sexta-feira, 17 de julho de 2015

COMO RECALIBRAR A BATERIA DE UM SMARTPHONE COM SO ANDROID

TODA NULIDADE TEM OUTRA, AINDA MAIOR, QUE A ADMIRA.

Para encerrar esta sequência (ufa!), resta dizer como recalibrar a bateria de um gadget com SO Android, lembrando sempre que esse procedimento não recupera um componente agonizante, nos estertores da sua vida útil ─ como foi dito no transcurso das últimas postagens, as baterias suportam um número finito de ciclos de carga e, com o passar do tempo e o uso normal do aparelho, tendem a perder progressivamente a capacidade de armazenar energia. Em sendo esse o caso, só resta ao usuário decidir se é mais conveniente substituir a bateria ou o próprio aparelho.

No festejado sistema operacional para dispositivos móveis da Google (Android), um arquivo chamado Battery Stats indica a capacidade da bateria e monitora em tempo real seu nível de carga ─ aliás, é com base nas informações armazenadas em data/system/batterystats.bin que aparelho entra no modo de economia de energia, quando diversos recursos são desativados (dentre os quais a sincronização automática, o Wi-Fi, o Bluetooth, o alerta vibratório, etc.) e outros, reconfigurados (como o brilho do display, a luz frontal, o tempo de timeout, etc.) antes de a energia remanescente caia a níveis críticos e o telefone ser finalmente desligado. No caso de o Battery Stats se corromper e passar a exibir dados imprecisos, levando à interrupção da recarga antes que a bateria alcance seu potencial máximo, ou ao desligamento automático quando ainda há carga suficiente para operar por mais algum tempo, tente o seguinte:
  • Ligue o aparelho, coloque-o para carregar e aguarde o sinal indicativo de carga completa.
  • Desconecte o carregador e desligue o aparelho.
  • Torne a conectar o carregador e, mantendo o aparelho desligado, aguarde até que a mensagem de carga completa seja exibida novamente.
  • Desconecte o carregador, ligue o aparelho, ajuste as configurações do aparelho de modo que a tela fique permanentemente iluminada (na falta dessa opção, selecione o maior tempo de espera possível), reconecte o carregador e aguarde o sinal de carga completa.
  • Torne a desconectar o carregador, use o aparelho até que ele seja desligado automaticamente, conecte novamente o carregador e aguarde (mais uma vez) o aviso de carga completa.
  • Reajuste o timeout conforme sua preferência e use o aparelho normalmente.
Se você tiver rooteado (*) seu aparelho, utilize a alternativa a seguir:
  • Baixe e instale o app Battery Calibration.
  • Carregue totalmente a bateria.
  • Abra o Battery Calibration e confira se o parâmetro “mV”, ao lado da porcentagem, continua subindo. Caso afirmativo, mantenha o aparelho na carga até que o valor em questão estabilize.
  • Toque no botão Battery Calibration e em seguida reinicie o aparelho, para que o arquivo Battery Stats seja sobrescrito por uma nova versão com os dados atualizados.
Se isso não funcionar, acesse o Modo Recovery do seu aparelho e, na seção Advance, selecione a opção wipe battery stats, que apagará os dados armazenados por ocasião de uma calibragem feita anteriormente ou pela implementação de uma Custom ROM (**). Feito isso, esgote a bateria, desligue o aparelho e proceda a uma recarga completa sem interrupções. Ao final, torne a ligar o aparelho (sem desconectá-lo do carregador), execute o Battery Calibration e assim que lhe for exibida a mensagem calibration succedeed, clique em OK, remova o carregador e encerre o programinha.

(*) Não faltam tutoriais na Web – inclusive em vídeo – ensinando a rootear smartphones. O procedimento consiste basicamente em baixar e instalar no PC os drivers do gadget e o aplicativo que será usado no processo (há miríades de programinhas, tanto pagos quanto gratuitos, mas é importante escolher um que seja indicado para a marca e modelo do seu aparelho e respectiva versão do sistema). Ao final, é só conectar o telefone ao computador via cabo de dados e seguir as instruções do tutorial.

(**Android é baseado no Linux e, na condição de open-source (software livre de código aberto), passível de modificações por usuários avançados, que retrabalham o kernel do sistema para criar versões alternativas, conhecidas como CUSTOM ROMs, que ampliam os recursos e funções do programa original, aprimoram o desempenho mediante overclocks (para saber mais sobre esse “veneno” via software, reveja as postagens publicadas em 18 24 de março de 2009), e por aí vai. Algumas Custom ROMs baseadas no AOSP (Android Open Source Project) chegam a ser melhores do que as versões disponibilizadas pelos fabricantes dos aparelhos, mas isso já é uma história que fica para outra vez.  

E como hoje é sexta-feira:

Novos vírus que estão atazanando os usuários de computador:

Vírus IR: Para cada arquivo salvo, ele ocupa o correspondente a 27,5% do tamanho do HD.

Vírus Repartição Pública: Subdivide o HD em centenas de partições que não funcionam direito, mas que resistem estoicamente à exclusão.

Vírus Funcionário Público: Ameaça travar seu sistema sempre que você tenta apagar arquivos inúteis.

Vírus Politicamente Correto: Não admite ser chamado de vírus; prefere micro-organismo eletrônico.

Vírus Pró-Aborto: Deleta a última versão de cada arquivo salvo no dia.

Vírus Elvis Presley: Torna o computador gordo, lento e preguiçoso e ao final o leva à autodestruição.

Vírus Nike: Simplesmente faz!

Vírus Star Trek: Chega onde nenhum vírus chegou antes.

Vírus Assistência Técnica: Testa seu sistema por uma semana. Neste período, o computador fica totalmente indisponível. Não encontra nenhum defeito e depois manda uma conta de 300 reais.

Vírus PM: Apaga aleatoriamente arquivos indefesos.

Vírus Adão e Eva: Ataca apenas o Mac OS.

Vírus CPI: Alerta o usuário sobre a ação de outros vírus enquanto se apropria de todos os recursos do sistema.

Vírus Sertanojo: É conhecido por uma vasta gama de nomes, mas sempre ataca da mesma forma, produzindo sons enjoados e repetitivos. É da mesma família dos Vírus Pagode, Lambada e afins.

Abraços a todos e até mais ler.  

quinta-feira, 16 de julho de 2015

COMO RECALIBRAR O SENSOR DA BATERIA (TECNOLOGIAS ÍON DE LÍTIO E POLÍMERO DE LÍTIO)

PIORAR PARA DEPOIS MELHORAR É MELHOR DO QUE PIORAR PARA DEPOIS FICAR AINDA PIOR.

Ao contrário das antigas baterias à base de Níquel Cádmio e de Hidreto Metálico de Níquel, os modelos usados atualmente não estão sujeitos ao famigerado efeito memória (*), e por isso podem ser recarregados a qualquer momento, a critério do usuário, certo?

Numa única palavra, a resposta é sim, mas o assunto é controverso. A rigor, não existe unanimidade nem mesmo quanto à melhor tecnologia ─ note que concorrentes icônicos como o Galaxy e o iPhone usam baterias à base de Íon de Lítio e de Polímero de Lítio, respectivamente. No entanto, quando já se buscam alternativas comercialmente viáveis para aumentar a autonomia cada vez menor dos nossos gadgets (mais detalhes na postagem da última quinta-feira), surpreende o fato de alguns fabricantes continuarem recomendando a execução de descargas e recargas completas em intervalos regulares (note que tampouco existe consenso em relação a essa periodicidade).

