Mostrando postagens com marcador curiosidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador curiosidade. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 9 de julho de 2018

SÃO PAULO COMEMORA HOJE O 86º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO DE 1932



Comemora-se se hoje o 86º aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, e como acontece desde 1997, é feriado no estado de São Paulo (por conta disso, os paulistas têm mais um final de semana prolongado — que seria ainda maior se a seleção brasileira não tivesse sido derrotada pela belga, na última sexta-feira, mas isso já é outra conversa).

Para os que faltaram às aulas de história, a Revolução de 32 não foi exatamente um movimento separatista, mas constitucionalista, já que exigia uma nova Carta Magna. Seja como for, trata-se do maior confronto armado do século XX no Brasil, que mobilizou 100 mil homens e mulheres (entre tropas paulistas e federais) e resultou em quase 800 mortes (número superior ao das baixas contabilizadas durante a participação do Brasil na Segunda Grande Guerra).

Tudo começou quando Getúlio Dornelles Vargas, inconformado com sua derrota na eleição presidencial de 1930 e apoiado pelos mineiros, gaúchos e paraibanos, usurpou para si a presidência desta Banânia — isso, sim, foi um golpe de estado como manda o figurino, ao contrário do impeachment de certa ex-presidanta incompetenta, que foi constitucionalmente expelida do Planalto devido ao nefasto conjunto de sua obra, embora o “motivo oficial” tenha sido o crime de responsabilidade representado pelas famosas “pedaladas fiscais”.

Até o início da “Segunda República” — ou “Era Vargas” —, o Brasil era regido pela “política do café com leite”, assim chamada devido ao fato de oligarquias de São Paulo e Minas Gerais se revezarem na presidência do País. Ao tomar o poder, o tiranete de São Borja dissolveu os congressos estaduais e municipais e nomeou interventores nos estados, o que desagradou a elite paulista. 

Vale frisar que São Paulo concentrava a cultura do café, responsável pela maior parte do orçamento do País, e os grandes fazendeiros não viram com bons olhos a legislação trabalhista articulada pelo ditador, a quem atribuíram — a ele e aos que o apoiavam — a pecha de “comunista”.

Com a “Nova República, as relações entre São Paulo e o governo federal se tornaram cada vez mais tensas e marcadas pela insatisfação dos paulistas, que não só se viram obrigados a “engolir” os interventores, mas também perderam o controle sobre as decisões referentes à política econômica — o que afrontou os cafeicultores. Mas o acirramento atingiu seu ápice com a nomeação de um interventor, que deveria ser civil e paulista, segundo as exigências das forças políticas agregadas na Frente Única. 

No dia 23 de maio (que hoje dá nome a uma das principais avenidas de Sampa), quando seria anunciado o secretariado de Pedro de Toledo (que empresta o nome a uma rua e um viaduto aqui na capital), formou-se um monumental comício na Praça do Patriarca. Parte dessa multidão, inflamada, dirigiu-se ao Palácio dos Campos Elísios, onde seria feito o anúncio. Na confusão, jornais getulistas foram atacados e o tumulto resultou na morte de 13 pessoas, além de muitos feridos. Entre os mortos estavam os estudantes Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, alçados à condição de símbolos do movimento por meio da sigla “MMDC” (que os menos informados tomam pela representação do número 2.600 em algarismos romanos). 

Observação: O Obelisco do Ibirapuera — um dos monumentos mais emblemáticos de São Paulo, inaugurado em 1955 e batizado oficialmente de Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32 — faz referência à revolução. Lá estão sepultados os corpos dos quatro “mártires da revolução” e de outras 713 pessoas que sucumbiram na luta contra a ditadura de Vargas.

A revolução eclodiu na noite de 9 de julho terminou a 1º de outubro, com a rendição dos paulistas. Nesse interregno, centenas de combatentes se alistaram, indústrias se mobilizaram para oferecer armamentos e a população se uniu na chamada campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. Vargas, numa tentativa de aproximação com a elite local, nomeou para a chefia do governo do estado o paulista civil Armando de Sales Oliveira, engenheiro, empresário e cunhado de Júlio de Mesquita Filho, herdeiro do fundar do jornal O Estado de S. Paulo — publicação que existe até hoje e que também se envolveu ativamente na revolução de 1932.

