O resto fica para o próximo capítulo.
UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
AINDA SOBRE A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
O resto fica para o próximo capítulo.
segunda-feira, 8 de março de 2021
WINDOWS — INICIALIZAÇÃO LENTA — COMO RESOLVER
O ideal seria ligarmos o computador e ele responder
prontamente, como uma lâmpada responde ao comando do interruptor. Mas o mundo
em que vivemos está longe de ser o ideal. Demais disso, é preciso ter em mente
que um sistema computacional é composto por dois subsistemas sistemas distintos
— mas complementares e interdependentes —, que são o hardware (aquilo
que o usuário chuta) e o software (aquilo que ele xinga). E que, a
despeito da evolução tecnológica havida nas últimas décadas, as limitações do pré-histórico BIOS e
do jurássico disco rígido eletromecânico retardam a inicialização do Windows
e impactam negativamente o desempenho global do PC (*).
O hardware é a parte física do
computador (gabinete, teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão, memórias
etc.) e o software, a porção “lógica”, representada pelos programas (sistema
operacional, aplicativos, utilitários etc.). No léxico da informática, “programa” remete
a um conjunto de instruções (em linguagem
de máquina) que descrevem uma tarefa a ser realizada, e pode
referenciar tanto o código
fonte (escrito em linguagem de programação) quanto o executável que o
contém.
Qualquer dispositivo computacional (de mesa, portátil
ou ultraportátil) é comandado por um sistema operacional, que embora seja
essencialmente um programa, destaca-se dos demais por ser o responsável, dentre
outras atribuições, pelo gerenciamento do hardware e do software, por prover a
interface usuário/máquina e por servir como base para a execução dos aplicativos.
Toda vez que ligamos o computador, o BIOS
realiza um autoteste de inicialização (POST, de power on self
test), busca os arquivos de boot (respeitando a sequência
declarada no CMOS Setup),
“carrega” o sistema na memória RAM (não integralmente, ou não
haveria memória que bastasse, mas exibe
a tradicional tela de boas-vindas.
O BIOS é a primeira camada de software do
sistema computacional, ou seja, um programinha de “baixo nível”, como se costuma
dizer, mas sem a conotação pejorativa com que essa expressão costuma ser utilizada.
Ele é gravado pelo fabricante num chip de memória não volátil, que depois é
integrado à placa-mãe.
O CMOS é um componente de hardware composto
por um relógio permanente, uma pequena porção de memória volátil e
uma bateria,
que é responsável por manter essa memória energizada (para que não perca as
informações toda vez que o computador é desligado).
Convencionou-se chamar boot ao processo mediante o qual o BIOS checa as informações armazenadas no CMOS, realiza o POST e, se tudo estiver nos conformes, carrega o Windows e sai de cena, permitindo que o sistema operacional assuma o comando da máquina. Numa tradução direta do inglês, boot significa bota ou botina, mas, no jargão da TI, é sinônimo de inicialização. Essa acepção advém da expressão “pulling oneself up by his own bootstraps” (“içar a si mesmo pelas alças das botinas”), e, por extensão, significa “fazer sozinho algo impossível de ser feito sem ajuda externa”.
Observação: Segundo alguns autores, a adoção desse termo remota ao tempo em que os computadores usavam uma pequena quantidade de código para carregar instruções progressivamente mais complexas, num processo conhecido como bootstrapping.
(*) A exemplo de "focar", "impactar" é um verbo transitivo direto, mas uma confusão — bastante comum, aliás — costuma ocorrer nas construções em que se emprega o substantivo, que requer o complemento preposicionado (assim: focar o afeto, mas [ter] foco no afeto). Além de repelir a preposição (na condição de verbo intransitivo, como em A greve impactou bastante), impactar pode ainda ser transitivo direto (a greve impactou o serviço bancário), mas jamais "transitivo indireto", dependente da preposição "em", sendo errôneas, portanto, as frases: "O estudo impactou no resultado"; "As provas impactaram no julgamento da lide". Por outro lado, aquilo que causa impacto, causa impacto em, donde se admite, com acerto, em locução verbal, as frases: "O estudo causou impacto no resultado"; "As provas causaram impacto no julgamento da lide". Portanto, o erro de regência causa um grande e negativo "impacto".
Continua no próximo capítulo.
quinta-feira, 23 de maio de 2019
COMPUTADOR, SMARTPHONE, WINDOWS E UM POUCO DE HISTÓRIA — Parte Final
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
SOBRE SISTEMAS OPERACIONAIS
A despeito de ser o “software-mãe” do PC (ou do tablet, ou do smartphone, que, como já vimos, nada mais são do que computadores “ultra portáteis”), o sistema operacional é um programa de computador como outro qualquer. Ou quase isso, como veremos no decorrer desta matéria.
No âmbito da informática, o termo “programa” designa conjuntos de instruções em linguagem de máquina que nos permitem operar o computador. O sistema operacional se encaixa nessa definição, mas por ser responsável pelo gerenciamento do hardware, pelo suporte aos aplicativos e pela execução de uma vasta gama de tarefas essenciais ao funcionamento da máquina como um todo, sua importância é diferenciada. Em última análise, podemos dizer que, sem um SO, um computador não passa de “um corpo sem alma”, um conjunto de peças sem qualquer utilidade prática.
Confira minhas atualizações diárias sobre política em www.cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
segunda-feira, 4 de julho de 2022
A IRRITANTE DEMORA NA INICIALIZAÇÃO DO PC
Os PCs evoluíram muito desde os anos 1970, mas ainda não “ligam” tão rapidamente quanto uma lâmpada. A energia elétrica é fundamental em ambos os casos, mas, no caso do computador, o boot e a inicialização do sistema vão muito além de simplesmente incandescer um filamento.
Os PCs são formados por dois subsistemas distintos, mas complementares. No pré-história da computação pessoal, definia-se o hardware como aquilo que o usuário podia chutar, e o software, como o que ele só podia xingar.
O tempo que a máquina leva para inicializar depende de diversos fatores. Depois de migrar para o Win11, meu Dell Inspiron passou demorar mais de 1 minuto para exibir a tela de boas-vindas e outros 4 ou 5 minutos para me deixar começar a trabalhar. No meu Mac Pro, a tela inicial surge em poucos segundos e basta eu digitar a senha para ter total controle sobre o sistema e os aplicativos.
Observação: O “problema” do portátil é o jurássico HDD (de 2 TB e 5400 RPM), muito mais lento que o SSD PCI Express com NVMe do Mac.
A demora na inicialização do Windows sempre me incomodou. A Microsoft prometia maior agilidade toda santa vez que lançava uma nova versão, mas o software foi se agigantando e uma configuração de hardware responsável custa os olhos da cara (rodar o Win11 sem SSD e pelo menos 6 GB de RAM é uma teste de paciência).
Muita coisa acontece do momento em que ligamos o computador até o instante o software se torna “operável”. Nesses preciosos segundos (ou longos minutos, conforme o caso), o BIOS (ou o UEFI, também conforme o caso) realiza um autoteste de inicialização (POST, de Power On Self Test), busca os arquivos de inicialização (respeitando a sequência declarada no CMOS Setup), e “carrega” na RAM os drivers, as DLLs e outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador, bem como o sistema na RAM (não integralmente, ou não haveria memória que bastasse).
O BIOS (de Basic Input/Output System) é primeira camada de software do computador. Trata-se de um programinha de “baixo nível” gravado pelo fabricante num chip de memória não volátil, que depois é integrado à placa-mãe. O UEFI (de Unified Extensible Firmware Interface) faz basicamente a mesma coisa, mas muito mais rapidamente. Já o CMOS (de Complementary Metal Oxide Semiconductor) é componente de hardware composto por um relógio permanente, uma pequena porção de memória volátil e uma bateria — que mantém essa memória energizada para que as informações não se percam quando desligamos o computador.
O “boot” é o processo mediante o qual o BIOS checa as informações armazenadas no CMOS, realiza o POST e, se tudo estiver nos conformes, carrega o Windows e sai de cena, permitindo que o sistema assuma o comando da máquina e o usuário, o comando do sistema. Numa tradução direta do inglês, boot significa bota ou botina, mas seu uso no âmbito da informática remete à expressão “pulling oneself up by his own bootstraps”, que podemos traduzir por “içar a si mesmo pelas alças das botinas” e, por extensão, por “fazer sozinho algo impossível de ser feito sem ajuda externa”.
Observação: “Fazer o Setup” consiste em oferecer respostas a uma sequência de perguntas (do tipo múltipla escolha) que permitem ao BIOS reconhecer e gerenciar o hardware, “dar o boot” e realizar outras tarefas básicas inerentes ao funcionamento do computador.
Continua...
quarta-feira, 26 de maio de 2021
SOBRE SISTEMAS E APLICATIVOS
TUDO PARECE IMPOSSÍVEL ATÉ QUE SEJA FEITO.
Hoje em dia, qualquer computador, seja ele de grande porte, de mesa, portátil ou ultraportátil, é controlado por um sistema operacional. Até porque, sem esse “software-mãe”, o aparelho é como um corpo sem vida. Mas nem sempre foi assim.
Os mastodontes eletrônicos que povoaram a Terra na pré-história da cibernética não possuíam sistemas operacionais, e por um motivo muito simples: naquela época, não existiam sistemas operacionais. Consequentemente, operar aqueles jurássicos monstrengos era extremamente trabalhoso, pois exigia “abastecer” o hardware manualmente com as informações necessárias à realização de cada tarefa.
Observação: Um sistema computacional é formado
por dois subsistemas distintos, mas complementares e interdependentes:
o hardware — que corresponde à parte física do conjunto (gabinete,
teclado, monitor, placa-mãe, placas de expansão, memórias etc.) — e o software
— a parte lógica do computador (sistema operacional, aplicativos, drivers de
dispositivos, BIOS, etc.).
No que concerne à linguagem de programação, os vetustos
computadores dos anos 1950/60 operavam com dois tipos de linguagem: a linguagem
de máquina, a partir do qual toda a programação era feita, e a lógica
digital, a partir da qual os programas eram efetivamente executados. Até
que um belo dia alguém teve a ideia de criar um interpretador, que
passou a executar os programas escritos em linguagem de máquina. Com isso, o hardware passou a executar apenas um pequeno conjunto de microinstruções armazenadas, o que não só permitiu reduzir significativamente a quantidade de circuitos
eletrônicos, como também facilitou bastante o trabalho dos operadores/programadores.
Observação: Em linhas gerais, o interpretador é um programa que lê um código-fonte a partir de uma linguagem de programação interpretada e
o converte num código executável.
No que concerne à tecnologia, pode-se dizer que os
primeiros sistemas operacionais estão para os atuais como o Ford
T para o Mustang
Mach1. De início, cada computador tinha um sistema específico (que
só rodava nele e que só ele era capaz de rodar), o que resultava numa
pluralidade de arquiteturas que, por sua vez, exigia que os operadores se
familiarizassem com as diversas variantes disponíveis no mercado. Mas isso são
águas passadas.
Dentre outras funções essenciais ao funcionamento do computador, o sistema operacional gerencia o hardware, atua como elemento
de ligação entre os componentes físicos e o software, provê a interface usuário/máquina,
serve de base para a execução dos aplicativos, etc. No entanto, a
despeito de sua relevância, ele é um programa como outro qualquer. Demais
disso, por mais “eclético” que um sistema seja (como é o caso do Windows), ele não é capaz de suprir todas as necessidades do usuário nas
tarefas do dia a dia, até porque não foi projetado para isso. O que nos
leva aos aplicativos.
Aplicativos nada mais são que programas
desenvolvidos com vistas à execução de tarefas específicas. No âmbito da
informática, um programa é um conjunto de instruções em linguagem de máquina que descreve uma tarefa a ser realizada pelo
computador. Instrução, no caso, é o nome que se dá a
uma operação única executada por um processador — que pode ser
qualquer representação de um elemento num programa executável, tal como
um bytecode (formato de código intermediário entre o código
fonte, o texto que o programador consegue manipular e o código de máquina que o
computador consegue executar). Por conjunto de instruções, entende-se
a representação do código de máquina em mnemônicos.
Se um computador sem sistema operacional é
como um corpo sem vida, um sistema sem aplicativos é um ser vivo, mas sem alma.
Ou quase isso, já que tanto Windows quanto o MacOS, as distribuições Linux,
o Android, o iOS e outros que tais passaram a integrar, a cada nova
versão, mais e mais recursos nativos que lhes permitem realizar uma vasta gama
de tarefas que até então dependiam de programas de terceiros. Por outro lado, o
que se espera atualmente de um computador vai muito além do que se esperava anos
atrás, sobretudo depois que o acesso à Internet se popularizou entre os
usuários domésticos de PCs, smartphones, tablets e que tais.
Continua na próxima postagem.
segunda-feira, 23 de novembro de 2020
BUGS, SOFTWARE COMO SERVIÇO, 32-BIT OU 64-BIT, EIS A QUESTÃO (PARTE VI)
CADA UMA QUE PARECE DUAS...
O computador é formado por dois segmentos distintos, mas interdependentes e complementares: o hardware e o software.
O primeiro engloba os componentes "físicos" do aparelho, como gabinete,
teclado, mouse, monitor de vídeo, etc.) e o segundo, o sistema operacional e
demais aplicativos. Ou, como se dizia no alvorecer da computação pessoal, o hardware é aquilo que o usuário
chuta e software, o que ele
xinga.
Portanto, existe uma relação intrínseca entre o hardware e o software, e a questão dos “32-bit
ou 64-bit” suscita dúvidas quando se pensa em comprar um PC novo ou
fazer um upgrade de sistema operacional (coisa que já deveria ter feito quem
ainda usa o Windows 7, por exemplo, mesmo
porque, inobstante o prazo concedido pela Microsoft
para o upgrade gratuito ter se esgotado em julho de 2016, continua sendo possível fazer a migração
sem gastar um tostão).
Tanto os fabricantes de microchips quanto os
desenvolvedores de software aposentaram a arquitetura
de 16-bit, que era a bola da vez quando a Microsoft lançou as primeiras versões do Windows. E o modelo 32-bit
não tarda a ter o mesmo destino.
O termo “computador
de 32 ou 64 bits” diz respeito à arquitetura do processador e do sistema
operacional empregados em uma determinada máquina. Atualmente, os chips são
capazes de processar dados e executar instruções de 32-bit ou de 64-bit, e
tanto os sistemas operacionais quanto a maioria dos aplicativos têm versões
compatíveis com essas duas tecnologias.
Do ponto de vista técnico, uma CPUs de 32-bit consegue processar “palavras” (sequência de bits) de até 32 bits, enquanto outra, de 64-bit, trabalha com “palavras” de até 64 bits, ou seja, o dobro de informações. Dito de outro modo, chips de 32-bit realizam duas ou mais “viagens” (uma a cada ciclo de clock) para interpretar determinadas informações, ao passo que os de 64-bit realizam apenas uma.
Observação: A capacidade do chip de manipular uma quantidade maior de bits não altera
sua velocidade (frequência de
operação), mas resulta em melhor desempenho do computador como um todo. Volto a
dizer (posto que já o fiz no capítulo anterior) que mais importante do que a frequência de operação propriamente dita é
o que o processador é capaz de fazer em cada ciclo de clock.
A Microsoft começou a disponibilizar as duas versões do seu sistema (x86, ou 32-bit, e x64, de 64-bit) a partir do Win XP, depois que a AMD (arquirrival da Intel no segmento de processadores) lançou seu inovador chip de 64-bit. Há cerca de seis meses, a empresa de Redmond anunciou que deixará de fornecer aos fabricantes parceiros o Windows 10 x86, mas continuará oferecendo suporte aos usuários dessa edição por tempo indeterminado. Vale salientar que mais de 90% dos PCs vêm de fábrica atualmente com o Win 10 64-bit pré-instalado.
Detalhar as diferenças entre as duas tecnologias foge
ao escopo desta matéria, sem falar que a opção mais adequada para cada usuário é a que melhor atende suas expectativas e necessidades. Mesmo assim, quando
se vai escolher um computador ou fazer um upgrade de sistema operacional deve-se ter em mente que CPUs
de 64-bit podem rodar tanto as versões x86 quanto as x64 do Windows, mas chips de 32-bit suportam apenas versões x86 (conquanto as executem com
maior desenvoltura). Note que é possível executar aplicativos de 32-bit em máquinas com sistema operacional
e processador 64-bit, ainda que cada qual “se dê melhor no seu quadrado”.
Continua no próximo capítulo.
segunda-feira, 13 de junho de 2022
DO ÁBACO AO SMARTPHONE (SÉTIMA PARTE)
Quando não há memória RAM suficiente, o processador desperdiça preciosos ciclos de clock esperando a memória virtual entregar os dados solicitados. Isso porque a memória virtual é baseada da memória de massa, e se até mesmo os modernos drives de memória sólida (SSD) são mais lentos que a já relativamente lenta memória RAM, que se dirá dos jurássico HDDs? (Mais detalhes sobre memórias nos posts dos dias 26 e 27 do mês passado.)
O computador é formado por dois subsistemas distintos, mas interdependentes: o hardware e o software. O hardware se subdivide basicamente em processador, memória e dispositivos de I/O (entrada e saída de dados). O processador é considerado o “cérebro” do computador, já que é responsável pelo acesso e utilização da memória e dos dispositivos de I/O. No que tange ao software, relembro apenas que sistemas operacionais, aplicativos e demais programas consistem em uma série de instruções que o processador executa ao realizar suas tarefas.
Para ler um dado presente na RAM, a CPU o localiza pelo barramento de endereços, acessa-o pelo barramento de controle e o insere no barramento de dados, onde se dá a leitura propriamente dita. O clock, expresso em múltiplos do Hertz (kHz, MHz, GHz, é o responsável pela perfeita sincronização das atividades. Para simplificar, podemos compará-lo a um sinal de trânsito: a cada ciclo, os dispositivos executam suas tarefas, param, e então seguem para o próximo ciclo.
O clock interno corresponde à frequência de operação da CPU. Um chip com clock de 3.5 GHz realiza 3,5 milhões de operações por segundo, mas o que ele é capaz de fazer em cada operação é outra história. Devido a limitações físicas que impedem o processador de se comunicar com o controlador da memória (que geralmente fica na ponte norte do chipset) na mesma velocidade do clock interno, isso é feito através do clock externo.
Observação: O clock interno é um múltiplo do clock externo obtido pelo multiplicador de clock Supondo que o clock externo seja de 100 MHz e o processador trabalhe a 1.6 GHz (ou seja, tem clock interno de 1,6 GHz), o multiplicador é ajustado para 16x (16 x 100 MHz = 1.600 MHz ou 1.6 GHz).
Processadores de marcas e/ou versões diferentes podem operar na mesma frequência e apresentar desempenhos distintos, conforme o projeto e as características de cada um. A performance depende do que o chip é capaz de faz em cada ciclo de clock. Um processador pode executar uma instrução em dois ciclos de clock, por exemplo, enquanto outro, de igual frequência de operação, pode precisar de três ou quatro ciclos para executar a mesma instrução.
Como vimos no último dia 7, a quantidade de bits (32 ou 64) também influencia diretamente o desempenho do processador (e do computador), a exemplo do cache de memória. Trata-se de uma pequena quantidade de SRAM — RAM estática, muito mais veloz, mas bem mais cara que a RAM convencional — destinada a armazenar (temporariamente) dados e instruções que o processador acessa mais amiúde.
Observação: O cache L2 passou a ser usado quando o L1 se tornou insuficiente. O L1 ficava originalmente no núcleo do processador, e o L2, na placa-mãe. Mais adiante, ambos foram embutidos no chip. Alguns processadores dispõem de um terceiro nível de cache. O AMD K6-III, lançado em 1999, tinha caches L1 e L2 internos e L3 externo. Outro exemplo é o Intel Core i7 3770, no qual cada núcleo dispõe de caches L1 e L2 relativamente pequenos e compartilha com os demais o cache L3, que é bem maior.
O Intel Celeron, lançado em 1998 para equipar PCs de entrada de linha (baixo custo), era basicamente um Pentium II castrado (sem cache L2). Como não há almoço grátis, o preço mais baixo resultava em desempenho inferior. Felizmente, o Celeron 600 (MHz) que equipava um PC que eu comprei na virada do século aceitou um overclock que elevou sua frequência para 933 MHz, mas me obrigou a trocar o cooler e o respectivo fan (microventilador) para dissipar o calor adicional resultante do “upgrade”.
Continua...
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
AINDA SOBRE O DESEMPENHO DO PC
É verdade que um outro patch pode produzir resultados inesperados e indesejados, mas a Microsoft procura solucionar o problema com a possível urgência, e não é por causa de uma laranja podre que você vai jogar fora a caixa inteira. No geral, as atualizações aprimoram a segurança e o funcionamento do sistema como um todo, devendo ser implementadas sempre que estiverem disponíveis.
Se sua máquina estiver particularmente lenta e você tiver motivos para suspeitar do antivírus, experimente desativá-lo temporariamente e veja como o sistema se comporta. Se a melhora for palpável, substitua a ferramenta por outra que drene menos recursos (eu gosto muito do AVAST PREMIER, mas não tome qualquer decisão sem analisar o TOTAL AV, o PC PROTECT e o KASPERSKY INTERNET SECURITY, além, é claro, dos festejados produtos da SYMANTEC).
Volto a frisar que a influência do drive de disco rígido (memória de massa) no desempenho global do sistema é significativa. Os modelos baseados em memória sólida (SSD) vêm substituindo (a conta-gotas) os eletromecânicos, mas unidades de grandes capacidades ainda custam muito caro. Drives híbridos reúnem o melhor dos dois mundos, combinando um SSD de pequena capacidade (64 GB, p.e.) com um HDD convencional (eletromecânico). Assim, a memória sólida funciona como cache, armazenando os aquivos mais usados e agilizando o acesso a eles, enquanto os pratos magnéticos se encarregam dos demais conteúdos (música, vídeo, imagem, texto, etc.). Note que o processo é transparente e automático, ou seja, tanto o usuário quanto o sistema "enxergam um drive comum”.
Cumpre salientar que a desfragmentação de drives de memória sólida é desnecessária e desaconselhável, mas os modelos convencionais devem ser desfragmentados quinzenal ou mensalmente, conforme o uso do computador. Antes de executar a desfragmentação, veja qual o percentual de espaço livre na unidade. Se mais de 70% do total estiver ocupado, ponha as barbichas de molho (mais detalhes na próxima postagem).
O desfragmentador nativo do Windows 10 cumpre sua função, mas eu uso e recomendo o Smart Defrag, que é rápido, amigável, e oferece recursos como a desfragmentação off-line (feita durante a inicialização, de modo a contemplar arquivos que ficam inacessíveis quando o sistema está carregado), a otimização (que regrava os arquivos do sistema no início do disco para aprimorar o desempenho), a consolidação do espaço livre, e por aí vai.
É o que tínhamos para hoje, pessoal. Volto amanhã com mais dicas sobre o HDD e o desempenho do PC.
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
SISTEMA OPERACIONAL, APLICATIVOS E INUTILITÁRIOS
ESNOBAR É EXIGIR CAFÉ FERVENDO E DEIXAR ESFRIAR.
Antes de passar ao mote deste post, relembro que um
sistema computacional é formado por dois
subsistemas distintos, mas interdependentes, que são o hardware e o software
(para mais detalhes, clique aqui).
Por “software”, entenda-se o sistema operacional, os aplicativos, os drivers e outros programinhas
de baixo nível sem os quais o hardware
não passa de um amontoado de componentes inúteis — ou, numa definição mais
“poética”, não passa de um corpo se alma.
Tecnicamente, o sistema operacional é um programa
como outro qualquer (por programa,
entenda-se um conjunto
de instruções em linguagem de máquina que descrevem uma tarefa a
ser realizada pelo computador). No entanto, além de suas rotinas e serviços serem
responsáveis pelo gerenciamento do hardware
e servirem de base para os demais aplicativos, ele faz o papel de interface de comunicação entre o usuário e a máquina e vice-versa (clique
aqui
para acessar o primeiro capítulo de uma abordagem detalhado que publiquei algum
tempo atrás), daí o sistema ser tido e havido como uma espécie de "software-mãe".
Os PCs dos
tempos de antanho (ou “micros”, como eram carinhosamente chamados pelos usuários de então) não dispunham
de sistema operacional; as aplicações precisavam interagir diretamente com o hardware — daí elas serem escritas em linguagem de máquina e direcionadas a uma determinada
arquitetura não funcionava nas demais.
Com o advento do SO, ficou mais fácil escrever as aplicações e menos complicado operar o computador, já que o “software-mãe” assumiu a tarefa de fazer a “intermediação” entre o usuário, os aplicativos e o hardware (lembrando que mesmo atualmente as aplicações voltadas ao Windows não rodam no macOS, por exemplo, e vice-versa).
Continua na próxima postagem.
sexta-feira, 22 de maio de 2020
AINDA SOBRE ATUALIZAÇÕES PROBLEMÁTICAS NO WINDOWS 10 (PARTE 5)
Mais adiante, as próprias lojas que vendiam kits para montagem e componentes para reposição passaram a disponibilizar o serviço de montagem. Assim, o interessado escolhia a configuração de hardware desejada (placa-mãe, processador, memórias, disco rígido etc.) e os periféricos (monitor, teclado mouse e impressora), pagava uma taxa adicional e levava para casa a máquina pronta, com o software instalado e configurado.
De um tempo a esta parte, os fabricantes passaram a criar no HDD uma pequena partição oculta para armazenar os arquivos de resgate, a partir dos quais é possível reinstalar o sistema ou reverter o computador às configurações de fábrica se e quando for necessário. Com isso, eles eles economizam alguns trocados por máquina (correspondentes ao custo da mídia óptica) e continuam ganhando outros dos desenvolvedores dos inutilitários que continuam incluindo nos arquivos de instalação (e dos quais você não só pode como deve se livrar).
Para o consumidor final, no entanto, há dois problemas a considerar: 1) A mídia de instalação também servia como "disco de resgate"; na falta dela, fica a cargo do usuário criar esse salva-vidas (e muita gente não se dá ao trabalho). 2) No caso de uma pane física exigir a substituição do disco rígido, o usuário não terá como acessar os arquivos de instalação, já que eles estavam armazenados na tal partição oculta do drive micado. Como um homem prevenido vale por dois (e assim João caiu da ponte, mas isso é outra história), veremos mais adiante como criar um disco de resgate — uma versão revista e atualizada do velho disquete de boot.