Observação: Tanto o Li-Ion quanto o Li-Po têm como base o Lítio, que, dentre os metais conhecidos, é o mais leve e o que apresenta melhor potencial eletroquímico e relação peso/capacidade energética. As baterias de íon de lítio são mais baratas que as de polímero de lítio, mas estas últimas oferecem reserva de carga igual ou superior com peso e dimensões menores, conquanto suportem menos ciclos de carga ─ nada é perfeito, afinal de contas.    

Fato é que essas baterias integram um pequeno chip controlador, destinado a gerenciar sua capacidade de carga, e que, caso as recargas sejam feitas quando ainda existe energia remanescente, o percentual correspondente acaba deixando de ser "enxergado" pelo controlador, o que dá ao usuário a impressão de que a autonomia do aparelho diminuiu. Então, para tirar a cisma, alguns especialistas sugerem recalibrar o controlador, o que consiste basicamente em usar o aparelho até que ele seja desligado automaticamente, e em seguida recarregar totalmente a bateria.

Se o medidor que fica na Área de Notificação do sistema deixar de exibir corretamente o nível de carregamento da bateria, você pode recalibrar o respectivo leitor da maneira sugerida no parágrafo anterior, mas para isso você terá de modificar os parâmetros do gerenciamento de energia do Windows para permitir que a bateria seja totalmente descarregada. Em vista disso, e considerando que o processo leva algumas horas para ser concluído, sugiro levá-lo a efeito quando você não tiver nenhum trabalho pendente que exija o uso do computador. Satisfeito esse pressuposto, basta fazer o seguinte:  

·        Desligue o computador.
·        Conecte o adaptador AC (carregador) e aguarde o aviso de que a recarga foi concluída (geralmente um led indicativo acende ou muda de cor; consulte o manual do seu aparelho).
·        Pressione o botão Power (liga/desliga) para inicializar o computador.
·        Pressione a tecla F8 repetidamente para acessar as opções de inicialização avançadas.
·        Quando o menu em questão for exibido na tela, use as setas de teclado para selecionar a opção que inicia o computador no MODO DE SEGURANÇA e pressione Enter.
·        Desconecte o adaptador da tomada e deixe a bateria descarregar completamente (quando o nível de carga chegar ao mínimo estabelecido pelo fabricante, o computador será desligado automaticamente).
·        Reconecte o adaptador, aguarde o sinal indicativo de carga completa e então torne a ligar o computador, que já poderá ser usado normalmente.

Ao cabo desse processo, a bateria estará calibrada e a leitura do nível de carga deverá ser precisa. Amanhã veremos como recalibrar a bateria de um smartphone com sistema operacional Android. Abraços a todos e até lá.

(*) Chamamos "efeito memória" à redução da capacidade de armazenamento que as baterias de níquel-cádmio e hidreto metálico de níquel costumavam apresentar quando eram recarregadas antes de serem totalmente esgotadas.  

quarta-feira, 15 de julho de 2015

MAIS SOBRE BATERIAS E COMO RECALIBRAR O MEDIDOR DE CARGA NO WINDOWS E NO ANDROID

NÃO BASTA CAMINHAR; É PRECISO CAMINHAR NA DIREÇÃO CERTA.

Vimos que é possível ter uma ideia aproximada da autonomia da maioria dos gadgets dividindo a amperagem da bateria pelo consumo do aparelho, embora isso não nos ajude a descobrir por quanto tempo nosso smartphone é capaz de manter uma chamada de voz ativa, por exemplo, ou nosso tablet, de exibir vídeos em streaming. Para obter informações (superestimadas) sobre a autonomia desses aparelhos, basta folhear os respectivos manuais do usuário, que apresentam informações baseadas em "condições ideais" que nada têm a ver com nosso quotidiano. Demais disso, também como vimos no transcurso desta sequência, não faltam aplicativos destinados a gerenciar a bateria, apontar os vilões do consumo, encerrar tarefas gulosas executadas desnecessariamente em segundo plano, e por aí vai, mas isso dificilmente ajuda a decidir qual aparelho se adéqua melhor ao nosso perfil à luz da autonomia teórica provida pela bateria.

Em tese, é possível comparar baterias a partir de suas amperagens ─ uma bateria de 3.000 mAh, por exemplo, dobra a autonomia em relação a um modelo de apenas 1.500 mAh ─, mas na prática a teoria costuma ser outra.

Observação: Para quem não está lembrado, o mAh (miliampère/hora) é um submúltiplo do Ah (ampère/hora) e corresponde a 3,6 coulombs (ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora). Vale ressaltar que essa grandeza na quantifica a "potência" da bateria (que costuma ser expressa em joule ou watt/hora), mas sim sua capacidade de fornecer energia (que, em última análise, corresponde à autonomia do aparelho que ela alimenta).

O "X" da questão são as diferenças do consumo energético dos celulares, tablets, notes e assemelhados, que variam conforme o perfil de cada usuário e as tarefas impostas a cada aparelho. Daí a maioria das dicas que vimos nas postagens anteriores envolverem basicamente o uso balanceado dos recursos e a desativação de funções que se revelam desnecessárias durante a maior parte do tempo (quantas vezes você já pareou seu smartphone com outro aparelho para transferir um arquivo via Bluetooth?).

Outro fator digno de nota é a tecnologia usada por cada fabricante no desenvolvimento de seus produtos. Traçando um paralelo com a indústria automobilística, temos que o velho motor de 1.493 cm3 que equipava o "Fuscão 1500" (lançado pela VW em 1970) produzia modestos 52 CV a 4.600 RPM, ao passo que o propulsor de 999 cm3 que equipa o Gol 1.0 gera 76 CV a 5.250 RPM (ou 112 CV quando equipado com um turbocompressor).

Fato é que, ao comparar gadgets considerando somente as especificações técnicas de suas baterias, você nem sempre levará para casa o modelo com maior autonomia. Isso se deve em parte à configuração de hardware ─ os componentes variam de um modelo para outro, como também a quantidade de energia elétrica que cada um deles utiliza para funcionar ─ mas principalmente ao perfil do usuário. Isso sem mencionar que dois aparelhos de marca e modelo idênticos podem apresentar autonomias distintas quando equipados com chips de operadoras diferentes ─ o que não chega a surpreender se retomarmos nossa analogia com os automóveis, pois um mesmo veículo pode apresentar diferenças de rendimento (tanto no desempenho quanto no consumo) se abastecido em postos diferentes e, principalmente, se dirigido por motoristas diferentes.          

Observação: O software também desempenha um papel fundamental no consumo energético. A propósito, vale mencionar que a adoção da versão Mavericks do iOS aumentou a autonomia dos MacBooks, dispensando a Apple de modificar o hardware ou substituir a bateria por um modelo de maior capacidade. Outro aspecto digno de nota são os apps, ou mais exatamente a maneira como eles são utilizados. Não há bateria que resista por muitas horas com a conexão móvel com a Internet, programinhas como o Facebook e o Instagram e a atualização automática de apps ativos e operantes durante todo o tempo.

Para não estender demasiadamente esta postagem, veremos amanhã o que é calibrar a bateria e como fazê-lo no Windows e no Android. Abraços a todos e até lá.   

terça-feira, 14 de julho de 2015

DICAS PARA AUMENTAR A AUTONOMIA E A VIDA ÚTIL DAS BATERIAS (continuação)


UM HOMEM DE SUCESSO É O QUE GANHA MAIS DINHEIRO DO QUE SUA MULHER CONSEGUE GASTAR; UMA MULHER DE SUCESSO É A QUE CONSEGUE ENCONTRAR UM HOMEM DESSES.

