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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

BACKUP E CANJA DE GALINHA NUNCA FIZERAM MAL A NINGUÉM


NEM TUDO QUE ACABA NECESSARIAMENTE TERMINA.

Nos primórdios da computação pessoal, era comum ouvirmos dizer que hardware era a parte do PC que a gente chutava e o software, a que a gente xingava. Ouvíamos também que os usuários de computador se dividam entre os que já haviam perdido um HD e a dos que ainda iam perder. Brincadeiras à parte, esses “clichês” continuam valendo, mesmo depois que a evolução tecnológica aprimorou sobremaneira os dispositivos computacionais.

É fato que os HDs e SSDs atuais não são tão susceptíveis aos distúrbios da rede elétrica quanto os modelos fabricados 10 anos atrás, mas isso não nos desobriga de usar um nobreak, pois, além de estabilizar a tensão, esse aparelho nos protege de um apagão inesperado e do subsequente pico de tensão que tende a ocorrer quando o fornecimento de energia é restabelecido. Isso não só evita danos físicos nos delicados circuitos eletrônicos do computador, mas também previne a perda de dados se, por exemplo, a gente não configurou o salvamento automático dos arquivos em que está trabalhando nem tomou o cuidado de fazê-lo manualmente (no Word, basta pressionar Ctrl+B de tempos em tempos).

Nunca é demais lembrar que os famigerados filtros de linha não filtram coisa alguma, já que não passam de benjamins providos de fusíveis ou LEDs que fazem as vezes de varistor. O estabilizador de tensão é mais eficiente, pois “compensa” as variações de tensão da rede (para mais ou para menos), embora, de novo, a melhor solução é o nobreak, de preferência do tipo online — também conhecido como UPS —, que integra um retificador, um inversor e um banco de baterias. O bloco retificador “corrige” a rede elétrica e carrega as baterias, e a tensão, uma vez retificada, alimenta o bloco inversor, cuja função é alternar a tensão novamente para a carga. Quando há energia na tomada, as baterias são mantidas em carga lenta, e o computador e demais periféricos são alimentados via inversor; quando falta força, as baterias alimentam a carga também via inversor, e da feita que a tensão é retificada e filtrada logo na entrada, e a alimentação, provida através do circuito inversor, o nobreak elimina a maioria dos distúrbios da rede elétrica, pois suas baterias funcionam como um grande capacitor.

Como a Lei de Murphy ainda não foi revogada, ninguém está livre de, um belo dia, ligar o computador e o Windows se recusar a carregar porque um arquivo importante do sistema se corrompeu, por exemplo. Mesmo que a possibilidade de isso ocorrer seja menor do que há 5 ou 10 anos, e que o Win10, ao detectar alterações nos arquivos protegidos do sistema, aciona o Windows Resource Protector (que até o WinXP atendia por Windows File Protector) para recuperar automaticamente as versões originais a partir de cópias armazenadas numa pasta oculta, ou, ainda, que o Win10, diante de uma falha que o impede iniciar normalmente, tenta se recuperar automaticamente e, se não conseguir, reinicia no modo de segurança ou no ambiente de recuperação, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Sem embargo, a melhor maneira de evitar surpresas desagradáveis como o sequestro de dados por ransomware, por exemplo é manter backups atualizados dos arquivos importantes. Não estou falando do sistema operacional em si, nem dos aplicativos que usamos no dia a dia, até porque tudo isso é recuperável. Falo daquela foto antiga de alguém que já se foi, e cujo negativo ou cópia em papel foi parar não se sabe onde. Ou do vídeo do batizado do caçula, do parto da cadelinha de estimação, enfim, de tudo que foi armazenado no HD e que, se uma hora se perder, fo... digo, danou-se.

Usuários de computador sempre foram avessos a fazer backup, e houve um tempo que isso era compreensível: até meados dos anos 90, praticamente não havia alternativa aos frágeis disquetes, que desmagnetizavam e emboloravam com facilidade e não comportavam sequer para uma faixa musical no formato .mp3. Eles chegaram ao mercado no final de 1971, e suas primeiras versões tinham 8” (cerca de 20 cm) e míseros 8 kilobytes de capacidade. Mais adiante, vieram os modelos de 5 ¼” polegadas e 160 kilobytes, e em 1984, quando sua produção foi descontinuada, já armazenavam 1,2 MB.

Os disquetes que mais se popularizaram foram os de 3 ½” e 1,44 MB (versões de 2,88 MB e 5,76 MB chegaram a ser lançados, mas por alguma razão não emplacaram). Até a edição 95, os arquivos de instalação do Windows eram fornecidos nesse tipo de mídia (primeiro a gente instalava o MS-DOS e depois o Windows propriamente dito, que até então era apenas uma interface gráfica). Naquela época, a maioria dos PCs contava com dois ou mais floppy drives meu primeiro 286 tinha um drive para floppy de 5 ¼” e dois para 3 ½”, o que facilitava bastante a cópia de dados. A título de curiosidade, para armazenar em disquetes o conteúdo de um pendrive de 16 GB, seriam necessárias 11.111 unidades de 1,44 MB (uma pilha de respeitáveis 36 metros de altura).
       
Atualmente não existe desculpa para você não criar cópias de segurança de seus arquivos importantes e de difícil recuperação. De uns anos a esta parte, os fabricantes deixaram de equipar notebooks e desktops com drives de disquete, e são bem poucos os modelos que ainda trazem um gravador/leitor de mídia óptica, já que HDs externos (com interface USB) e pendrives de grandes capacidades custam relativamente barato e oferecem um latifúndio de espaço. Isso sem mencionar que os disco rígidos nativos também se tornaram bastante camaradas: qualquer PC de entrada de linha conta atualmente com algo entre 500 GB e 1 TB. A questão é que, se não dividirmos esse espaço em pelo menos duas unidades lógicas, nossos arquivos serão apagados se e quando formatarmos o HD para reinstalar o Windows do zero. E ainda que o particionemos e salvemos nossos backups fora da partição do sistema, os arquivos podem ficar indisponíveis se uma falha física comprometer o funcionamento do dispositivo (para mais detalhes sobre particionamento do HD, reveja esta sequência de postagens).  

De novo: não há desculpa para não criarmos cópias de segurança dos dados importantes e de difícil recuperação. O procedimento não tem mistério, pois consiste basicamente em copiar arquivos do drive C para outra partição do HD ou para mídias removíveis. Simples assim. Agora, se você quiser fazer backups em grande estilo, o Windows lhe dá uma forcinha, como veremos em detalhes na próxima postagem.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO — TERCEIRA PARTE (SOBRE ESTABILIZADORES DE TENSÃO E NOBREAKS)


OS INFINITAMENTE PEQUENOS TEM UM ORGULHO INFINITAMENTE GRANDE.

