UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
domingo, 31 de julho de 2016
DILMA E SUA INUSITADA VOCAÇÃO PARA COMEDIANTE
sexta-feira, 20 de maio de 2016
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DAS MENTIRAS DE LULA, DILMA E COMPANHIA
Esse é apenas mais um dos muitos pontos em comum entre Lula e Dilma, criador e criatura, mentor e pupila, imprestável e incompetente, cujas biografias se entrelaçam desde os primórdios da funesta era PT.
As razões que levaram o molusco a escolher a nefelibata da mandioca para sucedê-lo são, no mínimo, nebulosas. No final do seu segundo mandato, ele estava no auge da popularidade, e poderia ter escolhido praticamente qualquer pessoa para preencher a lacuna aberta com a prisão de Dirceu (que seria a bola da vez) e de outros petralhas de grosso calibre, pegos de calças curtas no imbróglio do mensalão. Por que, então, escolher alguém que havia levado à falência duas lojinhas de badulaques importados do Panamá numa época em que a paridade entre o real e o dólar favorecia esse tipo de negócio (clique aqui para mais detalhes)?
Uma guerrilheira de araque que jamais disparou um tiro, a não ser no próprio pé ao se reeleger, devido ao tamanho da encrenca que herdou de si mesma? Um Pacheco de terninho que, sem saber atirar, virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, faz posse de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque? Enfim, o fato é que, sem ter tido um único voto na vida até 2010, Dilma virou presidente do Brasil em outubro daquele ano, e renovou o mandato quatro anos depois ― mandato esse que, cumpre salientar, foi suspenso no último dia 12 pelo Senado, devido a irregularidades administrativas, má gestão da economia e corrupção generalizada (que se tornou a marca registrada das administrações lulopetistas).
O que o Babalorixá da Banânia teria visto nessa estapafúrdia criatura é um mistério. Dizem as más-línguas que a escolha teve a ver com a cabulosa história da refinaria de Pasadena, que resultou num prejuízo de mais de 800 milhões de reais. Dilma, na época, era ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ambos, naturalmente, juram de pés juntos que não sabiam de nada, mas convenhamos: tanto rouba quem vai à horta quanto quem fica à porta, e eles realmente não sabia de nada que acontecia bem debaixo de seus narizes, jamais poderiam ocupar os cargos que ocupavam. Em outras palavras, vão fazer pouco caso da inteligência alheia na casa do chapéu!
Observação: Segundo informou o ex-esbirro petralha Delcídio do Amaral em sua delação premiada, Dilma sabia que havia um esquema de superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena e que suas campanhas (tanto em 2010 quanto em 2014) foram bancadas com dinheiro sujo. Ela teve ainda participação direta na nomeação de Cerveró para o cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, que, em conluio com José Eduardo Cardozo, maquinou a libertação de empresários presos da Lava-Jato e que nomeou Marcelo Navarro para o STJ para que ele votasse pela soltura dos ditos-cujos (no julgamento, em dezembro passado, Navarro foi o único a votar pela prisão domiciliar). Já Lula, igualmente responsável pela nomeação de Cerveró, ordenou o pagamento de uma “mesada” para que o ex-diretor da estatal não mencionasse seu nome [de Lula] na delação, que comprou o silêncio de Marcos Valério na CPI dos correios ― que investigava mensalão e era presidida por Delcídio ―, que exerceu pressão para que lobistas investigados na Operação Zelotes que fizeram pagamentos para seu filho [Luiz Claudio] não fossem convocados para depor na CPI do CARF, e que teve participação direta na nomeação de executivos da Petrobras condenados, dentre os quais Jorge Zelada. É mole?
O resto fica para a próxima, pessoal. Abraços e até lá.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
UM PAÍS QUE NÃO PODIA DAR CERTO E O PT NA LATA DO LIXO DA HISTÓRIA
domingo, 3 de janeiro de 2021
TCHAU, BELLO!
Bolsonaro não é louco, nem irracional, nem inconsequente, embora pareça ser tudo isso e mais um pouco. Tivesse um mínimo de classe e poderia ser qualificado como estrategista. Ainda que um estrategista 100% irresponsável. Aliás, a esperteza, quando é muita, vira bicho e engole o dono.
A irresponsabilidade é a marca registrada desse governo caótico, onde tudo vem sendo feito nas coxas, à base de improvisos, a começar pela escolha de um ministério patético.
