domingo, 16 de abril de 2017

QUOUSQUE TANDEM ABUTERE PATIENTIA NOSTRA?

A patuleia está criando uma nova narrativa vitimista sobre a possibilidade de Lula vir a ser preso como forma de inviabilizar sua candidatura à presidência da República em 2018.

Na versão revista e atualizada, em vez de protestar pela inocência do molusco (que a “Lista de Fachin” brindou com mais alguns inquéritos) e alardear a alegada obsessão do juiz Sergio Moro em persegui-lo ― coisa que ficou ainda mais difícil depois que vídeos das delações de Emílio e Marcelo Odebrecht e outros ex-executivos da empreiteira deixaram boquiabertos até quem tinha certeza da imprestabilidade desse pelego populista ― o que se quer agora é avaliar é o grau da democracia tupiniquim pela permissão, ou não, de Lula ser candidato.

Em sua coluna no Globo, o jornalista Merval Pereira comenta que o cientista político André Singer, ex-porta-voz de Lula entre 2003 e 2007, afirmou que “(...) caso Lula possa candidatar-se, a recomposição do tecido democrático esgarçado pelo golpe parlamentar ganha densidade. Na hipótese contrária, a instabilidade tende a se prolongar, abrindo caminho para saídas autoritárias”.

Essa instabilidade não se dará por uma convulsão social a favor de Lula, mas simplesmente por que “eleições presidenciais livres e justas” não teriam sido realizadas, e estaríamos caminhando para um governo autoritário. O que define a legalidade da próxima eleição, na opinião de Singer, é a aceitação pelo Tribunal Superior Eleitoral da candidatura de Lula. Diz ele: “(...) Não importa, portanto, que Lula ganhe, e sim que consiga concorrer em igualdade de condições. Estaria, assim, garantida a chance de alternância de poder, elemento indispensável do processo democrático”. Daí se depreende que, na visão de Singer, somente a presença de Lula na cédula em 2018 garantiria a alternância de poder.

Se o PT não tem condições de apresentar um candidato competitivo que não seja Lula, é por que não se estruturou em torno de lideranças, mas depende do líder carismático que não deixou grama nascer em seu entorno. Além de o mensalão e o petrolão terem barrado todos os potenciais sucessores na hierarquia partidária, inviabilizados pela prisão ou por sérias denúncias, Lula escolheu uma inexpressiva ministra para ser sua candidata ― e deu com os burros n’água, por incompetência de Dilma e pelas questões morais que estão sendo reveladas pelas investigações da Operação Lava-Jato. E se não puder concorrer, vai ter que convencer seu eleitorado de que uma nova indicação sua não será tão desastrosa quanto aquela.

Difícil acreditar no vaticínio do jurista Nelson Jobim, ex-ministro de Lula e Dilma (além de FHC) de que, preso, Lula elege qualquer um em seu lugar. Pelo menos Singer não acredita nisso. Reflexo da decadência do partido diante da opinião pública, o PT teve uma participação pífia nas eleições municipais, ficando em décimo lugar entre os que mais elegeram vereadores.

No mesmo sábado em que André Singer publicou seu artigo, Dilma repetiu a mesma asnice numa palestra em seminário organizado por alunos brasileiros da universidade Harvard, em Boston: impedir que Lula seja candidato seria “mudar as regras do jogo democrático” no Brasil. Disse ela: “Me preocupa muito que prendam o Lula. Me preocupa que tirem o Lula da parada”. E ainda acrescentou: “Não acho que o Lula tem de ganhar ou perder. Eu acho que ele tem de concorrer. (...) Deixa ele concorrer, para ver se ele não ganha”.

Além de dizer que as questões jurídicas envolvendo “a pessoa física” do ex-mandatário não entram nas suas análises, Singer chega ao cúmulo de comparar a situação de Lula à de Juscelino Kubitschek após o golpe de 1964, quando “os militares, por verem JK como a volta do populismo, cancelaram a eleição presidencial direta por um quarto de século”. Não leva em conta que estamos em uma democracia, e em 1964 entrávamos em uma ditadura militar. Mas seu raciocínio político é que só provaremos que estamos em uma democracia se Lula for absolvido na Justiça e puder disputar as eleições. Outra variável que ele despreza é que as “questões jurídicas” não envolvem apenas a pessoa física de Lula, mas todo um esquema de financiamento através de propina do PT e seus aliados naquele momento histórico. Se for absolvido, ou se o julgamento em segunda instância não acontecer dentro dos prazos legais, permitindo que seja candidato, Lula sairá em campanha buscando provar que continua sendo o líder mais popular do país.

Como qualquer cidadão, Lula terá de enfrentar uma bateria de acusações durante a campanha, e precisará ter boas respostas. Se for condenado em segunda instância, como qualquer cidadão brasileiro, estará inelegível, e irá para a cadeia, de onde poderá continuar recorrendo. É por esses parâmetros legais que deve ser avaliada nossa democracia.

BOA PÁSCOA A TODOS.

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sábado, 15 de abril de 2017

SOBRE A PATULEIA

O termo “patuleia” designava originalmente os simpatizantes e militantes da ala esquerdista do Partido Popular na revolução de 1836, mas também é sinônimo de “plebe”, “ralé”, daí eu utilizá-lo para definir a malta de anormais que ainda acreditam nas falácias da autodeclarada “alma viva mais honesta do Brasil”, nas teorias amalucadas de “golpe” e outras bobagens peroradas pela ex-grande-chefa-toura-sentada e no retorno de Lula ao poder como forma de... sei lá, acho que para acabar de destruir o pouco que restou do país depois de 13 anos, 4 meses e 12 dias de aziagas gestões lulopetistas.

O comunismo foi uma das experiências que mais deram errado na história da política, embora ainda seja cultuado por pseudo intelectuais e uma cáfila de seres “não pensantes”. Para o jornalista J.R. Guzzo, bem poucos por aí sabem o que foi a Revolução Soviética ou demonstram alguma vontade de investir uma meia horinha do seu tempo tentando aprender algo a respeito. Aprender para quê? O que interessa é acreditar ― o que, além disso, dá muito menos trabalho.

O fato é que no momento é mais fácil ser de “esquerda” do que não ser. Houve um tempo em que você podia acabar na cadeia por ser de esquerda; hoje, no entanto, o camarada pode ser ministro do governo de Michel Temer e ser de esquerda. Pode ser um Eike Batista e, ao mesmo tempo, “campeão nacional” dos ex-presidentes Lula e Dilma. Pode ser o ex-governador Sérgio Cabral, que viveu anos como um herói do PT; pode receber prêmio literário de 100 000 euros ― dos quais o governo brasileiro paga a metade ― e discursar contra o “golpe” na hora de pegar o dinheiro. Pode ser ministro do STF, após advogar para o maior partido da esquerda nacional ou para “movimentos sociais” que se dizem “revolucionários”. Pode, como militante, receber verbas do Banco do Brasil, cesta básica e lanche quando é chamado para se manifestar na rua, além de diária e ônibus fretado. Pode estar na cadeia por corrupção. Pode ter emprego no Itamaraty. Pode ser reitor, procurador público, arcebispo. Pode trabalhar na Rede Globo.

Não é preciso ler um único livro ― Marx, então, nem pensar ― nem, Deus o livre, exigir a extinção da propriedade privada, sobretudo a sua, nem tampouco entrar no PT e pagar contribuição mensal de 10% do que ganha. Precisa apenas ter “posição” sobre uns tantos assuntos ― mas quem já teve de tirar do bolso um único real para “ter posição” sobre alguma coisa? Não num país como o Brasil de hoje, onde, além do mais, o risco de aparecer como “progressista” etc. está muito abaixo de zero. E quais são as “posições” que o brasileiro interessado em tirar a sua certidão de “pessoa de esquerda” deve assumir? ­Alguns exemplos:

― Ser a favor das normas que permitem aos professores da rede estadual de ensino de São Paulo faltar até um dia sim, um dia não ao trabalho, sem desconto nenhum no salário, é claro – incluindo o vale-transporte e o auxílio-alimentação referentes aos dias em que o professor não foi à escola;

Ser contra o aumento da velocidade de tráfego, para um máximo de 90 quilômetros por hora, nas avenidas marginais de São Paulo. Se possível, noticiar em tom de denúncia que, logo no primeiro dia com os novos limites, ocorreu um acidente de carro numa das marginais. O motorista estava bêbado. Além disso, ninguém se machucou – nem ele;

