, os cibercriminosos já ofereciam links para sites maliciosos que supostamente disponibilizavam o download gratuito da edição que nunca chegou a existir (visando infectar os espertinhos com uma carga de pragas digitais).

Dependendo do intervalo entre os lançamentos, a configuração física do computador tornava-se incompatível com a nova versão, já que naquela época a indústria do hardware substituía componentes de ponta por modelos ainda mais avançadas em períodos cada vez mais curtos. Nesse caso, o jeito era fazer uma “operação casada” (upgrade de hardware + atualização do sistema) ou modernizar o equipamento em uso, fosse instalando mais memória RAM, fosse substituindo a CPU (processador principal) por um modelo mais moderno e veloz, ou mesmo adicionando um segundo drive de HD ou substituindo o original por um modelo mais rápido e de maior capacidade.  

O Windows 10 pôs fim a essa ciranda. Com a política de atualizações implementada pela Microsoft quando passou a fornecer o sistema como serviço, os Service Packs (pacotes de atualizações cumulativas que aprimoravam a segurança e/ou adicionavam melhorias de desempenho e suporte a novos tipos de hardware) deixaram de existir, mas juntaram-se às tradicionais atualizações mensais de qualidade, liberadas sempre na segunda terça-feira do mês (Patch Tuesday), os novos updates semestrais de conteúdo. Desde então, os usuários obtêm a cada seis meses, de forma gratuita e horizontal, uma versão atualizada do sistema, com novos recursos, funções e uma porção de outros aprimoramentos.

Para estimular a adoção do Win10 — e atingir a ambiciosa meta de um bilhão de instalações em apenas 3 anos — a Microsoft concedeu o prazo de um ano para usuários de PCs com hardware compatível e que rodassem cópias seladas do Win7 SP1 ou dos Win8/8.1 fazerem gratuitamente a evolução. A estratégia de marketing funcionou, embora a bilionésima instalação tenha sido alcançada com 18 meses de atraso (mesmo assim, a mãe da criança comemorou em grande estilo, oferecendo aos usuários um  pacote de wallpapers comemorativo).

Os updates semestrais resultam em novas versões, que são identificadas por um número de quatro algarismos, que identificam o ano e o mês em que a versão foi lançada. Na prática, porém, a teoria pode ser outra: a versão liberada no semestre passado é a 2004, embora não tenha chegado em abril, mas no final de maio (mês 05). A próxima, 2009, já foi disponibilizada para desenvolvedores parceiros e usuários inscritos no programa Windows Insider, mas só deve começar a ser distribuída via Windows Update agora em outubro (mês 10).

Quem quiser abreviar a espera pode baixar os arquivos da página do Windows 10 no site da Microsoft e fazer a atualização manualmente, lembrando que os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito: todas os updates de conteúdo lançados até agora — versões 1511, 1607, 1703, 1709, 1803, 1809, 1903, 1909 e 2004 — aporrinharam, em menor ou menor grau, uma parcela significativa de usuários (mais detalhes na sequência de postagens sobre updates problemáticos, que eu publiquei a partir de 2 de maio p.p.). O Update de Abril (2004), por exemplo, trouxe problemas de compatibilidade com o software Intel Optane Memory Pinning em máquinas com Intel Optane Memory, exibição de tela azul da morte devido a softwares e drivers que ainda precisavam ser atualizados para suportar a nova versão, e por aí vai (vide relatos publicados por usuários no fórum da Intel, no Twitter e no Hub de Feedback do Windows).

Continua...

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

EDGE CHROMIUM — INICIALIZAÇÃO E HISTÓRICO

SE CONTINUARMOS FAZENDO O QUE SEMPRE FIZEMOS, CONTINUAREMOS OBTENDO OS MESMOS RESULTADOS QUE SEMPRE OBTIVEMOS.

Complementando o que eu disse sobre o Edge Chromium no post da última quarta-feira, se o fato de o meu Edge não memorizar o histórico nem reiniciar como estava ao ser encerrado fosse um problema erga omnes (como nossos empolados ministros supremos gostam de se referir a atos ou leis cujos efeitos se estendem a todos), uma simples busca no Google retornaria uma porção de menções e sugestões a propósito.

Considerando que todos os updates semestrais liberados pela Microsoft desde o primeiro aniversário do lançamento do Windows 10 como SaaS (sigla para software como serviço em inglês) infernizaram a vida de uma porção de gente, mas nenhum deles afetou todos os usuários ao mesmo tempo — ou teríamos ouvido falar na demissão coletiva dos engenheiros e desenvolvedores de software da Microsoft —, não dá para saber de antemão se e como nosso PC será afetado por uma atualização (mais detalhes na sequência sobre updates problemáticos, iniciada nesta postagem e concluída nesta outra).