Em meio à maior pandemia sanitária dos últimos 100 anos, o ministro da Saúde é um general tido como expert em logística, mas que gerencia a pasta como se administrasse o Quartel dos Trapalhões.
A ministra da Agricultura caiu no ridículo com a falácia do “boi bombeiro”, enquanto seu colega da Infraestrutura encarna Odorico Paraguaçu (prefeito de Sucupira no folhetim O Bem Amado) ao descerrar placas em inaugurações de bicas, canais sem água e obras concluídas em governos anteriores.
Pelo andar da carruagem, o ministro da Tecnologia — o único astronauta brasileiro que foi ao espaço — não tarda a convocar uma coletiva de imprensa para comunicar oficialmente que a Terra é plana.
Da pastora Damares e do general Heleno, então, é melhor nem
falar.
Diante da enxurrada de protestos por deixar a CoronaVac — justamente a vacina mais acessível — de fora de seu mal ajambrado plano de vacinação, o obediente e subserviente general Pazuello concedeu que compraria o imunizante chinês “se houvesse demanda” (como se fosse possível não haver).
Como se não bastasse, o logístico ilógico incluiu em seu plano sem lógica a vacina da Pfizer, que precisa ser armazenada a –75º C. Antes descartada de modo precipitado — o general não se informou se alguém teria os congeladores adequados (laboratórios particulares, que cobrem mais de 30% da população do país, têm), nem se o próprio laboratório ofereceria alguma saída (sim, oferece), nem se fabricantes brasileiros teriam condições de produzi-los — o imunizante foi incluído sem que se esclareça como se resolverá a refrigeração.
Élcio Franco, o imediato que desconhece o significado da palavra “meta”, disse que seria uma “irresponsabilidade” fixar datas. Mas não disse se foi irresponsabilidade não ter encomendado previamente seringas e agulhas.
Forçado pelo STF, o bambambã da logística garantiu que vai começar a vacinar em até cinco dias após a aprovação pela Anvisa, mas não explicou como será a distribuição.
Já o contra-almirante que dirige a agência, burocrata
até a medula e unha e carne com Bolsonaro, prefere procurar erros de
preenchimento que lhe permitam negar aprovação à CoronaVac a acelerar o
processo de aprovação das vacinas e cumprir seu dever de defender a saúde.
Em conversa com apoiadores no último dia 28, Bolsonaro — “um parvo que, devido a uma conjuntura muito especial, alcançou a Presidência da República”, na irreprochável definição do professor e historiador Marco Antonio Villa — escarneceu da tortura imposta pela ditadura à gerentona de araque (quando ela ainda era guerrilheira de festim):
“Dizem
que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a
gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou
aguardando o raio-X”, afirmou o presidente.
Não tenho procuração para defender a pior presidanta que já governou esta banânia, e se tivesse, eu a rasgaria, Mas acho inaceitável a atitude do capitão-sem-noção.
Por outro lado, vindo de alguém que endeusa Donald Trump e o coronel Ustra, exigir de uma torturada a exibição de sequelas que comprovem a tortura não deveria causar estranheza. Ao contrário do fato de a mídia, Rodrigo Maia, Gilmar Mendes e outras vestais ofendidas fazerem tamanho carnaval por conta dessa bobagem.
Não é preciso ser um sherlock para deduzir que essa falastrice não passa de uma estratégia usada pelo general da banda sempre que se vê numa posição adversa — como agora, diante da indisfarçável incompetência do incompetente que comanda a Saúde no combate à pandemia.
Será que dois anos assistindo a esse teatrinho não foram suficientes para cair a ficha desses luminares, que parecem não se dar conta de que o capitão-conversa-mole cria factoides para tirar o foco de questões que o atingem negativamente ou a alguém da sua família? De que tenta mudar de assunto para fugir de perguntas sobre sua péssima gestão em meio à pandemia, sobre as reuniões realizadas no Palácio do Planalto para orientar a defesa do senador Flávio “Rachadinha” Bolsonaro, entre outros temas "sensíveis"?
Enquanto o capitão-mefistofélico desconversa, o Brasil observa com perplexidade barbaridades que saltam aos olhos. Mas uma hora a cortina de fumaça vai deixar de funcionar.
O povo quer saber o que será feito para acabar com a pandemia, por que a vacinação já começou em outros países (e não no Brasil) e até quando a primeira-família continuará sendo blindada.
E, se calhar, quando seu presidente vai começar a governar, que não estamos exatamente num momento de calmaria política, econômica ou sanitária que permita empurrar com a barriga os graves problemas nacionais.