Ser contra qualquer mudança na legislação trabalhista. Num momento em que 12 milhões de brasileiros estão desempregados, sustentar que as pessoas não precisam de emprego, e sim de proteção — mesmo que não tenham mais emprego nenhum para ser protegido;

Ser a favor da aposentadoria das mulheres aos 50 anos, e de todas as regras parecidas com essa — a começar pelas que permitem a aposentados do serviço público ganhar mais de 50 000 reais por mês, ou 100 000, ou seja lá quanto for. Considerar correto que a totalidade da população pague, no fim das contas, a aposentadoria dos funcionários públicos — hoje, na média, cerca de 7 500 reais por mês. É quase o equivalente ao valor médio da aposentadoria dos funcionários públicos franceses, de 2 500 euros mensais. O PIB per capita da França, pela última tabela do Banco Mundial, é de 40 000 dólares por ano, quatro vezes o do Brasil;

― Ser a favor de pichadores ou “grafiteiros” de paredes, muros, viadutos, em prédios particulares e públicos. Considerar que quem não concorda está adotando uma atitude “higienista” — ou seja, a favor da higiene, considerada um hábito de direita;

Ser contra o “agronegócio” e a favor da “agricultura familiar”. E quanto aos agricultores “familiares” que trabalham junto a grandes empresas agrícolas? Não há resposta para essa questão. Comentários demonstrando que o valor da terra, hoje, é dado pela sua capacidade de produzir, e não pelo seu tamanho nem por outros fatores, são tidos como argumentos a favor do “latifúndio”, do capitalismo na agricultura e do atraso. (A área rural vai pôr 240 bilhões de reais em circulação no interior do Brasil em 2017.)

― Ser contra os defensivos agrícolas de qualquer tipo, descritos como “agrotóxicos”, “venenos” ou “agentes químicos”. Considerar como ato de destruição da natureza a utilização de qualquer área de terra para produção em grande volume de alimentos. Denunciar como delito social o cultivo de pastagens e a criação de animais de corte;

Acreditar que a única maneira de reduzir a pobreza é tirar dos ricos; a ideia de alcançar esse objetivo por meio da criação de mais riquezas é considerada de direita. Só o Estado, com a arrecadação de impostos — que, idealmente, devem ser sempre maiores —, tem a capacidade de distribuir renda. Cobrar imposto, por esse entendimento, é criar riqueza. Pelo mesmo entendimento, os pobres só existem porque existem os ricos. Na verdade, acredita-se que o 1% mais rico da população mundial tirou a sua fortuna dos demais 99%;

Assinar manifestos de intelectuais, mesmo que você confunda Kant com Clark Kent.

É o que temos, hoje. Adeus, Lenin.

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sexta-feira, 14 de abril de 2017

PONTOS A PONDERAR

Quis o destino que Michel Temer fosse o vice-presidente da Banânia quando o Congresso, num dos raros serviços úteis que prestou à nação nas últimas décadas, defenestrou a anta petista do Palácio do Planalto. E assim, junto com a promoção, o peemedebista herdou um monumental abacaxi, que seus antecessores plantaram em solo arado pelas máquinas do proselitismo, regaram com as águas da mentira e fertilizaram com o esterco da corrupção. Descascá-lo seria uma tarefa hercúlea para qualquer político, mas demanda ainda mais esforço de um chefe de governo que carece de apoio popular, está cercado de amigos e assessores suspeitos ou indiciados no âmbito da Lava-Jato e vê seu “ministério de notáveis” ruir como um castelo de cartas e o apoio parlamentar se esvair mais a cada dia.

Observação: Segundo recente pesquisa de opinião pública do CNI/Ibope, a um mês de completar um ano no governo, Temer amarga uma rejeição recorde (superior a 70%) e sua administração é considerada ruim ou péssima por por mais da metade dos entrevistados. Terá de se dar por feliz se conseguir realizar seu sonho de entrar para a história como “o cara que recolocou o país na trilha do crescimento”, e olhe lá. Nem mesmo os tímidos ― mas inequívocos ― sinais de melhora da economia conseguiram mudar essa tendência: inflação recuou, os juros caíram e o mercado de trabalho começou a se recuperar, mas a popularidade do presidente continua rolando ladeira abaixo.

Pela patuleia em geral ― e pelos petralhas em particular ―, Temer é tido como “ilegítimo” e tachado de “golpista”, mas isso é uma asneira monumental. Vamos esquecer por alguns minutos que a chapa Dilma-Temer está em via de ser cassada (ainda que, pelo andar da carruagem, a decisão ficará para as calendas gregas). Se considerarmos legítimos os resultados do pleito de 2014, tanto a anta vermelha quanto seu vice foram eleitos democraticamente pelo voto popular ― até porque nossa legislação não permite votar no candidato a presidente de uma chapa e no vice de outra coligação. Já no que concerne ao suposto “golpe”, só mesmo uma aberração como Dilma para insistir nessa versão bastarda do impeachment que lhe cassou o mandato ― o que ela não perde uma única oportunidade de fazer, no Brasil em dilmês castiço; no exterior, num portunhol estropiado ou num francês de galinheiro de bordel oitocentista de segunda classe.

Para os brasileiros de bem e minimamente esclarecidos, depõe contra Temer o fato de ele ter presidido o PMDB ― principal partido da base aliada que deu suporte aos governos petistas, e que se revelou tão corrupto quanto o próprio PT ―, compactuado por anos a fio com os desmandos da gerentona de araque e se beneficiado do monumental estelionato eleitoral que lhes garantiu a ambos a reeleição que, em última análise, quebrou o país. Temer sabe que as chances de reverter esse quadro nos 20 meses que lhe restam (isso se conseguir chegar ao final do mandato) são as mesmas de o proverbial camelo bíblico passar pelo buraco da agulha. Por outro lado, isso lhe permite levar adiante as reformas impopulares sem ter de se preocupar demais em “jogar para a torcida”.

Mas o tempo urge e a coisa fica mais difícil a cada dia: assombrados pelo fantasma da Delação do Fim do Mundo, parlamentares de todos os partidos buscam limitar a ação da Lava-Jato, impor o voto em lista fechada, anistiar o caixa dois eleitoral e manter sua prerrogativa para adiar ad kalendas græcas o inevitável acerto de contas com a Justiça Penal ― e isso significa se reeleger no ano que vem, quando o eleitorado terá a oportunidade de penabundar os 513 deputados federais e 2/3 dos 81 senadores (mas, como não tem consciência do poder que o voto lhe garante, boa parte dessa sele confraria certamente deixará passar in albis mais essa chance pôr ordem no galinheiro). Assim, é natural que a aproximação das eleições torne mais arredios os rufiões da pátria e proxenetas do parlamento. E como se não bastasse a oposição atávica e irresponsável dos incorrigíveis defensores dos petralhas, Temer vem sendo alvo do “fogo amigo” do próprio PMDB.

Do alto de sua imprestabilidade, colegas de partido do presidente preferem abandonar o governo a votar as reformas impopulares, a pretexto de não serem vocacionados a cometer “suicídio político”. A título de ilustração, um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo dá conta de que 60% dos 251 deputados contrários à proposta da reforma da Previdência integram a base aliada do presidente (os partidos da oposição compõem cerca de 40% dos votos contrários). No PMDB, partido de Temer, 16 dos 64 deputados afirmaram que votarão “não” ao projeto. Dentre os tucanos, 18 de 47 se manifestaram contra. A intenção de melar as reformas com objetivos eminentemente eleitoreiros se sobrepõe, mais uma vez, aos interesses do país. Até porque, do jeito que a coisa está, mais alguns anos e a Previdência não terá recursos para pagar as aposentadorias, pouco importando se os beneficiários já são inativos ou se tornarão nesse entretempo, seja aos 65, 70 ou 90 anos idade, após 25, 35 ou 100 anos de contribuição. E o mesmo se aplica às igualmente necessárias reformas da Legislação Trabalhista, Eleitoral, e assim por diante.

Então, meus caros, antes de crucificar o governo e sair às ruas berrando “Fora Temer”, informem-se melhor sobre os fatos, sob pena de engrossar as fileiras dos imbecis, digo, dos inocentes úteis manipulados pela “esquerda baba-ovo” do Comandante Máximo da ORCRIM e outros de sua laia. 

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

SOBRE O PRÓXIMO "BUG DO MILÊNIO"

NUNCA DESISTA DO SEU SONHO. SE ACABOU NUMA PADARIA, PROCURE EM OUTRA!