Como eu dizia no capítulo anterior, filtros de linha não filtram coisa alguma, pois não passam de benjamins providos de fusíveis ou LEDs que fazes as vezes de varistor. Para proteger seus eletroeletrônicos dos distúrbios da rede elétrica, use um nobreak. 

Um estabilizador de tensão custa mais barato e também quebra o galho, pois é capaz de “compensar” as variações de tensão da rede (para mais ou para menos). Mas, volto a insistir, um pico de energia de grande amplitude pode burlar a proteção de seus varistores e atingir os aparelhos que eles deveriam proteger.

Ao escolher um estabilizador, assegure-se de que ele seja certificado pelo INMETRO. Todos oferecem proteção contra surtos de tensão, naturalmente, mas alguns incluem recursos como desligamento automático (destinado a proteger os eletroeletrônicos se um pico de energia superar a tensão máxima de operação), proteção térmica adicional contra sobrecarga, aumento da faixa de tensão de entrada (45% em redes 110~127 V e 40% em 220 V) e sensor de potência (que desliga o estabilizador no caso de os equipamentos superarem sua capacidade de proteção).

Sabemos que nem tudo que é caro é bom, mas que o que é bom geralmente custa mais caro. Assim, o preço do estabilizador costuma pode ser um bom indicativo, mas seu peso também deve ser levado em conta (modelos que contam com mais componentes internos são mais pesados e, em tese, mais eficazes). Mas mesmo o melhor estabilizador deixará você na mão durante um apagão (ocorrência bastante comum durante tempestades de versão), pois não conta com baterias que alimentam o PC e os periféricos até que você os possa desligar com segurança.

Ao escolher um nobreak, prefira o tipo online — também conhecido como UPS (sigla de Uninterruptible Power Suply), que integra um retificador, um inversor e um banco de baterias. O bloco retificador “corrige” a rede elétrica e carrega as baterias, e a tensão, uma vez retificada, alimenta o bloco inversor, cuja função é alternar a tensão novamente para a carga. Quando há energia na tomada, o banco é mantido sob carga lenta, e o computador e demais periféricos são alimentados via inversor; quando não há, as baterias alimentam a carga também via inversor. Como a tensão é retificada e filtrada logo na entrada e a alimentação, provida através do circuito inversor, o dispositivo consegue eliminar a maioria dos distúrbios da rede elétrica, pois as baterias funcionam como um grande capacitor.

A autônomia do nobreak (que corresponde ao tempo durante o qual ele é capaz de alimentar o PC quando o fornecimento de energia da rede elétrica é interrompido) é um dos fatores determinantes do seu preço. De modo geral, 15 minutos são suficientes para você terminar o que está fazendo, fechar os arquivos e aplicativos, encerrar o Windows e desligar o computador da maneira adequada. Mas há modelos que mantêm tudo funcionado por horas a fio (dependendo da quantidade de energia exigida pelo conjunto de aparelhos ligados ao dispositivo, naturalmente).

Observação: Nobreaks offline custam menos do que os UPS, mas proveem proteção eficiente apenas quando não há energia na tomada (situação em que o computador e os periféricos são alimentados diretamente pelas baterias). Se puder, evite esses modelos. Se não puder... bem, é sempre melhor pingar do que secar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

AINDA SOBRE COMO PROTEGER ELETROELETRÔNICOS DE DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA — CONTINUAÇÃO

CANDEIA QUE VAI À FRENTE ALUMIA DUAS VEZES.

Estabilizadores de tensão são capazes de “compensar” as variações de tensão da rede (para mais ou para menos) e custam menos que nobreaks, mas sempre há a possibilidade de um pico de energia de grande amplitude burlar a proteção de seus varistores e danificar os aparelhos que esses dispositivos se destinam a proteger. Mesmo assim, é sempre melhor pingar do que secar. 

Se você pretende comprar um estabilizador, assegure-se de que o modelo seja certificado pelo INMETRO e conte com recursos como desligamento automático (que protege os eletroeletrônicos quando e se um pico de energia supera a tensão máxima de operação), proteção térmica adicional contra sobrecargaaumento da faixa de tensão de entrada (45% em redes 127 V e 40% em 220 V) e sensor de potência (que desliga o aparelho caso os equipamentos superem sua capacidade de proteção).

Nem tudo que é caro é bom, mas o que é bom tende a ser mais caro. Portanto, além do preço, avalie o peso do estabilizador: modelos eficientes têm mais componentes internos, o que os torna mais pesados. Mas até o melhor estabilizador do mercado deixará você na mão durante um apagão (ocorrência bastante comum durante tempestades de versão). 

Além de contar com um estabilizador nativo, o nobreak dispõe de baterias que alimentam o computador por um período que varia conforme o modelo e os dispositions a ele conectados, mas esse intervalo costuma ser suficiente para o usuário salvar seu trabalho, fechar os aplicativos de encerrar o Windows com segurança.

Nobreaks online, também conhecidos como UPS — sigla de "fonte de alimentação ininterrupta", em inglês —, dispõem de retificadores, inversores e bancos de baterias. O bloco retificador “corrige” a rede elétrica e carrega as baterias; a tensão, uma vez retificada, alimenta o bloco inversor, que alterna a tensão novamente para a carga. Quando há energia na tomada, as baterias são mantidas em carga lenta, e o computador é alimentado via inversor. Durante um apagão, as baterias passam a alimentar (também via inversor) o computador e os demais aparelhos conectados ao nobreak.

Da feita que tensão é retificada e filtrada logo na entrada e a alimentação, provida através do circuito inversor, as versões UPS eliminam a maioria dos distúrbios da rede elétrica, já que suas baterias funcionam como um grande capacitor. Modelos offline custam mais barato, mas só proveem proteção eficiente quando não há energia na tomada (situação em que o computador é alimentado diretamente pelas baterias).

Quanto maior a autonomia, mais caro é o nobreak. De modo geral, 15 minutos são suficientes para você terminar seja lá o que estiver fazendo e desligar o computador com segurança. Modelos mais parrudos mantêm tudo funcionado por horas a fio (dependendo da quantidade de energia exigida pelo conjunto de dispositivos ligados a eles, naturalmente), mas o preço não costuma ser compensador para quem precisa do aparelho para uso doméstico.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

AINDA SOBRE BATERIAS, REDE ELÉTRICA E QUE TAIS — CHUVAS DE VERÃO

BASTA PRESTAR ATENÇÃO AO QUE AS PESSOAS FAZEM PARA NÃO SER ENGANDO PELO QUE ELAS DIZEM.

Vimos na postagem anterior que o terceiro pino dos plugues de três pontos, quando conectado a uma tomada aterrada, ajuda a prevenir danos causados por “fugas de corrente” e distúrbios da rede elétrica comuns durante temporais com raios. Em tese, quanto mais circuitos eletrônicos um aparelho tiver, maior será o risco de ele ser danificado, daí a importância de desconectar os cabos de alimentação das tomadas (puxando-os sempre pelos plugues) ou desligar a chave geral da caixa de força.  