Vivemos a pior crise sanitária dos últimos cem anos
numa década que registrou o pior crescimento do PIB da história
republicana, a maior taxa de desemprego já contabilizada e um isolamento
diplomático que transformou o Brasil numa África do Sul da época do apartheid.
Estamos sendo “governados” por um lunático que é ridicularizado no mundo inteiro. Por sua causa, o Brasil se tornou um pária. Quando esse alienado assumiu o governo, éramos a oitava economia do mundo; hoje somos a décima segunda. Estamos chegando a 200 mil mortos — número dramático e que poderia ser maior não fosse à ação corajosa de prefeitos e governadores, que enfrentaram a conspiração urdida contra o Brasil e sua população.
Até quando vamos suportar esse doidivanas na Presidência da República? Quantos crimes de responsabilidade ele adicionará à interminável lista dos que já cometeu enquanto Rodrigo Maia espera “o momento político adequado” para penabundá-lo do cargo?
Bolsonaro
banalizou a barbárie. Os brasileiros não podem se acostumar às ações
antinacionais e antirrepublicanas. Já passou da hora de conclamar: fora Bolsonaro!
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
ATÉ QUANDO, CATILINA, ABUSARÁS DA NOSSA PACIÊNCIA? (CAPÍTULO III)
Bolsonaro já foi filiado a nove partidos — PDC, PDC, PP (duas vezes), PPR, PPB, PTB, PFL, PSC e PSL —, todos do "Centrão", daí ele “se sentir em casa” no PL, a despeito de já ter chamado o dono da casa de “corrupto e condenado”, de tê-lo mandado à puta que pariu e de ouvir dele um sonoro "vá tomar no cu" extensivo a seus ilustres rebentos.
Quando se
trata de política, o desafeto de hoje pode ser o aliado de amanhã e vice-versa.
Em novembro, depois de um noivado tão curto quanto conturbado, a DR do Sultão do Bolsonaristão com o partido do mensaleiro e ex-presidiário Valdemar Costa Neto foi superada e o
casório, que
havia sido suspenso, celebrado com pompa, circunstância, juras
de amor eterno e votos de fidelidade imorredoura.
Resta saber se a lua de mel vai durar até março ou se o
coração do “mito” mudará de dono pela 11ª vez, lembrando que ele precisa estar
filiado a uma legenda para disputar a Presidência — ou uma cadeira no Senado ou
na Câmara que lhe assegure foro privilegiado. Afinal, Bolsonaro é
investigado em 6 inquéritos, e o relatório final da CPI do Genocídio lhe
atribuiu pelo menos 9 delitos (entre crimes
comuns, de responsabilidade e contra a humanidade).
O então deputado federal que aprovou dois projetos e foi alvo de mais de 30 processos ao longo de sete mandatos cresceu o olho para o Planalto em 2014, ano da reeleição do Pacheco de terninho que sem jamais ter disparado um tiro virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa virou secretária de Estado; sem estagiar no Congresso virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante virou projeto de gerente competente; sem saber juntar sujeito e predicado virou estrela de palanque; sem ter tido um único voto na vida até 2010 virou presidenta do Brasil.
Na época, o capetão disse ao jornal O GLOBO que pretendia disputar a Presidência e que a página "Jair Bolsonaro Presidente 2014", criada no Facebook por "militantes da direita e apoiadores", já contava com mais de 12 mil seguidores. Em 2015, ele já aparecia nas pesquisas com 4% das intenções de voto. Em 2016, subiu para 7%, e no ano seguinte, para 15%.
Em 2017, ao saber que o então pré-candidato à Presidência
estaria num clube de golfe no Rio, o advogado Gustavo Bebianno correu
para encontrá-lo, levando consigo cópias impressas de centenas de emails (que jamais foram
respondidos) como prova da antiguidade de sua admiração. Mais adiante, o causídico defendeu seu ídolo em diversos processos — entre os quais a
folclórica ação por incitação
ao estupro movida pela deputada petista Maria do Rosário, que
poderia ter inviabilizado a candidatura do capetão —, sem lhe cobrar um tostão
de honorários.
Depois de trocar o PP pelo PSC, Bolsonaro teve um breve affair com o PEN (que virou Patriota para acolhê-lo). A lua de mel terminou quando ele descobriu que o partido havia patrocinado uma ação no STF questionando a prisão em segunda instância (tema que interessava sobretudo a Lula e ao PT e feria de morte seu discurso antipetista).