O tão falado viés separatista foi secundário, mas nem por isso deixou de existir. De acordo com a historiadora Ilka Stern Cohen, figuras proeminentes na década de 1930, como o escritor Monteiro Lobato, o historiador Alfredo Ellis Junior e o advogado e poeta Tácito de Almeida, eram separatistas. Mas a verdade é que, para combater a revolução, Vargas, numa jogada política que visava obter o apoio de outros estados, classificou o movimento de separatista.

Desde 1822, quando o Brasil se libertou do jugo português, vez por outra surgem movimentos separatistas aqui e acolá. Segundo o site do Movimento São Paulo Livre — que luta por tornar o estado uma unidade independente —, existem documentos que comprovam que o rei de Portugal era alertado para vigiar de perto os paulistas, devido a seu “excessivo amor à liberdade”. 

De um tempo a esta parte, cada vez mais iniciativas que tais despontam no horizonte, não havendo estado ou região que não esteja nos planos de independência de algum grupo: Sul, Nordeste, Norte, São Paulo, Rio, Minas, Ceará, Roraima... e até mesmo o Distrito Federal.

Curiosamente, embora todos esses grupos pugnem por separar seus estados ou regiões dos demais, alguns pontos em comum os levam a se unir pela mesma causa, qual seja lutar pela independência regional ou estadual, hoje proibida por cláusula pétrea Constituição Federal (ou seja, que não pode ser modificada). 

Em 2016, movimentos separatistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Roraima, Paraná e Rio Grande do Sul formaram a Aliança Nacional, cujo objetivo é criar um partido para mudar a Constituição e permitir a independência. Em junho do ano passado, nove grupos publicaram o Manifesto dos Movimentos Independentistas do Brasil, assinado por representantes de entidades que defendem a separação das regiões Sul, Nordeste e Norte e os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.

Para os separatistas paulistas, São Paulo é a “locomotiva do Brasil”; as Bandeiras que desbravaram o sertão saíram daqui; o grito de independência, atribuído a D. Pedro I, foi dado às margens do Riacho do Ypiranga (onde hoje fica o Parque da Independência, na zona sul de Sampa), e por aí afora. Durante a primeira república, São Paulo era indubitavelmente a unidade mais próspera, desenvolvida e importante da Federação, e a mim me parece que pouco ou nada mudou desde então. Mas isso já é outra conversa e fica para uma próxima vez.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 22 de agosto de 2017

20 (?!) ANOS DE NETFLIX

BANDIDO BURRO VAI PRESO, BANDIDO ESPERTO VIRA POLÍTICO!

videocassete trouxe o “cinema” para dentro de casa. No início, lá por meados dos anos 80, para assistir a uma fita era preciso alugar também o hardware, mas o preço dos VCRs não demorou a cair, tornando a locação de vídeos um ótimo negócio ―  tanto para o consumidor quanto para as locadoras, que passaram a se reproduzir como coelhos. Isso sem mencionar as “produções caseiras, que também se popularizaram depois que o preço das filmadoras se tornou mais ou menos palatável.

Mas não há mal que sempre dure nem bem que nunca termine: com a concorrência das operadoras de TV por assinatura e a popularização da banda-larga ― que facilitou a proliferação dos DVDs pirateados vendidos nos camelódromos por preços inferiores ao aluguel da cópia selada ― e, mais recentemente, o streaming de vídeo, as locadoras foram varridas do mapa (mesmo as grandes redes, como a Blockbuster, que chegou a ter 9.000 lojas espalhadas pelo mundo).

O streaming é uma tecnologia de transmissão áudio e vídeo através de redes de computadores que dispensa os infindáveis downloads ― o conteúdo é transmitido e exibido simultaneamente na tela do computador, tablet, smartphone ou TV do interessado, que pode não só escolher o dia e o horário para assistir à exibição, mas também retroceder, avançar, interromper e retomar a reprodução com a mesma facilidade oferecida pelos VCRs e DVD Players.

O serviço de streaming mais popular é o da Netflix (são três opções de assinatura, com mensalidades de $19,90, R$27,90 e R$ 37,90), que oferece mais de 4.000 títulos entre filmes e seriados (segundo levantamento feito pelo Blog Filmes Netflix, já que a empresa não disponibiliza esses dados). Outros serviços similares são oferecidos pelas plataformas Amazon, Crackle, etc., mas isso não vem ao caso para os propósitos desta abordagem. O que vem ao caso ― e que muita gente não sabe ― é que, embora Netflix tenha desembarcado em terras tupiniquins em 2011, a empresa iniciou suas operações em 1997... como uma locadora online que entregava DVDs pelo correio na residência de seus clientes.