Tempestades de verão costumam vir acompanhadas de descargas elétricas e ventos fortes. Além de alagamentos, quedas de árvore sobre os fios da rede elétrica e outros aborrecimentos, eles podem causar interrupções no fornecimento de energia e sobretensões com potencial para torrar (literalmente) a fiação dos imóveis e os aparelhos a ela conectados. Como os filtros de linha não filtram coisa nenhuma e  os estabilizadores de boa qualidade não garantem proteção satisfatória contra picos de tensão, eu recomendo o uso de um bom nobreak UPS

As fontes de alimentação dos PC são "bivolt", ou seja, capazes de operar entre 90 V e 240 V e, consequentemente, de suportar sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou do próprio filtro), já que substituir os varistores internos da fonte dá bem mais trabalho.

Também chamados de relâmpagos ou coriscos, os raios resultam da perda de capacidade do ar de isolar cargas elétricas opostas que se acumulam no interior de nuvens como cumulonimbus. Uma única descarga pode atingir 1 bilhão de volts, 200 mil ampères e temperatura cinco vezes superior à da superfície do Sol. Já os trovões são fenômenos acústicos resultantes do aquecimento do ar pela corrente elétrica do raio, e podem chegar a 120 decibéis (o som mais alto que pode ser produzido não vai além de 194dB).

Costumamos dizer que os raios “caem”, mas eles também podem “subir” do solo em direção à nuvem, ocorrer dentro da nuvem ou passar de uma nuvem para outra. A quantidade de energia produzida por uma tempestade elétrica chega a superar a de uma bomba atômica — a diferença é que a bomba libera tudo de uma só vez, ao passo que a tempestade leva de muitos minutos a algumas horas.

Ao atingir a rede elétrica (direta ou indiretamente), o raio provoca sobretensões — elevações da tensão máxima permitida pela rede em 10% ou mais, por tempo igual ou superior a três ciclos (embora durem milésimos de segundo, elas podem facilmente elevar a tensão a 500V). Para proteger a instalação elétrica dos imóveis e os aparelhos a ela conectados, os quadros de força dispõem de fusíveis (que, como o nome sugere, se fundem) ou disjuntores (que se desarmam). Mas é recomendável desligar a chave geral em caso de tempestades severas, pois o desconforto temporário será menos impactante do que os aborrecimentos que a borrasca pode causar.

Na eventualidade de um apagão, o nobreak fornece energia por tempo suficiente para o usuário salvar seu trabalho, encerrar o Windows e desligar o computador — note que o religamento só deve ser feito depois que o fornecimento de energia for restabelecido e estabilizado

Apagões intermitentes, nos quais "a luz acaba, volta e torna a acabar sucessivas vezes", potencializam o risco de danos. Aliás, é justamente quando a energia retorna que ocorrem as quedas de fase (situação em que as lâmpadas acendem, mas ficam fraquinhas) e as sobretensões.

Continua...

quarta-feira, 29 de maio de 2019

AINDA SOBRE AS SUTILEZAS DA BARRA DE TAREFAS E A AUTONOMIA DA BATERIA EM NOTEBOOKS COM WINDOWS 10


O HOMEM QUE FAZ O TRABALHO SUJO É SEMPRE O MAIS VALIOSO.

Ainda sobre a Barra de Tarefas do Windows — que foi assunto das últimas 3 postagens —, mantê-la sempre visível ao pé da tela ocupa um espaço que pode fazer falta em monitores de pequenas dimensões, como os de netbooks e alguns modelos de notebook

Por padrão, a barra fica alinhada à borda inferior da tela, mas você pode reposicioná-la. Comece por desbloqueá-la (clique com o botão direito num ponto vazio da barra e desmarque a opção “Bloquear todas as barras de tarefas”) e depois arraste-a com o mouse até a borda superior ou uma das laterais da tela. Também é possível configurá-la para se auto ocultar, mas, antes, experimente ativar a exibição de ícones pequenos: na janela das configurações da barra, mude o botão Usar botões pequenos na barra de tarefas para a posição Ativado e confira o resultado.

Para manter a barra de tarefas oculta, clique com o botão direito num ponto num ponto vazio da dita-cuja, selecione Configurações da Barra de Tarefas e mude o botão Ocultar automaticamente a barra de tarefas no modo área de trabalho para a posição Ativado. A partir daí, ela só será exibida quando você mover o ponteiro do mouse até a borda inferior da tela (ou superior, ou lateral, de acordo a configuração escolhida).

Mudando de pato para ganso, quem usa um note como substituto do PC de mesa tende a mantê-lo conectado à tomada, não só para garantir que a bateria esteja carregada se faltar energia da rede elétrica, mas também para usá-la como nobreak num eventual apagão. Já para quem leva o portátil a toda parte (o que se tornou incomum depois que os smartphones se tornaram verdadeiros computadores de bolso), ter uma estimativa da autonomia da bateria em tempo real é fundamental, mas um bug do Windows 10 pode suprimir essa informação, deixando visível somente o percentual de carga remanescente. Se for o seu caso, você terá de fazer uma incursão pelo Registro do Windows para resolver o problema.

Antes de mexer nesse vespeiro, ou seja, editar manualmente o Registro, crie um ponto de restauração e/ou um backup da chave envolvida (ou do Registro como um todo). Essa é a parte mais simples do processo e já foi explicada no post anterior, mas não custa relembrar, começando pela restauração do sistema:

1) Digite “criar ponto” (sem aspas) na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas (ou da Cortana, conforme a configuração do seu sistema):

2) Clique na opção Criar Ponto de Restauração e, na tela das Propriedades do Sistema, clique em Criar, dê um nome ao ponto, clique novamente em Criar e aguarde a conclusão do processo.

Para fazer um backup do Registro:

1) Tecle Win+R, digite regedit na caixa do menu Executar e clique em OK

2) Na janela do Editor do Registro, abra o menu Arquivo e clique em Exportar

3) Em “Intervalo de exportação”, marque TODOS para efetuar backup de todo o Registro ou clique em Ramificação Selecionada e digite o nome da chave desejada (recomendável). Nomeie o arquivo, indique o local onde ele deverá ser salvo (sugiro a Área de Trabalho) e clique em Salvar. Se quiser (ou precisar) recuperar esse backup, dê um clique direito sobre o arquivo de extensão .REG que você salvou, escolha a opção Mesclar e confirme a restauração.

Dito isso, acesse o tutorial detalhado seguindo este link (se seu inglês estiver meio enferrujado, o Google Tradutor pode ser mão na roda).