Em sua edição “original”, o Bug do Milênio decorreu do formato da data (DD/MM/AA) que os programadores vinham usando desde sempre, embora o latido tenha sido bem pior do que a mordida (detalhes nesta postagem). Já na edição revista e atualizada, prevista para janeiro de 2038, o problema é outro (aliás, a questão da data poderá trazer novos aborrecimentos na virada do ano de 9999 para 10000, mas não faz sentido nos preocuparmos com isso, pois nenhum de nós estará por aqui na data aprazada.

Voltando a 2038 ― se é que “voltar” se aplica ao caso em tela ―, o tal “bug” se deve à maneira como os processadores dos computadores contam o tempo. Para entender isso melhor, primeiro é recomendável relembrar alguns conceitos sobre a base binária ― que você pode conferir nesta postagem ―, até porque, sabendo o que são bits, bytes e seus múltiplos, fica mais fácil compreender o que será visto a seguir.

No alvorecer da computação pessoal, os processadores eram de 16-bit ― grandeza que remete ao tamanho de seus registradores. Colocando a coisa de forma bem simples, o “registro” do chip é o “local onde ele armazena os ‘endereços’ dos dados que precisa acessar para processar os dados”. Na arquitetura de 16-bit, a capacidade dos chips é limitada a 65.539 “endereços diferentes”, ao passo que na de 32-bit, que se tornou padrão no final do século passado, essa capacidade aumentou para respeitáveis 232, que corresponde a 4.294.967.295 “endereços”. Uma evolução e tanto, mas insuficiente: metade desses “endereços” é usada pelo chip na contagem do tempo ― que teve início em 1º de janeiro de 1970 ―, e 2.147.483.647 segundos nos levam até 1º de janeiro de 2038 (mais exatamente às 03h14min08s desse dia).

Não se sabe exatamente como os sistemas computacionais irão se comportar quando atingirem esse limite; é possível que alguns continuar a funcionar com a data incorreta (se a contagem for zerada e reiniciada), mas os que dependem da data precisa para executar suas tarefas certamente entrarão em colapso. Aliás, essa limitação da arquitetura de 32-bit é responsável também pelo fato de esses processadores não “enxergarem” mais de 4 GB de RAM, inobstante a capacidade dos pentes instalados ― atualmente, computadores de configuração mediana integram 8 GB ou mais de memória física, mas essa “fartura” só faz diferença caso eles disponham de chips de 64-bit, capazes de gerenciar nada menos que 264 endereços, que correspondem, na base decimal, a mais de 18 quintilhões (ou 18.446.744.073.709.551.616, para ser exato). Em tese, essa arquitetura permite gerenciar mais de 17 bilhões de gigabytes de RAM, embora a maioria dos PCs de grife que a gente encontra no mercado raramente suportam mais que 64 GB.

Há tempos que os processadores, sistemas operacionais e uma quantidade significativa de aplicativos são “de 64-bit”. O Windows é disponibilizado em versões de 64-bit desde 2005, e o Mac OS X, desde 2011, mas diversos sistemas usados na operação de servidores (como o Unix) ainda são baseados na anacrônica arquitetura de 32-bit ― espera-se que eles sejam modernizados nos próximos 21 anos, até porque é bem provável que, nesse entretempo, chips de 32-bit se tornem peças de museu.

MONTESQUIEU NÃO CHEGOU AO BRASIL ― Por Marco Antonio Villa.

Nunca na história recente da democracia brasileira o desequilíbrio os Poderes esteve tão evidente. Juízes, desembargadores e ministros ocupam o primeiro plano da cena política. São os atores principais. Abandonaram os autos dos processos. Ocupam os microfones com naturalidade. Discursam como  políticos. Invadem competências de outros poderes, especialmente do Legislativo. No caso do Supremo Tribunal Federal, a situação é ainda mais grave. Aproveitando-se da inércia do Congresso Nacional, o STF legisla como se tivesse poder legal para tal, interpreta a Carta Magna de forma ampliada, chegando até a preencher supostas lacunas constitucionais. Assumiu informalmente poderes constituintes e sem precisar de nenhum voto popular. Simplesmente ocupou o espaço vazio.

O projeto criminoso de poder petista ao longo de 13 anos destruiu a institucionalidade produzida pela Constituição de 1988. Cabe registrar que até então não tínhamos um pleno funcionamento das instituições. Contudo, havia um relativo equilíbrio entre os poderes e um respeito aos limites de cada um. Mas este processo acabou sendo interrompido pelo PT.

O petrolão foi apenas uma das faces deste projeto que apresou a estrutura de Estado. E que lá permanece. Depois de quase um ano da autorização para a abertura do processo do impeachment, pouco ou nada foi feito para despetizar a máquina governamental. Pedro Parente, quando assumiu a presidência da Petrobras, afirmou que havia uma quadrilha na empresa. Porém, o tempo passou e nada foi apresentado. O que sabemos sobre a ação do PT e de partidos asseclas na empresa deveu-se à ação da Justiça. Foram efetuadas investigações internas? Funcionários foram punidos? Os esquemas de corrupção foram eliminados? A empresa buscou ressarcimento do assalto que sofreu? Como explicar que bilhões foram desviados da Petrobras e seus gestores não foram sequer processados?

Se a nova direção da Petrobras foi omissa, o mesmo se aplica a um dos pilares do projeto criminoso de poder petista, o BNDES. Foi um assalto. Empréstimos danosos ao interesse público foram concedidos sem qualquer critério técnico. Bilhões foram saqueados e entregues a grupos empresariais sócios do PT. Porém, até o momento, Maria Silvia Bastos Marques não veio a público expor, ainda que sucintamente, a situação que encontrou ao assumir a presidência do banco. E os empréstimos a Cuba? E às republicas bolivarianas? E para as ditaduras da África negra?

Não é possível entender o silêncio das presidências da Petrobras e do BNDES. Por que não divulgam a herança maldita que receberam? Desinteresse? Medo? Não é politicamente conveniente? Por que os brasileiros só tomaram — e continuam tomando — conhecimento das mazelas da Petrobras e do BNDES através dos inquéritos e processos judiciais? Por que os presidentes, ex-diretores e demais responsáveis não foram processados pelos novos gestores?

Se o Executivo continua refém da velha ordem, o mesmo se aplica ao Legislativo. O Congresso Nacional se acostumou ao método petista de governar. Boa parte dos parlamentares foram sócios da corrupção. Receberam milhões de reais indiretamente do Estado. Venderam emendas constitucionais, medidas provisórias, leis e até relatórios conclusivos de comissões parlamentares de inquéritos. Tudo foi mercantilizado. E os congressistas participantes do bacanal da propina lá continuam. Desta forma, diversamente de outros momentos da nossa história (1961, 1964 e 1984-85), o Congresso não tem voz própria na maior crise que vivemos. Quais deputados e senadores poderão se transformar em atores à procura de uma solução política? Quem tem respeitabilidade? Quem fala em nome da nação?

Tanto no Executivo como no Legislativo a velha ordem se mantém com apenas pequenas alterações. Colaboradores ativos do petismo, sócios entusiasmados do maior saque estatal da nossa história, ocupam importantes postos nos dois poderes. Há casos, como o de Leonardo Picciani, que seriam incompreensíveis a algum analista estrangeiro que não conhecesse a hipocrisia da política brasileira. O deputado votou contra a abertura do processo do impeachment e, mesmo assim, foi premiado com o cargo de ministro do novo governo. Boa parte da base parlamentar que sustentou os governos criminosos do PT agora apoia Michel Temer, sem, em momento algum, ter efetuado alguma autocrítica.

É justamente devido às contradições dos outros dois poderes que o Judiciário acabou invadindo o espaço que constitucionalmente não é o seu. Isto não significa que opere sem divergências. Pelo contrário. Basta recordar os constantes atritos entre os responsáveis pela Lava-Jato e alguns ministros do STF, o que também não é recomendável.

O que é inquestionável é o desequilíbrio entre os poderes. Mais ainda, a supremacia do Judiciário. É um desserviço ao Estado democrático de Direito o enorme poder dos juízes, também porque, mas não apenas por isso, sequer receberam um voto popular. E continuam incólumes ao controle democrático. O que diria o Barão de Montesquieu de tudo isso?

Marco Antonio Villa é historiador

Bom feriadão a todos.

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quarta-feira, 12 de abril de 2017

VOCÊ SE LEMBRA DO BUG DO MILÊNIO? POIS EXISTE OUTRO A CAMINHO!