Mutatis mutandis, o que foi dito no post anterior em relação a notebooks vale também para smartphones e tablets, lembrando que, nesse segmento específico, quem reina é o Android (com quase 55,68% de participação, contra 29,78% do iOS e 1,9% do SO da Microsoft, conforme dados da StatCounter GlobalStats, de março deste ano). A propósito, vale lembrar também que os ajustes disponibilizados por esses gadgets podem diferir tanto na nomenclatura quanto na localização dos comandos nos menus, de acordo com a marca, o modelo, o sistema operacional e respectiva versão. Assim, é de importância fundamental ler o manual de instruções do seu aparelho, preferencialmente na versão digital (geralmente na forma de um arquivo .PDF), onde as informações costumam ser mais completas e detalhadas do que no folheto impresso (foi-se o tempo dos livretos, infelizmente). Feitas essas ressalvas, passemos às considerações conceituais e dicas práticas. Acompanhe:

·        Os aparelhos de marcas bem conceituadas no mercado trazem baterias e carregadores homologados pelos respectivos fabricantes, e é recomendável manter esse padrão de qualidade se for preciso substituí-los (situação em que a compra deve ser feita numa loja regularmente estabelecida, mediante nota fiscal). Como dito alhures, capinhas, películas de proteção do display e outras "perfumarias" podem ser compradas no mercado informal, já que, nesse caso, a economia não implica em riscos para a segurança.
·        Devido à baixa amperagem da tomada 12V do carro e das portinhas USB do computador, prefira plugar o carregador numa tomada da rede elétrica e, se possível, manter o aparelho desligado durante a recarga.
·        Mantenha os conectores da bateria e do respectivo compartimento livres de poeira e outras impurezas que possam prejudicar o contato (use um pincel umedecido em álcool isopropílico para limpar e um pano macio para secar).
·        Telas grandes e taxas de resolução elevadas aumentam significativamente o consumo de energia, mas é possível obter alguma economia reduzindo o brilho da tela e o tempo de timeout (modo de espera). No caso específico dos celulares (dumbphones ou smartphones), vale manter o teclado bloqueado, de modo a evitar que a iluminação seja acionada acidentalmente. E se o aparelho dispuser de flash, não deixe de ajustá-lo para atuar somente em condições de pouca luminosidade.

Observação: Se seu gadget tiver uma tela AMOLED (como diversos modelos fabricados pela Samsung), utilize um fundo de tela escuro, pois essa tecnologia só ilumina os pixels coloridos (ou seja, deixa os pretos apagados e, consequentemente, reduz o consumo de energia quando se utiliza um fundo escuro).

·        Wi-Fi, Bluetooth, 3G/4G, NFC, GPS e avisos sonoros ou vibratórios que dão conta do recebimento torpedos, emails, e assemelhados são vorazes consumidores de energia e, portanto, devem ser ativados somente em situações de real necessidade. Adicionalmente, vale configurar um ringtone como alerta de chamada e deixar o vibracall para situações ou ambientes onde “não cai bem” o aparelhinho berrar o hino do Timão ou outro toque musical de gosto igualmente discutível (note que, em termos de consumo, tanto faz usar os toques-padrão do aparelho quanto trechos de arquivos MP3, pois o que voga é o número de vezes que o toque é reproduzido até que o usuário atenda a chamada).
·        Quanto mais aplicativos ativos, maior o consumo de energia. Habitue-se a encerrar tudo o que estiver sendo executado desnecessariamente em segundo plano e a proceder manualmente à sincronização de emails, redes sociais, etc.

Observação: O Android oferece uma visão geral do consumo de bateria de cada aplicativo e de cada processo. Para conferir, abra o menu Configurações, selecione Bateria e veja a lista dos apps mais esfaimados. Limpar o cache dos gulosos pode ajudar, mas se não resolver, o jeito será você deletar o aplicativo e procurar um similar que consuma menos energia.

·        Baterias recarregáveis suportam um número limitado de recargas, ao final do qual se tornam incapazes de armazenar energia. Se sua bateria começar a pedir recargas com frequência cada vez maior, o melhor a fazer é substituí-la com a possível urgência. Note que, ao contrário do que muitos acreditam e alguns querem fazer crer, ainda não se desenvolveu um programa capaz de restituir a funcionalidade a uma bateria desgastada pelo tempo, embora haja uma vasta gama de aplicativos, muitos deles gratuitos, que gerenciam o consumo e exibem diversas informações interessantes, mas nada além disso.
·        Volto a lembrar que baterias de íon de lítio não estão sujeitas ao efeito memória, e, portanto, você não deve esgotá-las totalmente antes de recarregá-las (aliás, isso nem é mais possível, pois os aparelhos de fabricação recente desligam-se automaticamente quando o nível de cai para algo em torno de 5%, de maneira a não comprometer a vida útil do componente). Todavia, se sua bateria deixar de segurar carga, experimente realizar dois ciclos seguidos de carga e recarga completas (isso nem sempre resolve o problema, mas a tentativa é válida).
·        A despeito do muito que se diz, não há provas cabais de que carregar totalmente uma bateria de íon de lítio prejudique sua vida útil, mas a maioria dos (bons) carregadores interrompe o fluxo de energia quando o nível de carga atinge de 90% a 95%, visando prevenir superaquecimentos e sobrecargas indesejáveis. Como seguro morreu de velho, desligue o cabo da tomada tão logo o aviso de carga completa seja exibido.
·        Há ocasiões em que pode ser preciso checar emails em trânsito, embora seja enfaticamente recomendável deixar para fazer isso a partir do PC de casa ou do trabalho. E o mesmo se aplica a navegar na Web, trocar recadinhos via programas mensageiros, assistir a vídeos em streaming, ouvir música em rádios online e realizar atividades que tais, pois o tráfego de dados é um ávido consumidor de energia.
·        Diversos aplicativos prometem gerenciar o consumo de energia, mas a maioria deles não passa de simples "task killers". Se seu smartphone for baseado no Android, experimente o DEEP SLEEP BATTERY SAVER, que mesmo na versão gratuita oferece cinco perfis diferenciados, sendo um deles personalizável.
·        Se você não for usar seu telefone por longos períodos (durante um semestre sabático num vale tibetano, por exemplo), desligue-o, retire a bateria e guarde tudo num local fresco e seco. Note que o ideal é que a carga da bateria esteja pela metade (guardá-la "seca" ou totalmente carregada pode prejudicar sua capacidade de armazenamento).
·        É essencial manter o software do seu portátil devidamente atualizado (aliás, na hora de optar por este ou aquele aparelho, dê preferência a versões mais recentes do SO, ainda que o impeça de aproveitar eventuais promoções). No entanto, o download automático das atualizações dos aplicativos (configuração padrão dos aparelhos baseados no Android) não só consome bateria como também esgota mais rapidamente a franquia do seu plano de internet móvel. Então, acesse as Configurações do Play Store e marque Não atualizar apps automaticamente ou Atualizar apps automaticamente somente via Wi-Fi, a seu critério.
·        Lembre-se de que smartphones e tablets são, essencialmente, computadores, e a quantidade de malwares dirigidos a essa plataforma vem crescendo a passos de gigante, justificando amplamente a adoção de uma ferramenta de proteção adequada. E na condição de SO mais popular para dispositivos móveis, o Android é o principal alvo dos cibercriminosos (segundo a empresa de segurança russa Kaspersky, mais de 90% das ameaças atuais são direcionadas a essa plataforma). Então, seja seletivo ao instalar apps, e procure fazê-lo preferencialmente a partir do Google Play Store (clique em Aplicativos e toque no ícone Play Store). Caso seu portátil seja um iPhone ou um iPad, baixe os programinhas da Apple Store; se for um aparelho baseado no Windows, recorra à loja virtual da Microsoft.

Observação: Eu, particularmente, uso e recomendo o PSafe, que oferece proteção contra pragas digitais, gerencia aplicativos, exclui arquivos desnecessários, bloqueia ligações e mensagens de números indesejáveis, monitora o consumo de carga, ajuda a encontrar o telefone em caso de perda, furto ou roubo, e por aí vai.