Boa sorte.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

DESLIGAR OU NÃO O COMPUTADOR? (SEGUNDA PARTE)

É LOUCURA ODIAR TODAS AS ROSAS PORQUE UMA TE ESPETOU.

 

Vimos que desligar o computador frequentemente pode reduzir a vida útil de seus componentes, mas manter a máquina ligada por dias a fio pode não ser a melhor opção, quando mais não seja porque uma saudável reinicialização restabelece o "viço" que o sistema perde ao longo de uma sessão prolongada.


Um dos argumentos de quem é avesso a desligar o PC tem a ver com o drive de disco rígido, mas o fato é que o componente em questão evoluiu ao longo das últimas décadas, sem falar que a obsolescência programada nos leva a trocar o aparelho bem antes de o HDD "pifar". Demais disso, cada vez mais computadores utilizam drives de memória sólida, que não tem partes móveis e são baseados em memória flash, o que os torna menos suscetíveis a impactos, trepidações e distúrbios da rede elétrica


Observação: Sem embargo, só se deve desligar o computador "na marra" (hard shutdown) quando e se não houver alternativa. 

 

Fontes de alimentação "bivolt" funcionam com tensões entre 90 V e 240 V, sendo portanto capazes de suportar sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% — quando ligadas a uma tomada de 127 V, naturalmente. Assim, a única vantagem de usar um filtro de linha é que trocar o fusível (ou o próprio filtro) é mais fácil que substituir os varistores internos da fonte. 


Observação: Essas "réguas" não filtram coisa nenhuma, não passam de "benjamins" providos de fusíveis (ou leds, conforme o caso) destinados a evitar que picos de tensão danifiquem os aparelhos. Para obter proteção eficiente, utilize um nobreak online (UPS) ou, na impossibilidade, um bom estabilizador de tensão (voltaremos a esse assunto oportunamente).

 

Quanto a manter o computador sempre ligado ou colocar o sistema em suspensão/hibernação em vez de simplesmente desligar o aparelho, vale lembrar que o retorno da suspensão é quase imediato (basta pressionar qualquer tecla para essa mágica acontecer) e o "despertar" da hibernação, mais rápido que um boot convencional, que manter o PC sempre ligado o expõe a riscos (como o de um eventual apagão) e aumenta o gasto com energia (em 2021, a tarifa acumulou alta de 114% ante os 48% da inflação no mesmo período). 


Para além disso, a vida útil dos componentes é limitada — a dos monitores de vídeo é estimada em 10 mil horas; a das bateria que alimentam smartphones e notebooks, em algo entre 300 a 600 ciclos (cada ciclo corresponde a uma descarga completa seguida de uma carga completa). Por outro lado, ainda que você desligue e religue o computador dezenas de vezes por dia, 24/7, seu HDD deve durar pelo menos 5 anos. No caso dos melhores SSDs, se você escrever e apagar 256 GB de dados por dia (um prodígio que poucos heavy users conseguem realizar) o drive continuará funcionando por cerca de 20 anos. E é inconcebível, atualmente, manter o mesmo computador em uso por duas décadas. 


Observação: Quem migrou para o Windows 11 num computador de configuração modesta, com disco rígido eletromecânico, sabe o que é amargar longos minutos de espera a cada inicialização. Comenta-se inclusive que a Microsoft cogita incluir o SSD na lista de pré-requisitos obrigatórios para a instalação da mais recente encarnação de seu festejado sistema operacional (vide comparativo nesta postagem).

 

Continua...

terça-feira, 30 de abril de 2024

POR QUE DESLIGAR O CELULAR?

HÁ CASOS EM QUE O TRAJETO É MAIS DIVERTIDO QUE A CHEGADA.

Dizem que cada um planta o que colhe, e que quem semeia ventos colhe tempestades. A mim isso parece um tanto contraditório, mas deixa pra lá. E deixa pra lá também minha opinião sobre como "Xandão" vem procedendo em relação a Bolsonaro
Questionar suas decisões seria fazer como sapateiro de Apeles, mas é inegável que, ao mandar para o arquivo a investigação sobre os pernoites na embaixada da Hungria sem impor novas sanções cautelares a Bolsonaro, o magistrado levou água ao moinho da extrema-direita radical. 
Como ensinou o Conselheiro Acácio, o problema das consequências é que elas sempre vêm depois, e depois que o ministro avalizou o parecer da PGR no caso da baleia e determinou o arquivamento do inquérito retrocitado, a defesa de Bolsonaro protocolou novas petições mais ou menos como quem joga merda na parede: se colar, colou.
Até a última quarta-feira, quem acompanhava a teimosia do "mito" de longe via um investigado batendo com a cabeça na parede esperando transformá-la numa porta. De repente, abriu-se uma fresta na muralha erguida por Moraes. Imaginando-se diante de um "ex-Xandão", Bolsonaro decidiu testar a benevolência de seu algoz com uma terceira tentativa de reaver seu passaporte. 
É certo que a decisão sobre o refúgio na embaixada húngara estimula um redimensionamento de Moraes, mas é igualmente certo que, se liberar o passaporte para que o ex-presidente faça turismo criminal em Israel, o ministro talvez tenha que passar a dormir numa caixa de fósforos.

O smartphone é um microcomputador ultraportátil e, como seus irmãos maiores, utiliza memórias de diversas tecnologias. A RAM (ou memória física) armazena temporariamente arquivos do sistema e dos aplicativos em execução. Se ela não for "esvaziada" de tempos em tempos, o celular tende a ficar lento, podendo até mesmo travar, e encerrar programinhas gulosos e/ou malcomportados nem sempre resolve. 

Guardadas as devidas diferenças, o mesmo se aplica a modems, roteadores, decodificadores de TV por assinatura e demais eletroeletrônicos controlados por um sistema operacional, que dependem de um "refresh" para descarregar a energia dos transistores, esvaziar os chips de memória volátil e encerrar os processos responsáveis pelo "congestionamento" resultante de horas e horas de uso ininterrupto.
 
Observação: A reinicialização de modems e roteadores não "aumenta a velocidade", já que isso depende do plano contratado com a operadora, mas 
faz com que o aparelho volte a funcionar sem sobrecargas, melhorando qualidade do sinal. Para reiniciar esses dispositivos, melhor que pressionar o botão de power é desconectar o cabo de energia da tomada (ou do filtro de linha/estabilizador/nobreak, se houver), esperar 30 segundos e conectá-lo novamente
 
Manter o aparelho desligado enquanto a bateria recarrega é unir o útil ao agradável. Aproveite essa horinha de trégua para relaxar, tomar um café, fazer um lanche, levar o cachorro para passear, enfim... Num mundo permanentemente conectado, uma breve pausa pode ser um respiro não só para os aparelhos, mas também para nossa mente. Pense nisso.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

REINICIAR É PRECISO

ALGUMAS COISAS SIMPLESMENTE DÃO ERRADO; OUTRAS CONTINUAM DANDO ERRADO ATÉ QUE TUDO ESTEJA COMPLETAMENTE FODIDO.

