terça-feira, 1 de março de 2022

HOJE É (SERIA?) CARNAVAL...


Sobre a crise no leste europeu, ainda é cedo para dizer quando e como ela vai terminar. Quanto à posição de determinados presidentes acerca do assunto, há mandatários que servem ao país e mandatários que se servem das prerrogativas que o cargo lhes confere em benefício próprio. Alguns são seres abjetos e políticos de manifesta inutilidade; outros vão ainda mais além, tornando-se um estorvo para a nação que deveriam comandar. Existem remédios constitucionais para isso no Brasil, mas falta quem os ministre. Assim, a solução fica por conta dos eleitores. O problema é que não se pode esperar grande coisa da récua de muares que atente por “eleitorado tupiniquim”.

Para encerrar esta breve introdução, relembro que “vitória de Pirro” designa uma conquista obtida a alto custo, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. A origem dessa expressão remonta à Grécia Antiga e remete às perdas sofridas pelo exército do Rei Pirro, que derrotou os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C., mas perdeu parte considerável das forças que trouxera consigo, além de quase todos os amigos íntimos e principais comandantes. 

Outra frase que merece menção é: “ao vencedor, as batatas”, cunhada por Machado de Assis no romance Quincas Borba, que narra a trajetória de Rubião. O protagonista, um humilde professor, fica rico a receber uma herança deixada pelo filósofo Quincas Borba — criador de uma filosofia chamada “Humanitismo” —, deslumbra-se com a nova vida e é traído por um casal de amigos, que rouba sua fortuna. No final da vida, pobre e doente, nosso herói relembra um ensinamento de seu benfeitor, que, para sintetizar sua teoria, evoca uma história sobre duas tribos famintas diante de um campo de batatas suficientes apenas para alimentar somente uma delas. Com as energias repostas, os vencedores podem transpor as montanhas e chegar a outro campo, onde há uma grande quantidade de batatas. Borba finaliza: "Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas". Nesse caso, a paz é a destruição e a guerra, a conservação" 

Para a professora de Literatura Brasileira Ana Maria Lisboa Mello, "a vitória de uma das tribos provoca hinos, alegrias e outros efeitos das ações bélicas e aponta para a conquista de outro território. Essas demonstrações revelam que o homem comemora aquilo que lhe é vantajoso ou aprazível, ainda que isso implique a ruína de outros". Ela ensina ainda que a teoria do Humanitismo é pessimista, ao contrário da filosofia do Humanismo, que valoriza o homem, colocando-o no centro de tudo.

Vale a reflexão.

***


Um levantamento sobre o consumo de álcool em 193 países apurou que os 10 primeiros colocados são todos europeus, e que o Brasil fica em 49.º lugar, com a média per capita anual de 8,9 litros, quase 40% superior à internacional.

Durante o Réveillon (que se limita a uma noite) e ao longo do Carnaval (que dura no mínimo 4 dias) o abuso de bebidas alcoólicas costuma ser expressivo. E como sabe quem já entornou umas doses a mais, dor de cabeça, tontura, fadiga, náuseas e outros indefectíveis desconfortos que acometem o folião na manhã seguinte não são culpa do canapé com jeitão de validade vencida ou do recheio daquela empadinha que parecia tão fresquinha. A esse conjunto de sintomas dá-se o nome de ressaca.

A ressaca sucede ao pifão como o dia à noite, e é tão inevitável como a morte e os impostos e a disputa entre Lula e Bolsonaro em outubro próximo. A não ser, naturalmente, que o pé-de-cana faça um voto de abstinência durante as festividades — o que não costuma ser uma opção válida para a maioria dos foliões.

Forrar o estômago com antecedência com miolo de pão besuntado de manteiga ou embebido em azeite de oliva retarda a absorção do álcool e diminui sua concentração na corrente sanguínea. Mas convém não exagerar para não acabar espalhando democraticamente a matéria regurgitada entre os foliões mais próximos.

Alternar doses de manguaça com copos d’água, suco ou refrigerante também ajuda, já que a bebida não alcoólica “preenche” o estômago e limita a quantidade da uca que o sujeito consegue ingerir. E, óbvio, quanto mais o folião beber, mais severamente ele será castigado na manhã seguinte (ou ao longo de todo o dia seguinte, pois há casos em que o imbróglio dura mais de 24 horas).

Se você tem problemas com a balança, atenção: uma latinha de cerveja tem cerca de 200 Kcal. Para queimá-las, uma pessoa de 70 quilos precisa andar pelo menos dois quilômetros. Claro que folião que se preza pula feito perereca; ou seja, gasta energia. Mas, diferentemente do salário, calorias são mais fáceis de ganhar do que de gastar.

Vale destacar que o álcool da cerveja é o mesmíssimo álcool do uísque, do vinho, da vodca, do gim, do conhaque, e por aí afora. O que muda é a concentração. Por outro lado, se você encontrar vodca a preço de cachaça vagabunda, fuja, porque o troço deve ser venenoso.

A ressaca tende a se manifestar de seis a oito horas após o pifão, e o tempo que ela leva para passar varia de pessoa para pessoa e da quantidade de álcool ingerida. Curiosamente, os sintomas surgem após a eliminação do álcool pelo organismo, e mais intrigante ainda é o fato de não existir consenso na explicação do processo.

A maioria dos especialistas atribui a ressaca ao aumento da concentração de substâncias inflamatórias e dos hormônios que regulam o sono, à alteração das taxas de glicose no sangue, à consequência dos “aditivos” embutidos nas bebidas alcoólicas, enfim... Qualquer que seja o motivo, o troço é um porre! Literalmente.

A menos que você entre em coma alcoólica (situação que exige cuidados médicos), deixe o organismo processar naturalmente ou regurgitar o excesso de álcool, e, nesse entretempo, evite comidas ácidas, gordurosas ou de difícil digestão.

Torradas com mel ou geleia no café da manhã, uma sopa ou salada de legumes cozidos no almoço, muito líquido e uma boa dose de paciência devem deixá-lo pronto pra outra. Mas atenção: ressaca não se cura com mais álcool! Essa prática até ajuda a mascarar os sintomas no curto prazo — e serve de desculpa para o manguaceiro entornar mais uma birita ao acordar, mesmo que não esteja de ressaca. No entanto, em algum momento o nível de álcool no organismo terá de baixar.

cafeína atua no sistema nervoso central, bloqueando os receptores de adenosina, de modo que tomar café ajuda a atenuar os sintomas da ressaca. Já os analgésicos ajudam a aliviar a dor de cabeça, mas evite medicamentos à base de paracetamol, pois, combinado com o álcool, esse componente castiga ainda mais o fígado.

Manter o organismo hidratado reduz a concentração do álcool, facilita a metabolização e minimiza os sintomas da ressaca. Além disso, a hidratação compensa a perda de água pela urina, diarreia ou vômito — causa da indefectível secura na boca, geralmente acompanhada do gosto de corrimão de escada de repartição pública. 