Em março de 2018, o já pré-candidato foi aconselhado por Bebianno a juntar trapos com o nanico PSL. Foi Bebianno quem coordenou a campanha presidencial e quem presidiu o PSL durante as eleições. De acordo com o empresário Paulo Marinho, que abrigou na própria casa o comitê de campanha, houve três grandes responsáveis pela vitória do sociopata: Bebianno, o publicitário Marcos Carvalho e o esfaqueador inimputável Adélio Bispo de Oliveira, nessa ordem. O resto é folclore.
Bolsonaro explorou politicamente a facada que
quase lhe custou a vida e, valendo-se da condição de
convalescente, fugiu dos debates televisivos, que inevitavelmente
exporiam seu acachapante despreparo. Impulsionado pelo antipetismo, acabou
sendo eleito e levando a reboque 52 deputados federais, 4 senadores e 3
governadores.
Observação: Vale lembrar que em 2018 a parcela pensante do eleitorado
votaria no demônio em pessoa para evitar que o país fosse presidido por um
presidiário. Como o Tinhoso não se candidatou, o jeito foi apoiar seu preposto —
um político tosco, polêmico, oportunista, populista, parlapatão, admirador
confesso dos anos de chumbo da ditadura militar e defensor de opiniões
peculiares, digamos assim, sobre tudo e todos. E deu no que deu.
Continua...
sábado, 1 de abril de 2017
JANETE, TÃO LEGÍTIMA QUANTO NOTA DE TRÊS REAIS
Dentro de sua bolha de distorção da realidade, a estocadora de vento se recusa terminantemente a fazer qualquer tipo de autocrítica. Mais do que a rematada estupidez de seus minguados apoiadores, espanta o fato de a plateia estrangeira ainda levar a sério sua inverossímil história do golpe e supostas “tramas” urdidas pelo “golpista” para, através do adiamento das eleições de 2018 e a implementação do sistema parlamentarista no Brasil, tirar de Lula a chance de voltar à Presidência da República.
Difícil é saber de onde ela tira suas ideias sem pé nem cabeça, já que nenhuma dessas propostas habitam a agenda do Congresso ― só existem na agenda da própria Dilma, que a gente não sabe quem banca, embora não seja difícil teorizar a respeito. O que mais causa espécie, no entanto, é o fato de essa senhora e seu deplorável predecessor ainda não terem sido colocados em seus devidos lugares. Será problema de superlotação carcerária ou o quê?
sábado, 12 de janeiro de 2019
LULA LÁ — CONCLUSÃO
É certo que a “grande chefa” jamais foi política ou demonstrou vocação para gerir o que quer que fosse. Prova disso é que levou à falência duas lojinhas de badulaques importados em apenas 17 meses, na década de 1990 — justamente quando a paridade entre o real e o dólar favorecia esse tipo de negócio. Dilma foi um arremedo de guerrilheira que jamais disparou um tiro ― a não ser no próprio pé, ao se reeleger, devido ao tamanho da encrenca que herdou de si mesma. Nunca passou de um Pacheco de terninho, que sem ter sido vereadora virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante posou de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado virou estrela de palanque; sem ter tido um único voto na vida até 2010 virou presidente do Brasil. Não podia mesmo dar certo.
Lula foi condenado a oito anos e quatro meses pelo crime de corrupção passiva e a três anos e nove meses por lavagem de dinheiro. Se o STJ aceitar o pedido de redução, a somatória das penas cairia para cinco anos (dois anos de corrupção passiva e três por lavagem de dinheiro), o que garantiria a prisão domiciliar. Mas o julgamento iminente das duas ações que tramitam na 13ª Vara Federal do Paraná (detalhes no capítulo anterior) deve resultar em novas condenações, inviolabilizando a redução da pena e, consequentemente, a prisão domiciliar.
segunda-feira, 19 de julho de 2021
'O PRESIDENTE QUE SE GABA DE NUNCA TER LIDO UM LIVRO FOI SUCEDIDO POR ALGUÉM QUE SE JACTA DE TER LIDO TODOS OS LIVROS QUE NUNCA LEU'
Bolsonaro recebeu alta na manhã de ontem, mas "continuará
sendo acompanhado", segundo o boletim médico divulgado pela Secom. Na
saída do hospital, ele disse que um estudo feito nos EUA dá conta de que a obesidade
é a principal causa das mortes por Covid, e que vai chamar o ministro Queiroga
para discutir a possibilidade de utilizar a proxalutamida
no tratamento da doença. Para não perder o costume, o capitão criticou o uso de
máscaras, o lockdowns e o governador João Doria. Sobre a CPI,
disse que a comissão deveria se espelhar nos EUA e procurar formas de combater
a pandemia e não o seu governo "Eu já disse, só Deus me tira daquela
cadeira", falou. Sobre o voto impresso, afirmou que “Não
existe eleições sem transparência, isso é fraude. Não queremos isso".