Na próxima eu conto o resto. Até lá.

OAB PEDE AO STF QUE RODRIGO MAIA ANALISE PEDIDO DE IMPEACHMENT

A OAB pediu ontem ao Supremo, via mandado de segurança, o desengavetamento dos 26 pedidos de impeachment apresentados contra o presidente Michel Temer, sob a alegação de que o presidente da Câmara praticou desvio de função e omissão ao se negar a analisar as requisições, que dormitam sobre sua mesa há mais de oitenta dias.

Oito dias depois que as gravações feitas pelo empresário Joesley Batista vieram a público, a Ordem protocolou um pedido de impeachment contra Temer por crime de responsabilidade. De acordo com a entidade, Maia praticou desvio de finalidade ao violar os direitos dos cidadãos que, em consonância com o que prevê a Constituição, elaboraram denúncias contra o presidente, além de ter atentado contra os direitos de seus pares na Câmara, que ficaram impedidos de analisar o mérito dos processos, e contra o princípio republicano, uma vez que blindou autoridades de ser investigadas.

Para o presidente da OAB, o advogado Claudio Pacheco Prates Lamachia, o deferimento do mandado de segurança é uma “medida de justiça”, já que o atraso de Maia implica em “flagrante prejuízo à sociedade”. “A mais danosa mensagem que o Poder Legislativo pode transmitir aos cidadãos e à comunidade internacional é o vácuo decisório, por perpetuar a situação de instabilidade institucional, quebra da transparência e enfraquecimento do pacto republicano firmado pelos brasileiros na Constituição de 1988”, disse Lamachia.

Antes da votação da denúncia da PGR contra o presidente da República, Lamachia afirmou que Maia teria de “cumprir seu papel” de apreciar o pedido de impeachment protocolado pela Ordem, independentemente das denúncias que venham a ser apresentadas pelo Ministério Público Federal.

Maia já havia sido alvo de um mandado de segurança impetrado pelos deputados federais Alessandro Molon e Aliel Machado, da Rede, Henrique Fontana, do PT, e Júlio Delgado, do PSB. O ministro Alexandre de Moraes já colheu os esclarecimentos do presidente da Câmara no processo, mas ainda não tomou uma decisão sobre o mandado.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

GRINGO: THE DANGEROUS LIFE OF JOHN McAFEE

O PROBLEMA NÃO É A ARMA, MAS SIM O ASSASSINO.

Quem já usava computadores nos anos 90 deve estar lembrado do festejado antivírus criado pelo gênio da programação doido-de-pedra John McAfee, fundador da McAfee Associates, que foi um dos primeiros softwares comerciais destinado à proteção contra pragas eletrônicas, e que, durante alguns anos, disputou a preferência dos usuários mais precavidos com o igualmente icônico Norton Antivírus, marca que pertence à empresa de segurança digital Symantec. Mas o foco desta postagem não é o McAfee Antivirus ― que, atualmente, pertence à gigante Intel ― mas, sim, um trecho da vida de seu amalucado criador, cujas excentricidades eu comentei de passagem neste post.

Já está disponível para assinantes tupiniquins do serviço de streaming de vídeo Netflix o documentário “Gringo: The Dangerous Life of John McAfee”, produzido pela própria Netflix e dirigido pela cineasta Nannete Burnstein, que mostra a vida do bilionário doidivanas depois de sua mudança para Belize, na América Central, onde foi acusado de estupro e cassado pela polícia por suspeita de ter assassinado um vizinho que teria matado seus cachorros.

O filme ― que vale a pena você assistir ― mostra também que John McAfee ― que chegou a ser pré-candidato na eleição presidencial dos EUA em 2016 ― subornava policiais na América Central e contava com criminosos perigosos como seguranças armados. Se tivesse chegado a disputar a presidência, talvez tivesse se revelado uma escolhe melhor do que o estapafúrdio Donald Trump.

Vale a pena conferir.