Mas o álcool precisa de carboidratos para ser processado (daí a razão de se tratar coma alcoólica com injeção de glicose). Portanto, pode não ser uma boa ideia evitar massas e assemelhados para "compensar" as calorias da bebida e prevenir os indesejáveis quilinhos a mais.

Abuse de água (com ou sem gás), gelada e com suco de limão... Chá tem cafeína — que, como dito, ajuda a atenuar os sintomas da ressaca — e, por ser basicamente uma infusão feita a partir de alguma erva e água fervente, ajuda a reidratar o organismo. Mas não acredite em chazinhos milagrosos, como o de hibisco, nem em outras bobagens supostamente mágicas.

Se você não gosta, tome água de coco — o melhor hidratante natural que existe. Se preferir refrigerantes, beba os normais. Por não conter açúcar (glicose) a versão light (ou diet) dessa bebida não ajuda a metabolizar o excesso de álcool. Mas fuja de cerveja, vinho ou qualquer outra bebida alcoólica, já que, de novo, elas podem até mitigar a sede, mas não reidratam o organismo.

Uma rara e honrosa exceção é o Bloody Mary, que é composto basicamente por vodca, suco de tomate, pimenta (do reino e tabasco), suco de limão, gelo e uma pitada de sal. É tiro e queda na cura da ressaca. Se não acredita, pergunte a Frank Sinatra, Judy Garland, Humphrey Bogart, Sammy Davis Jr., Jerry Lewis, Dean Martin e Elizabeth Taylor, que são (ou eram) fãs dessa beberagem.

ObservaçãoBloody Mary foi criado pelo francês Fernand Petiot, que comandava o balcão do parisiense Harry’s New York Bar, na França, e teria inventado a beberagem a pedidos. Na época da Lei Seca, os americanos procuravam uma bebida de aparência e teor alcoólico mascarados, e o Bloody Mary foi a saída perfeita para confundir as autoridades. O nome (Maria Sangrenta, numa tradução livre) viria em 1934, no bar nova-iorquino do Hotel St. Regis Sheraton.

Beba com moderação e vote no candidato da terceira via (seja MoroDoria ou o diabo que carregue Lula e Bolsonaro). Ficar com o diabo conhecido para não se arriscar com o desconhecido não se aplica a todos os casos.

Bom carnaval a todos.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

OS BASTIDORES DA INVASÃO DA UCRÂNIA (CONTINUAÇÃO)


Essa guerra estúpida já durou tempo demais e causou estragos e mortes demais — sobretudo de ucranianos, pois o poderio bélico russo é muitas vezes superior. Ainda que o conflito termine em mais alguns dias (e torçamos por isso), seus efeitos deletérios serão sentidos por meses a fio.

Putin vem enfrentando mais resistência do que esperava, mesmo com seu exército avançando implacavelmente sobre inocentes e produzindo um banho de sangue que os voluntários ucranianos dificilmente conseguirão deter. Para mascarar a carnificina, o tirano sanguinário proibiu os órgãos de imprensa locais — apenas uma emissora de TV não é oficial — de se referir ao conflito como “guerra” (da mesma forma como certo mandatário tupiniquim costuma dizer que o golpe militar de 1964 “não foi golpe”).

O genocida (falo do russo, que já mandou assassinar jornalistas e líderes de oposição) devastou a Chechênia em 1991 e não lhe custa nada reprisar o banho de sangue agora — conquanto não o tenha feito em 2008 e 2014, quando da ocupação da Georgia e da Crimeia, respectivamente. Fato é que, ao invés de mudar a geopolítica mundial a seu favor, Putin virou o novo pária internacional (qualquer semelhança..., bom, deixa pra lá). 

A Comissão Europeia quer responsabilizar e punir o tirano genocida. A Ucrânia entrou com uma ação contra a Rússia no mais alto tribunal da ONU. Até o ex-presidente Donald Trump (outro que por onde passa espalha fezes) voltou atrás no que disse sobre a invasão da Ucrânia ser “uma ação ‘genial’ do antigo aliado” — coisa que eu seu baba-ovo brasileiro... bom, é melhor deixar pra lá.

Diogo Mainardi, com a irreverência de sempre, diz que o carniceiro russo está isolado, só conta com gente disposta a trocar a democracia por um saco de fertilizantes, como Bolsonaro. Quem poderia imaginar que os europeus apoiassem o expurgo da Rússia do comércio internacional, apesar do risco de escassez de gás? E foi o que ocorreu. 

A polícia russa deteve neste domingo mais de 2.000 pessoas em protestos contra a guerra realizados em 48 cidades. Mais de 5.500 manifestantes foram presos desde que quinta-feira. Em Moscou, a tropa de choque parecia estar em maior número que os populares, que carregavam cartazes escritos à mão com sinais de paz e slogans antiguerra em russo e ucraniano. Os protestos coincidiram com o aniversário de sete anos do assassinato do político da oposição Boris Nemtsov. Em Moscou, algumas das prisões ocorreram num memorial improvisado nos arredores do Kremlin, no local onde Nemtsov foi baleado. "Não à guerra!", gritou um dos manifestantes enquanto era arrastado pela polícia.

Os líderes radicais que Putin patrocinou nos últimos anos foram constrangidos pela guerra e ficaram isolados na sua defesa: Matteo Salvini (Itália), Marine Le Pen e Éric Zemmour (França), Nigel Farage (Reino Unido), Alexander Gauland (Alemanha), Bolsonaro e o próprio Trump. Na triste companhia desses extremistas ficou a antiga esquerda, inclusive no Brasil, mas isso é outra conversa.

Bom seria se essa desgraceira servisse ao menos para sepultar a nostalgia comunista e varrer do cenário político-eleitoral populistas demagogos e autoritários (sobretudo um que almeja permanecer na Presidência e outro que quer retornar a ela), useiros e vezeiros em ludibriar o eleitorado com promessas tão rasas quanto seu intelecto e tão negras quanto seu passado. Mas isso também é outra conversa.

Dizer quando e como o conflito terminará é mero exercício de futurologia, até porque fazer previsões com base em fatos que mudam como imagens num caleidoscópio é o mesmo que trocar pneu furado com o carro em movimento. Torçamos, pois, por um cessar-fogo (falar em paz, a esta altura, seria ridículo) até que uma solução diplomática seja alcançada (e ela pode estar mais perto que imaginamos).

Na última sexta-feira a Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, mas uma declaração conjunta emitida por nada menos que 50 países atestou que o Putin abusou de seu poder de veto. Uma nova reunião do Conselho de Segurança deverá convocar uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU, na qual os 193 membros terão de se posicionar sobre invasão da Ucrânia e a violação da Carta das Nações Unidas. Para que ela seja aprovada é preciso que pelo menos nove dos 15 membros do Conselho votem a favor, lembrando que esse instrumento (que só foi utilizado 10 vezes desde a criação da ONU) não dá o direito de veto aos cinco membros permanentes, o que impede a Rússia de se opor. Uma vez aprovada, a sessão extraordinária ocorrerá já nos próximos dias e, segundo projeções do g1, mais de 100 membros da ONU devem votar a favor do texto.