 

Dispositivos computacionais precisam de um "refresh" de tempos em tempos, mas há quem deixe o PC lidado dia e noite, sob o pretexto de economizar o tempo de inicialização e prolongar a vida útil do HDD e de outros componentes. Cada um pode achar o que bem entender, evidentemente, mas negar os fatos é burrice. 

A primeira coisa a fazer quando o computador fica lento, congela ou passa a se comportar de modo estranho é justamente reiniciar o sistema. Guardadas as devidas diferenças, isso se aplica também a decodificadores de TV por assinatura, modems, roteadores Wi-Fi, impressoras, smartphones e por aí afora. 
 
Desligar da tomada ou reiniciar um dispositivo que está lento ou travando é quase uma “regra universal” da tecnologia, pois isso faz com que a energia dos transistores seja descarregada, a memória RAM, esvaziada, e os processos que estavam causando o “congestionamento”, encerrados. Em outras palavras, o sistema retorna a seu “estado inicial”. 

Observação: Um smartphone pode permanecer ligado por mais tempo que um desktop ou um notebook, mas é sabido que a bateria aquece menos e recarrega mais rapidamente com o aparelho desligado. Para bom entendedor...
 
No caso dos modems e roteadores, a reinicialização não "aumenta a velocidade — seja porque ela depende diretamente do plano contratado com a operadora, seja porque a lentidão pode estar relacionada com  interferências no sinal Wi-Fi ou com o próprio dispositivo que está tentando se conectar à rede —, mas faz com que os aparelhos voltem a funcionar sem sobrecargas, o que pode melhorar a qualidade do sinal.
 
Para reiniciar esses dispositivos, use o botão liga/desliga ou desconecte o cabo de energia da tomada (ou do filtro de linha/estabilizador/nobreak, se houver). Jamais introduza um clipe ou outro objeto pontiagudo no orifício de "reset", já que ele serve para reverter as configurações ao modo de fábrica, o que anula os ajustes feitos pelo técnico da operadora no momento da instalação. 

Espere ao menos um minuto para religar o aparelho (o intervalo é necessário para descarregar a energia dos transistores e apagar o conteúdo das memórias voláteis). O processo de reinicialização pode demorar alguns minutos. Quando todas as luzes estiverem acesas, verifique se o problema de conexão (ou lentidão) foi resolvido.  
 
Observação: Para testar a velocidade da conexão (detalhes na postagem do último dia 13), prefira usar um cabo Ethernet para conectar o PC ao modem/roteador, já que a velocidade da rede Wi-Fi será sempre inferior à da conexão cabeada

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

AINDA SOBRE COMO PROTEGER ELETROELETRÔNICOS DE DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA

QUANDO DISSE "SÓ SEI QUE NADA SEI", SÓCRATES NÃO ESTAVA AFIRMANDO UMA CERTEZA, MAS SIM TRANSPARECENDO TODAS AS SUAS DÚVIDAS.

Tempestades de verão — assim chamadas por serem frequentes na estação mais quente do ano — causam alagamentos, prejudicam o trânsito e, quando acompanhadas de raios e rajadas de vento, produzem distúrbios na rede elétrica, seja porque os raios a atingem diretamente, seja porque o vento derruba árvores sobre o respectivo cabeamento.

Raios (ou relâmpagos, ou coriscos) não decorrem da “colisão” entre nuvens, mas de perda da capacidade do ar de isolar as cargas elétricas opostas que se acumulam no interior dos cúmulos nimbos (que são formados por gotículas de água, granizo e partículas de gelo e podem ter mais de 20 km de altura e outros tantos de extensão). As descargas ocorrem tanto dentro das nuvens quanto de uma para outra ou delas para o solo e vice-versa, sendo as descendentes as mais comuns, embora as maiores são as que passam de uma nuvem para outra (elas podem chegar a dezenas de quilômetros de extensão).

O raio é formado por várias descargas com voltagem de 100.000.000 V a 1.000.000.000 V, amperagem de 20.000 A a 200.000 A e temperatura cinco vezes maior que a da superfície do Sol. Já o trovão decorre do aquecimento do ar pela corrente elétrica produzida pelo raio, e seu ribombar pode alcançar 120 decibéis.

ObservaçãoA quantidade de energia descarregada por uma tempestade chega a ser superior à de uma bomba atômica; a diferença é que a bomba libera tudo de uma só vez, ao passo que a tempestade o faz durante um período que pode ir de vários minutos a algumas horas.

Quando atingem a rede elétrica (direta ou indiretamente), os raios provocam aumentos de tensão com potencial para torrar (literalmente) a instalação dos imóveis e danificar eletrodomésticos e eletroeletrônicos no raio (sem trocadilho) de muitos quarteirões. Daí a importância do aterramento e do uso da tomada de três pontos — que se tornaram obrigatórias no Brasil, mas, curiosamente, num formato incompatível com qualquer dos modelos utilizados mundo afora.

Chamamos subtensão transitória a uma redução inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Ela pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto por problemas na instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” no momento em que o compressor da geladeira entra em funcionamento, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda energética. Já as subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) costumam ter as mesmas causas e apresentar os mesmas — se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), consulte um eletricista; caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia.

Entende-se por sobretensão a elevação em 10% ou mais, por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Ao contrário do que ocorre nas subtensões, neste caso a luminescência das lâmpadas aumenta de intensidade. Se a instalação e o quadro de força estiverem dentro dos padrões, o problema deve ser externo, e cabe à concessionária de energia solucioná-lo. Mas não deixe de checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou dos disjuntores, conforme o caso) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro de força (o afrouxamento dos parafusos é um problema bastante comum). Quanto a sobretensões que ocorrem durante tempestades elétricas, não há muito a fazer senão desligar a chave-geral ou desconectar das tomadas os aparelhos mais sensíveis.

Um aterramento comme il faut deve ser procedido durante a construção do imóvel, mediante a introdução de um conjunto de hastes metálicas no solo e ligação das ditas-cujas ao polo terra das tomadas (aquele que recebe o terceiro pino). Instalações elétricas antigos nem sempre são aterradas, e ligar o polo terra da tomada de três pontos a um cano metálico da rede hidráulica ou ao próprio neutro da rede elétrica — que é aterrado na estação geradora de energia — é gambiarra e, portanto, esse procedimento não é recomendável.

Disjuntores fusíveis desarmam ou se fundem por efeito de uma sobretensão para proteger a fiação do imóvel e os aparelhos a ela conectados. Computadores, modems, roteadores, decodificadores de TV por assinatura, secretárias eletrônicas e telefones sem fio são mais "sensíveis" do que lavadoras de roupa, refrigeradores e que tais. Em tese, quanto mais circuitos eletrônicos o aparelho tiver, maior será o risco de danos, daí ser importante desligar a chave-geral da caixa de força ou desconectar os cabos de força das tomadas (puxando-os pelos plugues, nunca pelos cabos).