Abraços a todos e até amanhã.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

DICAS PARA AUMENTAR A AUTONOMIA E A VIDA ÚTIL DAS BATERIAS

ENGANAR ALGUÉM É TERRÍVEL, ESPECIALMENTE QUANDO ESSE ALGUÉM DESCOBRE QUEM O ENGANOU.

Como ficou implícito no post anterior, devemos nos dar por felizes quando conseguirmos manter nossos smartphones longe da tomada durante um dia inteiro (nos notebooks, a autonomia costuma ser ainda menor, chegando, com sorte, a 3 horas de uso intenso). No entanto, é possível tornar esse cenário menos sombrio mediante alguns ajustes  cujo acesso pode variar conforme a marca e o modelo do aparelho e respectivo sistema operacional, razão pela qual é importante você consultar o manual de instruções. A título de exemplo, vejamos como proceder num notebook com Windows 7:
  • Acesse as Opções de Energia (via Painel de Controle) e mude a configuração padrão – geralmente Equilibrado (recomendável) – para Economia de Energia. 
  • Clique em Alterar configurações do plano para ajustar o brilho na tela, o modo de espera e o desligamento do vídeo, que impactam significativo a autonomia da bateria.
  • Em Alterar configurações de energia avançadas, você pode fazer uma porção de ajustes adicionais (para obter detalhes sobre cada um deles, pressione tecla F1). Ao concluir as modificações, lembre-se de clicar em OK e em Salvar alterações.
  • Se quiser estabelecer um esquema de energia personalizado, clique em Criar um plano de energia (na coluna à direita da tela das Opções de Energia), selecione um dos planos de economia da lista, defina um nome para ele e, faça os ajustes desejados e confirme.
Observação: Caso as alterações não lhe agradem, siga os mesmos passos e clique no link Restaurar configurações padrão deste plano.

Você pode melhorar a performance do note e, de quebra, economizar energia clicando em Iniciar, digitando desempenho na caixa de pesquisas e selecionando a opção Ajustar a aparência e o desempenho do Windows. Na telinha que se abrir, escolha a opção Ajustar para obter um melhor desempenho e clique em Aplicar (se preferir, faça o ajuste manualmente e deixe marcadas somente as caixinhas correspondentes aos recursos desejados). Igualmente recomendável é desconectar pendrives ociosos, remover CDs ou DVDs do drive óptico, desativar a conexão Wi-Fi e o Bluetooth quando esses recursos não estiverem em uso, encerrar todos os programas desnecessários e evitar sempre que possível rodar aplicativos pesados ─ tais como games radicais e softwares de editoração de imagens ─ quanto o aparelho estiver sendo alimentado pela bateria. Demais disso, jamais acomode o note sobre colchas, cobertores, almofadas, travesseiros ou o que quer que possa obstruir os dutos de ventilação localizados em sua face inferior, pois a dissipação do calor demandará a ação constante dos coolers e resultará num aumento expressivo do consumo de energia. Por último, mas nem por isso menos importante, desligue o computador quando terminar de usá-lo, ou automatize esse processo através das configurações avançadas de energia. Para isso:
  • Clique em Iniciar > Painel de Controle > Opções de Energia. 
  • Na coluna à esquerda, clique no link Escolher a função do fechamento da tampa e faça os ajustes desejados. Note que é possível escolher ações diferentes conforme o regime de alimentação (na bateria ou conectado). Ao final, pressione o botão Salvar alterações.
  • Clique no link Escolher tempo para desligar o vídeo e estabeleça os parâmetros adequados (também neste caso é possível definir intervalos diferentes conforme o regime de alimentação).
  • Ajuste o tempo (em minutos) que o Windows deve aguardar antes de esmaecer/desligar o vídeo e suspender a atividade do computador, e aproveite o embalo para ajustar também o brilho da tela (sugiro mover a barra deslizante até a metade na bateria e até o final na tomada). Concluídos os ajustes, lembre-se de pressionar o botão Salvar alterações. 
  • Clique em Alterar configurações de energia avançadas e no sinal de adição (+) ao lado de cada item para explorar as opções de ajustes adicionais do plano de energia que você implementou (veja detalhes na figura que ilustra esta postagem). Quando concluir as reconfigurações, clique em Aplicar e em OK para validá-las.
Observações importantes:

Remover a bateria quando o note estiver sendo usado como substituto do computador de mesa ajuda a prolongar sua vida útil, mas mantê-la a postos protege seu trabalho (e o próprio HD) de possíveis problemas decorrentes de uma inesperada interrupção no fornecimento de energia. 

- Jamais remova ou reinstale a bateria com o notebook ligado, mesmo que ele esteja no modo de espera (isso pode travar o sistema e até mesmo causar danos ao hardware). Só o faça com o aparelho hibernando ou totalmente desligado (e com o cabo de força desconectado da tomada).

Por hoje é só, pessoal. Abraços a todos e até a próxima.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE MOBILIDADE E PORTABILIDADE

A LÍNGUA É UM ÓRGÃO SEXUAL MUITO USADO PELOS JOVENS PARA FALAR.

Mobilidade e portabilidade são termos comumente usados como sinônimos, até porque tudo que é portátil costuma ser móvel. No entanto, no âmbito da informática, nem tudo que é móvel é portátil (no sentido de ser capaz de portar dados). Um bom exemplo disso é o pendrive, que serve para armazenar e transportar arquivos digitais, embora não os exiba de maneira autônoma. Já os Smartphones, dumbphones (*), tablets, notebooks e afins tanto armazenam e transportam quanto exibem arquivos digitais, e ainda podem ser levados facilmente de lado para outro e/ou utilizados em trânsito ─ razão pela qual são conhecidos como portáteis, ainda que fosse mais correto defini-los como móveis.

Questões semânticas à parte, fato é que nossos gadgets precisam de eletricidade para funcionar, e como depender exclusivamente da rede elétrica contraria os princípios da portabilidade (ou seria da mobilidade?), os fabricantes optaram pelas baterias recarregáveis ─ solução que foi satisfatória durante algum tempo, mas deixou de atender a demanda dos novos modelos, que, devido ao hardware mais poderoso e a gama de funções que cresce a cada nova versão, requerem recargas cada vez menos espaçadas, conforme vimos nas postagens anteriores.

Enquanto as "baterias do futuro" ─ desenvolvidas a partir das alternativas ao íon de lítio que mencionamos alhures ─ não se tornam padrão de mercado, resta-nos economizar energia e prolongar ao máximo a autonomia dos nossos aparelhos, o que pode ser feito mediante recursos nativos, aplicativos de terceiros e/ou ajustes oferecidos pelo sistema operacional. Só não vale se entusiasmar e repetir o feito no PC de mesa ou notebook que o substitua, a menos que você não se incomode em reduzir o desempenho do computador para economizar uns poucos reais na conta de luz.

Passando ao que interessa, o intervalo de tempo que um portátil suporta longe da tomada depende de diversos fatores, mas sempre será diretamente proporcional à capacidade de carga da bateria e inversamente proporcional ao consumo do aparelho. Como as informações que os fabricantes oferecem a propósito se baseiam em "condições ideais" ─ que não refletem o dia a dia dos usuários ─, é melhor você fazer suas próprias medições. Sem embargo, você pode ter uma ideia aproximada da autonomia dividindo a capacidade da bateria pelo consumo do aparelho ou recorrendo a algum aplicativo dedicado  a maioria deles proporciona resultados bem mais precisos e se encarrega do trabalho pesado. Um bom exemplo é BatteryBar, disponível tanto como shareware quanto como freeware (note que, embora reúna menos recursos do que a versão paga, a gratuita atende perfeitamente as necessidade dos usuários domésticos comuns). Uma vez instalado o programinha, basta pousar o ponteiro do mouse sobre o ícone do medidor para obter diversas informações atualizadas em tempo real, tais como a capacidade total da bateria, a taxa de carga e descarga, o tempo de uso e até uma estimativa da vida útil do componente.