AtualizaçãoO Conselho de Segurança da ONU aprovou no final da tarde de ontem (pelo horário de Brasília) a resolução que agenda para esta segunda-feira (28) a convocação da sessão extraordinária. A resolução, promovida pelos Estados Unidos e pela Albânia, foi aprovada por 11 países, com o voto contrário da Rússia e a abstenção de China, Índia e Emirados Árabes. O diplomata Ronaldo Costa Filho confirmou o voto brasileiro a favor da reunião de emergência.

É impossível prever o desfecho do conflito para além do óbvio (mortes de ambos os lados, mas em maior número do lado ucraniano, e a vitória de Vladimir sobre Volodymyr), de modo que só nos resta acompanhar o desenrolar dos acontecimentos e torcer pelo melhor, lembrando que o “melhor” para Putin não é o “melhor” para a Ucrânia (nem para a maioria dos demais países membros da ONU).

Neste domingo, uma comitiva de autoridades russas desembarcou Belarus para negociar com autoridades ucranianas — o gesto mais concreto de diplomacia partindo da Rússia desde o início da invasão. Mais cedo, Putin colocou as forças de dissuasão nuclear russas alerta máximo (em prontidão de lançamento), aumentando os temores de que a invasão possa se transformar numa guerra nuclear. Até o momento, no entanto, não há indicativos de que ele tenha planos concretos de utilizá-las. 

O esforço diplomático se deu após os aliados ocidentais anunciarem uma nova rodada de sanções econômicas contra a Rússia, incluindo o bloqueio alguns bancos russos do sistema de pagamentos global Swift, e no mesmo dia em que tropas russas conquistaram avanços relevantes em solo ucraniano. A depender das condições do Kremlin, o presidente Volodymyr Zelensky pode assinar sua rendição ainda neste domingo (para mais detalhes, clique aqui).

Por mais que eu seja avesso à polarização, há situações em que é preciso escolher um lado. Bolsonaro e Lula já escolheram apoiar o autocrata сукин сын. Convém ter isso em mente em outubro, na hora de escolher o novo inquilino do Palácio do Planalto (queira Deus que seja alguém que nunca tenha ocupado o cargo e que tenha condições de fazer desta banânia um país de verdade).

Bom carnaval a todos.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

OS BASTIDORES DA INVASÃO DA UCRÂNIA


Nada acontece por acaso. Atribuímos ao acaso tudo que foge ao nosso controle (e compreensão), mas não há efeito sem causa, e, parafraseando novamente o Conselheiro Acácio, “o problema com as consequências é que elas sempre vêm depois”. 

Não sei em que pé estará a situação no leste europeu quando esta postagem for ao ar. É possível inclusive que a guerra termine antes que o post seja publicado (eu espero sinceramente que sim, mas, infelizmente, tudo indica que não).

A Ucrânia foi um membro importante da extinta União Soviética, tanto por ser a segunda região mais populosa do bloco quanto por concentrar grande parte do setor agrícola, industrial e de aparatos militares. Na manhã de ontem, terceiro dia de invasão, os ucranianos ainda resistiam, mas me parece evidente que postergar essa guerra assimétrica não mudará o resultado, só produzirá mais mortes, notadamente entre os ucranianos.

A Ucrânia não faz parte da Otan — aliança militar que conta com 30 membros, 14 dos quais são egressos da antiga URSS —, mas pode ser autorizada a ingressar no grupo em algum momento no futuro. Pelo artigo 5º do tratado, seus signatários prometem ajuda mútua na hipótese de algum deles ser atacado. 

Quando a Alemanha ingressou na Otan, em 1955, o bloco comunista “respondeu” com o Pacto de Varsóvia, que reuniu países do leste europeu em uma aliança militar. A Rússia, que se aliou aos americanos, britânicos e franceses no combate aos arroubos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial, hoje vê os membros da Otan como “inimigos”.

Putin quer recuperar o controle sobre o leste da Rússia, que é a região mais vulnerável de seus domínios, e acusa a Otan de cooptar ex-membros do bloco comunista para cercá-lo, aproveitando-se do enfraquecimento resultante da dissolução da União Soviética. Em 2014 — alegando “laços históricos”, mas de olho no Porto de Sebastopol, que é de importância crucial para a frota naval russa —, ele anexou a Crimeia e passou a financiar rebeldes que pugnavam pela independência das províncias de Donetsk e Luhansk, na região de Donbas

Como a região que abriga os dois focos separatistas lhe interessa (não pela falaciosa “relação étnica”, mas pelas importantes reservas minerais), Putin reconheceu prontamente sua independência e se serviu dela como pretexto para a invasão (que Trump considerou “genial e pacificadora”, mas se retratou no dia seguinte, dizendo que foi “uma coisa muito triste para o mundo”).

A alegação de que a hipotética entrada da Ucrânia na Otan ponha em risco a segurança russa a ponto de justificar uma invasão armada e a perda de centenas de vidas não passa de mero pretexto. Em 2014, quando os ucranianos rejeitaram maciçamente as decisões de um presidente simpático ao Kremlin, Putin ignorou o desejo majoritário da população daquele país de sair da órbita de Moscou.

Mais que uma suposta ameaça às fronteiras russas, incomodam o tirano genocida a possibilidade de a democracia relativamente bem-sucedida no país vizinho inspirar escolhas futuras de eleitores russos e reduzir ainda mais a influência da Rússia sobre um ex-membro do extinto bloco comunista. E não se trata de qualquer país, mas de um dos maiores celeiros da Europa, com reservas estratégicas de urânio.

No comando de uma das máquinas de guerra mais poderosas do planeta desde 1999, o novo amigo de Bolsonaro é muito mais que um patético ex-burocrata da KGB saudoso dos tempos da União Soviética e do Império Russo. Prestes a completar 70 anos, Putin está preocupado com seu “legado”, e um de seus “assuntos inacabados” é justamente sua relação com a Ucrânia.

Na sexta-feira (25), embaixadores da Ucrânia, Alemanha, Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido e União Europeia cobraram um posicionamento claro do Itamaraty, que pediu o fim do ataque à Ucrânia, mas desde que sejam considerados os “legítimos interesses de segurança de todas as partes” — o que inclui o empenho do presidente russo em impedir o avanço da Otan no Leste Europeu.

O Brasil votou a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU, mas a decisão foi barrada pela própria Rússia, que é a atual presidente do colegiado. A posição do embaixador brasileiro destoou da postura de Bolsonaro, que prestou solidariedade a Putindesautorizou Hamilton Mourão, que condenou publicamente os ataques à Ucrânia. 



Mas não é só o sultão do bolsonaristão que baba ovo para o tirano eslavo: senadores petistas qualificaram a invasão de resposta à “política imperialista” dos EUA, que “não aceitam uma Rússia forte e uma China que tende a superá-los economicamente”.

Até aí, nenhuma surpresa. As gestões de Lula e Dilma foram pródigas em alianças espúrias com regimes totalitários, em apoiar ditadores e defender terroristas como Cesare Battisti, sem falar nos investimentos “a fundo perdido” em ditaduras comunistas, como Cuba e Angola. 