Se a tempestade provocar um apagão, só religue os aparelhos quando a energia for restabelecida e estabilizada. Apagões intermitentes, nos quais a luz acaba, volta e torna a acabar sucessivas vezes, potencializam o risco de danos, pois é justamente quando a energia retorna que ocorrem quedas de fase (situação em que as lâmpadas acendem, mas ficam fraquinhas) e sobretensões (estas são mais frequentes e duram alguns milésimos de segundo, mas podem atingir facilmente a marca dos 500V).

Como nem sempre estamos em casa durante o temporal, é importante dispormos de um estabilizador de tensão ou, melhor ainda, de um nobreak. Convém evitar os Filtros de linha, que custam mais barato, mas não filtram coisa nenhuma, pois não passam de extensões providas de um led ou fusível que funciona como varistor e interrompe a passagem de energia quando a sobrecarga já atingiu os aparelhos que o tal "filtro" deveria proteger. Convém também evitar sempre que possível ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada.

As fontes de alimentação dos PC são do tipo "bivolt", ou seja, são capazes de operar entre 90 V e 240 V e, consequentemente, de suportar sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou do próprio filtro), pois a troca dos varistores internos da fonte costuma dar mais trabalho.

Continua...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Olha a chuva...

Com a aproximação do verão, as “tempestades de final de tarde” ocorrem com maior freqüência, e ainda que os tradicionais “filtros de linha” permitam conectar vários aparelhos numa única tomada, eles não filtram coisa alguma e nem oferecem proteção adequada contra distúrbios da rede elétrica ou sobretensões decorrentes de relâmpagos e assemelhados. Como seguro morreu de velho, o melhor é desligar da tomada todos os eletroeletrônicos (mesmo que não esteja relampejando, rajadas de vento podem derrubar árvores, causar acidentes e provocar interrupções inesperadas no fornecimento de energia).
Quanto ao computador, ainda que estabilizadores de tensão e nobreaks ofereçam um nível de proteção bem mais aceitável, a prudência recomenda encerrar os trabalhos em andamento, fechar os aplicativos e desligar tudo, inclusive o modem e o roteador.
Se você estiver pensando em adquirir um nobreak, prefira um modelo online, já que as versões offline – mais baratas – usam a energia da tomada até que um problema na rede seja detectado, e só então passam a alimentar o computador pela bateria interna.
Boa chuva a todos e até a próxima.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR... (CONTINUAÇÃO)

NÃO VÁS AMIÚDE AONDE TE QUEREM MUITO.

Entre outras mudanças de hábito causadas pela pandemia está o uso do álcool, líquido e/ou em gel, em nossa higienização pessoal e na limpeza de tudo mais que manuseamos amiúde. e o celular não é exceção.

Limpar o onipresente telefoninho demanda alguns cuidados, a começar pela formulação do álcool, que deve conter o mínimo possível de água. O ideal, salvo melhor juízo, é usar álcool isopropílico com concentração de 70%, que pode ser encontrado em lojas de insumos de informática, de utensílios de escritório, ou em farmácias de manipulação. 

Motorola, fabricante número 2 em smartphones no Brasil — atrás apenas da Samsung — não recomenda o uso de álcool em gel, que é indicado para limpar as mãos e evitar a contaminação pelo vírus da Covid, mas, por demorar mais a evaporar, pode causar danos ao smartphone e a outros eletroeletrônicos.

Para higienizar a tela do celular, desligue-o e use lenços ou panos levemente umedecidos em álcool isopropílico 70%. Esfregue gentilmente o display e a carcaça, mas sempre cuidando para que o álcool no penetre pela porta de carregamento, entrada do fone de ouvido, microfone e alto-falante e demais aberturas do aparelho. Jamais mergulhe o dispositivo em produtos de limpeza ou utilize materiais abrasivos ou que contenham amônia, alvejantes e que tais. 

Limpe também a capinha, o carregador, o fone de ouvido e demais acessórios que acompanham o aparelho, lembrando que capas plásticas ou de silicone podem ser lavadas com detergente neutro e enxaguadas em água corrente. Mas é importante secar bem a capinha antes de recolocá-no no aparelho (ou recolocar o aparelho na capinha, se você preferir assim).

O conector do cabinho do carregador chega a criar teia de aranha se não for limpo regularmente, mas não se deve usar lâminas, clipes, alfinetes e outros objetos pontiagudos, sobretudo de metal. Para limpar a parte interna do conector, use ar comprimido (daqueles vendidos em aerossol). Feito isso, umedeça a ponta de um “cotonete” em álcool isopropílico 70% e esfregue cuidadosamente as bordas do orifício. Ao final, seque bem a região com um pano de microfibra ou de algum tecido macio e que não solte fiapos).

Desconecte aparelhos elétricos e eletroeletrônicos das tomadas sempre que um temporal com rajadas de vento, raios e trovadas ameaçar atingir sua região. Quedas de galhos de árvores sobre a rede elétrica — ou mesmo um raio que atinja um poste energia local — podem causar distúrbios elétricos (como sobretensões e apagões) que filtros de linha não filtram e estabilizadores de tensão nem sempre conseguem mitigar (sugiro utilizar um bom nobreak UPS).

Observação: Evite tomar banho quente (se o chuveiro for elétrico, naturalmente) durante esses temporais. Se precisar falar ao telefone, use o celular, mas jamais o faça se o aparelho estiver na carga. No caso do telefone convencional, modelos sem fio oferecem menos riscos do que os convencionais.

Antes de baixar a tampa do notebook, certifique-se de não ter deixado nada sobre o teclado. Qualquer objeto, mesmo pequeno — como uma caneta ou um pendrive — pode danificar a tela. Falando em tela, evite usar limpa-vidros daqueles vendidos em supermercados em monitores (de TV ou de computador) e displays de smartphones, pois a maioria desses produtos contém amônia. Prepare uma solução de água e vinagre, umedeça um pano microfibra, esfregue suavemente na tela e dê acabamento com um pano seco, limpo e que não deixe fiapos.

Uma das vantagens do notebook em relação ao PC de mesa é eliminar aquela incomodativa “macarronada” de fios e cabos, mas isso não se verifica quando a gente usa o portátil como substituto do desktop, conectado a um monitor externo e plugado a um combo de teclado e mouse. Pior ainda se tivermos de "desmontar o cirquinho" regularmente, para usar o aparelho também em trânsito, pois isso nos desestimula a organizar os cabos, que tendem a ficar espalhados de qualquer jeito.