Se o vídeo não abrir, acesse https://youtu.be/VGkC08I37xE

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

quinta-feira, 13 de abril de 2017

SOBRE O PRÓXIMO "BUG DO MILÊNIO"

NUNCA DESISTA DO SEU SONHO. SE ACABOU NUMA PADARIA, PROCURE EM OUTRA!

Em sua edição “original”, o Bug do Milênio decorreu do formato da data (DD/MM/AA) que os programadores vinham usando desde sempre, embora o latido tenha sido bem pior do que a mordida (detalhes nesta postagem). Já na edição revista e atualizada, prevista para janeiro de 2038, o problema é outro (aliás, a questão da data poderá trazer novos aborrecimentos na virada do ano de 9999 para 10000, mas não faz sentido nos preocuparmos com isso, pois nenhum de nós estará por aqui na data aprazada.

Voltando a 2038 ― se é que “voltar” se aplica ao caso em tela ―, o tal “bug” se deve à maneira como os processadores dos computadores contam o tempo. Para entender isso melhor, primeiro é recomendável relembrar alguns conceitos sobre a base binária ― que você pode conferir nesta postagem ―, até porque, sabendo o que são bits, bytes e seus múltiplos, fica mais fácil compreender o que será visto a seguir.

No alvorecer da computação pessoal, os processadores eram de 16-bit ― grandeza que remete ao tamanho de seus registradores. Colocando a coisa de forma bem simples, o “registro” do chip é o “local onde ele armazena os ‘endereços’ dos dados que precisa acessar para processar os dados”. Na arquitetura de 16-bit, a capacidade dos chips é limitada a 65.539 “endereços diferentes”, ao passo que na de 32-bit, que se tornou padrão no final do século passado, essa capacidade aumentou para respeitáveis 232, que corresponde a 4.294.967.295 “endereços”. Uma evolução e tanto, mas insuficiente: metade desses “endereços” é usada pelo chip na contagem do tempo ― que teve início em 1º de janeiro de 1970 ―, e 2.147.483.647 segundos nos levam até 1º de janeiro de 2038 (mais exatamente às 03h14min08s desse dia).

Não se sabe exatamente como os sistemas computacionais irão se comportar quando atingirem esse limite; é possível que alguns continuar a funcionar com a data incorreta (se a contagem for zerada e reiniciada), mas os que dependem da data precisa para executar suas tarefas certamente entrarão em colapso. Aliás, essa limitação da arquitetura de 32-bit é responsável também pelo fato de esses processadores não “enxergarem” mais de 4 GB de RAM, inobstante a capacidade dos pentes instalados ― atualmente, computadores de configuração mediana integram 8 GB ou mais de memória física, mas essa “fartura” só faz diferença caso eles disponham de chips de 64-bit, capazes de gerenciar nada menos que 264 endereços, que correspondem, na base decimal, a mais de 18 quintilhões (ou 18.446.744.073.709.551.616, para ser exato). Em tese, essa arquitetura permite gerenciar mais de 17 bilhões de gigabytes de RAM, embora a maioria dos PCs de grife que a gente encontra no mercado raramente suportam mais que 64 GB.

Há tempos que os processadores, sistemas operacionais e uma quantidade significativa de aplicativos são “de 64-bit”. O Windows é disponibilizado em versões de 64-bit desde 2005, e o Mac OS X, desde 2011, mas diversos sistemas usados na operação de servidores (como o Unix) ainda são baseados na anacrônica arquitetura de 32-bit ― espera-se que eles sejam modernizados nos próximos 21 anos, até porque é bem provável que, nesse entretempo, chips de 32-bit se tornem peças de museu.

MONTESQUIEU NÃO CHEGOU AO BRASIL ― Por Marco Antonio Villa.

Nunca na história recente da democracia brasileira o desequilíbrio os Poderes esteve tão evidente. Juízes, desembargadores e ministros ocupam o primeiro plano da cena política. São os atores principais. Abandonaram os autos dos processos. Ocupam os microfones com naturalidade. Discursam como  políticos. Invadem competências de outros poderes, especialmente do Legislativo. No caso do Supremo Tribunal Federal, a situação é ainda mais grave. Aproveitando-se da inércia do Congresso Nacional, o STF legisla como se tivesse poder legal para tal, interpreta a Carta Magna de forma ampliada, chegando até a preencher supostas lacunas constitucionais. Assumiu informalmente poderes constituintes e sem precisar de nenhum voto popular. Simplesmente ocupou o espaço vazio.