Ao relativizar um ato de guerra marcado pela arbitrariedade e que já resulta em centenas de vítimas, os petistas mostram novamente com que tipo de ordem global se alinham. Não será um apressado esforço para ocultar essa essência, com notórias razões eleitoreiras, que fará os cidadãos de bem esquecerem o tipo de papel a que o Brasil se prestou enquanto foi regido pela caterva que pensa dessa forma.

Outubro está aí, pessoal. Bolsonaro e seu clã precisam sair, mas Lula e sua quadrilha não podem voltar. 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

O ZUMBI DO PLANALTO

Já tivemos um vampiro na Presidência. Agora temos um zumbi. Meses antes do pleito, Bolsonaro é um cadáver político que perambula pelo País falando para ninguém ouvir.

Por um lado, isso é positivo. Significa que o Brasil evoluiu e busca agora uma solução política racional para uma grave crise. Por outro lado, deixa o candidato à reeleição livre para agir contra as instituições — uma ação desesperada, de derrotado, que teme o final de mandato e a possibilidade (tecnicamente falando, é claro) de acabar na prisão.

O eleitor gostaria de antecipar o pleito. Vai ser uma agonia aguardar o dia 2 de outubro. Já se sabe — e desde o ano passado — que não há governo. O Palácio do Planalto encaminha as tarefas administrativas rotineiras, mas não consegue desenhar sequer o que fará na semana seguinte. Não há planos ou projetos para 2022. Os atos são decididos e encaminhados de forma improvisada, repetindo a “ação legislativa” de Bolsonaro em trinta anos de vida parlamentar.

A aproximação com o Centrão é uma ação desesperada, não o produto de um fabuloso cálculo político. É sinal de que o mandatário de fancaria necessita de algum apoio político para ainda se considerar eleitoralmente um protagonista político.

A decadência do nazifascismo bolsonarista — paupérrimo em ideias e incapaz de se organizar — é inequívoco. O presidente perdeu o apoio de amplas frações das classes médias, as classes populares estão mais e mais desgostosas com a crise econômica e seus efeitos, o grande capital está dividido — os setores mais modernos querem estabilidade e sabem que não a obterão com Bolsonaro — e a sociedade civil organizada demonstra a cada dia o cansaço com a permanência da irracionalidade como política de Estado. Até os militares sinalizam que pularão do barco antes do naufrágio eleitoral.

O desafio aos democratas será manter o nível da campanha eleitoral — que, na prática, já começou — sem cair nas inevitáveis provocações dos bolsonaristas. O desespero deve aumentar no segundo trimestre, quando ficar patente que o candidato à reeleição sequer chegará ao segundo turno, caso único nas eleições presidenciais desde a adoção da reeleição, em 1998.

Nesse cenário, a união de todos os democratas será indispensável. Tudo indica que Bolsonaro tentará a todo custo desqualificar as eleições — e contará com o apoio da extrema direita mundial, que tem nele, mais que um aliado, um agente para causar tensão no processo eleitoral e impedir que o Brasil encontre democraticamente o caminho para enfrentar e vencer os graves problemas nacionais.

Com Marco Antonio Villa

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A INVASÃO DA UCRÂNIA E O CARMA DO CARNAVAL

Ricardo Boechat dizia que se pode morrer de várias maneiras no jornalismo, menos de tédio. Na madrugada da última quinta-feira, sua tese foi comprovada mais uma vez pela invasão da Ucrânia. 

Conflitos como esse, sabemos como começam, mas não como nem quando terminam. E o mesmo se aplica a suas consequências. Como ensinou o Conselheiro Acácio (personagem do romance “O Primo Basílio”, de Eça de Queiroz), o problema com as consequências é que elas vêm sempre depois.

Contrariando a opinião de um sem-número de analistas de internacional, Putin não estava blefando. E a escalada de suas ameaças levava mesmo a crer que a invasão eram favas contadas. Infelizmente, as consequências do desatino transcendem o leste europeu, mas ainda é cedo para avaliar o tamanho da caca e como ela afetará a economia mundial (no mercado financeiro, os índices despencaram, inclusive no Brasil, onde o dólar voltou a subir, pondo fim a uma alvissareira sequência de quedas).

Assinado em 2014, o Acordo de Minsk visava pôr fim aos conflitos armados no leste da Ucrânia com o cessar-fogo imediato entre as regiões envolvidas na guerra civil, mas nunca foi implementado completamente, e a tensão aumentou com as movimentações militares da OTAN e da Rússia nas proximidades de Donbass

Na última terça-feira (22), após o reconhecimento da independência da DPR e da LPR, Putin disse que o acordo estava morto. Na madrugada de anteontem, a despeito das lamentáveis (e lamentavelmente recorrentes) desgraceiras que a mídia canta em verso e prosa dia sim e outro também, a cobertura da guerra no leste europeu varreu da pauta assuntos que vinham ocupando o noticiário nos últimos dias, como a variante ômicron, o preço dos combustíveis e outras mazelas nacionais, entre as quais o fato de 2022 ser o segundo ano consecutivo sem carnaval no país do carnaval.

No que tange ao “Reinado de Momo”, foi durante o carnaval 2019 que um comentário infeliz de Bolsonaro trouxe à baila, com pompa e circunstância, a expressão “Golden Shower”. Mas essa não foi a primeira nem (muito menos) a última estultice do dublê de mau militar e parlamentar medíocre que elegemos para evitar que o país fosse presidido pelo fantoche do então presidiário mais famoso de Pindorama (que hoje posa de “ex-corrupto” e detém a preferência de nosso esclarecidíssimo eleitorado).

Bolsonaro tomou posse em meio à novela do caso Queiroz, mas o rompimento da barragem do Córrego de Feijão desviou o foco da mídia da maracutaia. Seguiram-se o incêndio no Ninho do Urubu, a exoneração de Gustavo Bebianno, a denúncia de estupro apresentada por Najila Trindade contra Neymar Cai-Cai, a Vaza-Jato de Verdevaldo das Couves e a malograda indicação de Eduardo Bananinha para ocupar a Embaixada do Brasil nos EUA

Em seus primeiros três meses de governo, o capitão esteve na Suíça, nos Estados Unidos, no Chile e em Israel, deu uma passadinha rápida em casa (no Rio), e outra no Hospital Sírio Libanês (em São Paulo). Em Brasília, foi ao cinema com a primeira-dama e a ministra-pastora Damares Alves em plena manhã de terça-feira (26 de março, que não era feriado no DF), em meio à articulação da reforma da Previdência (que acabaria sendo aprovada apesar dele).

Poderíamos continuar indefinidamente a relembrar pronunciamentos infelizes do sultão do bananistão — a quem o senador Omar Aziz, então presidente da CPI do Genocídio, referiu-se como “"aquele carioca que tira proveito de funcionários do próprio gabinete" e que "só abre a boca para espalhar fezes" —, mas não faz sentido abusar da paciência do leitor. Passando ao carnaval, os primeiros casos de Covid-19 — que logo se multiplicariam e resultariam na maior pandemia sanitária depois da Gripe Espanhola — foram descobertos no apagar das luzes do primeiro ano do desditoso mandato do capitão cloroquina, e a identificação do primeiro caso em terra brasilis, já em 2020, aconteceu dias antes do início do Reinado de Momo

Devido à magnitude da pandemia, "não houve carnaval" em 2021. No ano em curso, os foliões também não sairão às ruas, mas a data servirá de referência para situar no tempo a invasão da Ucrânia pela Rússia. Resta saber o que nos reserva o próximo Reinado de Momo, que se dará 52 dias depois da posse do próximo presidente desta banânia. 