VIVA CADA DIA COMO SE FOSSE O ÚLTIMO. UMA HORA VOCÊ ACERTA…

Conforme o ano 2000 se aproximava e os réquiens dos arautos do apocalipse subiam de tom, fanáticos e teóricos da conspiração enchiam os bolsos, aproveitando-se dos desinformados que realmente acreditavam que a humanidade não veria o alvorecer do novo século ― ou milênio, conforme a versão, embora tanto um como o outro só começariam um ano depois, em 1º de janeiro de 2001.

Mas o mundo não acabou em 2000, nem em 2001, nem em 2012 (a despeito do apregoaram os adeptos da “Profecia Maia” durante todo aquele ano). O Brasil é que quase foi para o buraco neste começo de século ― graças a certo nordestino pobre e analfabeto, que conquistou a presidência, institucionalizou a corrupção e se fez suceder por uma rematada incompetente, mas isso também é outra história.

Passando ao mote desta postagem, os “veteranos” da computação pessoal devem estar lembrados do proverbial Bug do Milênio, que, à zero hora de 1º de janeiro de 2000, destamparia a versão digital da mitológica Caixa de Pandora. Para melhor entender essa história, é preciso ter em mente que, à luz das soluções de hardware atuais, os computadores daquela época eram “movidos a manivela” e os programas que eles rodavam, compatíveis com seus padrões. 

Apenas para que os leitores mais novos tenham uma ideia, o PC que eu usava na virada do século era um “poderoso” 80286 de 40 MHz com 2 MB de RAM e 40 de HD). Como os componentes de hardware eram caríssimos ― 1KB de memória custava cerca de US$ 100 ―, os programadores se viam obrigados a espremer seus códigos no menor espaço possível. Cada byte contava, e se armazenar datas no formato DD/MM/AA  2 bytes, não havia porque registrar o ano com 4 algarismos ― o ganho pode parecer pífio, mas num banco de dados de 1.000.000 de pessoas, por exemplo, a diferença é considerável). A questão é que, com a virada de 1999 para 2000, os sistemas associariam 00 a 1900.

O problema era conhecido desde meados da década de 50, mas foi solenemente ignorado até 1985, quando o livro Computers in Crisis, de Jerome e Marilyn Murray, alertou a todos do que estava por vir. Em 1996, com a reedição do livro, a merda bateu no ventilador: ainda que os sistemas mais modernos já fossem escritos de modo a não ser afetados pelo “bug”, a maioria das empresas, por economia ou comodidade, não se havia adaptado à nova realidade. Assim, temia-se que a passagem do ano estabelecesse o caos absoluto no mercado financeiro ― onde valores positivos se tornariam negativos e boletos seriam emitidos com um século de atraso, por exemplo ― na navegação aérea, nas usinas nucleares, nos sistemas de transmissão de energia e fornecimento de água, enfim, em toda sorte de atividades controladas por sistemas computacionais. 

A perspectiva aziaga levou falsos profetas e fanáticos religiosos a ganhar fortunas com a venda de kits de sobrevivência e forçou governos a montar comitês especiais de contingência e grupos internacionais de cooperação ― como o que foi criado pelo Banco mundial. Mas as consequências ficaram bem aquém das expectativas; além de alguns problemas pontuais ― como máquinas de cartão de crédito que pararam de processar pedidos, um reator nuclear japonês que teve o monitoramento de radiação comprometido e máquinas de tickets de ônibus que pararam de validar as transações na Austrália, por exemplo ―, nada muito mais preocupante foi observado.

Resumo da opera: Para alguns, o Bug do Milênio foi uma ameaça real; para outros, não passou de mera tempestade em copo d’água, até porque países como Itália e Coreia do Sul, que, ao contrário de dos EUA, não investiram quase nada em prevenção de danos, não registraram maiores problemas. Aliás, o serviço de apoio americano a pequenos comércios esperava receber milhares de pedidos de ajuda, mas contabilizou apenas 40 telefonemas na primeira semana de 2000, e nenhum deles relatou qualquer problema crítico.

Mas não há nada como o tempo para passar, e um novo bug ameaça os computadores com uma volta no tempo para 13 de dezembro de 1901, a ocorrer pontualmente às 03h14min08s de 19 de janeiro de 2038. Mas isso é assunto para uma próxima postagem.

Com Oficina da Net.

DE LISTA DE JANOT À LISTA DE FACHIN - E LULA LÁ

Era uma terça-feira como qualquer outra. Ou pelo menos era o que parecia até o final da tarde, quando se veio a saber que “Lista de Janot”, promovida a “Lista de Fachin”, elencava 9 ministros de Temer, 29 senadores, 42 deputados federais (entre eles, os presidentes da Câmara e do Senado), três governadores e um ministro do TCU, além de 29 outros políticos e autoridades que, a partir de agora, são oficialmente investigados pelo STF. E uma segunda lista, enviada a outros tribunais, exibe orgulhosamente os nomes dos ex-presidentes Lula, Dilma e FHC (o impichado Fernando Collor também é investigado, mas no STF, pois, embora se inclua na seleta confraria de ex-presidentes da Banânia, ele é senador por Alagoas e, portanto, tem direito a foro privilegiado).

Volto ao assunto quanto tiver acesso aos desdobramentos, até porque a “nova lista” apenas “oficializou o que já se sabia extraoficialmente”. Resta aguardar a suspensão do sigilo para, aí sim, saber quem é quem no Piauí e que parte da caca toca a cada um dos investigados ― que insistem em se esconder atrás de meias verdades, tipo "ser investigado não quer dizer que se é culpado" e juram de mãos postas e pés juntos que são inocentes, que todas as doações que receberam foram legais, que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e toda essa merda ― quase tão enojante quanto a história do “golpe”, que anta vermelha às vezes reconta num projeto de portunhol risível, noutras, num arremedo de francês de galinheiro de dar dó. Pior que isso, só mesmo ouvir o chefe da gangue se comparar a Cristo, dizer-se a alma viva mais honesta da galáxia e, fazendo qualquer coisa de palanque ― de caixote de fruta ao esquife da finada esposa ― berrar aos quatro ventos que ele e só ele é a salvação para o Brasil, embora esteja mais sujo que pau de galinheiro e não passe de um monte de lixo que há muito deveria ter sido enterrado em algum aterro sanitário.

A propósito: O molusco é citado por Edson Fachin em onze pedidos de inquérito. Onze! O primeiro e mais importante, relatado por 6 delatores, trata dos pagamentos de propina à ORCRIM comandada por ele ― Marcelo Odebrecht fala sobre Lula e seus gerentes, Antonio Palocci e Guido Mantega, em 15 termos de depoimento. O segundo trata dos pagamentos de propina por meio de palestras fraudulentas, da reforma do sítio em Atibaia e da compra do prédio do Instituto Lula. O terceiro trata dos 4 milhões de reais repassados ao Instituto Lula pelo departamento de propinas da Odebrecht. O quarto é aquele que envolve os pagamentos de propina para seu irmão, Frei Chico. O quinto trata de seu trabalho como lobista da Odebrecht junto a Dilma Rousseff ― no caso, ele tentou beneficiar a empreiteira na hidrelétrica de Jirau, mas fracassou porque a anta já havia favorecido uma concorrente. O sexto trata do pagamento de propina para a campanha de Fernando Haddad, em 2008 ― e não é um caso de caixa 2; a empreiteira repassou dinheiro a João Santana em troca de "medidas legislativas favoráveis aos interesses da companhia". O sétimo apura o assalto à Sete Brasil ― de acordo com Marcelo Odebrecht, Lula decidiu ratear a propina de 1% sobre o valor dos contratos entre os funcionários da estatal e o PT. O oitavo revela sua tentativa de obstruir a Lava-Jato aprovando a MP 703. O nono é uma beleza: os 3 milhões de reais pagos pelo departamento de propinas da Odebrecht à Carta Capital. O décimo trata do dinheiro que o departamento de propinas da Odebrecht repassou para seu filho caçula. Por último, mas não menos importante, o décimo-primeiro investiga se o molusco eneadáctilo traficou influência para favorecer a Odebrecht em Angola.

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terça-feira, 11 de abril de 2017

BITDEFENDER ANTI-RANSOMWARE

COM A CONECTIVIDADE E UM COMPUTADOR EM MÃOS, TEM-SE DISPONÍVEL O CONHECIMENTO DA HUMANIDADE.

Por razões amplamente discutidas em outras postagens (dentre as quais eu destaco esta aqui), o ransomware é visto como uma das maiores ameaças contemporâneas à segurança digital.