O projeto criminoso de poder petista ao longo de 13 anos destruiu a institucionalidade produzida pela Constituição de 1988. Cabe registrar que até então não tínhamos um pleno funcionamento das instituições. Contudo, havia um relativo equilíbrio entre os poderes e um respeito aos limites de cada um. Mas este processo acabou sendo interrompido pelo PT.

O petrolão foi apenas uma das faces deste projeto que apresou a estrutura de Estado. E que lá permanece. Depois de quase um ano da autorização para a abertura do processo do impeachment, pouco ou nada foi feito para despetizar a máquina governamental. Pedro Parente, quando assumiu a presidência da Petrobras, afirmou que havia uma quadrilha na empresa. Porém, o tempo passou e nada foi apresentado. O que sabemos sobre a ação do PT e de partidos asseclas na empresa deveu-se à ação da Justiça. Foram efetuadas investigações internas? Funcionários foram punidos? Os esquemas de corrupção foram eliminados? A empresa buscou ressarcimento do assalto que sofreu? Como explicar que bilhões foram desviados da Petrobras e seus gestores não foram sequer processados?

Se a nova direção da Petrobras foi omissa, o mesmo se aplica a um dos pilares do projeto criminoso de poder petista, o BNDES. Foi um assalto. Empréstimos danosos ao interesse público foram concedidos sem qualquer critério técnico. Bilhões foram saqueados e entregues a grupos empresariais sócios do PT. Porém, até o momento, Maria Silvia Bastos Marques não veio a público expor, ainda que sucintamente, a situação que encontrou ao assumir a presidência do banco. E os empréstimos a Cuba? E às republicas bolivarianas? E para as ditaduras da África negra?

Não é possível entender o silêncio das presidências da Petrobras e do BNDES. Por que não divulgam a herança maldita que receberam? Desinteresse? Medo? Não é politicamente conveniente? Por que os brasileiros só tomaram — e continuam tomando — conhecimento das mazelas da Petrobras e do BNDES através dos inquéritos e processos judiciais? Por que os presidentes, ex-diretores e demais responsáveis não foram processados pelos novos gestores?

Se o Executivo continua refém da velha ordem, o mesmo se aplica ao Legislativo. O Congresso Nacional se acostumou ao método petista de governar. Boa parte dos parlamentares foram sócios da corrupção. Receberam milhões de reais indiretamente do Estado. Venderam emendas constitucionais, medidas provisórias, leis e até relatórios conclusivos de comissões parlamentares de inquéritos. Tudo foi mercantilizado. E os congressistas participantes do bacanal da propina lá continuam. Desta forma, diversamente de outros momentos da nossa história (1961, 1964 e 1984-85), o Congresso não tem voz própria na maior crise que vivemos. Quais deputados e senadores poderão se transformar em atores à procura de uma solução política? Quem tem respeitabilidade? Quem fala em nome da nação?

Tanto no Executivo como no Legislativo a velha ordem se mantém com apenas pequenas alterações. Colaboradores ativos do petismo, sócios entusiasmados do maior saque estatal da nossa história, ocupam importantes postos nos dois poderes. Há casos, como o de Leonardo Picciani, que seriam incompreensíveis a algum analista estrangeiro que não conhecesse a hipocrisia da política brasileira. O deputado votou contra a abertura do processo do impeachment e, mesmo assim, foi premiado com o cargo de ministro do novo governo. Boa parte da base parlamentar que sustentou os governos criminosos do PT agora apoia Michel Temer, sem, em momento algum, ter efetuado alguma autocrítica.

É justamente devido às contradições dos outros dois poderes que o Judiciário acabou invadindo o espaço que constitucionalmente não é o seu. Isto não significa que opere sem divergências. Pelo contrário. Basta recordar os constantes atritos entre os responsáveis pela Lava-Jato e alguns ministros do STF, o que também não é recomendável.

O que é inquestionável é o desequilíbrio entre os poderes. Mais ainda, a supremacia do Judiciário. É um desserviço ao Estado democrático de Direito o enorme poder dos juízes, também porque, mas não apenas por isso, sequer receberam um voto popular. E continuam incólumes ao controle democrático. O que diria o Barão de Montesquieu de tudo isso?