Pelo andar da carruagem, talvez seja melhor nem fazer previsões.

***

Dias atrás, em mais um périplo internacional bancado pelos contribuintes, Bolsonaro fez uma inoportuna e contraproducente visita dois populistas autoritários. O objetivo, evidentemente, era conseguir imagens para usar em sua campanha pela reeleição. 

Para ser recebido pelo colega russo, nosso mandatário submeteu-se a um distanciamento vigiado e realizou testes em série contra Covid. Na fala de abertura que antecedeu sua conversa com Putin, declarou-se solidário com a Rússia. Na sequência, ofereceu farto material para memes nas redes sociais afirmando que, “coincidência ou não”, Putin reduziu a presença militar na fronteira com a Ucrânia depois da conversa que eles tiveram.

O ex-presidente norte-americano Donald Trump disse condenar a ação de Putin, mas classificou-a de "genial". "O que deu errado foi uma eleição fraudada e o que deu errado é um candidato que não deveria estar lá e um homem que não tem noção do que está fazendo" , disse o egun mal despachado, referindo-se a seu sucessor na Casa Branca. “Se eu estivesse no cargo, isso seria impensável. Isso nunca teria acontecido”. Biden, por sua vez, anunciou "sanções muito mais duras" do que as estabelecidas em 2014, depois da anexação da Crimeia.

Itamaraty afirmou por meio de nota que “o governo brasileiro tem acompanhado com grande preocupação os ataques da Rússia na Ucrânia” e que “apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”. 

Bolsonaro não deu um pio sobre a guerra na manhã de ontem, quando conversou com apoiadores no chiqueirinho defronte ao Alvorada, nem horas mais tarde, no município paulista de São José do Rio Preto, onde participou de um passeio de moto e discursou por 20 minutos. Diante do silêncio do titular (que, calado, é um poeta), o vice disse aos jornalistas que o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano”.

Pelo visto, Mourão e o chefe não rezam pela mesma cartilha também nessa questão. Ou então “faltou combinar com os russos”. 

Enfim, é Carnaval.

WINDOWS 11 — UPGRADE EM PCs SEM TPM 2.0 E/OU COM PROCESSADOR ANTIGO

QUEM NÃO ARRISCA NÃO PETISCA. 

Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft em 1975, mas o Windows “nasceu” dez anos depois, inicialmente como uma interface gráfica que rodava no MS DOS. Outros 10 anos se passaram até o programa se tornar um sistema operacional autônomo (com o lançamento do Win95) e outros 20 até ser comercializado como “como serviço” (com o lançamento do Win10). 

Nesse entretempo, a empresa comemorou sucessos retumbantes (Win98SE, XP, Seven) e amargou fiascos acachapantes (WinME, Vista, 8/8.1). O Win10 era para ser a "versão definitiva", mas a live veiculada junho de 2021 revelou que o Windows 11 seria lançado em outubro e o upgrade, gratuito para usuários que rodassem o Win10 em PCs “compatíveis”. O problema é que os requisitos mínimos, por demais restritivos, causaram uma enxurrada de protestos.

Observação: Curiosamente, a documentação de suporte da Microsoft informa que basta um processador dual-core a 1 GHz para rodar o Win11, mas exclui a maioria dos Intel Core de 7ª geração e os AMD Ryzen de primeira geração, embora a ferramenta PC Health Check sugira o contrário

Mas não há nada como o tempo para passar.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

RESTAURE-SE O IMPÉRIO DA MORALIDADE OU LOCUPLETEMO-NOS TODOS! (PARTE XXII)

 

Bolsonaro terminou seu terceiro ano de sua lamentável gestão na condição de investigado em 6 inquéritos e alvo de 143 pedidos de impeachment, sem mencionar que a CPI do Genocídio lhe imputou nove crimes

Semanas atrás, a Polícia Federal concluiu que o sociopata cometeu crime de divulgação de segredo ao vazar informações sigilosas sobre um ataque hacker contra o TSE. O ministro Alexandre de Moraes poderia ter autorizado o indiciamento, mas preferiu encaminhar o caso à PGR (avizinha-se, portanto, mais um inquérito, mas é sabido que a única coisa que o procurador-geral Augusto Aras procura é uma indicação para o STF).

Como até a falta de memória do povo tem limite, os índices de rejeição ao capitão despirocado e sua execrável gestão estão abaixo do cu do cachorro. A reeleição subiu no telhado, mesmo que uma parcela significativa da récua de muares votantes continue indiferentes ao fato de que, entre outras estultices, seu "mito" acabou com a Lava-Jato porque “não existe mais corrupção no governo”. Enfim, como disse o escritor português José Saramago, a cegueira é uma questão privada entre a pessoa e os olhos com que ela nasceu; não há nada que se possa fazer a respeito.

Até as emas do Alvorada sabem que Bolsonaro finge presidir o país enquanto o Centrão manda, desmanda e rapina o Erário. E que essa história de “não ter mais corrupção” é mera cantilena para dormitar bovinos. 

Sobram evidências de que o hoje presidente era um parlamentar adepto da "rachadinha", e como a fruta não cai longe do pé, os filhos 01 e 02 imitaram alegremente seu papai. Aliás, quatro dos cinco filhos de Bolsonaro são investigados pela PF (a exceção é a caçula, que tem 11 anos).

Por uma estranha ironia do destino, a Lava-Jato floresceu sob Dilma e foi sepultada em vida por Bolsonaro, já que o combate à corrupção deixou de lhe interessar quando as investigações passaram a mirá-lo e a sua respeitável prole. 

Durante a fatídica reunião ministerial de 22 de abril de 2020, o morubixaba de fancaria reconheceu que tinha um sistema de informações particular, falou em trocar "gente da segurança nossa no Rio de Janeiro" (pode me chamar de superintendente da PF) antes que surgisse uma "sacanagem" com potencial para "foder minha família toda ou amigo meu".

Na mesma oportunidade, o capetão deixou claro que, para atingir seu objetivo, demitiria até o ministro. No WhatsApp, reproduziu para Sergio Moro (então ministro da Justiça e Segurança Pública) notícia de que o inquérito sobre fake news estava "na cola" de uma dezena de parlamentares bolsonaristas e, referindo-se ao então diretor-geral da PFMaurício Valeixo, arrematou: "Mais um motivo para a troca".

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WINDOWS 11 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA — O SALVADOR DA PÁTRIA

SÓ SEI QUE NADA SEI, E O FATO DE SABER ISSO ME COLOCA EM VANTAGEM SOBRE AQUELES QUE ACHAM QUE SABEM ALGUMA COISA.