Observação: O Windows 7 dispõe de uma ferramenta nativa que monitora o sistema por um período pré-definido, aponta erros, oferece sugestões para economizar energia e apresenta uma estimativa da vida útil da bateria. Para acessá-la, digite cmd na caixa de pesquisa do menu Iniciar, clique com o botão direito sobre o ícone respectivo, escolha a opção Executar como administrador e, na linha de comando, digite powercfg –energy. Ao final, tecle exit para fechar a janela, localize o arquivo energy-report.html (em C:\Windows\System32), abra-o no seu navegador e analise as informações fornecidas. Os valores de DESIGN CAPACITY e LAST FULL CHARGE, bem no finalzinho do arquivo, remetem à capacidade de armazenamento de energia; quando maior for a diferença entre eles, menor será a eficiência do componente.

(*) "Dumbphone" é o nome pelo qual passaram a ser conhecidos os celulares básicos, espartanos, mais pobres em recursos e funções do que os smartphones. O termo Dumb (estúpido, burro) se contrapõe a smart (inteligente, esperto).

Passemos agora ao nosso tradicional humor de final de semana:

Namore alguém que tenha o mesmo tipo de carregador que o seu.
Se a bateria do seu celular dura o dia inteiro, é porque ninguém gosta de você.
Odeio esse corretor ortográfico do celular. Não consigo falar nem a porta de um palavrão nessa vossa! É um carvalho mesmo...
Propaganda da Vivo diz que tem bônus para falar de vivo pra vivo. E alguém tá querendo falar com os mortos?
Os “tablets” são smartphones para pessoas com orelhas grandes.

Na semana que vem a gente continua, pessoal.  Bom f.d.s., abraços e até segunda.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

GADGETS - BATERIAS - UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

O CAVALO ERA BOM... ATÉ TERMOS AUTOMÓVEIS.

Conforme foi dito no post anterior, ou os fabricantes de baterias encontram soluções comercialmente viáveis para aumentar a autonomia dos aparelhos que utilizam seus produtos, ou os fabricantes desses aparelhos serão forçados a interromper o crescendo de recursos e funções que estimula os usuários a substituir seus gadgets por versões modernizadas, lançadas em intervalos cada vez mais curtos. E como também já dissemos, as possibilidades da expansão da capacidade de armazenamento das baterias de íon de lítio estão se exaurindo, e até o momento não se sabe qual será a tecnologia sucessora.

Observação: A bateria de íon de lítio que alimenta o Tesla (figura que ilustra esta postagem) permite que ele percorra cerca 500 km antes de ser recarregada, mas ocupa 50% do espaço disponibilizado pela estrutura do veículo. Resguardadas as devidas proporções, o mesmo se dá com o relógio inteligente da Apple (figura à direita), no qual metade do espaço interno se destina a acomodar a bateria que o mantém funcionando por 18 horas.

Do ponto de vista da química e da física, toda bateria opera basicamente da mesma forma, ou seja, é carregada quando os elétrons fluem do pólo positivo para o negativo e fornece energia mediante a inversão do sentido desse fluxo. Infelizmente, elas ainda requerem um elemento externo que as carregue e, mesmo quando ociosas, continuam enviando íons e elétrons do pólo negativo para o positivo (e por isso descarregam). Assim é desde o esboço da primeira bateria, construído há cerca de 20 séculos ─ um vaso de argila repleto de substância ácida, cujas extremidades (pólos) eram ligadas por um tubo de cobre ─ até os modelos contemporâneos de íon de lítio, que substituíram com vantagens as baterias de chumbo, de hidreto metálico de níquel e de níquel-cádmio, largamente utilizadas até o final do século passado.

O grande “X” da questão é encontrar um material que possa substituir com vantagens o íon de lítio. O grafeno seria a solução mais indicada para fornecer energia a dispositivos eletrônicos portáteis e carros elétricos, não fosse pelo elevadíssimo custo de produção ─ ainda assim, ele vem sendo utilizado na criação de protótipos que armazenam pelo menos dez vezes mais energia do que as baterias convencionais e, de quebra, são recarregados em segundos e suportam pelo menos 10.000 ciclos de carga. E há também quem aposte no lítio-oxigênio ─ que, em teoria, pode produzir baterias de duração ilimitada, mas depende do desenvolvimento de um catalisador capaz de acelerar a produção de energia retirada dos elétrons capturados do oxigênio ─ e no alumínio ─ que, dentre outras vantagens, proporciona carregamento ultra-rápido (cerca de 1 minuto) e preço potencialmente mais baixo, além de permitir a produção de baterias flexíveis. Nos testes realizados na Universidade de Stanford, os protótipos à base de alumínio continuaram fornecendo energia mesmo depois de terem sido perfurados. Enfim, o impossível só é impossível enquanto não surge uma solução que o torne possível. Quem viver verá.

Enquanto baterias com maior autonomia não chegam ao mercado, vale reduzir o tempo de recarga dos modelos disponíveis, e há gente séria se empenhando nisso nisso, como os engenheiros das empresas norte-americanas QNOVO e QUALCOMM, por exemplo. Isso sem mencionar a startup israelense STOREDOT, que desenvolveu um kit capaz de recarregar uma bateria de celular 100 vezes mais rapidamente do que os carregadores atuais. Infelizmente, essa tecnologia ainda não é compatível com os celulares atuais, que não suportam uma carga de 40 ampères sem queimar, mas poderá se tornar o padrão da indústria dentro de poucos anos (fabricantes de smartphones dos EUA, da Coréia do Sul, da China e do Japão já deram início a negociações para licenciá-la ou comprar seus direitos de uso). Nesse entretempo, convém tomar cuidado com sugestões mirabolantes, como ajustar a potência do forno microondas para 700 W e “assar” o telefone por um minuto (veja no vídeo abaixo o resultado desse experimento).

      

Observação: Se toda a radiação com que o Sol brinda nosso planeta num único dia fosse transformada em eletricidade, seria possível fazer frente ao consumo da humanidade por 27 anos. E ao que tudo indica, só falta vontade da indústria para adotar de forma ampla essa alternativa. Os carregadores solares produzidos pela CHANGERS são finos e maleáveis, e bastam quatro horas de exposição ao sol para que absorvam 16 W/h de energia ─ suficiente para recarregar duas vezes a bateria de um smartphone.

Abraços a todos e até amanhã.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A (CADA VEZ MENOR) AUTONOMIA DOS NOSSOS GADGETS

PARA QUEM TEM FÉ, NENHUMA EXPLICAÇÃO É NECESSÁRIA; PARA QUEM NÃO TEM, NENHUMA EXPLICAÇÃO É POSSÍVEL.

Enquanto a demanda dos smartphones por energia cresce exponencialmente, sua autonomia aumenta de forma linear (por autonomia, entenda-se o período durante o qual um aparelho funciona sem exigir recarrega ou substituição do componente que o alimenta). Para piorar, a recarga é um processo lento, especialmente quando levado a efeito via interface USB do PC ou tomada 12 V do carro, de maneira que, além de investir em designs caprichados, interfaces amigáveis e funções inovadoras para cativar os usuários, os fabricantes precisam descobrir como capacitar seus produtos a permanecer longe da tomada por pelo menos um dia inteiro.