Marco Antonio Villa é historiador

Bom feriadão a todos.

Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/

quarta-feira, 27 de julho de 2016

BUGS E BUGS...


DIGNIDADE NÃO É TER DE SER GRATO A POLÍTICO, MAS SENTIR GRATIDÃO AO BRASIL PELAS OPORTUNIDADES QUE O CRESCIMENTO GERA.

O termo BUG, que em inglês significa inseto, remete, no âmbito da informática, a “defeito”, tanto de hardware quanto de software.

Diz-se que tal acepção se deve às frequentes queimas de válvulas provocadas pelas mariposas, que, atraídas pelo calor, invadiam os gigantescos mainframes da pré-história da computação. Aliás, circuitos de placas-mãe e de expansão destruídos por formigas (que buscam abrigo e calor no interior do gabinete) não são exatamente incomuns, mesmo nos dias atuais.

Para alguns estudiosos, todavia, o termo em apreço já tinha essa acepção desde o século XIX ― muito antes, portanto, do velho mainframe Mark II ter sido ajambrado (em 1947). O registro mais antigo da expressão é de Thomas A. Edison, referindo-se a uma pequena falha em seus inventos numa mensagem de 1878.

Para outros, no entanto, a coisa vai ainda mais além: a origem mais remota de bug seria a expressão medieval BUGGE, que deu origem a BUGBEAR (“bicho papão” em inglês).

Cultura inútil, mas enfim...

sexta-feira, 24 de junho de 2016

VOCÊ SABIA?


O MEDO É O CAMINHO PARA O LADO SOMBRIO.

Você já parou para pensar por que as coisas que perdemos estão sempre no último lugar em que procuramos? Ou por que o pão cai sempre com o lado da manteiga para baixo? Ou ainda por que aquela sua estimada taça de cristal se espatifou em mil pedaços, a passo que a repulsiva caneca plástica do Corinthians (ou do Palmeiras, dependendo do time para o qual você torce) que você atirou no seu cunhado durante o último jogo continuou inteirinha?

Bem, a primeira é fácil: porque deixamos de procurar o objeto perdido a partir do momento em que o encontramos, pouco importa se isso se dá na primeira ou na décima tentativa.

No que diz respeito ao pão, muita gente ache que é mito, que só reparamos nisso quando o lado da manteiga cai virado para o chão; quando não, a coisa passa despercebida, já que catamos a fatia e comemos, como se nada tivesse acontecido. Todavia, cientistas ingleses derrubaram cem torradas de uma mesa com 76 cm de altura e constataram que, em 81% dos casos, valeu a “Lei de Murphy”. A conclusão foi que a face besuntada com manteiga (ou geleia, ou requeijão, ou seja lá o que for) tem sua textura alterada, o que interfere na rotação durante uma eventual queda. Além disso, para a fatia poder girar 360 graus e, assim, cair com o lado besuntado virado para cima, a mesa teria de ser bem mais alta do que as convencionais (2,4 m em relação ao chão).

Já a história do vidro é ainda mais complexa: diferentemente dos outros sólidos ― como o plástico, para nos atermos ao nosso exemplo ―, as ligações do vidro são desordenadas, como se na verdade ele fosse um líquido. Aliás, por mais estranho que pareça, o fato de o vidro ser um material amorfo ainda causa discussão entre os cientistas, pois alguns os consideram um líquido de altíssima viscosidade e outros, um sólido sem estrutura cristalina.

Enfim, ao cair ou sofrer um impacto com energia maior do que a força das ligações que mantêm suas moléculas unidas, o vidro se parte ― ou estilhaça, na maioria dos casos. No entanto, as partes do material em que as ligações são mais resistentes podem resultar em cacos grandes, com bordas e pontas afiadas.

Para prevenir consequências piores do que o simples dano material, portas giratórias e boxes de banheiros são feitas de vidro temperado. Nesse caso, o material ainda mole é submetido jato de ar frio, para que sua superfície endureça mais rapidamente que seu interior. Isso cria uma tensão interna no objeto que, em caso de quebra, se parte em fragmentos minúsculos, evitando a formação de pontas.