Continuação:

A despeito de meu Dell contar com um respeitável Intel quad-core i7 de 8ª geração e aceitáveis 8GB de RAM DDR4, a memória de massa é provida por um HDD — dispositivo eletromecânico muito mais lento que o SSD de 1TB do meu desktop, que ainda conta com um processador quad-core i7-4790, 64GB de RAM (dos quais a placa-mãe infelizmente reconhece apenas 32GB) e um HDD de 3 TBAssim, a atualização para o Windows 11 demorou uma eternidade.

Para complicar, eu instalei a nova versão “do zero” — o que resultou em mais tempo e trabalho para atualizar, reconfigurar e personalizar o sistema. Para piorar, a inicialização do note ficou lenta como uma carroça carregada e puxada ladeira acima por uma mula manca. Para completar, usar a computador depois que o Windows carregava era um verdadeiro teste de paciência. Os aplicativos demoravam a responder, rolar as páginas do navegador era um castigo e digitar um URL (as letras iam aparecendo uma de cada vez, a intervalos de 1 ou 2 segundos), uma penitência.

Meu Dell conta com 2TB de memória de massa, mas ela é provida por um disco rígido tradicional. Essa tecnologia está mais que superada; se os fabricantes de PC continuam equipando seus produtos com esses anacronismos cibernéticos é porque o preço dos SSDs, que são muito mais rápidos, impacta sobremaneira o custo de produção.

O Windows dispõe de ferramentas nativas que se propõem a resolver diversos problemas, inclusive os que ele próprio cria (como a fragmentação dos dados no HDD). Mas a Microsoft não inclui na malinha de ferramentas do sistema um utilitário que limpe e desfragmente o Registro, e tampouco recomenda o uso de produtos de terceiros.

Aprendi com a vida a não discutir com especialistas (nem com fanáticos). Ninguém melhor que a mãe para dizer o que é e o que não é bom para a criança. Mas há décadas que eu uso e recomendo as consagradas suítes de manutenção CCleaner e Advanced System Care.

Apesar da má vontade do MS-Edge em registrar os URLs que eu digitava e abrir as respectivas páginas, consegui baixar e instalar o Google Chrome. Mafoi como trocar seis por meia dúzia. Sofri mais um bocado para baixar a versão mais recente (15.2.201) do ASC freeware. Nesse caso, porém, o fim do calvário compensou plenamente o esforço e a demora: bastou abrir a suíte, clicar em Iniciar com o modo IA selecionado e aguardar a conclusão dos reparos para o note recuperar o desempenho que tinha quando foi ligado pela primeira vez.  

ASC inclui um verificador de drivers (que pode ser instalado separadamente, tanto na modalidade paga quando na gratuita). O Drive Booster identificou mais de 20 atualizações possíveis no meu note, e apontou a falta do controlador de áudio — problema que eu já havia tentado solucionar com a “solução de problemas” do Win11 (se me desculpam o trocadilho infame). A versão de testes que vem embutida na suíte limita as atualizações a uma por dia, de modo que eu aproveitei para devolver a “voz” ao portátil — as demais atualizações ficaram a cargo do DriverMax Pro, mas só porque eu já dispunha da chave de licença.

Quanto ao desktop, ainda não descobri o vilão da história. Assim que tiver mais informações e fizer a máquina voltar a funcionar — e espero que seja em breve, pois os 32GB de RAM (na verdade, são 64 GB, mas a placa-mãe só suporta metade) e a velocidade do SSD fazem uma bruta diferença — eu compartilho os detalhes com vocês.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

RESTAURE-SE O IMPÉRIO DA MORALIDADE OU LOCUPLETEMO-NOS TODOS (PARTE XXI )


O país do futuro que nunca chega tem um grande passado pela frente, até porque, no Brasil, até o passado é duvidoso.

Como dizia Ivan Lessaa cada 15 anos o brasileiro esquece o que aconteceu nos últimos 15. Fosse vivo, o cofundador do Pasquim muito provavelmente reduziria sua projeção para 15 meses. Ou 15 semanas. Ou 15 dias.

O despreparo e a memória curta do eleitorado são os maiores trunfos dos maus políticos, como comprovam as pesquisas de intenção de voto.  

Lula disputou o Planalto em 1989, 1994 e 1998 e se elegeu 2002. No poder, ele e seu espúrio partido protagonizaram o Mensalão e o Petrolão — tidos e havidos como os maiores escândalos de corrução da história desta banânia. Réu em vinte processos e condenado em dois a mais de 25 anos de cana, a autoproclamada “alma viva mais honesta do Brasil” deixou sua cela VIP após míseros 580 dias, teve os processos anulados, a ficha imunda lavada e, na esdrúxula condição de “ex-corrupto”, voltou a ser o queridinho do esclarecidíssimo eleitorado tupiniquim (e de alguns togados supremos, mas isso é outra conversa).

Bolsonaro, que em 2018 protagonizou o maior estelionato eleitoral da história deste país (deixando a reeleição de Dilma no chinelo), era um dublê de mau militar e parlamentar medíocre que a conjuntura trasmudou na única alternativa para quem não queria ver o país governado pela marionete de um presidiário. Candidato pelo então nanico PSL, o ex-capitão — que deixou o quartel pela porta dos fundos e aprovou 2 míseros projetos em 27 anos como deputado federal — prometeu pegar em lanças contra a corrupção na política, acabar com o “toma-lá-dá-cá e propor ao Congresso o fim da reeleição. Eleito com 55,1% dos votos válidos, prometeu governar para todos os brasileiros.   

Depois que o Coaf levantou suspeitas de rachadinha no gabinete de seu primogênito na Alerj, o “mito” sentenciou: “Se ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar”. Mas essa foi apenas mais uma promessa que sua alteza irreal não cumpriu.

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WINDOWS 10 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA

POUCAS PESSOAS TOLERAM A RIQUEZA. DOS OUTROS, QUERO EU DIZER.

O Win10 e seu sucessor são menos suscetíveis a congelamentos, telas azuis da morte do que seus predecessores, mas isso não significa que “dar pau” seja coisa do passado

A boa notícia é que essa encarnações do sistema são capazes de solucionar diversos problemas mediante uma simples reinicialização. No entanto, não dá para desligar o PC por software quando o mouse e o teclado deixam de responder. 

Caso os dispositivos de entrada fiquem inoperantes, o jeito manter o “botão de power” (liga/desliga) pressionado por cerca de 5 segundos para cortar o fornecimento de energia e desligar a máquina “na marra”. Caso o Win10 empaque na tela de boas-vindas, manter a tecla Shift pressionada, dar um clique direito sobre o ícone das opções de desligamento (no canto inferior direito) e clicar em “Reiniciar” induz o modo de segurança

No modo seguro, o Windows carrega somente arquivos de sistema e drivers de dispositivos indispensáveis ao funcionamento do computador, de modo a permitir que se investigue a causa do problema ou se recorra à restauração do sistema para voltar no tempo até um momento em que tudo funcionava direitinho.