Questionado sobre Pazuello prometer a um grupo de empresários comprar 30
milhões de doses da CoronaVac por quase o triplo do preço negociado pelo
Butantan, Bolsonaro minimizou dizendo que Brasília é um "paraíso
de lobistas", e que "muitas pessoas foram recebidas no
ministério". Então tá.
Há textos que você começa a ler e não consegue mais parar.
Outros que você não consegue deixar de largar. Este tem o dom de inverter as
forças de atração: é ele que não me larga desde a primeira leitura, há mais de
um mês. O recorte correspondente me acompanha, como um miasma, obrigando a
releituras diárias, a cada dia mais espantosas. Deve ser guardado como prova de
um contraste histórico que jamais se repetirá: o presidente que se gaba
de nunca ter lido um livro foi sucedido por alguém que se jacta de ter lido
todos os livros que nunca leu. Se leu, não assimilou. Se assimilou, nunca
demonstrou. Naquele célebre vídeo do guru Marcelo
Branco, Dilma levou constrangedores segundos para
lembrar o livro que estava lendo, só o fazendo, penosamente, após o sopro amigo
da assessora. Por isso, a tal “Dilmoteca básica” é uma coleção
extraordinária de embustes transformados em gênero literário.
A tese central da matéria da Folha — “De
todas as diferenças entre a presidente eleita e seu antecessor, uma das mais
marcantes é a sólida formação literária da próxima ocupante do Palácio do
Planalto” — é desmentida a cada linha do texto. Mas as
paixões literárias da presidente são tantas e tamanhas que, a certa altura, ela
diz que chegou a pensar em comprar uma casa só para guardar seu “acervo”. José
Mindlin era mais modesto: o maior bibliófilo do país morava na
própria casa onde mantinha seus 30 mil livros.
Não era intenção de Fernando conversar com
a “bibliófila” Dilma Rousseff, mas compor seu perfil biográfico.
Primeiro falou a fã de esportes, que de pronto recordou-se de sua “primeira
vez” no Maracanã, em 1969. (Teria sido um jogo do Flamengo, mas ela não lembra
contra quem. Detalhe que deixa essa história muito estranha: Dilma/Stella estava
na clandestinidade — que tipo de guerrilheira com a cabeça a prêmio, ainda por
cima mineira, se arriscaria a ir ao Maracanã à toa, naquela época duríssima? O
pessoal do MR-8 esteve na porta do estádio no dia 7 de setembro daquele mesmo
ano, mas para desovar o embaixador Charles
Elbrick (jogavam Fluminense e Cruzeiro). Dilma se
expôs para ver a festa da torcida do Flamengo: “Eu fiquei assim
abestalhada com as bandeiras. É de perder o fôlego”. De perder o fôlego é o
amor de Dilma pelos livros, desde cedo.
A transição de assuntos — domingo no
Maracanã para hábitos de leitura — foi meio brusca. Ela desanda
a falar: “Sobre a memória, quem tem razão era o Proust. Ele falava do
sabor e do odor, dois sentidos primitivos que suportam um edifício imenso da
recordação”. Esse Proust da Dilma,
que “falava” do sabor e do odor, parece um enófilo, não o célebre escritor
homônimo. Mas para provar que leu o monumental “Em
busca do tempo perdido”, ela faz referência às… às madeleines, única
coisa que quem nunca leu Proust sabe sobre Proust.
Depois de revelar que, “em matéria de poesia”, gosta
de João
Cabral, Cecilia
Meirelles e Fernando
Pessoa (de quem Dilma, numa entrevista célebre antes
da eleição, surrupiou o célebre “navegar é preciso”, atribuindo-o a Ulysses
Guimarães), entra mais um olhinho puxado na história: “Eu consigo
além disso gostar do Bashô, sabe quem é Bashô?”,
pergunta ela ao colunista, para em seguida responder e mostrar autoridade: “Um
monge japonês que inventou o haicai”. Bem, Bashô não
era monge e quem diz que ele “inventou” o haicai não é propriamente um leitor
de haicais, escola poética que exige precisão formal absoluta.