Já o vidro usado nas telas de celulares é resfriado lentamente, de modo a evitar tensões internas entre as moléculas. Isso resulta em lâminas finas, leves e com a condutividade necessária para se tornarem sensíveis ao toque (função touch screen).

Os vidros blindados, por seu turno, são “sanduíches” formados a partir de diversas lâminas de vidro 
temperado, unidas por uma resina transparente, o que lhes permite absorver o impacto de alguns projéteis e também garantem que eles não se estilhacem.
Por último, mas não menos importante, a fibra óptica ― amplamente utilizadas nos cabos de transmissão de dados ― nada mais é do que vidro aquecido até o estado viscoso (o vidro não derrete totalmente nem entra em combustão) e espichado até adquirir a espessura de um fio de cabelo, o que é possível graças à sua grande resistência à tração. Quando esfria, o material pode ser dobrado sem quebrar.




Valeu, pessoal. Até a próxima.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

CURIOSIDADES SOBRE A MICROSOFT

O PROBLEMA DO MUNDO DE HOJE É QUE AS PESSOAS INTELIGENTES ESTÃO CHEIAS DE DÚVIDAS E AS IDIOTAS, CHEIAS DE CERTEZAS.

A Microsoft é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, e não foi por acaso que acabou conhecida como “GIGANTE DO SOFTWARE”. Hoje em dia, no entanto, poucos lembram que ela não passava de uma “empresa de garagem” quando foi fundada por Bill Gates e Paul Allen, na década de 70, mas que não demorou para revolucionar o universo dos computadores pessoais com seu consagrado sistema operacional.

A despeito do nome Windows (janelas) e da interface gráfica que rodava no MS-DOS (e somente viria a se tornar um sistema operacional autônomo a partir de 1993, com o lançamento da versão NT, ou, no âmbito doméstico, do festejado Win95) ser baseada em janelas e menus clicáveis, o mouse e o GUI (sigla de graphical user interface, ou interface gráfica do usuário) foram criados por Douglas Englebart, do Instituto de Pesquisa de Stanford, em 1968 (quando Bill Gates tinha apenas 11 anos de idade) e aprimorados na década seguinte por pesquisadores da empresa californiana XEROX. Aliás, foi Steve Jobs quem desenvolveu o primeiro computador pessoal com interface gráfica, em 1983. Quatro anos mais tarde, quando Bill Gates lançou o Windows 2.0, a Apple processou a Microsoft por roubo da interface gráfica do Mac, mas acabou perdendo a ação.

Observação: Antes de se chamar Windows, a criação da Microsoft atendia pelo nome de Interface Manager. O registro da marca foi complicado, já que Windows (que, como dito anteriormente, significa janelas) é uma palavra de uso corrente no idioma do Tio Sam.

Muito se falou (e ainda se fala) da suposta insegurança do Windows, que o levou a ser maldosamente acunhado de Ruíndows ou, na versão NT (sigla de New Technology), de “Nice Try” (“boa tentativa”, numa alusão às brechas de brechas de segurança exploradas pelos hackers/crackers de plantão). Todavia, a preocupação da empresa de Redmond com a segurança de seus produtos é inegável, como, aliás, comprova o grande número de remendos (patches, em inglês) disponibilizados conforme a identificação de bugs e brechas de segurança o que, inclusive, valeu ao sistema o apelido de “colcha de retalhos”. Por outro lado, é preciso levar em conta que a grande popularidade do Windows faz dele o alvo preferido da bandidagem digital, até porque é mais vantajoso desenvolver malwares ou exploits para um sistema que abocanha 87% do seu segmento de mercado, do que para outro que mal chega a 10%, como o Mac OS, ou a míseros 1,7%, como as distribuições Linux.

Observação: Igualmente digno de nota é o fato de a MS não ter “criado” muitos de seus produtos, que foram adquiridos de seus verdadeiros desenvolvedores e reformulados pela GIGANTE DO SOFTWARE. Um bom exemplo disso é o tradicional navegador Internet Explorer, cujo código foi adaptado do Mosaic, desenvolvido originalmente pela NCSA e licenciado pela Spyglass Inc. Mas isso não desabona a empresa nem seus fundadores, ou Bill Gates não teria acumulado encabeçaria o ranking dos bilionários da Forbes/2015, com patrimônio próximo de US$ 80 bilhões.    