Observação: Em alguns casos, o que aparece na tela quando se executa o procedimento retromencionado é o Ambiente de Reparo do Windows (Windows RE), que permite não só acessar o modo de segurança, mas também rodar ferramentas de reparo ou reinstalar o sistema (“do zero” ou mantendo arquivos pessoais).

Embora tenha reiniciado normalmente após a instalação do Patch Tuesday de fevereiro, meu PC me brindou na manhã seguinte com uma tela azul da morte. A mensagem de erro era KERNEL SECURITY CHECK FAILURE. Reiniciei, mas a anormalidade se repetiu.

Em tese, o Windows RE abre automaticamente sempre que a inicialização falha duas vezes seguidas, mas eu só consegui acessar o ambiente de recuperação após trocentas reinicializações com a tecla “Shift” pressionada. Mesmo assim, a opção “reparo de reinicialização” não recolocou o bonde nos trilhos.

Como todas as reinicializações que fiz a partir de então resultaram na malfadada mensagem de erro, resolvi reinstalar o Win10 do zero. Para evitar surpresas desagradáveis, baixei do site da Microsoft uma cópia novinha em folha dos arquivos de recuperação. Mesmo assim, a instalação não se completou — nem na partição do SSD que abrigava o Win10, nem em outro SSD, nem no HDD que continha meus arquivos pessoais (que acabaram indo para o espaço com a formatação da unidade).

Como a solução de problemas como esse demanda tempo, deixei para bater cabeça no final da semana — até lá, eu poderia usar meu notebook como máquina de trabalho. E como o portátil estava ocioso desde meados do ano passado, rodei o Windows Update para checar as atualizações e fui informado de que o Windows 11 estava disponível. 

Não era o melhor momento para fazer o upgrade, já que eu estava sem computador reserva. Mesmo assim, segui adiante. Mas a passos de tartaruga.

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

RESTAURE-SE O IMPÉRIO DA MORALIDADE OU LOCUPLETEMO-NOS TODOS! (PARTE XX)

É espantoso que milhões de brasileiros não se deem conta de que seu “mito” é na verdade um mitômano de marca maior. E o pior é que essa gente vota — como também vota a patuleia ignara que aspira à volta do lulopetismo corrupto ao poder.

Seria leviano, a esta altura, afirmar que Bolsonaro é carta fora do baralho ou que Lula “já ganhou”. Como ensinou Magalhães Pinto, “política é como nuvem; você olha e ela está de um jeito, olha de novo e ela já mudou”.

Quanto maior o desgaste de Bolsonaro nas pesquisas, maior sua necessidade de apoio e o espaço ocupado pelo Centrão no governo. Ciro Nogueira resistiu a ceder a legenda ao presidente, reconheceu o direito de Renan Calheiros de ser relator da CPI, afastou-se das sessões da comissão para não defender o indefensável mas jogou-se de corpo inteiro nos braços do capetão, onde já estava seu correligionário Arthur Lira, presidente da Câmara, que hoje bloqueia nada menos do que 142 pedidos de impeachment em desfavor do sultão do bananistão.

Com Ciro (e Lira), Bolsonaro aumenta o apoio parlamentar, reduz o risco de impeachment, encomenda uma legenda para 2022 e monta o quartel-general da campanha. Quem sabe até emplaca um candidato a vice. Ciro e Lira ganham vantagens e prometem boa vontade. Só. Por um preço. Por um tempo. 

O chiste do general Augusto Heleno (“Se gritar pega Centrão...”) vai se tornando literalmente verdadeiro. Está cada vez mais difícil encontrar no governo alguém que não esteja ligado ao Centrão — até os militares governistas se tornaram uma espécie de Centrão verde-oliva, e o próprio chefe do GSI voltou atrás: “Eu não tenho hoje essa opinião nem reconheço hoje a existência desse Centrão. A evolução de opinião faz parte da vida do ser humano. Faz parte do show, do show político”.

Ao nomear o mandachuva do Centrão para a Casa Civil, Bolsonaro entregou de vez a chave do galinheiro à raposa — há uma metáfora zoológica mais apropriada: a do capitalista abutre. O Centrão é dono de um apetite tão pantagruélico quanto o de um abutre, e tende a engolir o governo — que quanto mais frágil fica, mais cede, e quanto mais cede, mais frágil fica. 

Ao fim e ao cabo, o Centrão apoiará o presidente no que for bom para o Centrão e enquanto for bom para o Centrão. Até quando, não se sabe. Depende da economia, da pandemia e de muitos outros fatores — até da chuva. O que se sabe é que carniça não é coisa que pare de apodrecer.

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MAIS SOBRE CHUVAS DE VERÃO (FINAL)

SE FALAR MERDA DESSE MAU HÁLITO, OS DEVOTOS DO CERCADINHO MORRERIAM ASFIXIADOS.

Além de ser difícil avaliar visualmente a profundidade de um alagamento (sobretudo se a água for barrenta), ainda há o risco de obstáculos submersos (buracos, pedras, galhos de árvores, bueiros sem tampa, etc.). 

Em tese, seguir pelo meio da pista é preferível a trafegar próximo ao meio fio, mas na prática a teoria pode ser outra. Se o veículo ficar submerso e o motor morrer, pode ocorrer um fenômeno conhecido como calço hidráulico — quando o motor aspira água juntamente com o ar que forma a mistura a ser comprimida e inflamada no interior dos cilindros.

Observação: O motor gera torque e potência a partir da compressão e posterior combustão de uma mistura de ar e combustível (para entender isso melhor, reveja este resumo sobre os princípios básicos do funcionamento do motor de combustão interna do ciclo Otto). O ar que ingressa nos cilindros passa por um filtro, mas esse filtro não foi projetado para impedir a entrada de água. Demais disso, manter o giro elevado “força” a expulsão dos gases resultantes da combustão e impede a entrada de água pelo cano de descarga, evitando que o motor “morra”.

A água que invade a câmara de combustão não só inviabiliza a queima da mistura como submete os pistões a um esforço para o qual eles não foram dimensionados (ao contrário dos gases, os líquidos não são compressíveis). Isso pode resultar em quebra ou entortamento das bielas (hastes metálicas que ligam os êmbolos à árvore de manivelas, ou virabrequim) e no travamento do motor. Aliás, é por isso que jipes, picapes e outros veículos projetados para uso offroad têm seus canos de descarga posicionados verticalmente e o sistema de captação de ar (snorkel) na altura da capota. Assim, eles podem atravessar córregos, riachos e trechos alagados (dentro de certos limites, naturalmente) sem que a água seja sugada para dentro do motor.

Como regra geral, não se deve tentar religar o motor que “apagar” em meio à travessia de um alargamento, nem dando a partida com a chave, nem empurrando para fazê-lo “pegar no tranco”. Em vez disso, deve-se colocar a alavanca de mudanças no ponto morto (ou na posição N, nos automáticos e automatizados) e empurrar o veículo para fora da água. 

Se o motorista tiver um mínimo de habilidade manual e dispuser das ferramentas necessárias, retirar as velas de ignição e dar a partida pode ser de grande ajuda (sem as velas não há compressão, mas o movimento dos pistões expulsa a água do interior dos cilindros).