Considerando que é sempre melhor prevenir do que remediar, é bom saber que a renomada empresa de segurança Bitdefender oferece gratuitamente aos usuários do Windows uma ferramenta que oferece proteção em tempo real contra esse tipo de praga ― que o antivírus convencional nem sempre é capaz de identificar e/ou neutralizar.

Observação: Não custa lembrar que, somente em 2016, a Avast identificou mais de 150 novas famílias de ransomwares para Windows, e seu Laboratório de Ameaças detectou mais de 28 milhões de ataques em todo o mundo.

O aplicativo é leve (ou seja, demanda poucos recursos do computador para ser executado) e, uma vez aberto, permanece rodando em segundo plano, minimizado na área de notificação (a porção à direita da barra de tarefas, onde fica o relógio do sistema). Note que, embora você possa configurá-lo para ser iniciado junto com o Windows, não poderá alterar sua posição ― quando o programa está aberto, sua janelinha fica sempre no canto inferior direito da tela ― e nem tampouco o idioma da interface, que é o inglês. Mas isso é uma questão de somenos, considerando a proteção que ele agrega a seu computador.

Tenha em mente, porém, que o Bitdefender Anti-Ransomware não substitui seu antivírus residente (nem o aplicativo de firewall), apenas aprimora a proteção do seu arsenal de segurança.

Mais informações e download em https://www.bitdefender.com/solutions/anti-ransomware-tool.html.

MALUF, SARNEY E O RIO AMAZONAS

A idade do rio Amazonas sempre despertou a curiosidade de pesquisadores em todo o mundo.
Até a semana passada, estimava-se a existência do rio-mar em 1,5 milhão de anos, mas sabe-se agora que ele é bem mais velho: depois de analisarem sedimentos seculares, a maioria deles derivados da formação dos Andes, cientistas brasileiros e europeus fixaram sua idade entre 9 milhões e 9,4 milhões de anos ― contados a partir dos movimentos de expansão para o oceano Atlântico.

Consultados a respeito, três dos mais tradicionais caciques da política tupiniquim não chegaram a um consenso.

FHC, como bom tucano, diz que não tem certeza, que não se lembra, que o “nascimento” do rio não foi registrado em seus DIÁRIOS DA PRESIDÊNCIAMaluf aposta em 9 milhões de anos, lembrando que já batia carteira na vizinhança por ocasião da efeméride. Mas Sarney é taxativo: 9,4 milhões de anos. Ele diz que se lembra perfeitamente, pois, na ocasião, já estava em seu segundo mandato.

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segunda-feira, 10 de abril de 2017

COMO CORRIGIR FALHAS NO WINDOWS (Continuação)

NEGOCIATA É UM BOM NEGÓCIO PARA O QUAL NÃO FOMOS CONVIDADOS.

Vimos no post anterior as primeiras providências que você deve adotar caso seu PC passe a apresentar um comportamento, digamos, estranho. Se nenhuma delas resolver o problema (reinicialização, reversão de atualizações potencialmente problemáticas restauração do sistema, etc.), abra a caixa de buscas do Windows 10 (que convoca a Cortana, se você atualizou seu sistema para a versão mais recente), digite PowerShell, dê um clique direito no item Windows PowerShell e selecione a opção Executar como administrador.

Na janela que será exibida, autorize a execução clicando em Sim (ou forneça as credenciais de administrador, dependendo do que lhe for solicitado). Posicione o cursor logo à direita do prompt (barrinha piscante), digite sfc /scannow e tecle Enter para dar início à verificação e correção de possíveis arquivos corrompidos do sistema (não se esqueça de dar um espaço entre sfc e scannow). Aguarde a conclusão do processo.

Se tudo sair como esperado, será exibida uma mensagem dando conta de que arquivos corrompidos foram encontrados e reparados com êxito. Caso a mensagem informe que a correção não foi possível, recorra à ferramenta DISM, que é convocada através do comando Dism /Online /Cleanup-Image /RestoreHealth. Note que o processo pode demorar bastante ― aliás, não é incomum a barrinha de progressão empacar em 20%, mas tenha um pouco de paciência, que ela chegará até o final.

Se nem assim o problema for resolvido, torne a executar o DISM, desta feita usando o comando Dism /Online /Cleanup-Image /RestoreHealth /Source:wim:X:\sources\install.wim:1 (substitua o X pela letra da partição em que se encontram instalados os arquivos de instalação do Windows). Ao final, execute novamente o comando sfc /scannow e torça para que desta vez a mensagem informe que está tudo OK.

Reze. Se não ajudar, atrapalhar é que não vai. Se nada disso solucionar seu problema, compadre (ou comadre), considere carinhosamente a possibilidade de reinstalar o sistema operacional. Mas vamos torcer para que isso não seja necessário.

MICHELZINHO SERÁ MINISTRO DO TSE QUANDO A CHAPA DILMA-TEMER FOR JULGADA 

O filho do presidente Michel Temer se animou e já decidiu que vai cursar a faculdade de direito para participar do julgamento do pai no TSE

A previsão é que o plenário conclua a tarefa quando a pequena Mel Maia já ocupar o lugar de Fernanda Montenegro como maior atriz brasileira. Analistas temem, porém, que Michelzinho não tenha tempo para isso. É possível que o garoto se aposente antes de a chapa ser julgada. Mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada.

O adiamento do julgamento da chapa Dilma-Temer por tempo indeterminado provocou uma reação. Afastado também por tempo indeterminado, o ator José Mayer quer que seu caso de assédio seja julgado pelo TSE.

Com Sensacionalista.

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domingo, 9 de abril de 2017

INEXISTE SAÍDA FORA DA POLÍTICA: AQUILO QUE COMEÇOU NUMA ELEIÇÃO SÓ TERMINARÁ EM OUTRA.

A patuleia atávica tem investido pesado na divulgação dos “excelentes resultados” obtidos por Lula nas pesquisas de opinião pública, mas não menciona o fato de seu amado líder ser o candidato a candidato com maior índice de rejeição entre os eleitores.

Como eu já comentei em diversas oportunidades, a esquerda incorrigível parece se esquecer de que o petralha prestará depoimento na 13ª Vara Federal de Curitiba no início do mês que vem, e que as delações da Odebrecht, combinadas com uma caudalosa coleção de evidências, apontam para uma provável condenação ― sentença que, se ratificada em tempo hábil na segunda instância, fulminará essa pré-campanha quimérica que visa constranger o judiciário e evitar que o petralha goze longas férias compulsórias na agradável companhia de “cumpanhêros” como Dirceu, Vaccari, Cunha e tantos outros apenados no âmbito da Lava-Jato.

Há quem defenda que a candidatura de Lula ― lançada em março por meio de um manifesto encomendado aos “intelectuais de esquerda de sempre” ―, por motivos que vão de assegurar a soberania do Brasil sobre o pré-sal a “devolver ao país um papel de protagonista no cenário internacional”. Todavia, em sua visão míope, deturpada, ou ambas as coisas, os defensores incondicionais do molusco abjeto não levam em conta que a proverbial “inclusão social” promovida pelo governo petista não passou de mero estímulo ao consumo privado, calcado no aumento do salário mínimo e das aposentadorias em percentuais acima dos da inflação, transferências estatais de renda e expansão irresponsável do crédito.

Em O GLOBO, o sociólogo Demétrio Magnoli pondera que a esquerda entrincheirada nessas políticas sociais desistiu de suas utopias desastrosas (socialismo), mas não aderiu à utopia possível da inclusão por meio do desenvolvimento econômico (produtividade) e da qualificação dos direitos sociais (educação, transportes, reforma urbana). Lembra ainda que a “idade de ouro” do lulopetismo apoiou-se numa singular conjuntura internacional que não se repetirá, e argumenta que o Brasil precisa da candidatura de Lula para derrotar, pelo voto, a fé anacrônica no paternalismo estatal, no capitalismo de compadrio.

Sob Lula e Dilma, prossegue o colunista, a “soberania sobre o pré-sal, suas terras, sua água, suas riquezas” significou a montagem de um capitalismo de Estado organizado como aliança das empresas estatais com conglomerados privados de “amigos do rei”, que resultou no maior escândalo de corrupção registrado na história brasileira. Nos governos lulistas, o “papel ativo” do Brasil no cenário internacional materializou-se, principalmente, na fracassada obsessão por uma cadeira de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU e na aliança com o castrismo, o chavismo e o kirchnerismo. A esquerda que clama pela volta do ex-presidente abdicou do sistema econômico socialista, mas continua seduzida pelo monopólio do poder por um “partido dirigente”. A catástrofe venezuelana não merece uma linha de protesto dos fabricantes de manifestos.