Sabe aquela musiquinha que você ouve quando o Windows é iniciado? Para chegar a essa inconfundível “melodia de abertura”, foram testadas nada menos que 84 opções vale lembrar que é possível personalizar esse e os demais “sons do Windows”; para saber como, basta rever esta postagem. Enfim, o tema em questão foi composto por Brian Eno, a quem foi encomendado um som "inspirador, universal, otimista, futurista, sentimental" e com duração de exatos 3,25 segundos.

Era isso, pessoal. Cultura inútil, dirão alguns, mas nem só de pão vive o homem. Abraços e até mais ler.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

FUJISTSU F-SERIES, o CELULAR da INFIDELIDADE


Ao atender a primeira chamada no celular, Joaquim esbravejou: – Raios, Maria, como tu descobriste que eu estava cá no motel?

Não sei se a Maria esperou o pobre do Joaquim com o rolo de macarrão em riste, mas sei do que é capaz um cônjuge motivado pelo “monstro de olhos verdes”. Para os ciumentos doentios, o mais tênue cheiro de fumaça prenuncia incêndios homéricos. Com sua insegurança patológica, esses infelizes infernizam seus parceiros farejando suas roucas com a competência de um perdigueiro e rastreando seus emails, telefonemas e mensagens de texto com a argúcia de um CSI.
Na impossibilidade de inibir essa desconfiança mórbida, resta às vítimas “que têm culpa no cartório” evitar deixar vestígios de seu comportamento “inadequado”, o que nem sempre é uma tarefa fácil. No entanto, a sabedoria milenar dos orientais levou a FUJITSU a desenvolver o telefone celular F-SERIES, que é conhecido como o celular da infidelidade.
Lançado em 2002, o aparelhinho está tecnologicamente ultrapassado, mas continua popular até hoje devido ao "modo privacidade", que dá conta do recebimento de chamadas e mensagens de números pré-definidos mediante uma sutil mudança na cor dos indicadores de nível de bateria e sinal da antena. Assim, os abelhudos de plantão não desconfiam da existência de qualquer conteúdo oculto (que o usuário legítimo pode acessá-lo a qualquer tempo mediante a inserção de um código secreto).
É mole ou quer mais?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

COEFICIENTE DE ARRASTO AERODINÂMICO - FINAL


Respondendo à questão deixada em aberto no post anterior, o Cx de um hatch de rua é de aproximadamente 0.3, ao passo que o de um carro de Fórmula 1, a despeito do investimento milionário dos desenvolvedores, não fica abaixo de 1.2. Aliás, é justamente por isso que ele não levanta voo - para se ter uma ideia, cerca de 150 nós (277 km/h) é velocidade suficiente para um Boeing de quase 500 toneladas levantar voo.


Observação: Para um avião decolar, é preciso que o empuxo (força que o empurra para cima) vença a ação da gravidade, o que é conseguido com auxílio dos flaps (abas articuladas existentes nos bordos de fuga das asas das aeronaves). Já na Fórmula 1 obtêm-se o efeito inverso com os aerofólios, que mantêm os carros “colados” no solo, mesmo quando eles alcançam velocidades superiores a 300 km/h.


A propósito, se alguma vez você imaginou como seria pilotar um caça ultra-veloz ou um grande avião de passageiros, saiba que a Microsoft disponibiliza um simulador que coloca o jogador no comando de vários tipos de aeronave. A versão gratuita oferece menos modelos e aeroportos do que a paga, mas mas ainda assim é visualmente impressionante e proporciona um bocado de diversão. Baixe o programa de http://www.microsoft.com/games/flight (note que são quase 2 GB de download).

Abraços e até mais ler.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

COEFICIENTE DE ARRASTO AERODINÂMICO


Qualquer um que tenha pedalado contra o vento sabe como é difícil vencer a resistência do ar. Aliás, segundo os projetistas da indústria automotiva, baixar o Cx (coeficiente de arrasto) em 0,01 resulta em cerca de 40 ml de economia de combustível e 1 grama de dióxido de carbono a menos despejado na atmosfera – quanto menor o Cx, menos a resistência que o ar impõe ao carro.
Partindo desse pressuposto, numa competição fictícia entre um hatch popular e um carro de fórmula 1, quem você acha que seria o campeão de aerodinâmica?
Amanhã eu conto a resposta. Abraços e até lá.