Supondo que os componentes do sistema eletrônico de injeção não tenham sido afetados, basta reinstalar as velas, reconectar os cabos e dar a partida para o motor voltar a funcionar. Todavia, é mais seguro chamar um guincho para rebocar o carro até uma oficina confiável, onde o mecânico fará um exame mais detalhado.

Boa sorte a todos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

RESTAURE-SE O IMPÉRIO DA MORALIDADE OU LOCUPLETEMO-NOS TODOS! (PARTE XIX)

 

Em maio de 2019, num ato falho que beirou o sincericídio, Bolsonaro disse a seus baba-ovos: “não nasci para ser presidente, mas sim para ser militar.” E completou: “Não tenho qualquer ambição. Não me sobe à cabeça o fato de ser presidente. Eu me pergunto, eu olho pra Deus e falo: o que eu fiz para merecer isso? É só problema, mas temos como ir em frente, temos como mudar o Brasil.”

Nem a finada Velhinha de Taubaté acreditaria que um presidente que sempre foi amigo de milicianos, partidário da baixa política, adepto das rachadinhas e que jamais havia administrado coisa alguma — nem mesmo carrinho de pipoca em porta de cinema, como registrou José Nêumanne em sua coluna no Estadão — faria um bom governo, mas poucos imaginavam que sua passagem pela Presidência seria tão nefasta.

Covid não estava no programa, mas não é justo atribuir exclusivamente ao vírus maldito todas as agruras infligidas ao povo brasileiro nos últimos três anos, sobretudo porque o despreparo e o negacionismo do pajé da cloroquina foram determinantes para esse resultado.

Em 27 anos de vida pública, o ex-capitão que deixou a caserna pela porta de serviço (ou do desserviço) foi filiado a oito partidos, todos de aluguel. Mas na política o desafeto de hoje pode ser o aliado de amanhã. E vice-versa.

Dois anos depois de se desfiliar do PSL — e de o projeto de criar um partido para chamar de seu dar com os burros n’água — Bolsonaro se amancebou com o PL do mensaleiro e ex-presidiário Valdemar Costa Neto. Detalhe: quando sua alteza ainda se esforçava para aparentar lisura e probidade, um de seus escudeiros cantarolava “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão” (parodiando o pagode Reunião de Bacana).

Durante a campanha, o próprio Bolsonaro chamou o cacique do PL de “corrupto e condenado”. Em novembro passado, depois de ter flertado com um dúzia de legendas, chegou a mandar o dito-cujo à puta que o pariu — e ouviu em resposta um enfático “vá tomar no cu” (você e seus filhos).

Nos últimos três anos, Bolsonaro não desceu do palanque um dia sequer. Estimulou (e participou pessoalmente) de diversas manifestações antidemocráticas. Flertou incontáveis vezes com o autogolpe. Fomentou um sem-número de crises institucionais. Entre inúmeras motociatas (inclusive em dias úteis e horário do expediente) e uma blindadociata, chamou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, de “filho da puta”, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de  “canalha”. Quando a situação ameaçou sair do controle, foi chorar as pitangas na barra da saia do Vampiro do Jaburu, que redigiu, a seu pedido, uma patética carta de retratação.

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MAIS SOBRE CHUVAS DE VERÃO

AS ÚNICAS COISAS QUE CAEM DO CÉU SÃO CHUVA, GRANIZO, NEVE E MERDA DE PASSARINHO

Aquaplanagem é o nome que se dá à perda de contato dos pneus com o asfalto quando se trafega sobre uma lâmina d'água. Nesse caso, o volante parece leve demais e deixa de responder aos comandos do motorista. Para que os pneus recuperem a aderência, deve-se tirar o pé do acelerador — se o carro tiver ABS, pisar no freio levemente também ajuda —, mas esterçar o volante enquanto o veículo estiver “flutuando” pode ser perigoso: se os pneus recuperarem a aderência subitamente, pode não haver tempo para corrigir a trajetória.

Seguir o “rastro” do carro que vai à frente e observar como ele se comporta é uma boa maneira de evitar buracos, bueiros sem tampa ou outro obstáculo que a má visibilidade e o acúmulo de água na pista ocultem, mas é importante manter distância e estar preparado para tirar o pé do acelerador e segurar firmemente o volante ao primeiro sinal de “flutuação”.

A aquaplanagem tende a ocorrer mais frequentemente em altas velocidades e/ou com pneus carecas, mas isso não significa que não possa se manifestar mesmo quando os pneus estão em ordem e o veículo, trafegando em velocidades moderadas (a partir de 55 km/h). O perigo aumenta em vias sinuosas, pois, dependendo da velocidade e do traçado da pista, pode não haver tempo de recuperar o controle da direção e fazer a curva. A dica é reduzir a velocidade ao menor sinal de água na pista e usar uma marcha inferior àquela que seria usada com tempo seco (manter o giro do motor mais elevado aumenta a tração nas rodas motrizes e, consequentemente, a aderência dos pneus).

Quando a gente escuta dizer que choveu 10 milímetros, por exemplo, significa que o volume de chuva foi correspondente a 10 litros de água por metro quadrado. Não parece grande coisa, mas pode provocar alagamentos quando o solo já está encharcado. Aliás, a capacidade de absorção é cada vez menor devido à impermeabilização dos logradouros, e as galerias pluviais não dão vazão devido ao lixo e outros dejetos que inconsequentes descartam de maneira incorreta.

Carros de passeio não são veículos anfíbios. A menos que você tenha um Jet Ski ou um submarino, a recomendação é não trafegar por locais sujeitos a alagamentos. Claro que é mais fácil falar do que fazer. Então, se você por apanhado por um dilúvio na "Baixada do Deus-me-livre", suba a primeira ladeira que encontrar, estacione num supermercado ou posto de combustíveis e fique lá até o temporal passar e o nível da água baixar. Em não sendo possível, observe como se comportam os veículos à sua frente; se eles transpuserem o lençol de água sem maiores percalços e o nível não ultrapassar a metade da altura das rodas, “fé em Deus e pé na tábua”.

ObservaçãoÔnibus e caminhões não servem de parâmetro, porque são mais altos e atravessam o alagamento com mais facilidade.

Pé na tábua” é força de expressão, pois deve-se atravessar o trecho alagado em primeira marcha e com velocidade reduzida. No entanto, manter o motor em torno de 2.000 RPM evita que ele “morra” durante a travessia. 

Se o carro tiver transmissão manual, pressione parcialmente o pedal da embreagem enquanto acelera — isso manterá o giro elevado e a velocidade sob controle. Em veículos com transmissão automática ou automatizada deve-se travar a alavanca seletora na primeira marcha (1 ou L, conforme o caso) para manter o giro do motor elevado, pois não há pedal de embreagem para ajudar a dosar a aceleração. 

Tanto num caso quanto no outro é recomendável iniciar travessia somente depois que o carro da frente a tiver concluído, bem como evitar cruzar com um veículo que venha no sentido contrário, já que as “marolas” aumentam o risco de o motor “morrer”.

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