Observação: Em meados do ano passado, eu troquei meu celular LG A290 Tri Chip pelo smartphone LG Optimus F5 P875, e a despeito de não ter queixas do brinquedinho “novo”, lembro-me com saudades da espantosa autonomia do “velho”, que chegava a passar mais de três semanas longe da tomada ─ desde que eu o desligasse à notinha e tornasse a ligar na manhã seguinte.

Em última análise, a coisa toda se resume a dois aspectos distintos, mas interligados: 

1) A capacidade de armazenamento das baterias é limitada pela tecnologia a partir da qual elas são fabricadas e pelos elementos que as compõem;

2) Quanto mais funções e recursos o aparelho tiver, maior seu apetite por energia e, consequentemente, menor a sua autonomia.

Tomando por base o consumo médio dos smartphones de última geração, os 200 Wh/k das baterias de íon de lítio atuais garantem autonomia (teórica) de 24 horas. Como a capacidade remanescente de expansão dessa tecnologia é de apenas 30% e deve se esgotar até 2020, quando for atingido o ápice de 260 Wh/k - 32 horas, ou os fabricantes de baterias desenvolvem novas tecnologias comercialmente viáveis que ultrapassem esses limites, ou a evolução dos recursos e funções dos smartphones fabricados a partir de então restará prejudicada.

Observação: A capacidade de armazenamento das baterias é medida em Wh/k (watts-hora por quilo), e o consumo dos aparelhos é expresso em Ah (Ampère/hora) ou em mAh (miliampère/hora); para ter uma ideia aproximada da autonomia do seu smartphone, basta dividir a capacidade da bateria pelo consumo do aparelho. Vale lembrar que a duração que consta das especificações técnicas do aparelho costumam não ser confiáveis, pois os fabricantes realizam suas medições em “condições ideais”, que não refletem uso de seus produtos no dia a dia.

Amanhã a gente conclui, já que o feriado de 9 de julho, alusivo à Revolução Constitucionalista de 1932, é limitado ao Estado de São Paulo). Abraços a todos e até lá.

terça-feira, 7 de julho de 2015

SOBRE PILHAS E BATERIAS

É IMPORTANTE FAZER AS PERGUNTAS CERTAS, MAS MAIS IMPORTANTE É OBTER AS RESPECTIVAS RESPOSTAS.

Tecnicamente, pilhas e baterias são coisas distintas, embora as diferenças sejam um tanto nebulosas, levando muita gente a utilizar esses termos como sinônimos. A rigor, uma pilha é composta de dois eletrodos (um negativo e outro, positivo) e um eletrólito (ou ponte salina), enquanto que uma bateria é um conjunto de pilhas interligadas em série ou em paralelo. Em qualquer dos casos, a função é basicamente a mesma, ou seja, fornecer energia elétrica para os mais variados apetrechos, de barbeadores, calculadoras de bolso e escovas de dente a relógios digitais, smartphones, tablets e notebooks, dentre tantos outros.

ObservaçãoEssas pilhas não são iguais às que usamos em lanternas, controles remotos etc. Na verdade, elas são células de íons de lítio, e sua quantidade (geralmente entre 3 e 12 unidades) determina a capacidade de carga da bateria e, por tabela, a autonomia do aparelho que ela alimenta. Quanto maior o número de células, mais volumosa e pesada será a bateria, razão pela qual os modelos com 12 células são destinados a notebooks de configurações robustas, que priorizam o desempenho em detrimento da mobilidade. Devido ao tamanho avantajado, essas baterias costumam ficar sob o aparelho, ajudando a manter a base da carcaça afastada alguns centímetros da superfície da bancada de trabalho, de modo a reduzir o esforço dos coolers na dissipação o calor gerado pelos componentes internos.

Vê-se na figura à direita que, na ligação em série, o pólo positivo da primeira pilha é conectado ao pólo negativo da segunda, e assim sucessivamente, resultando numa tensão final correspondente à soma das tensões individuais das pilhas (1,5V X 4 pilhas = 6V no exemplo da figura à direita). Já na ligação em paralelo, os pólos positivos e negativos são ligados entre si e a tensão final se mantém em 1,5V, ao passo que a amperagem quadruplica.  

Embora os acumuladores de energia tenham sido criados há cerca de 2.000 anos, o primeiro modelo recarregável surgiu somente em 1859, a partir de uma tecnologia que foi aprimorada ao longo dos séculos e é usada até hoje na fabricação de baterias para veículos em geral, no-breaks e sistemas de iluminação de emergência, onde peso e tamanho são questões de relevância menor. Mais adiante surgiram as pilhas (figura à esquerda), que se dividem em "comuns" e "alcalinas" (as primeiras são mais baratas, mas duram menos e têm o mau hábito de vazar parte do ácido contido em seu interior, o que pode causar danos irreversíveis aos aparelhos). Existem ainda as versões recarregáveis, ainda mais caras, que também são conhecidas como "acumuladores".

No Brasil, os formatos e as nomenclaturas das pilhas seguem o padrão instituído pelo ANSI (American National Standards Institute). As mais usadas são as “pequenas” (AA ou 2A) e as popularmente conhecidas como “palito” (AAA ou 3A), disponíveis tanto em versões descartáveis quanto recarregáveis. Já as “médias” e “grandes” (C e D, respectivamente) vêm sendo cada vez menos utilizadas, da mesma forma que as bateria de 9V, que na verdade são conjuntos de seis pilhas AAA agrupadas num único invólucro (figura à direita).

Observação: No final da década de 70, o surgimento dos relógios digitais e das câmeras fotográficas motorizadas popularizou as assim chamadas “pilhas de relógio” (figura à esquerda). As mais comuns utilizam ânodos de lítio metálico e geram uma tensão elétrica de 3V ─ o dobro da que é gerada por baterias de zinco-carbono ou alcalinas. O agrupamento de duas ou mais dessas células dá origem às “baterias de lítio”. Note que, ao contrário das baterias de íons de lítio, os modelos de lítio metálico não são recarregáveis, mas, devido à sua grande durabilidade, são amplamente utilizados em placas-mãe de PCs, sistemas de alarme sem fio, marca-passos cardíacos e outros dispositivos médicos implantáveis, só para citar alguns exemplos.       

Amanhã a gente aborda a autonomia (cada vez menor) dos nossos (cada vez mais exigentes) gadgets. Abraços e até lá.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

AINDA OS SMARTPHONES

NÃO É A GRAVIDADE DA PUNIÇÃO OU A IDADE DAS PESSOAS SUJEITAS A ELA QUE CONFERE PODER DE DISSUASÃO A UM SISTEMA PENAL.  O ELEMENTO CHAVE É SUA EFETIVIDADE.

Vimos no post anterior que smartfones de primeira linha não são muito mais baratos do que o iPhone6,  e que, depois de comparar 76 aparelhos com funções equivalentes, a PROTESTE concluiu ser possível economizar quase R$ 3 mil com a "escolha certa". No entanto, a despeito de isso ser uma boa notícia, convém ter em mente que cada usuário tem seu perfil e suas preferências, e que um aparelho que me serve satisfatoriamente pode ser insuficiente para você e, ao mesmo tempo, ser subutilizado pelo seu avô, por exemplo.

Graças à evolução tecnológica e à disputa cada vez mais acirrada pela preferência dos consumidores, smartphones de categorias equivalentes integram recursos bastante parecidos. Tirar fotos e gravar vídeos, por exemplo, são funções que a maioria deles realiza, embora nem sempre com a mesma desenvoltura das câmeras e filmadoras dedicadas. Mas isso já é outra história. Em última análise, qualquer celular inteligente que se preze deve oferecer várias opções de conectividade (Bluetooth, Wi-Fi, 4G), versão recente do sistema operacional, display que garanta boa visibilidade, CPU com desempenho adequado, ampla capacidade de armazenamento interno (preferencialmente expansível via cartão de memória) e interface intuitiva e de fácil utilização.