Em sendo possível, organize essa “macarronada” com a ajuda com fitas, cintas plásticas ou luvas corretoras de cabos — mas evite fita isolante, crepe, durex ou coisa parecida, que são difíceis de remover e deixam resíduos de cola na cabaiada. As luvas custam barato e proporcionam um excelente resultado, tanto do ponto de vista estético quanto da segurança. 

Observação: Deixar os cabos espalhados sobre a mesa de trabalho (ou embaixo dela) não só polui o visual como também dá margem a tropeções, choques elétricos e até curtos-circuitos.

Evite operar o portátil sobre as coxas, tanto por conta do desconforto decorrente do aquecimento do aparelho quanto pelo fato de que apoiá-lo sobre uma almofada, colcha, travesseiro ou algo semelhante pode obstruir as ranhuras de ventilação. Use o portátil sobre uma mesa, bancada ou outra superfície plana, lisa, limpa, seca, de preferência num local ventilado. Se for jogar, acople o portátil a um suporte que o mantenha elevado e ventilado (vide figura), pois isso ajuda o sistema de arrefecimento a trabalhar com toda a sua capacidade (mais detalhes no capítulo anterior).

Continua...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

TEMPESTADES DE VERÃO E OS PERIGOS QUE ELAS PODEM ACARRETAR — CONTINUAÇÃO


O SOL QUE DESPONTA TEM QUE ANOITECER.

Como vimos no post anterior, o melhor a fazer quando uma tempestade elétrica se avizinha é desligar a chave geral do quadro de força (ou, no mínimo, desplugar das tomadas os aparelhos mais sensíveis). Mas nem sempre estamos em casa, e, quando estamos, nem sempre tomamos essas providências a tempo, daí ser importante dispor de um nobreak ou de um estabilizador de tensão de boa qualidade, que oferecem proteção responsável contra os famigerados distúrbios da rede elétrica (os também famigerados filtro de linha custam mais barato e podem ser encontrados em qualquer casa de ferragem ou hipermercado, mas não filtram coisa alguma e, portanto, são uma péssima péssima escolha, como veremos melhor mais adiante).

Chamamos subtensão transitória a uma queda de tensão inferior a 10% da tensão nominal da rede e com duração igual ou inferior a 4 ciclos. Esse fenômeno pode ocorrer tanto por culpa da concessionária de energia quanto da instalação elétrica do imóvel. Lâmpadas que “enfraquecem” momentaneamente sempre o compressor da geladeira entra em funcionamento ou quando um dispositivo elétrico é ligado em cômodo da casa, por exemplo, denunciam falta de aterramento ou fiação de bitola inadequada à demanda de energia (detalhe: ferro de passar roupas, secador de cabelos e outros utensílios vorazes não servem de parâmetro para essa avaliação).

As subtensões não transitórias (superiores a quatro ciclos e com duração de alguns minutos a muitas horas) têm basicamente as mesmas causas e sintomas das transitórias; se você notar um enfraquecimento "persistente" das lâmpadas (sobretudo em horários de pico), chame um eletricista, e caso ele não identifique problemas na fiação do imóvel, acione a concessionária de energia elétrica.

sobretensão, por sua vez, consiste na elevação (em 10% ou mais), por tempo igual ou superior a três ciclos, da tensão máxima permitida pela rede. Situação oposta às anteriores, nesta o brilho das lâmpadas aumentam de intensidade. Se a instalação estiver dentro dos padrões, especialmente o quadro de força, o problema deve ser externo e compete à concessionária de energia solucioná-lo. Mas convém checar periodicamente o estado dos fusíveis (ou disjuntores) e verificar a fixação dos cabos de energia no quadro (o afrouxamento dos parafusos é um problema comum).

Observação: Quanto às sobretensões que costumam ocorrer durante temporais com relâmpagos, vimos no post anterior que não há muito a fazer além de desligar da tomada os equipamentos mais sensíveis. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Voltando aos filtros de linha, eles devem ser evitados por várias razões, a começar por não filtrarem coisa alguma. Apesar do nome, eles não passam de simples extensões (também conhecidas como "réguas"), mas é bom ter em mente que ligar dois ou mais aparelhos na mesma tomada da parede, dependendo de quanta energia cada um deles consome, é uma prática nada recomendável. A diferença entre esses "filtros" e as tais réguas está num pequeno fusível (ou um LED, conforme o modelo) que se rompe (ou funde) por efeito de um pico de energia, interrompendo a passagem da corrente elétrica. O problema é que essa interrupção nem sempre acontece com rapidez suficiente para impedir que a sobretensão alcance os aparelhos que o tal filtro deveria proteger, e aí está feita a caca.

Vale lembrar que as fontes de alimentação dos PCs operam entre 90 V e 240 V e suportam sobretensões de até 100% e subtensões de mais de 20% (quando ligadas a uma tomada de 110 V~127 V, evidentemente). Assim, a única vantagem do filtro de linha é facilitar a substituição do fusível (ou o próprio filtro), que nos varistores internos da fonte de alimentação do computador é uma tarefa mais complicada.

Continuamos na próxima postagem.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

CARGA RÁPIDA

A FORMA PASSA, MAS A CLASSE PERMANECE.

Com a descoberta da eletricidade e dos combustíveis fósseis, motores elétricos e de combustão interna passaram a integrar veículos que até então eram puxados por animais (como o carro de boi) ou movimentados pelo próprio usuário (como a bicicleta). 

Para funcionar, esses motores precisam de eletricidade ou de combustível. E para que seu uso não fique restrito a percursos específicos (como acontece com trens, trólebus e bondes), entram em cena as baterias e os tanques de combustível.

O raciocínio é basicamente o mesmo no universo dos PC portáteis e ultraportáteis. Para funcionarem desconectados da tomada, notebooks, smartphones, tablets e assemelhados dispõem de baterias recarregáveis, cuja autonomia — representada pelo intervalo de tempo entre as recargas — varia conforme a amperagem, o consumo energético do aparelho e do perfil do usuário. Via de regra, quanto maior a amperagem, tanto maior a capacidade do componente de fornecer energia.

Detalhe: Um miliampere/hora (mAh) corresponde a 3,6 coulombs — ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora. Essa unidade de medida não tem relação com a "potência" da bateria, que costuma ser expressa em joule ou watt/hora.

Depois que a genialidade de Steve Jobs promoveu a microcomputador ultraportátil um aparelho que nasceu para telefone sem fio de longo alcance, sistema operacional e um miríade de aplicativos entraram em cena e passaram a disputar cada gota de energia da bateria, reduzindo a autonomia da bateria e, consequentemente, o intervalo entre as recargas. Mas isso não afeta todo mundo do mesmo jeito.

As baterias evoluíram consideravelmente nos últimos anos, mas não a ponto para satisfazer as exigências dos portáteis. Para não ficar sem energia no meio do dia, você pode andar com um carregador sobressalente no bolso (ou um modelo veicular no carro), implementar uma configuração mais “espartana” ou, na próxima troca de aparelho, priorizar uma bateria de 5.000 mAh ou superior.