Por razões cuja discussão foge ao escopo desta postagem, a maioria dos problemas têm relação direta com o software (incompatibilidades e conflitos envolvendo drivers desatualizados ou determinados aplicativos), mas em alguns casos — menos frequentes, é verdade — o vilão da história é o hardware ou algum programinha de baixo nível a ele relacionado.

Em abril de 2018, a Microsoft suspendeu o Windows 10 Spring Creators Update devido a um bug que travava o sistema e exibia uma BSOD (tela azul da morte). O problema foi corrigido e a atualização, depois de rebatizada como April Update, foi reinserida na página de download da empresa. A versão 1809, liberada seis meses depois, foi suspensa após uma enxurrada de reclamações e relançada livre dos bugs somente em meados de dezembro (mais detalhes nesta postagem).

No Patch Tuesday de fevereiro último, usuários reclamaram do sumiço de arquivos salvos na área de trabalho, juntamente com seus perfis e personalizações (papel de parede, ícones, cor das janelas, etc., tudo foi revertido para a configuração padrão). No mesmo mês, depois que a Microsoft corrigiu uma vulnerabilidade descoberta pela NSA, choveram postagens nas redes sociais relatando que o Windows Search (barra de pesquisas do sistema) havia parado de funcionar. 

O update de conteúdo lançado em maio — que promoveu o Win10 à versão atual — também foi suspenso depois que participantes do Windows Insider apontaram problemas relacionados com o Intel Optane Memory. De acordo com postagens no fórum da Intelno Twitter e no Hub de Feedback do Windows, quando a atualização era instalada o PC exibia uma mensagem de erro relacionada ao Intel Optane Memory Pinning.

Depois de instalarem o Patch Tuesday de agosto passado, usuários de máquinas da Lenovo se depararam com recorrentes telas azuis da morte. A atualização continha um bug relacionado com uma diretriz de segurança que restringe o acesso a dispositivos de hardware baseados no barramento PCI (barramentos são conjuntos de trilhas elétricas que interligam todos os componentes do PC). 

A falha está ligada ao Lenovo Vantage, um software proprietário que conversa diretamente com dispositivos PCI, e essa transição de informações acabou esbarrando na nova ferramenta de segurança do Windows 10, que responde automaticamente gerando a tela azul. A Lenovo criou um paliativo baseado na desativação, via CMOS Setup, de um recurso ligado a biometria que entra em ação quando o computador é inicializado. 

A Microsoft confirma que essa medida ajuda a evitar travamentos, mas adverte que desabilitar recursos de segurança deixa o dispositivo exposto a ameaças (a mais pura exaltação do óbvio, mas enfim...). Embora as duas empresas venham buscando uma solução definitiva, ainda não existe data prevista para a liberação de uma atualização de correção.

Voltando ao caso do meu Edge: depois de muito bater cabeça tentando resolver o problema eu resolvi jogar a toalha. Afinal, não me faltam navegadores. Além do Chrome — que uso como navegador padrão —, conto com os excelentes FirefoxVivaldiWaterfoxAvast Secure Browser e Tor. Não há razão, portanto, para perder tempo tentando desempacar a mula. 

Por outro lado, se querer é poder (antes fosse, mas isso é outra conversa), aos teimosos basta não poder para querer — mesmo que seja para largar num canto qualquer. E como teimosos não teimam sozinhos, enchi-me de brios e chamei às falas o navegador insubmisso.

Quase três décadas usando o Windows me ensinaram que a origem do problema torna-se menos relevante quando e se não é condição sine qua non para sua solução. Ademais, tudo é reversível no âmbito do software, mesmo que, em situações extremas, seja preciso reinstalar o sistema e começar tudo de novo. Mas o comportamento do meu Edge não mudou depois que eu o reinstalei — e possivelmente não mudaria se eu reinstalasse o Windows.

Assim, voltei à tela das configurações pela enésima vez e conferi se, em “Ao inicializar”, a opção “Continuar de onde você parou” estava marcada, e se, em “Privacidade, pesquisas e serviços” > “Limpar dados de navegação ao fechar” > “Escolher o que limpar”, todos os itens continuavam desmarcados. Estava tudo como eu havia deixado. Abri meia dúzia de páginas em outras tantas guias, fechei o Edge e voltei a abri-lo depois de 30 segundos... e lá estava a Nova guia exibindo minha homepage no layout Informativo.

Enfim, ainda que não me tenha servido de consolo, pelo menos essa configuração ele mantinha.

Continua...