Lula é um pragmático, não um ideólogo. A utopia política de Lula resume-se ao poder de Lula — como sabem perfeitamente os quadros petistas e até mesmo os signatários do manifesto pela sua candidatura. Contudo, as circunstâncias e os acidentes históricos preencheram o seu pragmatismo com uma série de marcadores ideológicos. Lula converteu-se em representação de um Brasil que se recusa a romper com o passado e de uma esquerda hipnotizada por utopias regressivas de segunda mão. O ciclo lulista começou com um maiúsculo triunfo eleitoral que parecia, aos olhos da maioria, inaugurar uma era redentora. A curva de declínio, nos mandatos de Dilma, consubstanciada no impeachment, atestou uma falência política de fundo, uma depressão econômica de proporções inéditas e total desmoralização das instituições públicas, envenenadas pela corrupção. Contudo, como revelam as sondagens eleitorais, a queda drenou apenas parcialmente o pântano das ilusões. O Brasil, reafirma Magnoli, não se livrará delas enquanto não tiver a oportunidade de confrontá-las na arena do voto.

Ninguém tem o privilégio de pairar acima da lei. Lula não deve ter prerrogativas negadas a Marcelo Odebrecht, Sérgio Cabral ou Eduardo Cunha. O papel desempenhado por ele nas teias de corrupção do “Estado-Odebrecht” precisa ser examinado pelos tribunais. Os juízes, espera-se, terão a coragem de ignorar a programada intimidação de hordas de militantes, julgando o ex-presidente segundo os códigos legais. Mas apressar os ritos processuais e fazer de Lula um “ficha-suja” ofereceria ao lulopetismo um santuário inexpugnável. O Brasil precisa, enfim, mirar-se no espelho. Inexiste saída fora da política: aquilo que começou numa eleição só terminará em outra.

EM TEMPO: O molusco abominável e seu malfadado lulopetismo assombram a nação brasileira como um egun mal despachado, e precisam ser exorcizados o quanto antes. É como na história do sujeito que, ao saber do falecimento da sogra e ser consultado sobre o que seria melhor fazer ― sepultá-la ou cremá-la ―, respondeu prontamente: “vamos cremar e depois enterrar as cinzas; afinal, com essa velha não se brinca”. Torçamos, pois, pela tão esperada sentença condenatória e consequente prisão dessa calamidade o quanto antes. Considerando a “qualidade” do eleitorado tupiniquim, seria temerário arriscar!

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sábado, 8 de abril de 2017

CURTAS

Segundo o Globo, a PGR retomou o acordo de delação premiada com a OAS de Leo Pinheiro. Para quem não se lembra ― afinal, são tantos fatos novos todos os dias ―, esperava-se que as revelações bombásticas do empresário acrescentassem mais um prego no caixão de Lula, mas Janot deu um piti quando Veja publicou uma matéria dando conta de que o depoimento do empreiteiro fazia referências ao ministro Dias Toffoli, do STF. Agora, pelo visto, reacendem-se as esperanças no coração dos brasileiros que desejam ver o sacripanta eneadáctilo em seu devido lugar. Aliás, falta menos de um mês para ele ser “entrevistado” pelo juiz Sergio Moro.

Falando em Moro, o magistrado enviou um documento sigiloso ao ministro Herman Benjamin ― relator no TSE do processo que visa à cassação da chapa Dilma-Temer ―, segundo o qual de outubro de 2014 a maio de 2015, o departamento de propinas da Odebrecht repassou 22,5 milhões de reais a João Santana:


A Lava-Jato vai anexar os depoimentos de João Santana e sua mulher a esse inquérito e mandar Janete para o banco dos réus.


Falando em Janete, os marqueteiros-delatores João Santana e Mônica Moura, de acordo com Lauro Jardim, “deixam claro que Dilma Rousseff sabia que suas campanhas eram financiadas com dinheiro ilegal da Odebrecht”. Aliás, foi exatamente isso que Marcelo Odebrecht disse em pelo menos oito passagens de seu depoimento ao TSE.

Bom domingo a todos.

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sexta-feira, 7 de abril de 2017

COMO CORRIGIR FALHAS NO WINDOWS

OS CIDADÃOS NÃO DORMIRIAM TRANQUILOS SE SOUBESSEM COMO SÃO FEITAS AS SALSICHAS E AS LEIS.

Conforme eu disse em outras oportunidades, programas de computador são escritos por pessoas, e pessoas são seres falíveis. Daí se conclui que, por mais renomados que sejam os desenvolvedores dos softwares instalados no seu PC ― a começar pelo sistema operacional, que é o “software-mãe” ―, sempre existe a possibilidade de ocorrerem instabilidades, congelamentos e outras adversidades que afetam (ou até inviabilizam) o funcionamento do aparelho. E o pior é que não costuma ser fácil identificar os culpados, pois diversos problemas causados por componentes de hardware e drivers de dispositivos têm sintomas similares aos de falhas que provocadas pelo software. No entanto, nesse contexto é mais urgente recolocar o bonde nos trilhos do que descobrir o vilão, de modo que a primeira coisa a fazer é desligar o computador, aguardar uns dois ou três minutos e tornar a liga-lo (fazendo figa para tudo volte a ser como era).

Observação: Em muitos casos, a pura e simples reinicialização do Windows (que não age sobre o hardware, apenas encerra e reinicia o software) pode ser suficiente, mas melhor a fazer é desligar totalmente o aparelho. Assim, o fornecimento de energia que alimenta os circuitos da placa-mãe e demais componentes será interrompido, propiciando o “esvaziamento” das memórias voláteis. Com a opção Reiniciar do menu de desligamento, o Windows é encerrado, mas torna a ser carregado menos de um segundo depois, o que impede os capacitores de esgotar totalmente suas reservas de energia.

Se a anormalidade persistir, os principais suspeitos são eventuais atualizações malsucedidas (aquelas que a gente instala via Windows Update), apps incompatíveis com a versão do Windows, conflitos entre programas (como os que costumam ocorrer se há dois ou mais antivírus instalados na máquina, caso ambos ofereçam proteção proativa, ou seja, em tempo real) e "N" outras possibilidades que eu não vou detalhar para não encompridar demais esta postagem.

Se o problema surgiu logo depois que você atualizou o sistema ou instalou um aplicativo qualquer, reverter a atualização (ou remover o aplicativo) pode ser a solução. Vale também tentar restaurar o sistema para um ponto (data e horário) anterior aos primeiros sinais do problema (clique aqui para saber mais sobre esse valioso recurso que a Microsoft disponibiliza desde o Windows ME). Se não resolver, faça uma varredura completa com seu antivírus e obtenha uma segunda opinião usando um serviço de verificação online ― como o HouseCall, o ActiveScan, o Kaspersky, o F-Secure, o Bitdefender ou o Microsoft Safety Scanner.

Se nem assim seu PC voltar ao normal, confira as dicas da próxima postagem.

MUDANDO SEM MUDAR

Tomei emprestado o título desta postagem de uma nota de Carlos Brickmann, que também me serviu de base para o texto a seguir.

Segundo Brickmann, há um ano tínhamos Dilma, Cunha, Nova Matriz Econômica, PT, Haddad e Dunga. Hoje temos Temer, Rodrigo Maia, política econômica ortodoxa, PT destroçado nas eleições, João Doria e Tite. A inflação, que ameaçava ultrapassar os 10%, contentou-se com 4%; os juros básicos, ainda altíssimos, que eram de mais de 13%, devem chegar em 8,75% ao fim do ano. A balança comercial está bem positiva: US$ 7,1 bilhões de superávit em março, o melhor resultado desde março de 1989. E não é pela queda das importações, apesar da recessão: o país importou 7% a mais do que em março do ano passado. E o principal problema econômico do Brasil, os estonteantes 13,5 milhões de desempregados, pode começar a ser revertido: o PIB ― soma de tudo que é produzido no país, incluindo serviços ― deve crescer 0,47% neste ano e 2,5% em 2018. É pouco, mas, para uma economia que há três anos só apresentava números negativos, é um sinal de que podemos ter esperanças.