Para demonstrar que não tem “um” gosto, Dilma vai
então do Japão medieval de Bashô à Nova Inglaterra. “Gosto
apaixonadamente de uma mulher chamada Emily Dickinson, a senhora de Amherst”.
De novo, a leitora de fachada ou de orelha se trai com epítetos esquisitos –
“senhora de Amherst”? Quem se refere assim a “uma mulher chamada” Emily
Dickinson é para mostrar que sabe em que lugar dos Estados Unidos
a autora nasceu, apenas isso. Gostaria de ouvir Dilma discorrendo
sobre a obra de Emily. Bastaria um livro.
Espere: a coisa está ficando melhor. Ela retorna a Proust,
o das madeleines. “Gostei do Proust para mais de metro”, diz a
bibliófila métrica. Mas, eclética, vai logo de Paris a Ilhéus, das madeleines
ao cacau: “Também adorei, aos 13 anos, quando meu pai me deu o Jorge
Amado”. Como assim, “o Jorge
Amado”? Ela explica: “Foi Capitães
da Areia, São
Jorge dos Ilhéus, todos os outros”. Ou seja: a obra
toda do autor. Imagine o cenário: Belo Horizonte, 1960 — Dilma tinha
13 anos, ainda usava laçarotes na cabeça e Jorge Amado já
tinha escrito 11 títulos. Petar Roussev [pai da ex-presidanta]
chega em casa equilibrando-se atrás de um pacote de livros. Dilma adorou
“o Jorge Amado”.
Era uma menina de paixões literárias arrebatadoras,
ecléticas. “Amei de paixão o Machado
de Assis (“o” Machado significando,
claro, toda a obra dele), mas também o Monteiro
Lobato.” Para não deixar dúvida sobre o Lobato a
que se referia, explicou: “A Emília, o Pedrinho, a Narizinho, o Visconde,
a Cuca”, a turma toda.
Pois bem: a menina que se entregava a obras completas de autores
seminais deu lugar à moça idealista que pegou em armas e esteve na
clandestinidade ou presa por muitos anos — e a biblioteca do DOPS não
era exatamente a do Congresso americano. Depois, à “economista” que logo
entraria para o serviço público e não largou mais o osso, sempre absorta em
relatórios enormes sobre quilowatts/hora e, mais recentemente, o Minha Casa,
Minha Vida. A leitura “literária” naturalmente ficou em segundo plano, não?
Errado. “Eu compro muito livro, sempre mais do que consigo ler. Tenho
aquela teoria de que estou fazendo um estoque (…) Vai que aconteça alguma coisa
e eu não tenha condição de ficar comprando livro? Então, eu estoco”.
O melhor do estoque foi guardado para o final. O texto
relata que Dilma, em viagem à China com Lula, fez uma
demanda sui generis: “Enchi a paciência do embaixador para me dizer qual
era o romance chinês equivalente aos romances nossos. Qual é o Charles
Dickens deles. Qual era o Balzac,
o Flaubert,
o Shakespeare”.
Não sei se o senhor embaixador chegou a apontar o “Shakespeare
chinês”, mas deve ter indicado alguma coisa: Dilma contou
a Rodrigues que trouxe para o Brasil um catatau local
traduzido para o inglês. Três volumes. “Mas o diabo não era isso. Eram os nomes
dos personagens”. Dilma estranhou aqueles nomes esquisitos: “Temos uma
baixíssima familiaridade com nomes chineses”, surpreende-se ela, sem
levar em conta que os chineses também não têm muita familiaridade com nomes
como Rousseff, Carvalho ou Eustáquio.
Mas Dilma, que leu o Balzac chinês de cabo a rabo,
não se apertou, porque tinha uma estratégia: “Você anota todos os nomes
num papel para não se perder totalmente”.
Esse pedaço de papel — com os nomes chineses caprichosamente
anotados pela presidente Dilma — sem dúvida valeria mais no
mercado de obras raras do que os originais dos Pergaminhos
do Mar Morto ou dos Protocolos
dos Sábios de Sião.
Com Augusto Nunes
domingo, 18 de junho de 2017
NO MATO SEM CACHORRO
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
SEU CELULAR SUMIU? ENTÃO VEJA O QUE FAZER.
Passemos ao nosso tradicional humor de sexta-feira, mas não sem antes submeter a vocês algumas considerações que eu publiquei na minha comunidade CENÁRIO POLÍTICO TUPINIQUIM:
Por último, mas não menos importante, a piada desta sexta-feira: