Quem não está com essa bola toda deve buscar uma configuração que privilegie a memória RAM (atualmente, a quantidade recomendada é de 8 GB), mesmo que isso imponha a escolha de um processador menos poderoso — mas nada inferior a um Intel Core i5. Lembre-se: de nada adianta gastar rios de dinheiro num chip ultraveloz se os subsistemas de memória (física e de massa) não lhe oferecerem a necessária contrapartida.
UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
CONHEÇA MELHOR SEU PC — PARTE IV
Quem não está com essa bola toda deve buscar uma configuração que privilegie a memória RAM (atualmente, a quantidade recomendada é de 8 GB), mesmo que isso imponha a escolha de um processador menos poderoso — mas nada inferior a um Intel Core i5. Lembre-se: de nada adianta gastar rios de dinheiro num chip ultraveloz se os subsistemas de memória (física e de massa) não lhe oferecerem a necessária contrapartida.
quinta-feira, 26 de maio de 2022
AINDA SOBRE APLICATIVOS, MEMÓRIA RAM E TASK KILLERS
PARA O TRIUNFO DO MAL, BASTA QUE OS BONS FIQUEM DE BRAÇOS CRUZADOS.
Computadores integram memórias de diversas tecnologias em quantidades variáveis, mas sempre expressas em múltiplos do byte. Assim, é comum as pessoas confundirem a RAM (memória física ou primária) com o HDD/SSD (memória de massa, ou secundária, ou ainda "armazenamento") do sistema.
A título de contextualização, relembro que o bit (de “BInary digiT”) é a menor unidade de informação manipulada pelo computador. Oito bits formam um byte; 1 kB (quilobyte) equivale a 1024 bytes (ou meia página de texto); 1024 kB, a um megabyte (espaço suficiente para armazenar um quinto da obra de Shakespeare). Um gigabyte corresponde a 1024 MB (espaço suficiente para gravar um filme de uma hora de duração); 1.000 GB formam 1 terabyte (15 terabytes são suficientes para digitalizar toda a biblioteca do congresso dos EUA); 1024 TB perfazem 1 Petabyte (1/5 do conteúdo de todas as cartas distribuídas pelo correio norte-americano), e assim por diante.
A RAM (de Random Access Memory) é a memória física (ou primária) do computador. Isso vale para desktops, notebooks, smartphones e tablets. É nela que que o software é carregado e os dados, processados. Do sistema operacional a um simples documento de texto, tudo é executado na RAM. Nenhum dispositivo computacional atual, seja uma simples calculadora de bolso ou um gigantesco mainframe corporativo, funciona sem uma quantidade (mínima que seja) dessa memória volátil e de acesso aleatório.
Nos PCs, a memória de massa (ou secundária) é provida tradicionalmente por um disco rígido (os modelos mais recentes contam com drives de memória sólida). É nessa memória (e a partir dela) que os dados são carregados na RAM — claro que não integralmente, ou não haveria espaço que bastasse, mas divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes). Para saber mais, leia esta sequência de postagens.
Costuma-se dizer que um computador é tão rápido quanto seu componente mais lento. No âmbito das memórias, a secundária é milhares de vezes mais lenta que primária, que por sua vez é muito mais lenta que o processador. Assim, uma máquina que dispuser de 8 GB de RAM e de um processador mediano será “mais rápida” do que outra que conte com um chip de topo de linha e míseros 2 GB de RAM. A questão é que a RAM é volátil, daí a necessidade de haver um dispositivo capaz de armazenar o software de forma “persistente”, ou seja, que retenha os dados mesmo depois que o computador for desligado.
Em tese, quanto mais memória física o computador tiver, mais "rápido" ele será. Para agilizar ainda mais o trabalho do processador, o cache de memória (ou memória cache, ou simplesmente cache), representado por uma pequena quantidade de memória RAM estática e ultraveloz (e bem mais cara do que a RAM convencional), armazena as informações e instruções que são acessadas mais frequentemente e outros dados que o sistema “prevê” que o processador terá de acessar em seguida.
O conceito de memória cache remonta aos tempo dos jurássicos 386, quando se constatou que a lentidão da RAM obrigava a CPU (isto é, o processador; a caixa que abriga os componentes internos do computador se chama "case" ou "gabinete") a desperdiçar preciosos ciclos de clock aguardando a liberação dos dados necessários à execução das tarefas.
Fica mais fácil de entender se compararmos o computador a uma orquestra e o processador ao maestro. Para uma boa apresentação, não basta um regente competente. Na verdade, músicos qualificados, afinados e entrosados podem até mascarar as limitações de um maestro chinfrim, mas não o contrário. Guardadas as devidas proporções, isso se aplica à performance do computador, que depende de uma configuração equilibrada, com componentes adequados e bem dimensionados.
Embora pareça um contrassenso, cabe ao gerenciamento de memória do sistema operacional manter o uso da memória o mais alto possível. Primeiro, porque memória é hardware — a gente paga por ela quando compra o aparelho, e não utilizar aquilo pelo que se pagou é desperdício de dinheiro. Segundo, porque, como dito linhas acima, a RAM é muito mais rápida que a memória secundária, e mantê-la ocupada é aproveitar melhor o dinheiro que investimos na compra do aparelho.
Uma CPU de ponta será subutilizada se contar com pouca memória RAM. Para evitar mensagens de “memória insuficiente” (comuns na pré-história da computação pessoal, quando éramos obrigados a encerrar um ou mais aplicativos para que outros pudessem ser carregados e executados), a Intel criou a memória virtual (ou “swap file”, como alguns preferem dizer), que consiste num espaço alocado na memória de massa para o qual o Gerenciador de Memória Virtual (VMM) transfere as seções que não são prioritárias naquele momento e de onde as traz de volta quando necessário.
Convém ter em mente que a memória virtual é apenas um paliativo, não um substituto eficiente da RAM, uma vez que (como também já foi mencionado) a memória de massa, mesmo quando representada por um SSD, é muitas vezes mais lenta do que a memória física, e a constante troca de arquivos degrada consideravelmente o desempenho global do sistema.
Continua na próxima postagem.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
AINDA SOBRE BATERIAS, REDE ELÉTRICA E QUE TAIS — CARREGADORES
POR MAIS DESAGRADÁVEIS QUE SEJAM, AS COISAS QUE NOSSOS INIMIGOS NOS DIZEM NA CARA NEM SE COMPARAM COM AS QUE NOSSOS AMIGOS DIZEM DE NÓS PELAS COSTAS.
Todo dispositivo computacional utiliza diversos tipos de memória, mas é na RAM que são carregados o sistema operacional, os aplicativos e demais arquivos — não integralmente, ou não haveria RAM que bastasse, mas, sim, divididos em páginas (pedaços do mesmo tamanho) ou segmentos (pedaços de tamanhos diferentes).
Quando rodamos
um programa qualquer, seu executável é copiado da memória de massa (HDD
ou SSD) — que, por ser “persistente”, preserva os dados depois que o
aparelho é deligado — para a RAM, juntamente com algumas DLLs e
arquivos de dados com os quais vamos trabalhar.
Por ser uma memória eletrônica de acesso aleatório, a RAM
é muitas vezes mais “veloz” do que os discos eletromecânicos (nos quais a
gravação e o acesso aos dados são feitos por cabeças eletromagnéticas). O
problema é que ela é volátil, ou seja, só consegue preservar o conteúdo enquanto permanece energizada.
Por uma série de fatores que não vem ao caso detalhar
nesta postagem, reinicializar o computador “esvazia” a RAM, pondo fim a
instabilidades, travamentos e outros aborrecimentos que tendem a se manifestar quando
o aparelho fica muito tempo ligado. E o mesmo raciocínio se aplica ao smartphone
— que, em última análise, é um PC ultraportátil —, como também a modems, roteadores,
impressoras, decodificadores de TV etc.
Muita gente não desliga o celular — e depois reclama de conexão lenta, demora na execução de apps e instabilidades generalizadas. Considerando que não é recomendável usar o aparelho enquanto a bateria está sendo recarregada (quando mais não seja porque o consumo energético aumenta o tempo de recarga), sugiro desligá-lo sempre que ele for posto para carregar. Ninguém morre se ficar um hora sem ler mensagens no WhatsApp, sem mencionar que já existem carregadores ultrarrápidos (detalhes nesta postagem) que recarregam a bateria em alguns minutos.
Se seu aparelho não exibe uma mensagem ou emite um alerta sonoro de “carga completa”, monitore a recarga e desligue o carregador assim que o ícone da bateria indicar 100%. Carregadores originais (e modelos não originais, mas homologados pelos fabricantes de smartphones) reduzem a corrente ao mínimo quando a bateria está quase cheia e ativam um modo chamado “trickle charge”, que mantém o nível em 100% até que o carregador seja removido.
Mal comparando, isso funciona como a boia de uma caixa d’água, que fecha a passagem quando o reservatório está cheio, evitando o transbordamento.
Continua.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
DE VOLTA À MEMÓRIA RAM - PARTE 7
quinta-feira, 18 de abril de 2019
DE VOLTA AO READYBOOST
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
AINDA SOBRE A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
O resto fica para o próximo capítulo.
segunda-feira, 4 de julho de 2022
A IRRITANTE DEMORA NA INICIALIZAÇÃO DO PC
Os PCs evoluíram muito desde os anos 1970, mas ainda não “ligam” tão rapidamente quanto uma lâmpada. A energia elétrica é fundamental em ambos os casos, mas, no caso do computador, o boot e a inicialização do sistema vão muito além de simplesmente incandescer um filamento.
Os PCs são formados por dois subsistemas distintos, mas complementares. No pré-história da computação pessoal, definia-se o hardware como aquilo que o usuário podia chutar, e o software, como o que ele só podia xingar.
O tempo que a máquina leva para inicializar depende de diversos fatores. Depois de migrar para o Win11, meu Dell Inspiron passou demorar mais de 1 minuto para exibir a tela de boas-vindas e outros 4 ou 5 minutos para me deixar começar a trabalhar. No meu Mac Pro, a tela inicial surge em poucos segundos e basta eu digitar a senha para ter total controle sobre o sistema e os aplicativos.
Observação: O “problema” do portátil é o jurássico HDD (de 2 TB e 5400 RPM), muito mais lento que o SSD PCI Express com NVMe do Mac.
A demora na inicialização do Windows sempre me incomodou. A Microsoft prometia maior agilidade toda santa vez que lançava uma nova versão, mas o software foi se agigantando e uma configuração de hardware responsável custa os olhos da cara (rodar o Win11 sem SSD e pelo menos 6 GB de RAM é uma teste de paciência).
Muita coisa acontece do momento em que ligamos o computador até o instante o software se torna “operável”. Nesses preciosos segundos (ou longos minutos, conforme o caso), o BIOS (ou o UEFI, também conforme o caso) realiza um autoteste de inicialização (POST, de Power On Self Test), busca os arquivos de inicialização (respeitando a sequência declarada no CMOS Setup), e “carrega” na RAM os drivers, as DLLs e outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador, bem como o sistema na RAM (não integralmente, ou não haveria memória que bastasse).
O BIOS (de Basic Input/Output System) é primeira camada de software do computador. Trata-se de um programinha de “baixo nível” gravado pelo fabricante num chip de memória não volátil, que depois é integrado à placa-mãe. O UEFI (de Unified Extensible Firmware Interface) faz basicamente a mesma coisa, mas muito mais rapidamente. Já o CMOS (de Complementary Metal Oxide Semiconductor) é componente de hardware composto por um relógio permanente, uma pequena porção de memória volátil e uma bateria — que mantém essa memória energizada para que as informações não se percam quando desligamos o computador.
O “boot” é o processo mediante o qual o BIOS checa as informações armazenadas no CMOS, realiza o POST e, se tudo estiver nos conformes, carrega o Windows e sai de cena, permitindo que o sistema assuma o comando da máquina e o usuário, o comando do sistema. Numa tradução direta do inglês, boot significa bota ou botina, mas seu uso no âmbito da informática remete à expressão “pulling oneself up by his own bootstraps”, que podemos traduzir por “içar a si mesmo pelas alças das botinas” e, por extensão, por “fazer sozinho algo impossível de ser feito sem ajuda externa”.
Observação: “Fazer o Setup” consiste em oferecer respostas a uma sequência de perguntas (do tipo múltipla escolha) que permitem ao BIOS reconhecer e gerenciar o hardware, “dar o boot” e realizar outras tarefas básicas inerentes ao funcionamento do computador.
Continua...
segunda-feira, 15 de junho de 2020
MAIS SOBRE NAVEGADORES — PARTE XX
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
DE VOLTA À MEMÓRIA RAM — PARTE 5
Um PC utiliza memórias de diversas tecnologias e finalidades distintas. A ROM, por exemplo, é uma espécie de RAM não volátil, daí ela ser usada no armazenamento permanente de dados (como no BIOS). Ou a memória cache*, que também é um tipo de RAM, só que estática (e ultrarrápida), o que a torna ideal para o armazenamento de dados acessados com maior frequência (visando otimizar o desempenho do sistema como um todo.
segunda-feira, 8 de março de 2021
WINDOWS — INICIALIZAÇÃO LENTA — COMO RESOLVER
O ideal seria ligarmos o computador e ele responder
prontamente, como uma lâmpada responde ao comando do interruptor. Mas o mundo
em que vivemos está longe de ser o ideal. Demais disso, é preciso ter em mente
que um sistema computacional é composto por dois subsistemas sistemas distintos
— mas complementares e interdependentes —, que são o hardware (aquilo
que o usuário chuta) e o software (aquilo que ele xinga). E que, a
despeito da evolução tecnológica havida nas últimas décadas, as limitações do pré-histórico BIOS e
do jurássico disco rígido eletromecânico retardam a inicialização do Windows
e impactam negativamente o desempenho global do PC (*).
O hardware é a parte física do
computador (gabinete, teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão, memórias
etc.) e o software, a porção “lógica”, representada pelos programas (sistema
operacional, aplicativos, utilitários etc.). No léxico da informática, “programa” remete
a um conjunto de instruções (em linguagem
de máquina) que descrevem uma tarefa a ser realizada, e pode
referenciar tanto o código
fonte (escrito em linguagem de programação) quanto o executável que o
contém.
Qualquer dispositivo computacional (de mesa, portátil
ou ultraportátil) é comandado por um sistema operacional, que embora seja
essencialmente um programa, destaca-se dos demais por ser o responsável, dentre
outras atribuições, pelo gerenciamento do hardware e do software, por prover a
interface usuário/máquina e por servir como base para a execução dos aplicativos.
Toda vez que ligamos o computador, o BIOS
realiza um autoteste de inicialização (POST, de power on self
test), busca os arquivos de boot (respeitando a sequência
declarada no CMOS Setup),
“carrega” o sistema na memória RAM (não integralmente, ou não
haveria memória que bastasse, mas exibe
a tradicional tela de boas-vindas.
O BIOS é a primeira camada de software do
sistema computacional, ou seja, um programinha de “baixo nível”, como se costuma
dizer, mas sem a conotação pejorativa com que essa expressão costuma ser utilizada.
Ele é gravado pelo fabricante num chip de memória não volátil, que depois é
integrado à placa-mãe.
O CMOS é um componente de hardware composto
por um relógio permanente, uma pequena porção de memória volátil e
uma bateria,
que é responsável por manter essa memória energizada (para que não perca as
informações toda vez que o computador é desligado).
Convencionou-se chamar boot ao processo mediante o qual o BIOS checa as informações armazenadas no CMOS, realiza o POST e, se tudo estiver nos conformes, carrega o Windows e sai de cena, permitindo que o sistema operacional assuma o comando da máquina. Numa tradução direta do inglês, boot significa bota ou botina, mas, no jargão da TI, é sinônimo de inicialização. Essa acepção advém da expressão “pulling oneself up by his own bootstraps” (“içar a si mesmo pelas alças das botinas”), e, por extensão, significa “fazer sozinho algo impossível de ser feito sem ajuda externa”.
Observação: Segundo alguns autores, a adoção desse termo remota ao tempo em que os computadores usavam uma pequena quantidade de código para carregar instruções progressivamente mais complexas, num processo conhecido como bootstrapping.
(*) A exemplo de "focar", "impactar" é um verbo transitivo direto, mas uma confusão — bastante comum, aliás — costuma ocorrer nas construções em que se emprega o substantivo, que requer o complemento preposicionado (assim: focar o afeto, mas [ter] foco no afeto). Além de repelir a preposição (na condição de verbo intransitivo, como em A greve impactou bastante), impactar pode ainda ser transitivo direto (a greve impactou o serviço bancário), mas jamais "transitivo indireto", dependente da preposição "em", sendo errôneas, portanto, as frases: "O estudo impactou no resultado"; "As provas impactaram no julgamento da lide". Por outro lado, aquilo que causa impacto, causa impacto em, donde se admite, com acerto, em locução verbal, as frases: "O estudo causou impacto no resultado"; "As provas causaram impacto no julgamento da lide". Portanto, o erro de regência causa um grande e negativo "impacto".
Continua no próximo capítulo.
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
DILMA DISCURSAVA EM DILMÊS; TOFFOLI VOTA EM TOFFOLÊS
O voto tamanho XGG de Dias Toffoli — cuja leitura, na sessão da última quarta-feira, levou quase cinco horas — me fez pensar se o presidente da nossa mais alta Corte não teria sido "tomado" pelo espírito de Abelardo Barbosa, mais conhecido como "Chacrinha", que se notabilizou pela frase: "Eu não vim para explicar, vim para confundir". Tanto é que a maioria do togados supremos deixaram a sessão sem entender o que, de fato, seu presidente quis dizer naquele interminável pregação (talvez a mais longa de toda a história centenária do STF).
No que diz respeito ao hoje senador Flavio Bolsonaro, sujeito não tão oculto nesse julgamento, a defesa do filho do presidente alega que o repasse dos dados ao MP sem autorização da Justiça caracterizaria quebra de sigilo, mas o fato é que a quebra do sigilo fora autorizada pela Justiça, e uma proibição do uso desses dados significaria impedir ad aeternum a investigação de zero um. Como bem observou um desembargador do TRF-2 a propósito de outro assunto, “se tem rabo de jacaré; couro de jacaré, boca de jacaré, então não pode ser um coelho branco”.
Atualização: A sessão suprema de ontem foi dedicada integralmente à complementação (ou tentativa de explicação) do voto de Toffoli e ao voto do ministro Alexandre de Moraes. Para os que não sabem, depois do relator, que é o primeiro a votar, os ministros se pronunciam por ordem de antiguidade, do mais recente para o mais antigo. Pelo que se pôde entender do voto de Toffoli — que fica mais difícil de interpretar a cada vez que seu autor tenta explicá-lo —, Moraes, que votou pela validade do compartilhamento de dados financeiros do UIF (antigo Coaf) e da Receita Federal com o Ministério Público sem autorização judicial, teria aberto a divergência, ainda que parcial, levado o placar a 1 a 1. Na sequência, o julgamento foi suspenso, devendo ter prosseguimento na sessão da próxima quarta-feira (27). Considerando que ainda faltam os votos de 9 ministros e que o Judiciário entre em recesso no dia 20 de dezembro, não está afastada a possibilidade de o resultado final ser conhecido somente em fevereiro do ano que vem.