Nesse cenário, prossegue o jornalista, o baixíssimo índice de popularidade de Michel Temer se explica pela própria política econômica: combater a inflação, reduzir privilégios e reformar instituições (mesmo falidas) é sempre impopular. Demais disso, prossegue Brickmann, há um ano tínhamos Temer, Renan, Eunício, processos da Lava-Jato encalhados no STF; hoje, isso mudou: os processos da Lava-Jato encalhados no Supremo ficaram ainda mais empoeirados. E com efeito: A turma de Direito da FGV-RJ fez um interessante estudo intitulado PESQUISA DO SUPREMO EM NÚMEROS, onde cotejou o tempo médio que a Corte gastava em 2002 para julgar uma ação penal (foro privilegiado) com o tempo que demora atualmente. O período de julgamento saltou de 65 para 1.377 dias!

E como hoje é sexta-feira, vamos encerrar com nosso tradicional humor de final de semana:


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quinta-feira, 6 de abril de 2017

COMO SE PROTEGER DE SITES MALICIOSOS

QUEM MARCA PASSO FAZ CONTRATO COM O FRACASSO.

Nem mesmo os melhores aplicativos de antivírus e pacotes de segurança são capazes de garantir total proteção (para mais detalhes, acesse a sequência de postagens iniciada por esta aqui), e considerando que a internet se tornou essencial ao nosso dia a dia (mal comparando, usar um PC desconectado seria como andar de motocicleta na sala de casa), é fundamental pôr as barbichas de molho, pois os riscos estão em toda a parte.

Não bastassem os vírus tradicionais ― códigos auto replicáveis programados, no mais das vezes, para danificar o software da máquina infectada, que continuam ativos e operantes ―, são os spywares e os ransomwares que, de uns tempos a esta parte, encabeçam a lista das pragas mais recorrentes (os primeiros monitoram as vítimas e capturam dados confidenciais ― notadamente senhas e números de cartões de crédito ―, enquanto os últimos “sequestram” arquivos e cobram resgate para liberá-los). Também como já vimos, a bandidagem recorre à engenharia social para criar engodos conhecidos como phishing, mediante os quais se aproveitam da inocência, inexperiência, boa-fé ou ganância das vítimas potenciais para aplicar versões virtuais do velho conto do vigário.

Claro que um email supostamente enviado por uma instituição financeira da qual você não é cliente denuncia a intenção do remetente com sua alegada “atualização de dados”, mas o problema é quando você tem conta no banco em questão ou é usuário de cartão de crédito daquela bandeira, apenas para os exemplos mais comuns. Há casos em que o texto da mensagem que exorta o destinatário a clicar num link malicioso ou acessar um anexo mal-intencionado é tão mal escrito que a vigarice salta aos olhos, mas também há casos em que é praticamente impossível identificar a fraude a olho nu ― quando o email traz elementos gráficos e logomarcas rebuscados ou as páginas falsas são quase idênticas às legítimas, por exemplo.

Para piorar, os endereços dos sites falsos costumam ser plausíveis, visando evitar que a vítima desconfie da maracutaia. Mas fique esperto se o URL não terminar em .br ou se exibir sufixos de provedores gratuitos de hospedagem ou espaço virtual, e jamais clique em links que supostamente levam à página do seu Banco; digite você mesmo endereço no navegador (ou acesse o site a partir dos seus favoritos). Caso continue cismado, digite uma senha inválida; se o sistema não acusar o erro, é porque a página é falsa (o site fraudulento não tem como saber sua senha, pois seu propósito é justamente levar você a informá-la ― embora já se tenha conhecimento de sites falsos programados para recusar automaticamente a primeira senha digitada, visando frustrar esse tipo de checagem).

Tenha em mente que, além de simular sites de instituições financeiras, os scammers utilizam como isca programas de milhagem de companhias aéreas, páginas falsas de administradoras de cartões de crédito, contas de serviços de pagamento online tipo PayPal, etc. Portanto, fique atento a erros ortográfico-gramaticais nos textos das mensagens (ou pontos de exclamação em excesso e termos como URGENTE, URGENTÍSSIMO, IMEDIATAMENTE, ÚLTIMO AVISO), bem como a logomarcas distorcidas ou de tamanhos irregulares, à ausência de uma alternativa de contato (endereço ou telefone), e por aí vai.

Embora não sejam infalíveis, algumas ferramentas online podem ser de grande auxílio na identificação de links fraudulentos. Seguem duas opções de serviços gratuitos:

― O site URLVoid analisa URLs de outros sites ― a partir de blacklists (listas negras) de endereços sabidamente perigosos ― e informa se há risco de infecção para o seu computador. Basta digitar (ou copiar e colar) o link no campo respectivo e clicar em Submit Now. Em segundos, você saberá se o endereço é seguro ou não, e ainda terá acesso a dados importantes sobre o domínio ― que podem ajudar a identificar o proprietário do site.

― O AVG Online Web Page Scanner funciona basicamente da mesma maneira. Ou seja, você só precisa inserir o URL que deseja pesquisar na caixa sob Not Sure If A Website’s Safe?, clicar no botão Check e aguardar o veredito.

Espero ter ajudado. Abraços e até mais ler.

SOBRE A CASSAÇÃO DA CHAPA DILMA-TEMER

Conforme eu adiantei nesta postagem, não era difícil prever que o tão esperado julgamento da chapa Dilma-Temer acabasse sendo adiado. Relembrando (mais uma vez) o velho Horácio, foi o parto da montanhaPARTURIUNT MONTES; NASCETUR RIDICULUS MUS, no original, ou seja, depois de fazer um barulho ensurdecedor, a montanha pariu um ridículo camundongo. Aliás, outra frase, “menos clássica”, mas que expressa essa ideia de forma magistral ― que eu resolvi evitar porque alguns poderiam considerá-la de mau gosto ― é: “muito peido e pouca bosta”.

Volto a dizer ― e essa é a minha opinião, naturalmente ― que o momento atual não é o mais indicado para depor outro presidente (em menos de 2 anos!), até porque, impopular ou não, Temer é tudo que temos para atravessar a proverbial “pinguela” até a “terra firme” das próximas eleições. Ou alguém que seja minimamente capaz de raciocinar acha que estaríamos melhor na fita se esse Congresso que aí está ― formado majoritariamente por rufiões da pátria, proxenetas do parlamento, corruptos, réus, denunciados e investigados pela Lava-Jato ― escolhesse alguém assumir o leme desta “nau dos insensatos” até o final de 2018?

A meu ver, é fundamental que reformas importantes, como a Eleitoral, a Trabalhista e a da Previdência sigam adiante, por mais impopulares que sejam. E nada como um presidente que não tem muito a perder em termos de popularidade para levá-las. A despeito de sua história pregressa, Temer sonha em ser lembrado como “o cara que recolocou o país nos trilhos do crescimento”, e ainda tem chances de conseguir ― melhor para ele e para o país, já que de nada adianta fazer como o populista boquirroto de nove dedos, que, a despeito de toda a popularidade que amealhou (e que ainda não perdeu por inteiro), institucionalizou a corrupção e arruinou o país ao emplacar uma gerentona imprestável como sua sucessora, e que agora está se borrando todo diante da perspectiva de acabar seus dias na cadeia (tanto ele quanto ela, a bem dizer, já que a situação de ambos se complica a cada dia que passa, digam o que disserem seus seus incorrigíveis admiradores).

Enfim, a previsível suspensão e o adiamento “sine die” do julgamento preocupa o Planalto, não pela mudança do cronograma ― que foi bem vista pelo Planalto, a quem interessa procrastinar o feito até meados do ano que vem, porque a estabilidade política também pesa na decisão dos magistrados, que se sentirão menos motivados a cassar o presidente poucos antes do final de seu mandato. O problema é a reabertura da fase de instrução processual, com a convocação de João Santana, Mônica Moura e André Reis Santana como testemunhas de acusação. “O processo tem começo, meio e fim”, disse Gustavo Guedes, advogado de Temer, que classificou de “inadequada” a decisão de reabrir o processo. Segundo ele, diante da reabertura, "não há como prever o encerramento da ação”. Até onde se sabe, a delação dos marqueteiros foi bombástica, e pode complicar tanto a vida dos ex-presidentes petralhas quanto a situação de Michel Temer. Demais disso, se o prosseguimento do processo ficar para o final de abril ou começo de maio, quando o conteúdo da delação dos executivos e ex-diretores da Odebrecht for de conhecimento público, o impacto nas sessões do TSE será imprevisível.

Punto e basta, como diriam os capi da Máfia Siciliana.

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quarta-feira, 5 de abril de 2017

IMAGENS E MAIS IMAGENS

A POLÍTICA NÃO É CORRUPTA, OS POLÍTICOS É QUE SÃO.