Falando em carregador sobressalente, não é uma boa ideia economizar alguns trocados comprando um produto genérico na banca de camelô da esquina. Se não for possível adquirir um modelo idêntico ao original, assegure-se ao menos de que ele seja homologado pelo fabricante do seu celular, e que a voltagem e a amperagem sejam compatíveis.

Por diversas razões, usar um notebook como substituto do PC de mesa se tornou uma prática comum. Nessa situação, manter o portátil permanentemente conectado à tomada é igualmente comum. A dúvida é quanto à bateria. Mantê-la instalada garante 100% de carga quando e se for preciso usar note em trânsito. Além disso, ela funciona como nobreak em caso de apagão da rede elétrica. Mas a carga constante gera muito calor, e o superaquecimento pode reduzir drasticamente a vida útil da bateria.

A bateria dispõe de um circuito de segurança que bloqueia a passagem de energia quando o componente atinge 100% de sua capacidade de carga. A questão é que a energia não utilizada se dissipa na forma de calor, e o calor é um dos maiores inimigos da bateria. Alguns fabricantes — como a Apple — recomendam usar o note dos dois modos: um pouco na bateria e um pouco na tomada. A medida contribui para que o componente esteja sempre calibrado e elimina uma fonte extra de calor (associada ao uso constante do carregador).

Observação: Comprei meu primeiro portátil em 2003 e já perdi a conta de quantos vieram depois dele. Sempre os usei conectados à tomada, jamais removi a bateria e todos seguiram adiante com o componente em perfeitas condições de funcionamento.

Para concluir: O carregamento rápido é uma mão na roda, sobretudo quando reparamos que a bateria está quase “seca” minutos antes de sair para um compromisso externo, p. ex.  Para criar “carregadores turbo”, a maioria dos fabricantes aumenta a voltagem (em vez de alterar a amperagem). 

Observação: A voltagem (tensão) é a força da corrente elétrica, enquanto a amperagem (corrente) é a quantidade de eletricidade que flui entre a bateria e o dispositivo. Multiplicando esses valores, chega-se à potência nominal. A maioria dos telefones suporta 5V/2,4A.

Mesmo que o carregador seja de 5V/3A, a carga se dará apenas na faixa para a qual o aparelho foi projetado. Portanto, além de um carregador rápido, o dispositivo precisa de um circuito de carga capaz de usar um dos padrões de carregamento turbo para “a mágica acontecer”.

Para saber se seu smartphone suporta carga rápida, consulte o manual ou o site do fabricante. E lembre-se: portinhas USB e carregadores veiculares e sem fio quebram o galho, mas são muito menos eficientes que os modelos com fio. Só os utilize quando e se não houver alternativa.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

DISTÚRBIOS DA REDE ELÉTRICA, NOBREAKS, ESTABILIZADORES E FILTROS DE LINHA (CONCLUSÃO)

NÃO TENHA MEDO DE PENSAR DIFERENTE DOS OUTROS, TENHA MEDO DE PENSAR IGUAL E DESCOBRIR QUE TODOS ESTÃO ERRADOS.

O estabilizador de tensão é composto basicamente por um transformador com diversas saídas de diferentes valores de tensão. A "estabilização" é feita mecanicamente por um relé (chave seletora), que determina qual saída se aproxima mais da tensão nominal de funcionamento dos equipamentos. O "tlec" que a gente ouve advém da ação desse relé, que cria pequenos "curtos-circuitos" sempre que alterna a tensão internamente. 

Em tese, essa alternância reduz a vida útil da fonte do PC, mas só causa problemas se ocorrerem muito frequentemente e se o estabilizador for de má qualidade.  
 
Como dito no post anterior, a própria fonte do PC corrige os surtos de rede antes que o estabilizador se dê conta do problema — e ainda precisa "corrigir a correção" feita tardiamente pelo dispositivo de proteção. Em outras palavras, em vez de proteger o computador o estabilizador força a fonte trabalhar dobrado, o que implica redução da vida útil do componente.
 
A energia elétrica que chega às nossas casas é cara e de má qualidade. Isso se deve em parte às concessionárias, mas também às instalações dos imóveis, que não são adequadamente dimensionadas, aterradas e devidamente conservadas — sem falar nos picos de tensão e apagões causados por tempestades elétricas. 
 
O estabilizador integra um fusível e um supressor de surto. O fusível evita que o disjuntor do quadro de força desarme em decorrência de qualquer sobrecarga, e o supressor protege o computador de surtos provocados por descargas atmosféricas. Pode-se argumentar que um filtro de linha faria basicamente a mesma coisa por bem menos dinheiro, mas isso não se aplica às réguas elétricas multiplicadoras vendidas em hipermercados e lojas de artigos elétricos.

Alguns modelos de estabilizador — como os da APC e da TSHARA — contam com a função "atraso de ligamento". De forma resumida, eles monitoram a tensão da rede, durante alguns ciclos, sempre que são ligados ou quando o fornecimento de energia é restabelecido após um apagão. Essa proteção adicional justifica, a meu ver, usar o estabilizador em vez do filtro de linha. Por outro lado...
 
Nobreaks custam mais caro que os estabilizadores e muito mais caro que os filtros de linha, mas o investimento compensa — sobretudo se o modelo for do tipo online (ou UPS). As versões offline são mais baratas, mas só entram em ação após a queda de energia, o que aumenta a vida útil da bateria, mas reduz a confiabilidade do produto. Os modelos online filtram a corrente recebida da rede elétrica, carregam suas baterias e alimentam os aparelhos a partir delas durante todo o tempo. 
 
Tanto os modelos online quanto os offline funcionam como acumuladores de energia, e seu preço é diretamente proporcional à autonomia. Mas os mais em conta estão de bom tamanho para uso doméstico, pois "seguram a marimba" por cerca de 15 minutos — tempo mais que suficiente para o usuário salvar seu trabalho, fechar os aplicativos e desligar o computador.
 
Resumo da ópera: Somente os melhores filtros de linha cumprem o que prometem. Os estabilizadores realmente estabilizam a tensão da rede, mas o fazem muito lentamente, prejudicando a fonte de alimentação do PC. O nobreak UPS é a melhor escolha, mas você não deve descartar seu estabilizador velho de guerra, já que ele pode ser útil se usado com eletrônicos que integrem fontes de alimentação lineares, como aparelhos de som, telefones sem fio, fragmentadoras de papel etc. (para saber mais sobre fontes lineares e chaveadas, clique aqui)

Tudo visto e examinado, continuar ou não a usar o estabilizador é uma questão de livre arbítrio (cuja existência também é controversa, conforme eu comentei na postagem anterior).