Observação: Na hora de escolher um produto, seja ele qual for, procure analisar cuidadosamente os recursos, funções e preço do dito-cujo à luz de suas reais necessidades e possibilidades. Se você se arrepender, cancelar a compra e reaver a importância paga pode ser uma tarefa árdua, ainda que o Código de Defesa do Consumidor lhe assegure esse direito.

A autonomia é uma questão à parte, e será discutida oportunamente. De momento, cumpre relembrar que, enquanto a demanda por energia cresce em progressão geométrica (em função da diversidade cada vez maior de recursos), a capacidade das baterias evolui em progressão aritmética, o que nos obriga efetuar recargas em intervalos cada vez mais curtos e manter um carregador ou uma bateria extra sempre à mão.

Note que é possível economizar energia ajustando alguns recursos às suas reais necessidades. O Bluetooth, por exemplo, deve ser ativado somente na hora de transferir arquivos de ou para outro dispositivo, e a conexão móvel e o GPS devem permanecer desativados até se façam realmente necessários. Convém também reduzir o brilho da tela e o tempo de timeout, desativar o disparo automático do flash e os alertas sonoro-vibratórios (que disparam sempre que você recebe um e-mail ou um SMS, por exemplo), bloquear o teclado (para evitar que a luz de fundo seja acionada acidentalmente quando o aparelho está na bolsa ou no bolso), acessar a Web somente em casos de real necessidade (para ler/responder um email urgente, também por exemplo), e por aí vai.

Abraços a todos e até amanhã, se Deus quiser.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

DE VOLTA AOS SMARTPHONES

A ESQUERDA BRASILEIRA NÃO SÓ PERDEU A OPORTUNIDADE DE LIVRAR O PAÍS DA CORRUPÇÃO COMO AINDA AJUDOU A DESENVOLVÊ-LA.

A telefonia móvel celular desembarcou em solo tupiniquim no final do século passado e se popularizou devido, principalmente, à privatização do abominável SISTEMA TELEBRAS, promovida no final de julho de 1998. Até então, para obter uma linha fixa era preciso adquirir um "plano de expansão" e munir-se de paciência, pois o prazo contratual de 24 meses raramente era cumprido. Assim, restavam aos interessados os orelhões ─ que eram alvo constante dos vândalos de plantão e quase nunca funcionavam quando se precisava deles ─ ou o "mercado negro" ─ no qual as linhas eram comercializadas diretamente entre as partes interessadas e instaladas a toque de caixa, embora chegassem a custar tanto quanto um carro popular 0km, notadamente em regiões com falta de oferta e excesso de demanda, mas isso é uma história que fica para outra vez.

Observação: Na cidade marajoara de Cachoeira do Arari (PA), dez munícipes que aderiram ao plano de expansão da TELEPARÁ esperaram 15 anos pela instalação das linhas. Alguns nem chegaram a utilizar o serviço, pois faleceram antes que ele fosse disponibilizado. E o pior é que ainda tem quem sobe nas tamancas quando ouve falar em privatização! Parafraseando mais uma vez José Saramago, "a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito".

Existem atualmente mais celulares do que habitantes no Brasil ─ segundo a consultoria de telecomunicações Teleco, a proporção é de 1,4:1 ─, devido, em grande parte, à saudável concorrência entre as operadoras, que disputam a preferência dos usuários subsidiando aparelhos e oferecendo pacotes de serviços que buscam adequar o custo ao minguado poder aquisitivo da nossa combalida "classe média". A propósito, muito embora a União Internacional de Telecomunicações considere o Brasil um dos países onde as ligações por celular custam mais caro, a Teleco assegura que nossa tarifa média é de R$ 0,16 por minuto, e que o preço da nossa banda larga móvel também está entre os mais baixos do mundo. Acredite quem quiser. 

Observação: Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal, são considerados pobres os brasileiros com renda familiar per capita de até R$ 162 mensais. A classe média começa em R$ 441 e termina em R$ 2.480, e os que se posicionam acima desse patamar são considerados "classe alta" pelos nossos burocratas, e chamados de "ricos" pelo povo, e de "elite branca" pelo PT. Espantado com os valores? Então saiba que 88,5% das mais de 50 milhões de cadernetas de poupança ativas em maio passado apresentavam saldo inferior a R$ 10 mil, o que nos leva a concluir que poucos filhos da pátria têm cacife para ostentar um iPhone 6 Plus, cuja versão com 128GB de memória custa "a bagatela" de R$ 4.299 (com mais alguns mimos, o preço pode chegar a quase R$ 5 mil).

A despeito da crise, a inauguração da segunda Apple Store em solo verde-amarelo, no dia 18 de abril passado ─ no Morumbi Shopping (zona sul paulistana) ─ resultou numa fila de mais de 1.000 consumidores; na primeira, aberta em 15 de fevereiro de 2014, no Shopping Village Mall (zona oeste carioca), a fila foi duas vezes maior e começou a se formar na madrugada do dia 13. É mole?

Se você está se perguntando quem precisa de um iPhone quando um modelo similar faz praticamente o mesmo serviço e custa bem mais barato, a resposta é: quem não abre mão da aura de excelência que envolve a "marca da maçã".

Observação: Diferentemente do que muitos imaginam, a Apple não é a primeira no ranking dos principais fabricantes de smartphones, mas sim a segunda (a primeira é a SAMSUNG; a terceira, a HUAWEI; a quarta, a LENOVO; a quinta, a XIAOMI, e a sexta, a LG).  

Cumpre salientar que aparelhos de boa cepa e repletos de recursos de última geração não são tão baratos assim, pelo menos aqui pelas nossas bandas, onde, devido à carga tributária e à ganância dos fabricantes e revendedores (dentre outros fatores que agora não vêm ao caso), chegam a custar de 3 a 4 vezes mais do que em seus países de origem (e os fabricados localmente não ficam muito atrás). Uma matéria publicada recentemente pela revista PROTESTE traz um comparativo envolvendo nada menos que 76 smartphones, cujos resultados permitem ao consumidor economizar até R$ 3 mil! Mas isso já é assunto para a próxima postagem. Passemos agora ao nosso tradicional humor de sexta-feira:

Toca o telefone... 
- Alô.
- Alô, poderia falar com o responsável pela linha? 

- Pois não, pode ser comigo mesmo. 
- Quem fala, por favor? 
- Edson. 
- Sr. Edson, aqui é da sua prestadora de serviços de telefonia, estamos ligando para oferecer a promoção de linha adicional que dá o direito... 
- Desculpe interromper, mas quem está falando? 
- Aqui é Rosicleide Silva, senhor, e estamos ligando... 
- Rosicleide, me desculpe, mas, para nossa segurança, eu gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser? 
- Bem, pode. 
- De que telefone você fala? Meu bina não identificou. 
- 10315. 
- Você trabalha em que área? 
- Telemarketing Pro Ativo. 
- Você tem número de matrícula na empresa? 
- Senhor, desculpe, mas não creio que essa informação seja necessária. 
- Então terei que desligar, pois não posso estar seguro de que falo com uma funcionária da minha operadora. São normas de nossa casa. 
- Mas eu posso garantir... 
- Além do mais, sempre sou obrigado a fornecer meus dados a uma legião de atendentes quando tento falar com vocês. 
- Ok... Minha matrícula é 34591212. 
- Só um momento enquanto verifico. 
Dois minutos depois: 
- Só mais um momento. 
Cinco minutos depois: 
- Senhor? 
- Só mais um momento, por favor, nossos sistemas estão lentos hoje. 
- Mas senhor... 
- Pronto, Rosicleide, obrigado por ter aguardado. Qual o assunto? 
- Aqui é da sua operadora de telefonia, senhor, e estamos ligando para oferecer uma linha adicional promocional. O senhor está interessado, Sr. Edson? 
- Rosicleide, eu vou transferir você para a minha esposa, porque é ela quem decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones. Por favor, não desligue, sua ligação é muito importante para mim. 
Coloco o telefone em frente ao aparelho de som, deixo a música Festa no Apê, do Latino, tocando no repeat (quem disse que um dia essa droga não iria servir para alguma coisa?) e ao fim de cinco minutos minha mulher atende: 
- Obrigada por ter aguardado... Você pode me informar o número do seu telefone, pois meu bina não identificou? 
- 10315.
- Com quem estou falando, por favor. 