O Google não é o mais antigo e nem ― muito menos ― o único serviço de buscas, mas é certamente o mais conhecido e utilizado pelos internautas desta e de outras galáxias. E à medida que seus algoritmos são aprimorados, ele se torna mais e mais eficiente e intuitivo, desobrigando-nos de conhecer e aplicar um sem número de truques que, até algum tempo atrás, ajudavam bastante a filtrar as buscas e encontrar os resultados desejados logo nas primeiras sugestões exibidas pelo serviço. No entanto, se pesquisar imagens no Google não tem mistério, o mesmo não se pode dizer de fazer uma pesquisa a partir de uma foto ou figura (o que pode ser interessante numa série de situações).

A boa notícia é que o TinEye supre perfeitamente essa lacuna. Basta acessar o site, fazer o upload da imagem cuja irmã gêmea (ou quase isso) você deseja encontrar, clicar em Search e pronto: em questão de segundos o serviço apresenta sugestões de imagens semelhantes, com seus respectivos links.

Claro que isso não desmerece o Google Imagens, pois ele nos permite pesquisar por fotos livres de direitos autorais, buscar imagens por tamanho e usar diversos filtros gratuitos. Conforme eu disse em outras oportunidades, para buscar uma imagem por URL, por exemplo, é só dar um clique direito na figura em questão, selecionar a opção “Copiar endereço da imagem”, abrir o Google Imagens (clicando no link que fica no canto superior direito da página inicial do Google) e colar o link na barra de buscas. 

Se, em vez de realizar a busca a partir de uma imagem publicada na Web, sua ideia é pesquisar uma figura salva localmente (no HD do seu PC), clique em “Envie uma imagem” > “Selecionar arquivo”, indique a imagem em questão e veja que serão carregadas na página dezenas de opções iguais ou semelhantes.

Se quiser localizar imagens onde a cor predominante é o azul (ou outra opção da paleta de 12 cores disponíveis), faça a busca com a palavra-chave no Google Imagens e, na barra do topo, selecione “Ferramentas de Pesquisa”, clique em “Cor”, selecione uma das opções e confira os resultados sugeridos. Note que você pode ainda usar a ferramenta para exibir resultados em “preto e branco”, “colorida” ou com fundo “transparente”.

Para encontrar facilmente imagens em formatos específicos, selecione “Ferramentas de Pesquisa” e clique em “Tipo” e selecione uma das opções disponíveis (Rosto, Foto, Clip Art, etc.). Para filtrar as figuras por tamanho, clique em “Tamanho” e selecione uma das opções ― por exemplo, você pode filtrar a busca por “Grande”, “Médio” “Ícone” e “Maior que” para padrões desde 400x300 pixels até 9600x7200 pixels; para selecionar um tamanho específico, use a opção “Exatamente” (basta digitar as medidas de largura e altura e comandar a busca).

Para não violar direitos autorais, digite o termo chave na barra de pesquisas do Google Imagens, selecione a opção “Ferramentas de Pesquisa” e, no item “Direitos de Uso”, escolha uma das opções disponíveis (“Marcadas para reutilização com modificação”, “Marcadas para reutilização”, “Marcadas para reutilização não comercial com modificações” e “Marcadas para reutilização não comercial”).

CUNHA CONDENADO, LULA EM COMPASSO DE ESPERA

Na última quinta-feira, Eduardo Cunha foi condenado a 15 anos e 4 meses de prisão pelo juiz Sergio Moro, no âmbito da Lava-Jato, por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. E novas condenações estão por vir, pois o cara é investigado em mais cinco inquéritos e réu em outras duas ações penais, uma em trâmite na 10ª Vara Criminal Federal de Brasília, relativa à Operação Sépsis, e outra, sobre o suposto recebimento de US$ 5 milhões em contratos de construção de navios-sonda da Petrobras, que foi encaminhada ao juiz Moro pelo STF.

Observação: Em apenas 6 meses, o ex-todo-poderoso presidente da Câmara e maestro do impeachment foi preso, julgado e condenado. Lula se tornou réu pela primeira vez em 29 de julho do ano passado, e como tal prestou depoimento na ação por obstrução da Justiça que tramita na 10ª Vara Federal do DF (quando disse não ter ideia de quanto ganha por mês, que é vítima de um massacre e que acorda todas as manhãs achando que vai ser preso). Os autos estão conclusos, mas ainda não se sabe quando a sentença será prolatada.

Se por um lado a condenação de Cunha traz (ainda mais) desconforto a Michel Temer, por outro serve para desmontar a falácia de Lula e seu espúrio partido, que se dizem vítimas de perseguição pela “República de Curitiba”, pela mídia, pelas “zelites” e pelo diabo que os carregue a todos. Segundo o Evangelho de São Lula, a Lava-Jato é a face exposta da trama concebida pela elite golpista para derrubar um governo que vivia pensando nos pobres enquanto ampliava a fortuna dos milionários amigos, destruir as conquistas populares materializadas em 13 anos de sonho, reduzir o PT a uma organização criminosa disfarçada de partido político e impedir que o maior dos governantes desde Tomé de Souza voltasse nos braços do povo à Presidência da República. Não é pouca coisa. Mas não é tudo: em outros versículos, Sérgio Moro e Eduardo Cunha aparecem agindo em sintonia na mesma conspiração. Ao então presidente da Câmara coube arquitetar o impeachment de Dilma Rousseff. Ao juiz federal de Curitiba foi confiada a missão de usar a Lava-Jato para perseguir Lula com acusações sem pé nem cabeça até que fosse enfim engaiolada a alma viva mais honesta do Brasil. A condenação de Cunha transformou o Evangelho de Lula em mais uma versão da Ópera dos Malandros. Se o alvo era o chefão, por que prender um companheiro de conspiração? Essa nem Rui Falcão saberá explicar.

Meu palpite é que Moro ― como bom estrategista ― está pavimentando o caminho. Até porque, se Cunha era execrado por Deus e o Diabo, Lula ainda tem um número respeitável de apoiadores, e quando for devidamente enjaulado ― o que já está mais que na hora de acontecer ―, a grita vai ser grande. Mas também houve muito barulho quando Dilma foi afastada, em 12 de maio do ano passado, e quando foi definitivamente penabundada, em 31 de agosto.

Observação: No próximo dia 3, Lula deverá depor na 13ª Vara Federal de Curitiba, que Rui Falcão e seus asseclas tencionam cercar de “manifestantes” (recrutados nas fileiras da CUT e do MST, como sempre) para conferir ao petralha a aura de “injustiçado”. Já foram criados até grupos de WhatsApp para convocar o populacho a toque de caixa e evitar que se repita a cena constrangedora de março do ano passado, quando apenas uns poucos gatos pingados apareceram para protestar contra a condução coercitiva do chefe à PF no Aeroporto de Congonhas. “Foi tudo feito de improviso”, admitiu um dirigente do PT à reportagem de Veja, deixando claro que a espontaneidade é um ingrediente ausente nas receitas de protestos da patuleia ignara.         

A prisão preventiva do molusco abjeto antes da condenação poderia ser relaxada liminarmente por alguma instância superior (e o que não falta em nossas Cortes de Justiça é ministro ansioso pelos 15 minutos de fama), o que desmoralizaria tanto a força tarefa quanto o próprio juiz Moro ― e seria de péssimo alvitre quando a classe política busca pretextos para fulminar a Lava-Jato. Aliás, somadas às repercussões da Operação Carne Fraca, as propostas do ministro Gilmar Mendes ― de anular delações vazadas ― encorajaram suas insolências a retomar a tramitação do projeto que, a pretexto de conter abusos de autoridade, encerra medidas destinadas a manietar a atuação de procuradores, policiais e juízes. Para piorar, esse recital está sob a regência de dois notórios clientes do Petrolão: Renan Calheiros, ex-presidente do Congresso, e Edison Lobão, presidente da CCJ em que tramita o projeto. Se a prosperar e Moro tiver alguma decisão rejeitada em segunda instância, ficará sujeito a responder judicialmente por ela.

A meu ver, a condenação de Lula são favas contadas, mas estamos no Brasil (precisa dizer mais alguma coisa?). A nós, pobres mortais, resta continuar pagando a conta dessa bandalheira toda e aturando a gritaria insana da patuleia vermelha e seus ignaros apoiadores, pelo menos enquanto ninguém tiver colhões para pôr um ponto final nessa palhaçada.

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