- Rosicleide 
- Rosicleide de que? 
- Rosicleide Silva (já demonstrando certa irritação na voz). 
- Qual sua identificação na empresa? 
- 34591212 (ainda mais irritada!). 
- Obrigada pelas suas informações, Rosicleide. Em que posso ajudá-la? 
- Aqui é da sua operadora de telefonia, estamos ligando para oferecer uma linha adicional promocional. A senhora está interessada? 
- Vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato para dar um parecer; você pode anotar o protocolo, por favor... 
TU-TU-TU-TU-TU... 
- Desligou... Nossa, que moça impaciente! 


Até segunda, se Deus quiser.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O QUE SÃO ARQUIVOS TORRENT E COMO MANIPULÁ-LOS (final)


ANTAS PETISTAS QUE DEFENDEM O CONTROLE DA MÍDIA ESTÃO NO MESMO PATAMAR DE PRIMITIVISMO DOS QUE USAM A DEMOCRACIA PARA DESTRUIR A DEMOCRACIA.

Para encerrar esta trinca de postagens, resta dedicar algumas linhas ao TORRENT (ou BITTORRENT, como queira). Acompanhe: 

Torrent, numa tradução livre, significa torrente, fluxo, correnteza, o que dá uma ideia de fluidez ─ bastante apropriada, por sinal, já que esse sistema de compartilhamento fraciona os arquivos antes de distribuí-los, otimizando o desempenho da rede e propiciando downloads mais rápidos do que nos moldes convencionais, notadamente quando grandes volumes de dados estão envolvidos.

O Torrent funciona de maneira semelhante ao das redes Peer-to-Peer, que se tornaram populares na década passada por permitirem o compartilhamento de arquivos entre os usuários sem a figura de um servidor central (mais detalhes na postagem anterior), com a diferença de que utiliza servidores (trackers) para organizar e agilizar a troca dos dados. 

Observação: O termo torrent designa também o formato de arquivo utilizado pelo protocolo em questão, e não deve ser confundido com os populares programinhas clientes uTorrent e o BitTorrent, que se encarregam de obter as informações contidas nos arquivos .torrent e gerenciar a comunicação entre os usuários. 

A pesquisa dos arquivos .torrent não é realizada a partir do nome, como estamos acostumados a fazer quando realizamos downloads via protocolos HTTP e FTP. Em vez disso, devemos localizar o arquivo .torrent com as informações desejadas, abri-lo em nosso programa cliente, visualizar seu conteúdo e baixar o item que nos interessa (cada arquivo pode conter diversos itens). A partir daí começa o download propriamente dito, quando os diversos segmentos que compõem o arquivo são transferidos de forma não sequencial e remontados em seguida, como se fossem peças de um quebra-cabeça digital.

Existem diversos sites que funcionam como repositórios de arquivos .torrent. Aliás, de uns tempos a esta parte surgiram indexadores que dispensam a trabalhosa pesquisa individual (se, por questões de ordem moral ou legal, você não quer se aventurar a baixar arquivos do Pirate Bay, cuja reputação não é das melhores, experimente o 1337X ou o OpenBitTorrent). 

Observação: Ao contrário do que se costuma imaginar, o TORRENT não é ilegal, embora não se possa dizer o mesmo do uso que muita gente faz dele. Enfim, com diz um velho adágio popular, "armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas". 

Era isso, pessoal. Abraços a todos e até a próxima.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O QUE SÃO ARQUIVOS TORRENT E COMO MANIPULÁ-LOS (continuação)

HÁ TANTOS IMBECIS MANDANDO EM PESSOAS INTELIGENTES, QUE ÀS VEZES FICO PENSANDO SE BURRICE NÃO SERIA UMA CIÊNCIA.

Aficionados por música que já acessavam a Internet lá pela virada do século devem estar lembrados do KaZaA ─ programa de compartilhamento de arquivos via P2P ─, que permitia criar respeitáveis coleções de faixas musicais para apreciar a qualquer tempo no PC, gravar em CDs ou mesmo transferir para players como o iPod, por exemplo.

Observação: Criado em 2001 pela empresa estoniana BLUEMOON INTERACTIVE, o KAZAA não foi o primeiro e nem o único aplicativo para compartilhamento de arquivos via P2P, embora tenha sido o que mais se destacou nesse segmento, tanto é que logo se tornou também o preferido dos cibercriminosos de plantão para disseminação de vírus, trojans e outras pragas digitais, o que, combinado com adwares, spywares e outros PUPs embutidos no próprio KaZaA, levou boa parte dos usuários a buscar alternativas como o Limewire e o eMule   

O maior atrativo dessa brincadeira estava na gratuidade, tanto dos aplicativos ─ que, em sua maioria, eram distribuídos na modalidade freeware ─ quanto dos arquivos compartilhados. E a despeito das limitações da conexão dial-up, cuja velocidade máxima (teórica) era de 56 Kbps, a maioria dos usuários de apps P2P parecia não se importar com a demora dos downloads, mesmo que fosse preciso deixar o PC ligado a noite toda para obter meia dúzia de faixas (cerca de 20 minutos de música). Pior ainda era baixar filmes ou games ─ um vídeo em alta definição, que leva poucos minutos numa conexão de 100 Mbps, chegava a demorar semanas (ou até meses) para ser completado.

Claro que os melhores camelôs do ramo já ofereciam cópias piratas de CDs comerciais (e, mais adiante, também de filmes em DVD), mas, por mais que o preço fosse camarada, era ainda mais barato comprar CDs virgens e rechear cada um com mais de 100 faixas musicais no formato MP3, que reduz arquivos de áudio a 1/10 do tamanho original sem prejuízo sensível de sua qualidade sonora.

Antes de passar ao TORRENT, que até agora só emprestou o nome a esta sequência de postagens, convém salientar que, no compartilhamento de arquivos P2P, cada usuário faz tanto o papel de servidor quanto de cliente de conteúdo, podendo colocar sua discografia à disposição dos demais participantes da rede e, ao mesmo tempo, baixar um filme disponibilizado por eles. O serviço dispensa um servidor central e permite baixar em poucos minutos uma distribuição Linux de 600 MB, por exemplo, desde que haja um swarm adequado, e que o interessado tenha uma conexão com largura de banda decente.

Observação: Para quem não sabe, “swarm” é o nome que se dá ao conjunto de “peers” e “seeds” ─ que são, respectivamente, os clientes que estão baixando um arquivo (que também enviam pedaços dos arquivos, conforme estes lhes são oferecidos) e os que já possuem cópias completas disponíveis para upload. Aliás, a etiqueta recomenda deixar os arquivos disponíveis ao final dos downloads, de maneira a servir outros usuários (quem ignora esse protocolo é chamado de “leech”, ou, em bom português, sanguessuga).

Devido ao espaço ocupado por essas elucubrações paralelas, vamos adiar (mais uma vez) a abordagem do TORRENT, que vai ficar para a postagem de amanhã. Abraços a todos e até lá.